tribuna socialista

domingo, fevereiro 10, 2008

MANUEL ALEGRE QUER MESMO CRIAR UMA CORRENTE NO PS? E PARA QUÊ?

Quando Manuel Alegre se candidatou a secretário-geral do PS prometeu organizar os seus apoiantes ... o resultado dessa promessa foi ... ZERO!
Inclusivamente apoiantes seus mais mediáticos passaram (e ainda lá estão!) a ocupar lugares de relevo no governo e no partido dirigido por Sócrates.

Quando se candidatou a Presidente da Republica e alcançou o célebre (mas inconsequente!...) resultado de mais de um milhão de votos, voltou a prometer organização e intervenção ... é certo que apareceu o MIC, mas alguém deu pela sua intervenção?

Recentemente na votação sobre se deveria ser respeitada a promessa de referendo sobre o chamado "Tratado Constitucional Europeu" (agora apelidado de Lisboa), Manuel Alegre absteve-se, defendendo uma posição do tipo "nim" ... Enquanto isso, o seu camarada de partido, António José Seguro, votou favorávelmente à realização do referendo!

Agora perante 170 militantes socialistas do PS, seus apoiantes, Manuel Alegre volta a prometer a organização de uma "corrente de opinião socialista" ... qualquer socialista, pertencente a qualquer organização socialista, saúda essa iniciativa de Alegre. Porque o socialismo precisa de debate, precisa de mais e mais militantes, precisa, sobretudo, de mais acção para a definição de uma alternativa ao neo-liberalismo, representado, por exemplo, pelo actual governo e pela direcção sócratica do partido de Manuel Alegre e de José Sócrates.

No entanto, na recente entrevista de Manuel Alegre ao Público, continua a dizer que " é muito difícil mudar um partido por dentro" . Pergunta-se então: o que pretende Manuel Alegre com a criação de uma corrente? Será que quer uma corrente para discutir, discutir e discutir sem acções concretas para se constituir como alternativa ao que José Sócrates representa e tem representado? Será que nos momentos decisivos se vai voltar a abster (como na questão do referendo europeu) ou a receber de Sócrates umas palmadinhas nas costas por ser uma espécie de justificação à esquerda para as políticas neo-liberais do governo?

Infelizmente as acções de Manuel Alegre lembram aquelas brincadeiras do "agarra-me senão bato nele" ... para depois nada acontecer, a não ser a fuga de quem ameaçava!

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