tribuna socialista

quarta-feira, julho 20, 2005

CRISE NO GOVERNO SOCRATES: CRISE DA DIRECÇÃO LIBERAL DO PS!

Comentando a entrevista de Freitas do Amaral ao Diário de Notícias, Jorge Coelho, o coordenador da Comissão Permanente do PS, afirmava ontem que o governo estava "coeso" e que nem Freitas do Amaral, com a referida entrevista, nem Campos e Cunha, com um artigo publicado no Público, estavam em risco no governo ou punham em causa a unidade do governo.

A exoneração/demissão de Campos e Cunha do governo, anunciada hoje ao ínicio da noite depois de encerrados os telejornais (!!), vem demonstrar que a direcção do PS e o governo Sócrates entraram decididamente dentro das dinâmicas mostradas pela célebre série britânica "Yes Minister", ou seja, o que dizem não é para ser levado a sério...

Sócrates e a sua direcção no PS demonstram que não têm a política alternativa aos governos Barroso e Santana Lopes que tinham prometido durante a campanha eleitoral e que motivou a conquista de uma maioria absoluta histórica por parte do PS em 21 de Fevereiro último. Sócrates e o seu governo têm-se limitado, com outro estilo (mas só isto!), a aplicar as mesmissimas políticas dos governos de direita. À inexistência de políticas alternativas juntam, também agora, instabilidade e descoordenação governativas.

A direcção do PS, liderada por Jorge Coelho, limita-se políticamente a tentar baralhar os eleitores e militantes socialistas com afirmações que querem fazer passar a ideia de que políticas liberais desenvolvidas por um governo PS são "boas" e que essas mesmas medidas desenvolvidas por um governo de direita são "más". Pelo meio surge sempre a evocação dessa abstração chamada "interesse nacional", no qual cabem trabalhadores, empresários, jovens, desempregados e reformados. Não há, óbviamente, um "interesse nacional" abstracto para um socialista. Um socialista, em nome do interesse nacional, deve ter coragem política para desenvolver rupturas com lógicas, políticas e interesses liberais e de direita. Isso, a actual direcção do PS nunca teve nem terá. Porque de socialistas não têm nada. Até o "s" de PS já nem conseguem pronunciar por extenso...

O actual governo PS se fosse um qualquer produto de supermercado, deveria merecer uma queixa dos consumidores à DECO por ... terem sido enganados: o rótulo (i.e.o programa eleitoral) do produto não tem nada a ver com o conteúdo!!!

O governo Sócrates precisa urgentemente da definição de uma ALTERNATIVA DE ESQUERDA E SOCIALISTA . Uma alternativa para a qual os militantes do Partido Socialista são parte decisiva e integrante! Uma alternativa que possa mobilizar os trabalhadores, os cidadãos, por um programa e políticas que marquem uma clara ruptura com o liberalismo e as políticas liberais de Durão Barroso, de Santana Lopes e também de José Sócrates.

Quem é o próximo ministro das finanças: mais um nome que repetirá as mesmas políticas!

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