tribuna socialista

segunda-feira, agosto 24, 2009

QUAL A ALTERNATIVA À ESQUERDA ?

Não! PS e PSD, separados ou juntos, como alguns agora defendem, não merecem governar mais! Chega de centrão! Chega de mais do mesmo!
Mas o que é que defende o Bloco de Esquerda como alternativa?
A pergunta é pertinente, muito pertinente, num momento em que, constatando quase todos, que não haverá maioria absoluta de ninguém, o que é que, numa perspectiva de esquerda se poderá defender?
A questão do governo é muito importante. Para os desempregados, para os precários, para todos os que sofrem as consequências da crise, não é indiferente que exista um qualquer governo.
É sempre preferível que exista um governo com políticas com sensibilidade social, com sensilidade democrática e com sensibilidade de justiça social, do que uma oposição com essas sensibilidades todas ... para a mudança da vida das pessoas o que conta são as políticas que são determinantes e não os protestos que se conseguem contra esta ou aquela política! Políticas que sejam parte de um programa global !
Um desempregado quer políticas que gerem empregos. E empregos com direitos. Empregos duráveis. Um desempregado não vive, nem alimenta o seu futuro com protestos eternos!
Por isto, é que é importante saber QUAL A ALTERNATIVA À ESQUERDA para se acabar com tantos e tantos anos de várias faces do mesmo centrão!

19 comentários:

Nuno Cardoso da Silva disse...

Porque sou de esquerda e quero políticas de esquerda vou dar o meu apoio à candidatura do PCTP/MRPP, que pode este ano eleger um deputado por Lisboa. Mesmo se tal acontecer não vai o PCTP conseguir governar ou fazer parte de qualquer coligação de governo, e por isso me perguntarão para quê ir "desperdiçar" o meu voto nessa candidatura.

Há duas razões para isso:

1º - O BE (que é um bloco de esquerdas) não vai suficientemente longe na procura e promoção de alternativas realmente de esquerda. Basta a sua recusa de nacionalizar a banca para se compreender que o BE se conformou já com a sua existência num ambiente neo-liberal, e que decidiu não correr o risco de perder votos da esquerda burguesa propondo coisas que os assustariam.

2. Votar no PCTP é mostrar que há uma esquerda coerente, que não pactua com o sistema capitalista porque se não pode pactuar com a fonte de toda a nossa desgraça. Se isso permitir eleger um deputado teremos como consequência uma voz crítica na AR, uma voz que colocará os princípios acima dos oportunismos. Se tal não for ainda possível este ano, ter-se-á pelo menos dado mais um passo na chamada de atenção dos portugueses para os verdadeiros problemas da nossa sociedade.

Reconheço que pode ser deselegante estar a fazer um apelo ao voto no PCTP/MRPP num blogue ligado ao BE, mas espero que não me levem a mal e sejam tolerantes em nome da democracia.

Nuno Cardoso da Silva

João Pedro Freire disse...

O Tribuna Socialista não é um blogue ligado ao Bloco de Esquerda. É um espaço da esquerda socialista e libertária!
Não é deselegante discutir opções à esquerda. A possibilidade de se discutir no quadro da pluralidade das esquerdas, só é benéfico e pode contribuir para uma alternativa de esquerda.
Não estou de acordo com o Nuno Cardoso da Silva sobre as considerações que faz sobre o Bloco de Esquerda. Como não concordo com essa ideia de que uma nacionalização da banca pode significar um passo na luta contra o capitalismo. Isso é só estatizar. E estatizar com o Estado que temos, já todos vimos que nada muda. Mais importante é a capacidade política para se socializar, dando mais poder, muito mais poder, às organizações dos trabalhadores a todos os níveis do Estado e da gestão das empresas, públicas e privadas.
Se é de esquerda, e acredito que o seja, então esse voto no PCTP/MRPP serve para modificar o quê? O que significa o voto num partido que ainda não fez um corte radical com o estalinismo? O que significa o voto num partido que mantém consignas como "independência nacional", como outras tantas patrioteiras? O que significa votar numa partido que ainda se considera a "vanguarda da classe operária"? Que alternativa propõe o MRPP e com que políticas?
O PCTP/MRPP pertence a uma "esquerda" que vive para o seu umbigo!

