tribuna socialista

sábado, outubro 29, 2005

MANUEL ALEGRE EM ÉVORA: um pequeno gesto ...

É um pequeno gesto com um enorme significado político. Manuel Alegre inaugurou hoje a primeira sede de campanha, em Évora. A candidatura de Manuel Alegre com esta inauguração confirma-se como a afirmação de um movimento de cidadania para além dos partidos, baseado num processo de afirmação política de cidadãs e cidadãos.

Afirma-se também como um movimento transversal à esquerda. Há sobretudo cidadãs e cidadãos provenientes dos diversos partidos à esquerda. Há socialistas (em maioria), há comunistas, há bloquistas, há muitos independentes. Esta é a força, isto é o que dá ânimo e capacidade de afirmação política à candidatura de Manuel Alegre!

Os partidos políticos são importantes à democracia. Mas a democracia não se esgota nos partidos políticos. E não se pode esgotar em partidos políticos excessivamente presos aos jogos parlamentares, distantes da vontade e da opinião permanentes das cidadãs e dos cidadãos.

Para além dos partidos, também há democracia! Também há vontades individuais e colectivas que têm o direito de se manifestar, que têm o direito de intervir, que têm o direito de participar activamente no aprofundamento da democracia. Este pode ser também um dos vectores de afirmação da candidatura de Manuel Alegre!

Em Évora, Manuel Alegre falou disto! Posted by Picasa

1 comentário:

Arrebenta disse...

Metadiálogos da Lareira (IV)

-- Ó, avô, o que é um funcionário público?...
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-- Querido, um funcionário público é uma pessoa amiga do vovê e da vovó, e que trabalha num gabinete o dia todo, para criar uma economia de excelência.
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-- Ó, vô, e todos os funcionários públicos são amigos do vovô e da vovó?...
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-- Claro que não, meu amor, há umas pessoas horrorosas, que vivem numa economia medíocre, e que, mal chegam, ligam o o candeeiro da secretária, penduram o casaco, põem o rádio baixinho na Antena 2, e "estandem-se" bem. Depois, vão tomar o pequeno-almoço e ler as últimas no Martinho da Arcada, porque já sabem que até às 10 e um quarto ninguém as vai maçar. Depois, voltam à repartição, passam pelo gabinete do chefe, deitam umas bocas sobre o jogo da véspera, à noite, do clube deles. São todos os anos promovidos com com diuturnidades, sentam-se finalmente à secretária às 11 e um quarto e começam imediatamente a fazer chamadas, até ao meio-dia, em que acompanham a descida do chefe para o almoço na cantina.
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-- Ó, vô, e depois...
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-- Depois, querido, os amigos do vovô... não almoçam na cantina, amor, os amigos do vovô vão a um restaurante caro que fica na Avenida da Liberdade, pagam com o cartão de crédito do gabinete, e não fazem como os outros, que já têm de lá estar às duas e meia...
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-- Então, fazem o quê?...
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-- Filhote, os amigos do vovô trabalham todos para muitas empresas privadas. Vão ao Estado de manhã, e depois... é assim, eu explico: Os amigos do avô, muitas vezes já trabalharam tudo, de manhã, e não precisam de voltar lá à tarde... Assinam a saída da manhã, e a entrada da tarde, às vezes, é imitada por um gatafunho que outra colega do gabinete faz...
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-- Ó, vô, o que é um gatafunfo?...
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-- Um gatafunho é uma coisa assim (pega numa folha de papel, e rabisca "Aníbal Cacilva Vácuo").
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-- Isso é que é um gatafunho?
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-- Sim, foi com este gatafunho que o vovô fez, durante os 10 anos em que governou Portugal, com que Portugal se tornasse no país da linha da frente das economilas excelentes que hoje é. E quem diz o vovô, diz o vovô e os amigos dele, funcionários públicos.
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-- E os que não são amigos do vovô?...
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-- Ah, esses apresentam-se da parte da tarde, já com a meia hora de tolerância da praxe, para fingirem que vão trabalhar. Para esses, já são quase três horas e vão comer um lanchito e tomar outro café, com o ponto já assinado. Isto de poder comer com o ponto assinado é um descanso. O pior é que quando chegarem à secretária, depois das três e meia, vão ter de inventar qualquer coisa para trabalhar. Só que, entretanto, já vão ser mas é quatro e meia, e eles vão ter de distrair o chefe com mais umas bocas para se pirarem. E ninguém os vai ver mais, como vê nas montras iluminadas os escravos do Millenium-BCP, a trabalharem até às nove da noite, sem qualquer remuneração extraordinária, porque naquelas cabeças porcas já está mas é a tilintar o feriado e mais a ponte, e mais o atestado que vão lá colar, para poderem ir de férias, na boa, para um sítio onde ninguém os possa encontrar a passear de baixa.
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-- Ó, vô, e que é que o avô vai fazer a esses homens maus?...
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-- Quando eu for eleito, como espero, Primeir..., perdão, Presidente da República, eu e o Engenheiro Sócrates vamos pôr aqueles que não são meus amigos numa coisa que se chama Quadro de Excedentes, onde ficam a ganhar uma miséria, e muitos deles, como o vovô sempre esperou, irão então morrer à fome e de miséria, e vão deixar de criar peso nos orçamentos do Estado e da Segurança Social!... Ora, toma lá!...
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-- Mas são só os amigos do vovô, ou também são os amigos do Engenheiro Sócrates...
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-- Querido, os amigos do Engenheiro Sócrates não contam para nada: quando o vovô lá chegar, só vai passar a haver amigos do vovô.
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(Cai o pano)