tribuna socialista

terça-feira, outubro 26, 2004

PS PORTO: PREOCUPANTE!

Menos de um mês depois da escolha do novo secretário-geral do Partido Socialista por voto directo e secreto dos militantes, o secretário-coordenador da Federação Distrital do Porto do PS - a maior federação socialista do País! - prepara-se para conservar o pantano que vinha caracterizando a vida dos diversos orgãos federativos.

Francisco Assis, na sequência dos incidentes na Lota de Matosinhos durante a campanha eleitoral das europeias, demitiu-se do seu cargo federativo e afirmou que pediria aos orgãos nacionais a convocação de eleições distritais que contribuissem para uma clarificação política no PS Porto. Utilizou a palavra pantano para caracterizar aquilo com que não podia conviver ...

Menos de um mês depois do XIV Congresso Nacional do PS, parece que Francisco Assis se esqueceu de tudo o que tinha dita. Parece que ouviu os presidentes das concelhias do distrito e agora prepara-se para remodelar (mais uma vez!) o secretariado da Federação, mantendo-se tudo o resto inalterado.

Para ajudar à manutenção do pantano, parece que vai convidar para o secretariado militantes que apoiaram as candidaturas de Manuel Alegre e de João Soares. Esta mania que tem prevalecido no PS, de criar administrativamente unidades fictícias, nunca serviu para grande coisa. As clarificações políticas fazem-se através do confronto livre e democrático envolvendo-se os próprios militantes - como aconteceu na eleição para secretário-geral! -, e não enfiando tudo no mesmo saco, no culminar de um processo onde os militantes foram, mais uma vez, postos à margem!

É legitimo questionar, neste momento, a representatividade dos orgãos da Federação do Porto. Remodelações e mais remodelações sem o envolvimento directo e democrático dos militantes, sómente criam burocracias que se representam a si mesmas!

Com a solução que terá sido adoptada por Francisco Assis, a clarificação pretendida foi adiada e os problemas que criam o pantano não foram resolvidos. Pensávamos que todos tinham aprendido com o que se passou na concelhia de Matosinhos. As faltas de coragem política para a resolução de problemas políticos e organizativos têm sempre consequências muito negativas a prazo ... e nessa altura, para todos!

João Pedro Freire



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