Nuno Cardoso da Silva disse...

Não resisto a citar uma parte da declaração de candidatura de Garcia Pereira:

"Decidi aceitar presidir à candidatura nacional apresentada pelo PCTP/MRPP às próximas eleições legislativas e encabeçar a lista pelo Círculo de Lisboa por três razões essenciais:
A primeira é a de que, numa altura de grave crise económica e financeira, enquanto na América se volta à esquerda para procurar enfrentar essa crise, na Europa e em particular em Portugal, se vira à direita face à manifesta incapacidade e mesmo à completa traição dos partidos que se dizem de esquerda e que afinal, como sucedeu com o Governo de Sócrates, se tornam nos primeiros e principais aplicadores das políticas neo-liberais mais extremas e do endeusamento do mercado.
A defesa de um caminho alternativo para vencer a crise, assente na defesa dos interesses de todos aqueles que vivem do seu trabalho e não no sucessivo agravamento das suas já difíceis condições de vida, constitui, assim, um imperativo incontornável.
A segunda razão é a de que, hoje mais do que nunca, a defesa e a aplicação desse caminho alternativo se revelam de enorme importância e urgência, já que, a cada segundo que passa, o futuro do nosso País e em particular dos seus jovens é cada vez mais hipotecado.
Na verdade, a política que o PS e o PSD aplicaram nos últimos 30 anos, conduziu a que sejamos hoje um País praticamente sem agricultura, sem pescas, sem minas, sem indústria e com um sector de serviços de forma geral pouco qualificado e assente num trabalho intensivo e mal pago.
O elevado número de jovens portugueses, designadamente licenciados, obrigados a emigrar, no desemprego ou no sub-emprego, com os respectivos contratos precários e salários de miséria, o envelhecimento e o empobrecimento sucessivo da população (de que 1/5 vive abaixo do limiar mínimo de pobreza) mostram como essa polítics do PS e do PSD emparedou por completo as expectivas e aspirações da nossa juventude e vendeu a pataco todos os principais recursos do nosso País, dos campos, águas e indústrias às nossas capacidades e valências profissionais.
A terceira razão é a de que, depois de nos terem expropriado praticamente de tudo, essas políticas e esses políticos pretendem agora, e de forma cada vez mais evidente, expropriar-nos também do direito à utopia, do direito a sonharmos com uma sociedade mais justa, mais solidária e mais livre, em que a exploração do Homem pelo Homem haja sido banida, em que todas as correntes de opinião se possam fazer ouvir e os cidadãos possam fazer, em consciência e em pé de igualdade, as esolhas que lhe pareçam mais correctas.
Vivemos hoje numa sociedade cada vez mais tirânica e mesmo fascista nos actos, embora nas palavras (ainda) se vão proclamando de democrática. Onde só os que estão no poder têm direito à palavra, seja na Rádio, na Televisão ou nos Jornais. Onde tudo o que é diferente, minoritário ou divergente é de imediato ostracizado, perseguido, silenciado."

Não me parece particularmente estalinista...

João Pedro Freire disse...

Nuno Carvalho da Silva,

De facto, a peça não é "estalinista" ... mas, também não vejo em que é que se diferencia do que muitos outros sectores de quase todos os quadrantes. E neste aparente texto abstracto, há, no entanto, algo que é comum aos estalinistas, nas suas tacticas e estratégias, e que é a diferenciação entre o trabalho de massas, que habitualmente é caracterizado por discursos abstractos e formalmente democráticos, sem nunca abordar a questão do socialismo, e o trabalho seguinte onde o partido começa a estar omnipresente e absoluto, substituindo-se às organizações operárias, controlando-as de uma forma onde as minorias são apelidadas de "contra-revolucionárias" ...
Será que o PCTP não está naquela primeira fase? Porque razão não é claro com a definição da "sua" alternativa? Considera a citação de Garcia Pereira algo que se possa considerar anti-neo-liberal e socialista?

Nuno Cardoso da Silva disse...

Isso parece-me um bocadinho um processo de intenções...

O texto é, de facto, algo vago, mas os princípios enunciados parecem-me perfeitamente aceitáveis. Vamos a ver o que aparece no programa, para melhor podermos aferir da qualidade da proposta. Mas do que tenho ouvido, não me parece que nesse programa venha a estar qualquer intenção, por muito camuflada que fosse, de tornar o Estado de novo o patrão da economia. Nacionalização de alguns sectores estratégicos, é possível, mas mais nada. Convém não esquecer que os malefícios do capitalismo advêm do controlo dos meios financeiros por parte da oligarquia, que são depois utilizados para corromper políticos de todos os quadrantes e para manter quem trabalha na situação de precariedade e de dependência que facilita a sua exploração. Combater tal estado de coisas implica retirar a essa oligarquia o domínio do dinheiro. Como é que o BE se propõe fazer isso, sem algumas nacionalizações e sem a entrega dos meios de produção aos trabalhadores?

João Pedro Freire disse...

As intenções do PCTP/MRPP (já que programa é coisa que não conheço), parecem-me muito na linha do que sempre foram as intenções desse partido: muito "democrático-popular", às vezes muito popularucho, algum radicalismo verbal ... agora tudo muito moldado aos tempos de hoje!
Parece-me que as criticas contundentes (e algo injustas!) que o Nuno Silva tem feito ao Bloco, acentam, ainda mais, ao MRPP!
O Bloco defende claramente que, no sector financeiro, existe um Banco público forte, que é a CGD. Como defende uma regulação forte sobre TODO o sistema financeiro. Noutros sectores estratégicos, como o energético, defende a nacionalização. Em ambos os casos, e aqui a opinião é muito minha, tudo se "joga" na intervenção decisiva ou não que os trabalhadores e as suas organizações (ex.: CTs) têm EFECTIVAMENTE sobre as respectivas gestões. Nacionalizar sob um Estado como o que existe, muito dominado por lobbies de toda a espécie e sem qualquer controlo directo (no que é possível, do dominar um aparelho estatal!) e democrático dos cidadãos e nesses dos que dependem do trabalho, é algo que acabará por levar a coisissima nenhuma! Daí que fale, muitas vezes, em SOCIALIZAR e SOCIALIZAR e SOCIALIZAR!
Termino, com uma disponibilidade da minha parte: envie-me a sua morada, para lhe oferecer o livro com o Programa de Governo do Bloco de Esquerda!

Nuno Cardoso da Silva disse...

Caro João Pedro,

Obrigado pela disponibilidade, mas já fiz a descarga do programa do BE (do vosso site), embora ainda não o tenha lido.

Quanto ao controlo da banca sem nacionalização, parece-me utópico. Mesmo com a CGD o governo nada mais tem feito do que juntar-se à banca privada na expoliação dos clientes. Se a CGD funcionasse num quadro de ausência de lucro, praticando apenas as taxas e juros necessários a cobrir as despesas, e toda a banca privada teria de se mudar para outras regiões. Ficar à espera de que a óptica de lucro capitalista nos dê uma banca que promova os interesses dos portugueses e das empresas que trabalham em Portugal, é o mesmo que acreditar no Pai Natal.

Anónimo disse...

Começo a simpatizar com o Nuno Cardoso da Silva... Não o conheço pessoalmente, mas ele é um provocador nato, e isso é do meu agrado!

Com que então o Bloco de Esquerda é um bloco de esquerdas? Então? Onde esteve nestes últimos 10 anos? É essa a riqueza (para o bem e para o mal) do Bloco de Esquerda, plural, diverso, multicolor, mesmo quando convive mal internamente com essas diferenças. E olhe que sei do que falo...

Essa ideia fixa na nacionalização da banca tem muito que se lhe diga, como todos sabemos. E todos também sabemos bem que uma regulamentação férrea de todo o sistema financeira acabaria com 99% da especulação e com o escândalo daqueles lucros completamente absurdos anunciados a cada três meses.

Quanto ao PCTP/MRPP nada digo, porque desconheço o seu programa eleitoral. Peço-lhe encarecidamente que me dê nota dele, quando chegar a existir, porque sou um pouco distraído.

