tribuna socialista

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Despedimentos colectivos aumentaram em 2004: FAZ FALTA UM GOVERNO DE ESQUERDA!


Na TSF, hoje de manhã, um analista que é também do Diário Económico comentava que o aumento dos despedimentos dolectivos seria um sinal de uma economia que se quer tornar mais competitiva. Rematava mesmo afirmando que o Estado deveria também copiar ...

Ou seja, quanto às 95 empresas que eliminaram 848 postos de trabalho, quem parece ter razão, segundo o analista do Diário Económico, são os empresários que puseram no desemprego uns quantos que estavam a mais na engrenagem económica ...

Sobre as rescisões por mútuo acordo que diminuiram em 2004, o brilhante analista considerou que isso se ficou a dever ao facto dos sindicatos estarem a perder a capacidade de se entenderem com os empresários!!

O principal título da primeira página do Diário Económico exibe uma das facetas do capitalismo globalizado na sua versão nacional. Capitalismo que dá também pelo nome de "economia de mercado". Curioso é constatar que os analistas mostram claramente - defendendo ! - como funciona, segundo eles, como deveria funcionar a economia (de mercado). Defendem-no clara e abertamente, pois não estão em campanha eleitoral. Mas já do lado dos políticos em campanha, o capitalismo e os seus mecanismos, são sempre suavizados com o recurso a termos pouco claros como "economia de mercado" para não falarem de capitalismo, como "reformas antecipadas" ou "redução de postos de trabalho" para não falarem de despedimentos que querem executar ...

Com estes exemplos, estamos muito curiosos em saber como é que se conseguem implementar reformas sociais mantendo o quadro de uma "economia de mercado". Como se consegue "disciplinar" os empresários sem se defenderem rupturas que coloquem um ponto final a um quadro económico que permite deslocalizações, que permite abusos patronais, que permite evasões fiscais e que, ainda por cima, busca a sua maior dose de competitividade na prática dos despedimentos colectivos? Ou será que para se evitarem as necessárias rupturas se vão ressuscitar pactos com lobbies e com interesses instalados?

É uma questão que colocamos à direcção do Partido Socialista, enquanto militantes socialistas que somos. Preocupa-nos o que o PS fará num governo que queremos que seja alternativo ao da direita. Não nos preocupamos com a direita porque já sabemos o que ela fará!

Posted by Hello

1 comentário:

Unknown disse...

Infelizmente um governo PS irá fazer exactamente o mesmo que um governo PSD por uma razão muito simples.
Quem realmente manda não é o governo de Portugal mas a União Europeia.
O inimigo não está na Rua do Quelhas (ou lá onde é a sede do PSD) ou no Largo do Caldas, o inimigo está em Bruxelas. Enquanto não virmos isso não iremos longe e não poderemos resolver os nossos problemas.