tribuna socialista

quarta-feira, janeiro 13, 2010

MEMÓRIAS QUE VALEM COMO ARGUMENTOS ...


Desde há bastantes anos que as direcções dos partidos da dita "Internacional Socialista" deixaram de pronunciar o "S" que ostentam na sigla ... porque não são socialistas no modo como organizam os seus partidos, não são socialistas nas propostas que fazem e não são socialistas quando são governo ... substituiram o "socialismo" por uma quadratura do circulo chamada "economia social de mercado". Até porque, para os dirigentes PS, parece que não há capitalismo mas só neo-liberalismo ...
O PS português cresceu durante a revolução portuguesa. Cresceu com o contributo de muitos trabalhadores, de muitos jovens, de muitas mulheres que queriam verdadeiramente o socialismo democrático. O próprio programa do PS criticava o capitalismo e propunha o socialismo e o poder democrático dos trabalhadores. Os militantes socialistas chegaram a gritar nas ruas "Partido Socialista, partido marxista" ...
Os que hoje dirigem o PS, os mesmos que governam com as políticas que todos sentimos, o que é que têm a ver com a memória colectiva e individual de cada militante socialista que ajudou a construir um partido que queria que fosse socialista ... nas palavras, nos actos, nas políticas e nas governações ?

sábado, janeiro 09, 2010

REVELAÇÕES DA ENTREVISTA DE ALEGRE

A entrevista do Alegre vem confirmar o que se disse em “Esquerda, PS e Alegre – Confusões e premeditações” , texto publicado uma semana atrás.

O poeta não passa de um cacique sem ideias para além da sua disponibilidade para se sentar em Belém e que é obrigação da esquerda - no seu conceito é uma coisa vaga e abrangente e portanto, sem conteúdo - apoiá-lo. Não se define em coisa alguma a não ser naquilo que já se sabia, que quer e precisa do apoio do PS para acampar em Belém.

Ficamos a saber que Cavaco é fraquito e tosco; que o PS quer a economia de mercado; que são pornográficos os ganhos dos bancos e dos banqueiros. Isso demonstra que Alegre anda informado mas que não é capaz de enformar uma só opinião própria. Como é que ele pensa estabelecer a linha de fractura entre ele e o Cavaco? Quais as rupturas que está disposto a promover para se afirmar como candidato da esquerda?

Ele é anti-capitalista? Não é, dada a natureza do PS, a sua continuada militância no partido em lugares de proeminência e o alinhamento com a política do partido, salvo uma ou outra coisa. E se não é anti-capitalista só por oportunismo pode sorrir para a esquerda.

Quer que acreditem ser ele um homem providencial, iluminado, com um projecto próprio indecifrável para os comuns mortais e que aceitem a sua liderança como a de um profeta. Nesse aspecto não difere em nada do ignorante Cavaco, sempre titubeante e preferindo o significado dúbio, o nim, ao não ou ao sim, recheados de sorrisos forçados e aparentemente enigmáticos. É a continuidade da tradição caudilhista da política à portuguesa.

Quer o apoio do PS, sem o apoio de Sócrates? Este até pode inventar um argumento idiota qualquer para não aparecer em campanha e deixar essas funções aos seus centuriões e outros labregos, para melhor enganar os eleitores de esquerda; e facilitar o golpe estratégico e palaciano dos caciques da esquerda institucional que poderão argumentar que não estão do lado de Sócrates e que este está fora da carroça presidencial de Alegre.

Em 2005, Alegre ainda poderia reunir algumas simpatias à esquerda, capazes de captar o voto de militantes e simpatizantes pouco atraídos pelas candidaturas partidárias e rituais de Jerónimo e Louçã. E, essas simpatias, resultaram decerto da rebeldia (melhor será chamar-lhe ressaibo) de Alegre contra a direcção do PS e do secretário-geral. Em 2010, como vimos afirmando, não é isso que Alegre deseja ou afasta. Ele quer o apoio viabilizador do PS e portanto de Sócrates.

Em comentário às declarações de Alegre, Sócrates nada acrescentou para além de que ainda é cedo para opções presidenciais; não se comprometeu e portanto, continua o PS sem estar comprometido. Sócrates acha prematura a colheita do milho e deixa os primeiros grãos para os pardais, com um sorriso benévolo e matreiro. E a figura de pardal ajusta-se perfeitamente a Louçã!

Ao que sabemos, as estruturas do BE não andam a discutir e menos ainda a aprovar o apoio a Alegre. Sabe-se do crescimento, no aparelho e nomeadamente, nos grupos parlamentares na AR ou no PE de deputados defensores de coabitações com o PS, que não terão igual representatividade junto da massa dos militantes. Desses elementos, alguns chegaram mesmo a recusar a luta pelo socialismo no último congresso do BE, como que dando sinais de que se querem sentar à mesa do orçamento com Sócrates e garantir uma vida fácil e doce, esquecendo rapidamente que a sua notoriedade resultou da confiança (ingénua) de muitos militantes e eleitores. Qual será o papel de Louçã nesta estratégia da ala direita do BE?

