tribuna socialista

terça-feira, junho 15, 2010

ENTRE O SUBSÍDIO E O BLOQUEIO DO SISTEMA FINANCEIRO: INICIATIVA SÓ PARA OS GRANDES?


















Há, em cada crise económica, um ciclo vicioso que não resolve nada, nem deixa ver soluções: de um lado uma massa de desempregados, aparentemente sem perspectivas futuras, para quem o subsídio de desemprego, funciona como uma espécie de aspirina; de outro lado, um sistema bancário-financeiro que, atrás da cómoda salvaguarda contra o "mau risco" de crédito, só abre a porta à iniciativa dos grandes (considerando a sua capacidade financeira)


Este é o cenário que o capitalismo, em cada crise, consegue criar: iniciativa para quem tem capacidade financeira, algum subsídio para quem não tem capacidade financeira e perdeu o emprego.



O subsidio de desemprego não é solução para nada! É como tratar uma doença bactériana com uma aspirina ... baixa a febre, mas não elimina a bactéria!

Um desempregado e um micro ou pequeno empresário que resolva ter iniciativa e queira recorrer à banca, também, em 90% dos casos, nada consegue para poder criar alguma coisa produtiva.

Vai sendo urgente criar, à margem do sistema económico-financeiro, mecanismos que formem trabalhadores no desemprego e micro e pequenos empresários sem actividade, na capacidade de recriarem iniciativa cooperativa, mutualista e todas as formas de economia social.

O movimento sindical, o movimento cooperativo, ONGs, partidos que se considerem anti-capitalistas, ... , poderiam ter a iniciativa de desenvolverem acções de formação abertas a desempregados e micro e pequenos empresários.

Não é preciso esperar por alterações eleitorais, não é preciso esperar por mudanças radicais no sistema financeiro, não é preciso esperar pelo socialismo, ... , para, desde já, se desenvolverem acções, cursos, formações que tirem cada desempregado e cada micro e pequeno empresário, do isolamento, de situações muitas vezes depressivas e dramáticas, e os façam redescobrir as vantagens e a possibilidade de execução com sucesso, de iniciativas sociais e cooperativas que criem emprego.

(Imagem: uma reunião na Fundação Rosa Luxemburgo, Brasil. Esta Fundação tem desenvolvido bastantes acções de formação na área da economia social)

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