tribuna socialista

domingo, fevereiro 22, 2009

DESEMPREGO: SÃO TRABALHADORES, SÃO PESSOAS ... NÃO SÃO NÚMEROS! ... E SABEM O QUE QUEREM!

Com a crise SOCIAL a bater à porta dos bancos - no sábado o Público noticiava que 2000 trabalhadores do sector financeiro português podem não ter os seus contratos de trabalho renovados ... - é oportuno o ponto de situação (possível!) sobre as empresas que têm vindo a despedir, a suspender produção, a praticar o chamado "lay-off" ...


Para o Governo e o patronato há uma espécie de contentamento pelo que se poderia chamar a "política do emprego possível", ou seja, como se o desemprego fosse uma inevitabilidade, então o que não é despedido já é considerado "muito bom" ...

Definitivamente, o governo e o patronato surjem de mãos dadas, como se alinhando pelo mesmo lado da barricada da crise. E essa convergência acaba por ser confirmada, quando para o primeiro-ministro José Sócrates as respostas para a crise passa por apelos a políticos e empresários ... esclarecedor e sintomático! ...

Desde o ínicio deste ano, a crise conta-se da seguinte forma quanto às suas consequências sociais:
  • Faianças Bordalo Pinheiro: 150 trabalhadores
  • Toyota Caetano Portugal: 360 trabalhadores
  • Tyco Eletronics Portugal: 1600 trabalhadores
  • PSA Peugeot-Citroen: 1400 trabalhadores
  • AutoEurpoa: 250 trabalhadores
  • Impala: 500 trablhadores
  • Mitsubishi: 350 trabalhadores
  • Controlinveste: 122 trabalhadores
  • Aerosoles: 1360 trabalhadores
  • Marcopolo: 220 trabalhadores
  • Jornal da Madeira: 20 trabalhadores
  • Borgstena: 112 trablhadores
  • Philips: 70 trabalhadores
  • Faurecia: 250 trabalhadores
  • Sonae Indústria: 42 trabalhadores
  • Delphi: 585 trabalhadores
  • Suberus: 300 trabalhadores
  • Ecco: 177 trabalhadores
  • Intipor: 140 trabalhadores
  • Santogal: 1400 trabalhadores
  • Euronadel: 182 trabalhadores
  • Frutinatura: 30 trabalhadores
  • Corticeira Amorim: 118 trabalhadores
  • Edscha: 180 trabalhadores
  • Tsuzuki: 100 trabalhadores
  • CPM: 60 trabalhadores
  • Fehst: 170 trabalhadores
  • Carfer: não divulgado o número de trabalhadores
  • Dinkin: 115 trabalhadores
  • AP- Amoníaco: 152 trabalhadores
  • Leoni: 700 trabalhadores
  • Coindu: 200 trabalhadores
  • Fleximpor: 73 trabalhadores
  • Toyota Salvador Caetano: 350 trabalhadores
  • Renault Cacia: 1100 trabalhadores
  • Sodecia: 104 trabalhadores

Entretanto o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgou que, só em Janeiro deste ano, inscreveram-se nos centros de emprego 70.334 trabalhadores desempregados. O que represeenta um aumento de 27,3% em relação a igual mês de 2008 e um aumento de 44,7% relativamente a Dezembro !

São números que representam DRAMA SOCIAL e que exigem RESPOSTA URGENTE!

Desde um ponto de vista socialista, não se pode ficar por encolher de ombros perante a realidade. A actual crise só é inevitável e tenderá a ser cada vez pior, se as soluções se ficarem pelos parametros do sistema que proporcionou as condições para uma crise deste tipo.

Os trabalhadores precários (os tais que não entram sequer nos números oficiais sobre emprego), os trabalhadores contratados a prazo (que passam, nesta crise, rápidamente a precários!), os trabalhadores já no desemprego, os trabalhadores de empresas em crise, os trabalhadores a quem a crise ainda não afecta de uma forma tão evidente, todos e todos deveriam ser objecto de acções por parte do movimento sindical no sentido da sua organização para se estudarem, com esses trabalhadores, respostas à crise.

Auto-respostas, mas também respostas sociais e políticas que representem iniciativa trabalhadora perante uma crise que é a crise do sistema da especulação, da exploração, da miséria da maioria social!


Sem comentários: