tribuna socialista

sábado, março 27, 2004

EUROPEIAS: OS MILITANTES DO PS SABEM QUE É PRECISO MOBILIZAR!

Não é preciso que nenhum dirigente lembre aquilo que qualquer militante socialista sente no dia dia-a-dia: é preciso mobilizar para derrotar a direita nas europeias!

Isto não obstante o processo que conduziu à formação da lista europeia do PS ter sido um processo no qual os militantes nunca foram chamados a participar e a manifestar a sua vontade.

Mas os militantes do PS, como sempre, revelam muito maior sentido de responsabilidade que as cenas tristes que alguns dirigentes do Partido protagonizam em muitos momentos. E o habitual tem sido, os dirigentes cozinharem as soluções e depois servirem-nas aos militantes como sendo as “melhores soluções” com uma argumentação que envolve sempre um cenário de grande dramatização.

Mas estamos todos mobilizados para vencer a direita. Tal como estamos mobilizados para que a alternativa que o PS protagoniza, uma vez vencedora, não volte a cometer os mesmos erros que já cometeu quando foi governo. Os erros crassos de ser, no governo, melhor executor de políticas de direita e de cedência aos lobbies económico-financeiros do que os governos da própria direita.

O Partido Socialista é um partido de esquerda e não um partido equidistante da esquerda e da direita que tende para um lado conforme a ocasião e a conjuntura!

A vitória do PS nas eleições europeias podem ter um significado duplamente importante: por um lado, um passo importante para acabar com o governo PSD/CDS em Portugal, por outro lado, pode ser parte de uma nova onda de esquerda e de esperança democrática na União Europeia contra os governo liberais e de direita que têm dominado.

Uma Europa com maioria de governos de esquerda e com uma maioria de esquerda no Parlamento Europeu, é também um passo para se avançar decisivamente para se conseguir no espaço europeu mais políticas sociais e também maior participação democrática dos cidadãos.

Uma Europa construída com participação democrática e social dos cidadãos é uma Europa diferente da que vamos tendo hoje em dia, em que até a Constituição Europeia é consequência de um cozinhado e não resultado da discussão e do trabalho democráticos de uma Constituinte Europeia democraticamente eleita. A Constituição Europeia que nos querem impingir NÃO SERVE porque não é democrática, não resultou da participação democrática dos cidadãos e não foi elaborada por nenhum órgão democraticamente eleito!

Uma Europa mais social e mais democrática é também uma Europa que respeita a vontade dos seus cidadãos e, como tal, não alinha com aventuras belicistas de invasões em nome de lutas anti-terroristas que não combatem terrorismo.

O Partido Socialista não pode estar a meio-gás nesta luta. Não pode reduzir o apelo à mobilização contra a direita somente a pensar nas contas políticas nacionais. É preciso saber concluir sobre o significado dos novos ventos de mudança que chegam de Espanha e de França. Até porque não pode vir a acontecer o que já aconteceu anteriormente: uma Europa com maioria de governos de Partidos Socialistas, Social-Democratas e Trabalhistas que depois não sabe dar seguimento ao anseio democrático de mudança que os elegeu!

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