tribuna socialista

terça-feira, janeiro 25, 2011

PARA UM DEBATE QUE CONTRIBUA PARA UMA ALTERNATIVA!

O debate sobre as esquerdas. O debate entre as esquerdas. O debate sobre qualquer parte, organizada ou não, das esquerdas. Todo este debate tem de ser transparente, público, intenso. Não pode ficar preso entre as paredes de qualquer partido ou grupo de esquerda.

Como militante do Bloco de Esquerda, gostaria que o debate sobre o meu par...tido-movimento pudesse ser intenso, primeiro no seu seio, depois que ultrapassasse os seus limites oraganizativos.

Em nome de uma outra cultura de diálogo entre as esquerdas, em nome também de uma democracia que não fosse só retórica, mas prática visivel e sentida.

Debater não é hostilizar, nem insultar. Mas debater impõe frontalidade!

E os tempos de crise, tempos em que é urgente uma alternativa de esquerda de poder, impõem muito debate!

1 comentário:

Anónimo disse...

O problema das esquerdas - e não só do BE - é o de fazerem reivindicações que não são realizáveis no quadro do sistema capitalista neo-liberal, e depois não fazerem propostas concretas sobre as alterações ao sistema que permitam ultrapassar as suas mais do que conhecidas contradições.

Se bem que soluções sustentáveis só sejam possíveis desde que se elimine o sistema de propriedade capitalista - o que não significa estatizar, mas promover a auto-gestão, nomeadamente sob o formato cooperativo - há coisas que se podiam fazer a curto prazo. Por exemplo:

1. Transformar a banca em actividade sem fins lucrativos, obrigando à devolução aos clientes da banca de todo o lucro não investido na própria actividade, o que se traduziria numa redução dos custos empresariais.

2. Colocar no mercado português toda a dívida necessária à cobertura do défice orçamental corrente, recorrendo se necessário à poupança forçada (por exemplo, pagamento de parte dos lucros do capital em títulos de dívida pública).

3. Introduzir um sistema que limite o valor das importações ao valor das exportações realizadas.

4. Redução dos impostos às empresas que invistam em tecnologia de ponta (promoção da produtividade e competitividade) e dirijam parte da produção para a exportação.

5. Financiamento da formação de quadros médios e superiores (o elo mais fraco nas causas da nossa baixa produtividade).

6. Obrigação das grandes empresas terem um ou dois administradores eleitos pelos trabalhadores.

E outras medidas há, mas estas seriam as primeiras a implementar, num esforço de recuperação da economia nacional.

Nuno Cardoso da Silva