Dado que o BE tem apostado numa conduta de partido de “one man show” notam-se sinais de aplauso às declarações de Louçã, de apoio a Alegre, por parte de militantes e simpatizantes pouco dados a pensar com a própria cabeça e a anuir cegamente às palavras do líder. O que não é prática de uma esquerda a sério, mais inclinada para a democracia directa, para o debate, para a decisão em que todos são ouvidos.


Grazia.tanta@gmail.com
Esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt

MANUEL ALEGRE EM ENTREVISTA AO EXPRESSO: será que não é mesmo refém do PS ?

Manuel Alegre deu uma entrevista ao Expresso, a qual sai na edição de hoje.

É uma entrevista algo estranha e que deveria preocupar quem vê Manuel Alegre como o melhor nome para uma candidatura presidencial de convergência das esquerdas.

Nesta entrevista, Alegre consegue, de certeza, receber o acordo das esquerdas nas críticas a Cavaco Silva. Mas isso é fácil e, hoje em dia, já não aquece nem arrefece. Cavaco já nem a unidade do seu campo politico consegue!

Ao longo da entrevista, é visível que Alegre não consegue libertar-se da sua ligação ao PS, mesmo que, a seguir, repita cem vezes que não está refém do seu partido.

"A minha relação é com o PS. É uma relação familiar" diz Manuel Alegre. É claro que também diz que "o PS devia negociar à esquerda. Tentei quebrar esse tabu". Mas conclui sempre dando a entender que a relação mais forte a até determinante - "Uma candidatura é uma decisão pessoal e um acto de independencia. Mas para vencer, obviamente que o apoio do PS é importante. Se alguém se candidata é para ganhar." - é com o PS. Aliás, na citação que se transcreve da entrevista, Alegre faz uma revelação que não deve ter pesado na sua última candidatura e, a qual, acaba por ser elucidativa da sua dependência face ao PS. Ou seja, se na última eleição presidencial até se candidatou contra a posição oficial do PS, será que já sabia que nunca iria ganhar ou que nunca atingiria o tal um milhão de votos ?

Outra declaração de Alegre é muito pouco esclarecedora. À pergunta "Em questões económicas, PCP e BE têm visões muito diferentes das do PS", responde assim "O PS aceita a economia de mercado, não está claro que os outros partidos de esquerda a aceitem. Constato que é dificil entenderem-se". Manuel Alegre não revela a sua opinião/posição sobre essa tal "economia de mercado", i.e. o capitalismo. O que seria importante, esclarecedor e motivador de debate à esquerda. Remete-se, isso sim, para um plano algo presidencial sem ainda o ser! O que não o impede de voltar a criticar os privilégios da Banca ... só que, quem é que não os critica, neste momento, numa posição meramente formal? O essencial é, de facto, saber qual a posição perante um sistema que tem possibilitado ciclicamente crises, corrupções e privilégios. E Manuel Alegre fica-se por um posicionamento bonapartista, acima das posições existentes, sem revelar a sua ...

Manuel Alegre parece, neste momento, sobretudo apostado em garantir o apoio, não do PS, mas da sua direcção e do governo - "O governo está lá e não vejo alternativa" - .

Nesta entrevista, Alegre não acrescenta uma única ideia que possa contribuir para uma movimento social à esquerda que se mobilize para uma candidatura presidencial de unidade das esquerdas. Na sua primeira candidatura presidencial, isso não acontecia. Demonstrava iniciativa política e independência nessa iniciativa. Agora, parece deixar isso para as direcções partidárias, a começar pela do PS, da qual, na prática, parece não se conseguir libertar!

João Pedro Freire

sexta-feira, janeiro 08, 2010

CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO: UM PEQUENO GRANDE PASSO EM FRENTE!

O projecto do PS que passa a permitir, em lei, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi aprovado na Assembleia da Republica com os votos do PS, do Bloco de Esquerda, dos Verdes e do PCP.

É um momento histórico na luta contra todas as discriminações e contra todos os preconceitos. É a luta pela liberdade! E esta luta, a da liberdade, é sempre e muito mais, a luta pelos direitos das minorias. É do lado das minorias que se pode aferir qual a liberdade que temos!

Fica por dar o passo seguinte, para que este passo seja mesmo um grande passo em frente: a não existência legal de casamentos de primeira e casamentos de segunda! Os de primeira podem adoptar, os de segunda, os entre pessoas do mesmo sexo, não ...

No entanto, as liberdades precisam muito mais do que o reconhecimento na lei, para existirem e serem vividas e sentidas ... essa é a luta civica que se segue em toda a sociedade!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

RETIRADA DAS TROPAS ESTRANGEIRAS DO AFEGANISTÃO!

