tribuna socialista

domingo, junho 10, 2007

SOCIALISMO LIBERTARIO, Junho 2007

Saiu mais um número de SOCIALISMO LIBERTARIO.

Destaca-se o tema chamado à primeira página: FORA DA POLÍTICA, POR UM COMPROMISSO HUMANO E REVOLUCIONÁRIO.

Vale a pena ler o Editorial e pensar no que se passa na generalidade das democracias liberais ocidentais. Ou então em casos concretos como Portugal, com a dita popularidade (nas sondagens...) do governo Sócrates, ou agora em França, com o efeito Sarkozy ... Como é que as democracias do hiper-parlamentarismo medem a contestação social? Como é que estas democracias do hiper-mediatismo acolhem os movimentos sociais de oposição? Ou como é que os partidos tradicionais (con)vivem no seu seio com correntes de oposição?

Anabel Cubero escreve no editorial:

É óbvio que a política não é somente o momento eleitoral, mas as eleições são um espelho cada vez mais distorcido - senão falso - da realidade, ainda que nos possa oferecer alguns dados parciais para se conhecer o ânimo, as aspirações momentâneas que levam as pessoas a votar e a não votar.

É natural e aceite que todas as pessoas que tenham votado mais contra a direita do que convencidos sobre alguma formação das esquerdas, se sintam decepcionados - muito mais em Madrid e Valência, por exemplo - e desolados pelo aparente crescimento do que é mais conservador. Ou que outros - como na Catalunha, por exemplo - se tenham alegrado com a perda de formações conservadoras, como a CiU, nas principais cidades. (...)

Terminados os recentes comícios, começa agora a sibilina batalha pelas eleições gerais, sendo estes os debates que iremos ouvir. Mas não podemos medir tudo com os parametros políticos, os quais são, por essência, superficiais e tendenciosos.

Outro dado de que não se fala é o fenónemo da abstenção. É significativo que quase metade dos eleitores se tenham abstido de votar e que juntamente com os votos nulos e embranco, tenham engrossado uma percentagem elevada de desconfiança e de desinteresse, ainda mais nas últimas eleições autonómicas e municipais. É significativo que 3 em cada 4 pessoas declarem que nada lhes interessa na política e a considerem sinónimo de corruupção, mentiras, manobras, irascibilidade, polarização mediática e artificial. No entanto, tudo isto não tem subjacente uma consciência concreta do que estamos a enfrentar. Indica o nível da crise da política, da sua falta de respostas perante os problemas humanos mais acutilantes, da falsidade das suas propostas, embora apareça como algo insuperável, como o menos mal, como o veículo para delegar nos aparelhos, no Estado, nas autarquias ou nos governos autonómos, assuntos que nos dizem directamente respeito, ou seja, partilha-se uma mesma lógica política que consideramos ter de a superar para se poder afirmar algo diferente.

Por outro lado, aos políticos e à política em geral, não lhes interessa o nível de abstenção, sempre e qaundo alcançam o quorum. Isto é algo de novo nos nossos dias. São as regras da democracia representativa. Além do mais, consideram sempre que "quem não vota, não pode falar". (...)

É preciso um esforço maior, mais decidido e afirmativo, para transformar uma desconformidade, uma inércia, um cansaço dos afazeres da política, independentemente do facto de se votar ou não votar. Um compromisso protagonista, individual e social, um esforço para afirmar e inventar novas regras e formas de conviver em sociedade, em comunidade. Aprender a governar-se, aprender a rebelar-se, a trabalhar por uma autodeterminação pessoal e social que nos torne melhores, que combata a delegação, que nos alimente a empatia face aos nossos semelhantes, aos seus problemas, aos seus sonhos. Implica um esforço maior, mas um esforço para algo melhor, mais humano, mais consciente, mais protagonista que nos dignifica e nos realiza. Pode ser um compromisso afirmativo de autodeterminação e revolução quotidiana de outros critérios, de outros valores que coloque as possibilidades de emancipação humana, nas pessoas e não nos poderes intermediários opressivos que governam "em nosso nome".

Outros temas abordados neste número de SL:

  • Líbano e Palestina: uma emergência humana;
  • Mulheres em luta: na Argentina e no Irão;
  • Ao lado das comunidades em luta, meeting internacional: 1º de Maio de comunhão humana;
  • Experiências de comunidade, o nosso projecto de comunhão humana. Dario Renzi, director de Utopia Socialista.
  • Aqui e agora: política urbanística e de Delphi a Vigo.
  • Maio de 1937: revolução e contra-revolução na Cataluna.

Pedidos de Socialismo Libertário, para periodicosl@yahoo.es
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