tribuna socialista

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Carta Aberta aos meu camaradas do Secretariado da Secção de Leça do Balio

Caros Camaradas,

Justifica-se uma carta aberta! Porque o secretariado da Secção de Leça do Balio reúne um conjunto de militantes socialistas com vontade política de mudança e com ideias suficientes para dinamizar uma secção que estava adormecida. São militantes que merecem consideração e respeito, mas que no turbilhão da fulanização que ocupou o Partido Socialista em Matosinhos, correm o risco de serem engolidos sem que nada de nada consigam fazer!

As ideias e os projectos que nos animaram para dinamizar a Secção de Leça do Balio não podem nem devem ser confundidos com o apoio a um lado ou outro dos que se continuam a guerrear no PS do concelho de Matosinhos. E, infelizmente, as coisas estão a caminhar nesse sentido...

O trabalho de dinamização das Secções do PS é uma das tarefas políticas estratégicas para a dinamização e renovação militantes de todo o Partido. Esse trabalho passa pela criação de condições para o debate aberto e fraterno entre camaradas do mesmo Partido e pela intervenção nos problemas locais de cada concelho e freguesia. Não passa, de certeza, pelo pântano das eternas lutas entre fulanos que têm martirizado e enfraquecido o Partido Socialista.

Nos tempos que correm, tenho-me apercebido que é muito difícil, senão impossível, qualquer secção ou militante assumir uma posição independente face à guerra Narciso Miranda vs Manuel Seabra que tem sido a delícia para as oposições no nosso concelho.

Pela parte que me toca, tenho assumido uma posição de total respeito pela vontade dos militantes que escolheram democraticamente Manuel Seabra para Presidente da Concelhia. Respeito e referencio o Presidente democraticamente escolhido e critico Narciso Miranda e os camaradas do executivo camarário que fazem da câmara uma espécie de plataforma de dualidade de poder no PS do Concelho de Matosinhos. Sugeri inclusivamente que, face à continuada demonstração de falta de solidariedade de Narciso para com os órgãos concelhios democraticamente eleitos, a Concelhia só tinha/tem um caminho a seguir: retirar a confiança política a quem não a merece na Câmara. Por respeito ao Povo de Matosinhos e por respeito, num plano partidário, aos militantes socialistas matosinhenses!

O que disse, mantenho-o!

No entanto, mantenho a minha total independência política face aos dois camaradas que se confrontam. O Partido Socialista que quero e porque milito desde 1975, não é, de certeza, o PS das lutas fulanizadas, dos jogos de aparelho, das ambiguidades políticas e ideológicas. O Partido Socialista que quero é um partido situado à esquerda, comprometido com a transformação democrática e socialista da sociedade, é um partido onde a democracia interna se exprima plenamente pela validade política das ideias e das propostas e não pelo mediatismo dos que falam mais alto!

Por isto, devo demitir-me do secretariado da Secção do Partido Socialista de Leça do Balio. Para continuar a militar pelas minhas ideias e pelo Partido Socialista, com total independência face a qualquer projecto fulanizado.

Saudações fraternas,

João Pedro Freire

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