Sobre as palavras de Garcia Pereira confesso que tenho alguma dificuldade em pronunciar-me. É que, feliz ou infelizmente, conheço o grande especialista que é em Direito do Trabalho na sua acção profissional, e das palavras (política) aos actos (profissão) vai uma enorme distância.

Paulo F. Silva

João Pedro Freire disse...

Nuno Cardoso da Silva,

Controlo da banca sem nacionalização, parece-lhe utópico? Então olhe para o que os governos CAPITALISTAS ocidentais fizeram com a crise financeira: nacionalizaram sem controlo nenhum! Sempre fugiram à regulação do sector financeiro, para não correrem o risco de serem considerados ... "socialistas"! Ainda hoje o Obama enfrenta uma campanha que o apelida de "socialista" e outras coisas mais, pelo que defendeu para enfrentar a crise. E será que Obama alguma vez defendeu mais regulação ou maior controlo das gestões pelos trabalhadores ou que as gestõe pertencessem aos trabalhadores? É claro que não!
Há uma questão que permanece diferenciadora entre socialistas e estatistas de todas as matizes: é a quem pertence o controlo da gestão?
Uma CGD pública, com controlo público, com uma regulação do sector financeiro mais atenta e objectiva, evitaria muito do que aocnteceu no BCP, no BPN e até no BPP. E o que aconteceria se as Comissões dos trabalhadores do sector financeiro voltassem a ter mais intervenção qualitativa e quantitativa na gestão de bancos e seguradoras?

Nuno Cardoso da Silva disse...

Há duas questões que, talvez de uma importância menos do que telúrica, me interessam particularmente: a cobertura total do território por creches públicas, e as custas judiciais.

No programa do BE as duas questões são tratadas, mas a primeira só com uma lupa se encontra, e sem que se faça referência à importância que tal medida teria num quadro de reequilíbrio demográfico (estímulo à natalidade). Quanto à segunda, o BE pudicamente diz que apresentará uma proposta de revisão do Código das Custas Judiciais, mas nada nos diz sobre o que essa proposta conterá. Presume-se que proporá uma diminuição dessas custas mas sem que se saiba até que ponto.

Por mim, espero que o programa do PCTP declare sem ambiguidades não só o compromisso de construção urgente de uma rede de creches que dê cobertura total a essa necessidade - por razões de justiça social mas também de promoção da natalidade -, mas também o compromisso de eliminação de todas as custas judiciais, quanto mais não seja para processos iniciados por pessoas singulares, por se considerar que a justiça é um direito e não um serviço.

Veja-se que a minha preocupação é a de que a formulação escolhida pelo BE dê azo a que estas questões só se venham a resolver a muito longo prazo, quando elas são urgentes e decorrem de princípios em que, creio, todos acreditamos.

João Pedro Freire disse...

Nuno Cardoso da Silva,

Começo a reparar que tem todas a aberturas relativamente a um programa que ainda não conhece do PCTP ... parece até que adivinha qual será o programa do MRPP!!
Relativamente ao BE, tudo lhe serve para constestar, criticar e de uma forma que, às vezes, parece um tanto ou quanto provocatória!
Assim parece que haverá muito pouco para continuar a discutirmos de uma forma séria e objectiva!
O BE publicou o seu programa depois de ter colocado préviamente a sua elaboração em participação e discussão públicas. O PCTP parece que elabora o seu programa como o faz a Manuela Ferreira Leite, i.e. no segredo dos corredores partidários, longe da opinião popular e democrática!

Nuno Cardoso da Silva disse...

Já vejo que começo a ser irritante... Mas não é essa a minha intenção.

Ao pegar nos dois pontos do programa do BE, não fiz uma crítica destrutiva, apontei apenas a tom algo vago das propostas. É bom que as duas questões sejam abordadas pelo BE, mas tem de se reconhecer que essa abordagem não define planos claros para as resolver. O BE defende uma rede de creches públicas para todas as crianças. Óptimo. Mas para quando? Em que prazos? E isso é pensado levando em conta o problema demográfico português, ou apenas uma preocupação social?

No que diz respeito às custas judiciais o problema é mais grave. Não me parece que se possa sequer deixar pensar que o BE considera essas custas como legítimas, apenas pecando por excessivas. Pagar a justiça é como pagar a polícia. O que se pensaria se, face a uma tentativa de assalto a nossa casa, a polícia exigisse um pagamento prévio de € 100 para que os guardas acorressem ao nosso pedido de auxílio? Pois é isso que se faz com a justiça, e o BE não ataca, da forma que seria de exigir, esse abuso. O programa do BE, na minha óptica, teria que declarar, sem hesitações, que as custas judiciais seriam abolidas se o BE chegasse ao governo.

Será que estas críticas são malévolas? Eu acho que não.

João Pedro Freire disse...

Felizmente podemos discutir abertamente um programa que já é conhecido. E que foi também elaborado democrática e públicamente.
Este espaço, não é um espaço do Bloco de Esquerda. É no entanto lido por pessoas do Bloco. E de outras correntes de esquerda.
As criticas e sugestões do Nuno serão, de certeza, anotadas.
Seria bom era podermos fazer o mesmo em relação ao programa do MRPP! Só que Garcia Pereira ainda não o terminou ... provavelmente!
Peço desculpa, mas esta provocaçãozinha era inevitável!

Nuno Cardoso da Silva disse...

O PCTP é um pequeno partido, não tem os meios de que o BE dispõe para publicar um programa com a antecedência que seria desejável. Só a partir destas eleições é que o PCTP deverá ultrapassar os 50.000 votos (teve mais de 43.000 nas europeias, apesar da abstenção elevada) que lhe permitirão receber verbas do estado. Mas fiquem todos descansados que assim que o programa do PCTP estiver pronto, aqui vos darei notícia disso e indicação do site onde o poderão descarregar.

João Pedro Freire disse...

Francamente fico espantado (!!) com tanta dedicação ao PTCP.
Poderia até que essa dedicação fosse orientada para o POUS, por exemplo!
Visitando o portal do PCTP, lá permanece esse icone do estalinismo que é o "realismo socialista". Adaptação aos tempos do liberalismo, por parte de alguém do PCTP, só as reportagens que surgem, de quando em vez, sobre o lado "navegador/velejador" de Garcia Pereira...
Ficarei então à espera do tal programa do PCTP ... para ver em que é que se distinguirá de todos os anteriores, seja para legislativas, seja para autarquias, seja para europeias ou para as presidenciais.

Nuno Cardoso da Silva disse...

Entretanto, poderá ir aqui, que sempre é mais moderno...

http://www.garciapereira2009.net/site/default.htm

João Pedro Freire disse...

Modernaço, unipessoal, até mete C-V ... o que pretende Garcia Pereira: afirmar-se politicamente à custa do bom desempenho que tem como advogado?

Nuno Cardoso da Silva disse...

Acho que não. É apenas chamar a atenção para o facto de que uma pessoa com valor profissional reconhecido talvez também possa ter um desempenho acima da média na esfera da política. Ser inteligente e culto é coisa que nunca fez mal a ninguém e que não seria totalmente inútil num político. Penso até que a comunidade beneficiaria se houvesse mais políticos inteligentes e cultos...

João Pedro Freire disse...

Não tenho nada contra as "pessoas cultas" ... antes pelo contrário! Mas o socialismo, dirige-se às pessoas que nunca tiveram oportunidade para serem "cultas" ! E nessa luta a força colectiva é importante e decisiva. Nunca esquecendo, claro está, a individualidade de cada no quadro dessa força colectiva.
Aqueles que misturam o "poder" do seu culturalismo, quase sempre aliado ao seu poder financeiro/económico, acabam por correr muito à frente dessas e desses que procuram cerrar fileiras para, dessa forma, fazerem valer os seus direitos a quem só lhes pede deveres!
Para mim não há "esfera política" ou "classe política" ... isso é o jogo que o lado político do liberalismo quer impor! Para mim, a luta faz-se no social onde a luta de classes continua a ser um motor essencial!