tribuna socialista

domingo, abril 29, 2007

1º MAIO: TRABALHADORES SOMOS TODOS ... NO PÚBLICO E NO PRIVADO, EFECTIVOS OU PRECÁRIOS!

As "reformas" do Governo Sócrates têm feito retroceder os direitos dos trabalhadores para níveis inimagináveis, tendo em conta que a iniciativa é de um governo que formalmente é composto por dirigentes de um partido dito socialista.

Na Função Pública, a reforma é elogiada pelo candidato presidencial francês, Sarkozy, pertencente a uma direita completamente retrógrada e xenófoba. O elogia da direita francesa é correspondido por Sócrates que vê nisso um sinal de "prestigio"! Não consta que a candidata socialista, Segolene Royal, tenha partilhado os mesmos elogios ...

Neste exemplo, é vísível aquele que tem sido o vector principal das reformas do governo Sócrates para p mundo do trabalho e do emprego: equiparar tudo à realidade do sector privado!

Avaliações individuais (como se as que existem no sector privado medissem alguma coisa de forma isenta ...), contratos individuais, precariedade a aumentar, flexibilidade de horários, evolução para um regime próximo da liberalização do despedimento ...

Por iniciativa de um governo da direcção do PS, os trabalhadores são hoje dominados por uma realidade onde o medo (por represálias das entidades patronais ou de direcções no sector público) inibe o uso de qualquer direito laboral, por mais elementar que seja!

É cada vez mais dificil distinguir o que se passa em empresas públicas e em empresas privadas. As empresas públicas são dominadas por quem sempre quis estar no privado e as empresas privadas, por força da crescente dominação do económico-financeiro sobre o poder político, desenvolveram, ainda mais, a realidade que parece que as dominou, continuam a manter as leis da Republica à porta das empresas! Em ambos os casos o liberalismo através da sua chamada economia de mercado, vai criando formas de dominação que levam sempre o factor Trabalho à mais completa desvalorização, por contraposição com os jogos financeiros especulativos ...

O 1º Maio de 2007 deve ser comemorado mas pensando como agir sobre a realidade que descrevemos!

Os sindicatos devem ser de classe, mas, para enfrentar eficazmente a realidade, deveriam ser crescentemente inter-profissionais. A defesa dos trabalhadores tem de passar pela inter-ligação de todas e de todos os que estão no privado e no público, sejam efectivos ou precários!

As tão necessárias como urgentes campanhas de sindicalização têm de aproveitar as novas formas de comunicação/informação chegando a todos os trabalhadores de uma forma individual e/ou colectiva. A adesão de cada trabalhador pode ter de ser feita, no momento do acto da sua sindicalização, de uma forma reservada. Tão reservada quanto a pressão que a entidade patronal ou direcção de empresa pública faz em cada local de trabalho para desmotivar, desmobilizar ou até penalizar a sindicalização ou qualquer acção sindical.

A denúncia de situações gravosas para qualquer trabalhador deve ser denunciada através de todos os canais que não ponham em causa a dignidade e o posto de trabalho do/a trabalhador(a).

A generalização da denúncia através de redes sindicais pode desencadear novas formas de organização e de solidariedade de classe e social, capazes de relançar a eficácia dos sindicatos na luta pelo emprego, pela justiça social e pela dignidade!

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