tribuna socialista

terça-feira, novembro 04, 2008

DIA INTERNACIONAL DE ACÇÃO CONTRA A COMERCIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO - 05 de Novembro




O apelo para a realização de um dia internacional de acção contra a comercialização da educação é dirigido a todas organizações e grupos de professores e de estudantes e visa congregar esforços e energias na luta pela educação pública, gratuita, livre e emancipadora.


O próximo dia 5 de Novembro, dia internacional contra a comercialização da educação, serve o propósito maior de promover uma consciência reflexiva sobre esta luta a nível mundial.


Estudantes e activistas de diversos países que lutam contra as taxas e as propinas insuportavelmente cada vez mais caras, assim como a crescente influência do mundo empresarial e das multinacionais sobre o ensino e a educação, procurando dessa maneira obter benefícios, senão mesmo a pura e simples privatização das escolas, tomaram a iniciativa de fazer um apelo internacional para a realização de uma jornada a favor da educação pública, gratuita e emancipatória.


O apelo foi lançado pelo The International Students Movement for Free and Emancipating Education e destina-se a lutar contra a comercialização da educação e das escolas


Neste preciso momento estudantes de vários países estão a lutar contra mercantilização da educação e a privatização das escolas e das universidades: Itália, França, Espanha, Alemanha, Inglaterra, mas também no Chile, no Canadá, na Nova Zelândia, etc.


Na Europa o chamado «processo de Bolonha» serviu para vários governos começarem a atacar a educação enquanto direito e bem público, de livre acesso para todos. Na sua sequência os sistemas de educação, muito especialmente, do ensino superior estão a ser invadidos por uma lógica e por interesses empresariais espúrios.


Aparentemente o dito processo de Bolonha visa melhorar o reconhecimento internacional da carreiras e dos títulos universitários, e incrementar a mobilidade dos estudantes, mas a verdade é que sob essa aparência o que realmente está a acontecer é o fomento da concorrência entre as varias escolas de ensino superior, o que se vai reflectir consequentemente na selecção e hierarquização das escolas, instituições, professores e diplomas.


A comercialização da educação converte as universidades em empresas e os estudantes em meros consumidores ( esqueçam a democracia e a participação nos órgãos de gestão). Outra consequência perversa é a divisão e hierarquização das escolas, umas para as élites, e outra para simples fins ocupacionais da futura mão-de-obra desqualificada.


A educação é um assunto demasiado importante para ficar à mercê das chamadas forças de mercado e dos agentes económicos e interesses privados. A educação é um direito de todos.Lutamos também por uma educação emancipadora, por um ensino e aprendizagem que promova o espírito crítico dos cidadãos, o que obviamente não é, de todo, do interesse dos poderes instalados que, preferem antes, fomentar um pseudo-ensino/aprendizagem de carácter ocupacional para produzir cidadãos-consumidores passivos e obedientes.


Não aceitamos que os sistemas educativos tenham por finalidade produzir «capital humano», que as escolas funcionam numa lógica empresarial, e que os seus alunos e professores mais não sejam que «recursos» organizacionais.


Somos, sim, seres humanos e cidadãos e, por isso, rejeitamos totalmente a privatização e a comercialização da educação. Reivindicamos a educação como direito inalienável numa sociedade democrática, ao alcance de todos. Educação e formação ao longo da vida deve prevalecer face às tentativas de a converter em simples profissionalização dos seus principais interessados.


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