O apelo da revista DEMOCRATIE & SOCIALISME,
de uma das correntes de esquerda do Partido Socialista Francês: RETIRADA IMEDIATA DE TODAS AS TROPAS ESTRANGEIRAS DO AFEGANISTÃO !
E por cá, o que pensam as esquerdas do PS ?
A propósito ... o que pensa a este respeito Manuel Alegre ?

terça-feira, janeiro 05, 2010

O Natal dos banqueiros

Data: 30-12-2009 20:30:06
Assunto: Fwd: O Natal dos banqueiros

Por: José Niza - In ''O Ribatejo''
1. Depois do que aqui escrevi na semana passada sobre “o dinheiro”, não esperava tão depressa voltar ao assunto: preferia que, em tempo de Natal, a caneta me conduzisse para outras paragens, e me levasse por caminhos que fossem de procura, ou de descoberta, de uma réstia de esperança, de uma festa numa praça de amor, de paz e de canções.
Mas não. O homem põe. E a banca dispõe.
2. Um relatório há poucos dias divulgado pela CMVM – a Bolsa – deu-me um murro no estômago. Não é que eu tenha andado distraído da ganância e dos festins da nossa alta finança. Mas tudo tem que ter limites: os números revelados nesse relatório sobre os salários dos administradores dos bancos e das empresas mais importantes do País, para além de aterradores, são um insulto ao povo português e, em especial, aos mais de 500 mil trabalhadores que estão no desemprego.
3. O salário mínimo em Portugal é de 450 euros por mês. 90 contos por mês. 3 contos por dia. Muito pouco para pagar a renda da casa, a comida, as roupas, os sapatos, a água, a luz, os transportes, talvez o telemóvel…
Há um ano, o governo, as confederações patronais e os sindicatos, assinaram um acordo para, em 2010, aumentar o salário mínimo de 450 para 475 euros. Menos de 1 euro por dia! Mas agora, as tais confederações patronais – que assistem mudas e quedas ao escândalo dos vencimentos dos gestores – vêm ameaçar que se o salário mínimo subir para 475 euros será um desastre nacional. E, em contrapartida, propõem 460 euros! Isto é, uma subida de 33 cêntimos por dia!
4. O relatório da CMVM revela que o salário anual médio dos administradores da banca e empresas cotadas na bolsa foi, em 2008, de 777 mil euros, isto é, de 64.750 euros por mês (cerca de 13 mil contos mensais ou 426 contos/dia).
64.750 euros por mês equivalem a 136 salários mínimos. Isto é, para atingir o valor do ordenado mensal de um desses gestores, um trabalhador que receba o ordenado mínimo terá de trabalhar mais de 11 anos!!!
5. Mas ainda não é tudo. Há mais, bastante mais.
2008 – como todos nós sabemos – foi um ano de crise, de falências, de desemprego galopante, de apertar o cinto. Mas, enquanto a esmagadora maioria dos Portugueses fazia contas à vida, cortava nos gastos, fazia sacrifícios ou – nos casos mais dramáticos – passava fome, os senhores do dinheiro tiveram, em média, aumentos de 13 %.
13% sobre 777 mil euros são cerca de 100 mil euros, qualquer coisa como 20 mil contos por ano e para cada um. Só de aumentos!
2009 – um ano que agora se vai embora sem deixar saudades – foi também um ano de enorme crise na indústria automóvel. Mas nem tudo foram desgraças: no Vale do Ave, território dos têxteis e do mais alto desemprego do País, nunca se venderam tantos Porches. Quanto mais desempregados na rua, mais Porches na estrada!
Como se tudo isto ainda não bastasse, os próprios ex-administradores da banca – como é o caso do BCP – têm regalias e mordomias que ultrapassam todos os limites do imaginável: jactos privados para viajarem, seguranças, automóveis de luxo, motoristas, etc. Foi-me contado um caso em que a excelsa esposa de um banqueiro se deslocava regularmente a Nova Iorque – em Falcon privado pago pelo BCP – para ir ao dentista e fazer compras! E que o seu excelso marido (ex-presidente do BCP e membro da Opus Dei) dispunha de um batalhão de seguranças 24 horas por dia, também pagos pelo banco.
Será que uma pessoa com a consciência tranquila precisa da protecção de 40 seguranças? Nem Sadam Hussein tinha tantos…
6. Mas, afinal de contas, quem paga tudo isto?
Para além dos pequenos accionistas, é óbvio que são os clientes dos bancos, essa espécie sub-humana que a banca submete à escravatura e trata a chicote, essa legião de explorados que ainda olha para os bancos – e sobretudo para os banqueiros – com o temor reverencial de quem vê um santo como Jardim Gonçalves em cima de uma azinheira.
Quando um banco remunera um depósito a prazo com 1% de juros e cobra 33% nos cartões de crédito, é-lhe fácil conseguir dinheiro para cobrir todos os excessos e bacanais financeiros do sistema bancário. Quando um banco paga metade dos impostos de qualquer empresa em situação difícil, o dinheiro jorra, enche os cofres dos bancos e os bolsos dos banqueiros.
É nisto que estamos. Até quando?
Será que a um sistema que assim existe e que assim funciona – encostado ao Poder e protegido pela Lei – se pode chamar Democracia?
PS – E que ninguém, de má consciência, tenha a desvergonha de me vir dizer que isto é demagogia!

PUBLICADO POR GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM

Lhasa - Rising

... ficou a VOZ ...

Lhasa De Sela - La Marée Haute - A MEMÓRIA !

Mulher, cantora, comprometida com outros também comprometidos com a luta por outra vida, Lhasa de Sela criou e deixou memória!
Fica também o seu exemplo na luta contra o cancro da mama!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

PRESIDENCIAIS: UM DEBATE QUE SUPERA AS FRONTEIRAS PARTIDÁRIAS ...


