tribuna socialista

domingo, abril 19, 2009

EUROPEIAS: DEBATE ZERO ... DESINTERESSE TOTAL!

Todos os principais partidos apresentaram já os seus cabeças-de-lista às europeias. E, desde logo, o mais relevante é que o primeiro debate (se é que se pode chamar a isso, debate!) fica centrado em tudo, menos em propostas concretas para por a Europa a ser construída por todas e todos os que aí vivem e trabalham.

Qualquer conversa, qualquer debate, ensaiados entre e por quem tem estado ligado ao actual modelo europeu, parte sempre de frases feitas, de conceitos que só políticos entendem, e, mais negativo é que se fala de Europa como algo que estivesse longe dos espaços nacionais, onde as pessoas pensam que ainda tudo vai acontecendo.

A Europa tem de existir como espaço de cidadania, como espaço de direitos e de deveres, como espaço onde a democracia e as liberdades são o motor da construção e da participação populares.

A dimensão nacional na construção de uma Europa democrática e social, prejudica, afunila, confunde e perpetua um modelo onde o Parlamento, sendo embora um orgão eleito, acaba por ser algo que surje perante os europeus como algo que não aquece nem arrefece!

Daí que seja muito importante que a eleição democrática do Parlamento Europeu pudesse ser sentida pelos europeus como o caminho para a definição democrática uma Constituição europeia, base de uma cidadania assumida e activa, e para a eleição de um governo europeu que acabe com o reinado de uma "Comissão Europeia" que se comporta como um cartel de governos nacionais.

Neste combate, faz muita falta uma candidatura à esquerda que se assuma claramente como democrática, federal e socialista! Democrática porque todas as principais instituições devem ser eleitas por voto universal; federal porque esta é a forma de organização que permite que os Estados não se sobreponham por critérios de nacionalismo, de dimensão económica ou demográfica e a sua importancia fica subordinada à dimensão de uma decisão europeia definida democráticamente; socialista porque é urgente definir uma alternativa política, económica, social e cultural à confusão e desregulação neo-liberal.

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