tribuna socialista

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

BLOCO DE ESQUERDA: A REORGANIZAÇÃO DA ESQUERDA SOCIALISTA PASSA POR AQUI!

A 6ª Convenção Nacional do Bloco de Esquerda confirmou este partido-movimento como uma referência política insubstituivel no espaço da esquerda socialista e uma parte activa para a definição de uma maioria social de esquerda que constitua a base para uma alternativa com programa e políticas democráticas e socialistas.


O Bloco de Esquerda - criado há dez anos como consequência da capacidade de convergência de militantes, correntes e partidos de diversas esquerdas - tem razão quando quer ter uma palavra na reorganização da esquerda socialista em Portugal. O espaço da esquerda socialista corta transversalmente parte do espectro político à esquerda em Portugal! Trata-se de uma realidade que se afirmará crescentemente ao ritmo do agravar da crise capitalista.


A maioria social de esquerda, a base para qualquer mudança política, social e económica que corte radicalmente com o neo-liberalismo e com o capitalismo, não é a soma de partidos, nem o resultado de acordos entre direcções partidárias. Mas também não deve ser uma fórmula ao abrigo da qual, tudo fica pela abstracção porque não há coragem de se chegar a algo de concreto.


A maioria social de esquerda tem de cortar transversalmente as bases sociais de todos os partidos parlamentares. É uma maioria que surge da convergência social de todos os que sofrem as consequências das políticas neo-liberais e da crise do sistema que origina essas políticas. Como tal, realiza a convergência social para além do que são os partidos tradicionais e para além do que permite o parlamentarismo liberal (há muita gente, muita gente, quase tanta quanto os murmurios dos "são todos iguais" ou "o que querem é ganhar o deles" que não se revê em modelos partidários do tipo agência de empregos, trampolins para lugares no aparelho de Estado ou tribunas de politiquês...)


É na capacidade de intervenção e acção junto dessa convergência social que surge a urgência da reorganização do espaço da esquerda socialista. Não como uma vanguarda (claramente os modelos de organização verticais, hiper-hierarquizados, modelares, profissionais... não mobilizam, não sensibilizam!) , mas como um espaço que tem revelado capacidade para compreender as dinâmicas dos novos movimentos e mobilidades sociais.


O Bloco de Esquerda irá, de certeza, crescer nas três eleições deste ano de 2009. Mas há, desde logo, um desafio que se coloca: como crescer, renovando-se permanentemente, incorporando sempre novas ideias, novas propostas? será que a organização está preparada para isso? Se o Bloco quer intervir decisivamente na reorganização da esquerda socialista tem de saber responder com sentido prático a estas questões!

Nos tempos de crise capitalista, num contexto de informação e tecnologias de informação globais, uma organização socialista tem de saber incorporar claros sinais de flexibilidade, de horizontalidade, de não-autoritarismo e hierarquização ao mínimo, em suma, tem de ser libertária! O tradicional partido deve passar a movimento, capaz de acolher os tradicionais militantes, mas também, grupos sociais que já intervêm na crítica prática às consequências das políticas e da crise capitalistas!

A esquerda socialista tem de afirmar-se como a expressão política - de alternativa! - do movimento de movimentos, dos trabalhadores, dos militantes e das pessoas, e, dos grupos sociais!

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