Debater é muito dificil! Dificil porque quem nele participa não se consegue libertar do partido, da corrente, do grupo a que pertence. Mesmo quando esse reduto organizativo proclama aos quatro ventos que quer o debate. Só que não quer ... Quer é que do debate todos passem a seguir o "seu" ponto de vista!
Participar num debate seria, desde logo, admitir que é possível criar espaços de convergência, pontes de cooperação. Mas, infelizmente, não! Em Portugal, cinquenta anos de ditadura fascista e anos de revolução incompleta, interrompida e, muitas vezes, sem qualquer sentido político definido, criaram, à direita e à esquerda, muitos sentidos proibidos, muitos becos sem saída, para qualquer ensaio de debate transversal.
Aqui interessa-nos, sobretudo, o debate à esquerda. Nas esquerdas! Para ver se se consegue criar um espaço, um ambiente, uma motivação, uma cultura para uma convergência das esquerdas para uma série de alternativas sociais e políticas que precisam dessa convergência para se provocarem mudanças que se vejam e se sintam na sociedade portuguesa.
Todos, à esquerda, sabemos uma evidência social: nas greves, nas lutas laborais, em muitos movimentos sociais, quando resolvemos passar do verbo à acção, as convergências até acontecem à esquerda. Lado a lado, nesses momentos de luta, ninguém pergunta se o companheiro(a) do lado é do partido/grupo A ou B ou C. Ninguém pergunta, mas toda a gente discute o que tem a discutir ...
No entanto, nos periódicos circos eleitorais que as democracias liberais produzem, mesmo à esquerda, o grupo, o partido, sobrepõem-se, quase sempre, à discussão serena (o que não quer dizer que não seja viva!) que possibilitaria convergências vitais para as mudanças também vitais e urgentes!
Dessas eleições todas, as presidenciais acabam por possibilitar alguns efeitos parecidos como aqueles que se produzem nas lutas e movimentos sociais: superam-se fronteiras partidárias, e, por exemplo, à esquerda, as esquerdas falam e tentam convergências dessas esquerdas ... infelizmente, sem grandes resultados práticos até ao momento!!!
Mas o que já se conseguiu com candidaturas como as de Otelo Saraiva de Carvalho, de Maria de Lurdes Pintasilgo e de Manuel Alegre, dá que pensar ... e pensar é tentar, desde já, criar debate, diálogos, convergências que permitam superar as fronteiras partidárias (quaisquer que elas sejam e onde quer que estejam!) para que mais, muito mais aconteça, em matéria de capacidade social e política para se mudar mesmo!
É por isto que propomos DEBATE sobre as presidenciais! É por isto que abrimos o TRIBUNA SOCIALISTA e vamos até ao Facebook ... é claro que sabemos que não somos figuras de primeira página de jornais ou de prime-time das televisões ou até opinion-makers! Limitamo-nos a ser ACTIVISTAS DE ESQUERDAS QUE QUEREM ALTERNATIVAS QUE MUDEM!

quinta-feira, dezembro 31, 2009

ANO NOVO: MAIS ÂNIMO PARA VELHAS E NOVAS LUTAS!



2009, mais um ano de crise capitalista chega ao fim.
O mês de Dezembro, último mês do ano, foi um mês com mais fecho de empresas e ainda com ecos das notícias de mais corrupção. Todos os outros meses que ficaram para trás, tiveram a mesmissima história ...
Mas a hipocrisia dos nossos governantes e dos chamados "opinion-makers" (os experts em blá-blá-blás televisivos!) já dá para falarem de "sinais de retoma"... É claro que também não estão preparados para um crise tão ruídosa e visível do sistema que defendem ...
No fecho de um ano e ínicio de um novo, a mensagem de quem luta por uma alternativa socialista só pode ser de esperança e de convicção no caminho de mais lutas. O capitalismo, i.e. a tal economia de mercado, já mostrou como trata as pessoas, enquanto trabalhadores, enquanto consumidores, enquanto cidadãos: só são úteis enquanto derem lucro ...
Em 2009 o capitalismo mostrou que é prejudicial ao ser humano. Em 2010 teremos nós de provar ao capitaslimo que sabemos construir uma alternativa! Esse é o desafio do NOVO ANO!

RUBRA : uma revista que contribui para um debate sério à esquerda!

A Rubra é uma revista independente de qualquer um dos partidos da esquerda portuguesa. Mas é uma revista comprometida com os grandes combates sociais e políticos pelo socialismo.

A Rubra é um contributo sério para um debate sério à esquerda e por uma alternativa global ao capitalismo.

A Rubra prova também que o debate à esquerda não se reduz ao espaço dos partidos existentes. Vai muito mais além das fronteiras de qualquer partido. Deve estar onde estão as lutas sociais, a luta de classes, os movimentos sociais.

Dirigida por Raquel Varela, já tem disponível o número de Inverno de 2009/20101, no qual destacamos os seguintes artigos:
  • Editorial: A face visível do Governo;
  • Porque ganhou o PS ?
  • A Viena Vermelha;
  • A magia da publicidade;
  • Marxismo e anarquismo: Staughton Lynd e Andrej Grubacic debatem como mudar o Mundo;
  • Portugal fora da Nato, Nato fora de Portugal.

