tribuna socialista

sábado, abril 15, 2006

A DEMOCRACIA PARLAMENTAR NÃO EXISTE


O colectivo A LUTA SOCIAL comentou da seguinte forma a posta anterior de TRIBUNA SOCIALISTA sobre as faltas dos deputados da democracia que vamos tendo:

"A democracia parlamentar não existe.

A única democracia é a que de facto te permite decidir sobre a tua vida, sobre tudo o que te diz respeito. Essa democracia é a democracia directa, há muito inventada pelo movimento operário, mas ainda não experimentada por largo período e na extensão de regiões grandes, pois em lado nenhum a revolução socialista libertária triunfou de modo estável.

Porém, essa democracia verdadeira, a democracia directa, aliada ao federalismo, é posta em prática por milhares de colectivos anarquistas, anarco-sindicalistas, socialistas libertários e comunistas libertários, pelo mundo fora. Não é pois nenhuma utopia. Apenas tem de ser ampliada para a escala maior de uma sociedade inteira.


Um dos erros mais graves dos "políticos" é pretenderem ver uma qualquer legitimidade no regime que está instalado. Ele não tem a mínima legitimidade. Os que estão no poder, estão lá à custa do engano, da fraude, da mentira. Nem se pode dizer que sejam representantes da sensibilidade deste ou daquele sector da população! Basta ver que a grande maioria das pessoas que votou nas últimas eleições, o fez com um sentimento "socialista" (no sentido lato do termo) genuíno, não o fez para dar o aval a uma direcção do PS composta por lacaios do neo-liberalismo, direcção essa que sabia de antemão qual seria o progrma real de governo e que o ocultou, pois só assim é que poderia abocanhar o poder.

O 25 de Abril não volta mais, o que é preciso é um novo sopro revolucionário, que esteja marcado pelas questões actuais, pelas questões que têm a ver com:

- a precariedade no trabalho
- o poder na empresa e na sociedade
- a auto-organização
- a horizontalidade
- a extinção do capitalismo
- a salvaguarda do ecossitema
- o fim das discriminações etc.

O 25A teve a ver com : o fim das guerras coloniais, o fim de uma ditadura fascista, a necessidade de expressão livre, a ruptura com um proteccionismo capitalista, o fim do isolamento político-diplomático, etc. A componente "socialista" apenas correspondeu ao "colorido" necessário para fazer o povo aderir a uma "revolução" essencialmente burguesa, a última revolução burguesa ocorrida na Europa antes do desmoronar da URSS e dos regimes totalitários do Leste no fim da década de 80 princípios de 90.

Que ninguém se engane (ou auto-engane)! O caminho da revolução neste país, não é o prolongamento da "revolução" burguesa de 25 de Abril de 74!!!"

Manuel Baptista
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