O XV Congresso Nacional do PS confirmou como realidades, aquilo que apareciam como sintomas durante a eleição para Secretário-Geral:
> Confirmou uma realidade interna partidária, na qual a direcção e em última instância o secretário-geral, controlam de uma forma totalitária toda a vida partidária evitando qualquer debate de ideias, de propostas alternativas;
> Confirmou que o PS sujeita-se mais depressa ao Conselho de Ministros do que à sua direcção nacional ... não é por acaso que secretário-geral e primeiro-ministro acabam por ser uma e a mesma coisa! O Congresso Nacional passou a ser um momento de consagração do líder, fazendo lembrar uma mistura de cenários do tipo estalinista com uma qualquer assembleia geral de uma empresa S.A. ...
> Confirmou a transformação do PS em algo mais comparável a uma empresa e nada a um partido político. Como tal, não há qualquer ideologia mas um conjunto de directivas (emanadas do governo) que, no seu conjunto, se denominam de socratismo...
> Confirmou o socratismo como uma espécie de social-liberalismo, totalmente subjugado à ditadura do mercado, através do endeusamento da empresa com esquecimento total do trabalhador e do factor trabalho.
> Confirmou também que palavras como "esquerda", "solidariedade", "justiça", "democracia" ... passaram a ter um significado dúbio ou mesmo esvaziado de conteúdo, tal a contradição que existe entre o verbo e a prática, à boa maneira orwelliano na obra "O triunfo dos porcos" ...
> Confirmou uma direcção partidária algo autista, a começar pelo seu chefe, para quem a realidade social é únicamente aquela que encontra entre os seus correligionários. Compreende-se assim a razão pela qual Sócrates resolve menosprezar a greve da Função Pública, os protestos que acontecem durante os seus raids (visitas ...) ...
É claro que há sempre a esperança de encontrar socialistas entre os dois terços (!!) de militantes do PS que não participaram na reeleição de José Sócrates. E a esperança é que possa vir a surgir algum movimento de base que reponha o PS como Partido Socialista e não como "Partido Sócrates"...
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