"Não existe capitalismo sem corrupção. A economia capitalista de hoje, ao contrário do que alegam os liberais, não vive sem ajudas públicas maciças: os hospitais privados vivem do dinheiro da ADSE e dos vales cirurgia, as escolas privadas, das "comparticipações do Estado", as construtoras, dos concursos públicos e das "derrapagens" orçamentais, e os bancos, na hora H de milhões de euros subtraídos aos contribuintes para não se afundarem. Não há mercado livre no mundo do lucro. Há a mão visível ou invisível do Estado, e cada vez mais presente. Uma consequência é que cada vez há mais corrupção", pode ler-se no Editoral, o qual conclui, "Devemos exigir a prisão dos corruptos, todos eles, os ocultos e os visíveis que continuam em horário nobre a comentar os ocultos. Mas a nossa política contra a crise só pode ser uma: lutar contra os despedimentos, organizando os trabalhadores para essa luta; exigir a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais se redução de salário, reposição da idade de reforma aos 60 anos; nem mais um cêntimo para "incentivar" ou salvar bancos e empresas privadas; nacionalização das empresas que demitam trabalhadores; fim imediato da parceria público-privada; fim das propinas, nacionalização da energia, da banca e do sector financeiro. O dinheiro de todos nós só pode ser usado para bens de todos nós."

A assinatura - que sugerimos! - da revista pode ser feita através do mail revistarubra@gmail.com.

sábado, dezembro 26, 2009

NEM LIBERDADE SEM SOCIALISMO, NEM SOCIALISMO SEM LIBERDADE ...

Fosse a China mais pequena, menos poderosa sob o ponto de vista económico e financeiro, e, certamente estariam todos os governos ocidentais a falar de "direitos humanos", de sanções, de muitos etc e etc de retórica ...
Ainda há poucos dias vimos o que é que os governos ocidentais fazem em prol dos direitos humanos a propósito de Aminatu Haidar, a mulher saraui que esteve mais de um mês em greve de fome, para conseguir o simples direito de poder regressar ao seu país ocupado ...
O Sara Ocidental de Aminatu não é a China, e, a hipocrisia dos governos que tivemos a oportunidade de ver a propósito da mulher saraui, toma agora a forma de diplomacia da mentira e da subjugação em relação à China.
A China que só é "socialista" para quem ainda precisa desses "argumentos" para contestar o socialismo, é um exemplo do que significa uma realidade em que a liberdade económica fica sempre à frente das liberdades políticas e sociais. Acontece também no Ocidente, principalmente quando as sociedades são invadidas pelos medos securitários transformados em politicas oficiais dos Estados e seus governos. Na China, o securitarismo tem a ver com a ideologia totalitária de um Estado desde sempre transformado nessa aberração que deu/dá pelo "socialismo num só país"!
Liu Xiaobo agora condenada por ter opinião diferente dos burocratas chineses é só mais um grande exemplo de que o socialismo precisa de liberdade, da mesma forma que a liberdade precisa de socialismo, para não fomentar injustiça, miséria e formalidades democráticas.

sábado, dezembro 19, 2009

PRESIDENCIAIS: COMO UNIR AS ESQUERDAS? MANUEL ALEGRE A MELHOR OPÇÃO?

A partir das declarações de hoje de Francisco Louçã à TVI, pretende-se contribuir com um debate sobre como se podem unir as esquerdas nas próximas Presidenciais.

Será que Manuel Alegre seria o melhor candidato para unir as esquerdas? Existirá mais alguém?

Um debate sobre a unidade das esquerdas, óbviamente não se esgota nas fronteiras de qualquer partido da esquerda. Tem de ir mais além, tem de envolver partidos, correntes, grupos, movimentos, activistas, pessoas que estejam interessados numa candidatura que represente a pluralidade das esquerdas e constitua mudança política e de ruptura com o liberalismo.

Este debate está no Facebook e também ficará aqui no TRIBUNA SOCIALISTA.

Todos os contributos serão benvindos! Debate precisa-se!

sexta-feira, dezembro 18, 2009

AMINETU HAIDAR: DE VOLTA À SUA TERRA!




Vale a pena lutar!

Vale a pena criar redes de solidariedade internacional!

Aminetu Haidar deixou hoje de manhã o Hospital de Lanzarote, e, está de volta à sua terra, para junto dos seus e do seu Povo. Foram 32 longos dias de greve de fome de uma Mulher que não desiste de ter direito à sua terra e de nela viver.

A luta desta Mulher, desta sarauí, trouxe de novo à luz do dia, a luta de um povo que luta há mais de três décadas pela liberdade da sua terra, contra a monarquia marroquina, mas também contra a hipocrisia dos governos, nomeadamente o espanhol, em particular, e os ocidentais, em geral.

Aminetu pode finalmente beijar os seus filhos e sua mãe! A luta do seu povo vai continuar, com mais força!

quinta-feira, dezembro 17, 2009

BOAS FESTAS : será mesmo possível?

