tribuna socialista

quarta-feira, outubro 12, 2005

TRANVERSALIDADES À ESQUERDA: DOIS EXEMPLOS!

Bloco de Esquerda (BE) e Manuel Alegre: semelhantes em quê?

Na nossa opinião são dois exemplos de acções trasnversais à esquerda. Acções que aproveitam experiências e percursos diferentes. Acções que convergem na pluralidade. Contribuem para uma nova cultura unitária de esquerda!

O BE é um exemplo conseguido. Manuel Alegre pode vir a ser um exemplo que se afirmará com as presidenciais.

O BE consegue afirmar-se a partir da união de esforços de partidos e grupos bem diferentes, como o PSR, a UDP, a Política XXI e a FUR/Ruptura. Foi possível, com frutos, organizar a discussão e a acção entre experiências políticas provenientes do trotskismo, do maoísmo e de dissidentes do PCP. A que se juntaram inúmeros militantes sem partido. O resultado tem sido uma plataforma claramente democrática na sua organização e de afirmação crescentemente socialista. Não discutimos, nem avaliamos eventuais discussões internas que possam existir no BE sobre mais ou menos democracia interna ou sobre este ou aquele aspecto político programático. O resultado, esse, tem sido positivo e com crescimento eleitoral reconhecido.

A candidatura de Manuel Alegre surge à margem do PS, sem o apoio explicito dos dirigentes socialistas mais mediáticos e com um apoio que tem sido espontâneo entre sectores das esquerdas que não se esgotam no PS. É uma candidatura que pode trazer organizar convergentemente experiências e percursos políticos diferentes, à esquerda. Pode ser também a afirmação de um movimento transversal à esquerda que contribuirá para uma nova cultura unitária das esquerdas.

A crítica ao liberalismo/capitalismo precisa, mais do que nunca, da afirmação de uma alternativa que se defina pela afirmação política e não só pela negativa, pela oposição. Afirmação num sentido democrático e socialista e global na sua capacidade de afirmação alternativa ao edíficio liberal/capitalista.

Há um movimento social, difuso é certo, mas também crescente que contesta o liberalismo, a sua forma globalizada de dominação e as suas políticas. Esse movimento é difuso porque é plural. Para passar da capacidade de sómente contestar para a capacidade de também afirmar, necessita de organização diferente daquela que oferecem os partidos tradicionais. Precisa de uma organização que nunca elimine a pluralidade, que nunca elimine a diversidade, que seja transversal no modo como organiza experiências e percursos muito diferentes, à esquerda!

O BE (sobretudo como surgiu e se afirmou) e a candidatura de Manuel Alegre são, na nossa opinião, dois exemplos para um debate sobre novas formas de organização para a afirmação de uma alternativa democrática e socialista ao liberalismo. Novas formas de organização onde a transversalidade dos percursos, das experiências e dos projectos é condição de afirmação de uma nova cultura unitária das esquerdasPosted by Picasa

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