Há algo de estranho nesta imagem de Marx feito Pai Natal. Francamente não sei o que é que ele pensaria disto, se alguma vez tivesse a oportunidade de ver!?

Mas o certo é que o Natal é um período incontornável, existe e mostra-se a toda a gente.

Para muita gente, o Natal serve como uma espécie de parentesis numa crise que se mantém, não obstante a propaganda de um cartel constituido por governo e grandes grupos económico-financeiros que resolveram substituir a crise económica e social por outra que dá agora mais jeito, a crise da dita instabilidade política!

Os que ainda há pouco tempo ficaram sem emprego, os que estão eternamente na precariedade, estão-se nas tintas para a instabilidade política. Em termos práticos essa fabricada instabilidade política, é uma espécie de amuo de políticos profissionais que agora, sem maioria absoluta, já não podem fazer o que lhes apetece ...

Há também uma situação que me causa alguma perplexidade: porque é que no Natal, todos (ricos, não ricos, televisões, rádios, associações disto e daquilo ...) se lembram dos sem-abrigo, e, nos restantes dias do ano, já são tão restritivos e contidos quando é para falar de desempregados e de precários e das lutas que desenvolvem?

O Natal não esquece nem apaga a necessidade, a urgência, de se continuarem com todas as lutas que apontam para uma vida melhor, onde cada um possa ser dono do seu destino. Quem está nestas lutas e quem acredita nelas, acaba por ser um optimista e, neste sentido, até acredita que está/estamos a lutar para que existam e aconteçam Boas Festas!

João Pedro Freire

quarta-feira, dezembro 16, 2009

GREVE ÀS COMPRAS NO DIA 24 DE DEZEMBRO!




FAZ TODO O SENTIDO ESTE APELO:

NINGUÉM FAÇA COMPRAS NO DIA 24 DE DEZEMBRO!

Sabia que, em 2006 e 2007, do bolo total de "gastos" das empresas portuguesas, apenas 12,5%, em média, foram custos laborais (ou seja, salários) ?

doze-e-meio-por-cento?

... Nesse caso, como é possível que possa assim ser tão significativo o impacto do aumento de 25€ no salário mínimo (uma percentagem mínima desses 12,5% ...) nas contas das empresas, a ponto de justificar isto?

Quanto é que ganha quem toma estas decisões?

Andam a fazer de nós parvos. A desculpa da crise está a permitir que a finança e o "direito a lucrar" pressione ainda mais os trabalhadores precarizados e explorados, the bottom of the food chain.

O Código de Trabalho que temos permite, por exemplo, o que a SONAE se propõe fazer: aumentar para 60h de trabalho a semana laboral nos hipermercados, consoante a necessidade da empresa na quadra dos ho-ho-hos. Não contratam mais gente, apesar do desemprego (e, logo, da disponibilidade de mão de obra), apesar do trabalho barato - sobrecarregam os trabalhadores que têm ao dispor, e não pagam horas extraodinárias, apesar dos lucros.

Por tudo isto, os trabalhadores dos hipermercados e supermercados marcaram uma greve, para o dia 24 de Dezembro.

Uma greve contra o direito a fazer as pessoas trabalhar 10h por dia (que, com o tempo de refeição e os transportes pendulares de e para o trabalho se transformam em 12h ou mais), contra o Código de Trabalho que temos, que legaliza escravaturas de várias formas e feitios, contra o que se adivinha: o desaparecimento de quaisquer regulações laborais em nome do mercado global, da diminuição constante do valor do trabalho face ao da finança especulativa, que vai indo, bem obrigada.

Esta é uma greve bem pensada: num dia de pressão grande no mercado à conta das prendas de última hora, num dia que é simbólico q.b.

Num dia que pode dar que falar.

... E esta é uma greve em que nós podemos todos ajudar:

BOICOTE OS HIPERMERCADOS E SUPERMERCADOS NESSE DIA!

Não faça compras.

Antecipe ou adie.

Seja um não-consumidor solidário.

Dê força ao protesto - e passe mensagem ...

terça-feira, dezembro 15, 2009

Pela liberdade e a independecia do Sara. Madrid 15/11/08

A propósito da luta de Aminatou Haidar ...

SOLIDARIEDADE COM AMINATOU HAIDAR!

Um mês de greve de fome! Uma greve de fome que é um imenso grito pela solidariedade internacional com o povo da Republica Arabe Saraui Democrática, o Sara Ocidental.
A luta de Aminatou é também contra a hipocrisia dos governos da União Europeia perante a monarquia autoritária de Marrocos.
É tempo de despertar um imenso movimento de solidariedade internacional com os sarauis, como aconteceu, uma vez, com Timor-Leste!

quinta-feira, dezembro 10, 2009

MICROGERAÇÃO FOTOVOLTAICA: a realidade e a propaganda!


"Todos" podem passar a ser "produtores de energia" aproveitando o Sol!
Esta é, mais ou menos, a mensagem governamental.

Num momento em que decorre a Conferência de Copenhaga sobre as alterações climatéricas, decorreu ontem, 09 de Dezembro, mais uma sessão mensal de registos para produtores de energia. Foi mais um momento, para se confirmar a distância que separa a propaganda governamental da realidade.

O acesso à microgeração fotovoltaica é um exemplo de um processo muito pouco democrático e muito pouco transparente. E para isto contribui, e muito, a posição do Ministério da Economia e Inovação - entidade responsável pelo portal "renováveis na hora" por onde passam os registos - que não responde às (centenas) de reclamações, não promove alterações que tornem o processo mais celere e eficaz, ignora as dificuldades por que passam centenas de pequenas e médias empresas que têm esta área como a sua área principal de actividade, não liga nenhuma ao esforço dos pequenos consumidores que querem passar a pequenos produtores.

Quem quiser ser pequeno produtor de energia, não chega comprar painéis fotovoltaicos. Tem de percorrer um circuito, onde o registo no tal processo "renovaveisnahora.pt" é um momento decisivo, já que não se pode ser produtor sem se estar préviamente registado.

E todas as dificuldades começam e centram-se neste momento mensal de registos: só uma vez por mês, há sessão de registos. Ontem houve mais uma e o cenário é sempre o mesmo: milhares de pessoas a tentarem entrar no tal portal sem nunca o conseguirem!

Vejam esta informação e, já agora, mais esta.

Mês após mês, uma vez por mês, provavelmente centenas, senão milhares, de pessoas tentam aceder a um portal que parece aberto sómente para alguns!

A posição do governo parece ser de dar mais valor à propaganda, ignorando uma realidade que pode comprometer os próprios objectivos que o governo assume a nível internacional.

Como dissemos, num momento em que se fala em salvar o planeta, em Copenhaga, num esforço que deveria ser de todos, com regras e processos claros, o governo português dá um exemplo péssimo!

segunda-feira, dezembro 07, 2009

COPENHAGA COMEÇA HOJE ... MAS HÁ MUITOS ANOS QUE "ALGUNS" JÁ LUTAM PELA DEFESA DO NOSSO PLANETA!

Hoje no ínicio da cimeira de Copenhaga sobre o ambiente, "todos" estarão a favor de medidas pela sustentabilidade do ambiente e do Planeta: o industrial da fábrica de tinturaria que poluiu o rio, o que pega no carro para percorrer 50 metros que vai de casa ao café, a familia que continua a mandar às urtigas a separação do lixo, o autarca que ainda não se apercebeu que as lampadas da autarquia devem ser substituidas e que pode começar a produzir energia, a multinacional que continua a procurar mão-de-obra em saldo para deslocalizar as suas fábricas poluentes e exploradoras, o governante que só se lembra do ambiente quando tem de fazer propaganda a que chama publicidade, o industrial/financeiro que descobriu no nuclear uma fonte de energia tão limpa quanto os lucros que pode obter a partir daí, à custa também, do sistema opaco (para as pessoas) que entretanto criou para sustentar essa fonte energética ...

É, de facto é, a cimeira de Copenhaga coincidirá com um momento alto de hipocrisia planetária concentrada na capital dinamarquesa! Depois dos dias da cimeira, em muitos locais, esta coisa do ambiente voltará a ser preocupação de uns quantos que até já pensam e agem há muitos mais anos que os governos todos juntos ...

Os atentados ao Planeta e ao sistema ambiental tiveram, têm e terão muito a ver com o modo de funcionamento dos sistemas económicos baseados no poder económico-financeiro e em organizações sociais e políticas onde a opinião e a participação das pessoas é relegada para planos secundaríssimos!

A defesa deste Planeta e de um ambiente sustentado diz respeito à iniciativa das pessoas, ao reconhecimento da sua participação a todos os níveis, à existência de educação e cultura com acesso universal! As pessoas, todos nós, de certeza, que fariamos muito mais, até hoje, pelo ambiente, que aquilo que os governos fizeram!

Ora vamos lá ver até onde os governos estarão dispostos a ir para a "sua" defesa do Planeta!?!?...

sexta-feira, dezembro 04, 2009

POR FALAR EM CORRUPÇÃO ...



Bloco de Esquerda e PCP apresentaram na Assembleia da Republica iniciativas concretas e importantes contra a corrupção. Para já, a iniciativa do BE propondo a eliminação das diferenças entre acto ilícito e acto lícito foi aprovada com os votos contra do PS e os favoráveis do próprio Bloco, do PCP e do PSD, e, a abstenção do CDS. As propostas bloquista e comunista sobre o enriquecimento ilicito serão votadas no próximo dias 10 do corrente, aproveitando uma sessão sobre o assunto agendada pelo PSD.
José Sócrates e a direcção sócratica do PS entretanto acusaram já toda a oposição de aprovarem medidas que "violam o segredo de justiça" ... Na prática, José Sócrates acaba por renegar iniciativas de ex-dirigentes do seu próprio partido, como João Cravinho, e, dá um péssimo exemplo quando se multiplicam casos e mais casos de corrupção.
Num Estado, como o português, cheinho de casos de corrupção, evocar o "Estado de Direito" e o "segredo de justiça" a propósito de medidas contra a corrupção, só pode ser piada ou então uma brincadeira de mau gosto ...

Freeport, Face Oculta, submarinos, ... , os exemplos sucedem-se, mas sempre com algo em comum: os processos parece que nunca vêm um fim, uma conclusão, um esclarecimento perante os cidadãos!

Por falar em corrupção, é interessante notar que essa praga aumenta ao ritmo do crescimento da distância que vai separando os cidadãos do acesso à participação democrática directa e participativa. O poder torna-se algo acima dos cidadãos e das suas vontades ... referimo-nos ao poder do Estado, mas também ao poder nas empresas (públicas e privadas, já que ambas acabam por se organizar hierarquicamente, quase da mesma forma!).

Faz todo o sentido, lembrar que quando o poder estava mais controlado pela afirmação dos movimentos e das lutas sociais, mais dificil se tornava a prática das chamadas gestões danosas e dos actos de corrupção a todos os níveis. Quando se falava de autogestão em vez de cogestão, por exemplo. Hoje só se fala, e quando se fala, de controlo de gestão. Mas um controlo que é quase sempre feito por quem está de bem e quase em família com os que vão ser controlados ...

Lembram-se também dessa coisa, hoje diabolizada (!), que era a banca nacionalizada em 1975. Por que será que não havia casos de corrupção ou quando existiam, eram, desde logo, denunciados? Os que, na altura, falavam de "selvajaria", são, provavelmente, aqueles que hoje assobiam para o lado perante casos de corrupção evidentes ...

Quando o poder está próximo do controlo democrático das pessoas, quando o poder é obrigado a mostrar transparência pela pressão das lutas e dos movimentos sociais, quando afinal a democracia é praticada, exercida, sentida, então torna-se muito mais dificil práticas de corrupção a qualquer nível!

No actual estado de opacidade das instituições e das empresas, de falta de participação democrática, de proliferação de teias e mais teias de lobbies disto e daquilo, a corrupção torna-se endémica a este sistema gerido e controlado por grupos que se movimentam à margem da vontade das pessoas que são cidadãos e trabalhadores!

quarta-feira, dezembro 02, 2009

DIA "NÃO A BERLUSCONI" em Lisboa



Berlusconi envergonha toda a Europa! Merece ser julgado! Este é um assunto que diz respeito a todos os europeus! Em nome da Justiça e da defesa das liberdades e da democracia!

TRATADO DE LISBOA: A TEIMOSIA DOS GOVERNOS!

























Com toda a pompa, os governos europeus, com o de José Sócrates a fazer de mestre das cerimónias, lançaram os foguetes, apanharam as canas e fizeram uma festa que passou ao lado de todos os europeus: a entrada em vigor do chamado "Tratado de Lisboa".
Este Tratado não altera o caracter profundamente anti-democrático da construção europeia dinamizada pelos governos e só pelos governos europeus.

Dando mais uns poderzitos ao desvalorizado Parlamento Europeu, o Tratado de Lisboa mantém os que vivem e trabalham no espaço europeu, à margem da construção europeia. Este Tratado fica com esse exemplo de abandalhamento da consulta popular que foi o caso Irlandês, com a repetição de um referendo que tinha dado vitória ao "não" ao Tratado de Lisboa. Os governos europeus, numa atitude de força pelo facto de serem governo, obrigaram (é o termo, entre ameaças de um futuro "negro" se o voto desse novamente "não") o povo irlandês a votarem segunda vez para um mesmo fim! Será que não haveria terceiro referendo se o resultado tivesse dado novamente "não" ?...

Sócrates, Durão Barroso, Zapatero, Sarkozy, Berlusconni ... não se livram de ficarem para a História como os responsáveis por mais um adiamento de uma construção democrática de uma Europa que não pode desprezar a opinião e a vontade dos que nela vivem e trabalham, e, que querem ver os seus direitos sociais, democráticos e culturais reconhecidos e praticados!

terça-feira, dezembro 01, 2009

TERRA E LIBERDADE, de Ken Loach

Passagem de um filme que exibe bem as diferenças entre os que defendem uma organização libertária, aberta e construída de baixo para cima, e, os que não conseguem agir sem a canga de uma qualquer "vanguarda" ... socialismo precisará sempre de liberdades, mas também nunca poderá dispensar ou ignorar a auto-iniciativa dos trabalhadores e de cada trabalhador.
É sempre tempo de ver ou rever estas imagens da revolução em Espanha!

domingo, novembro 29, 2009

HILARIANTE: HUGO CHAVEZ APELA À CONSTITUIÇÃO DA 5ª (!) INTERNACIONAL ...


Não se sabe se dará jeito à venda de petróleo, mas Hugo Chavez apelou à constituição de uma "5ª Internacional"...

Hugo Chavez para além do tradicional aliado cubano, tem também outros muito "originais" que devem ter saltado de contentes, com o anúncio da formação da "" ... lembramo-nos do amigo iraniano, do amigo norte-coreano, do amigo russo ... todos eles exemplos do que é a construção do "socialismo" ...

Chavez, sempre muito imaginativo nas "soluções" que encontra para defender (!) os mais desprotegidos, agora que começa a experimentar os primeiros deslizes internos na "sua" Venezuela, volta-se para os "mais desprotegidos" no plano internacional, onde tem passado o tempo a confundir dirigentes estatais (como o iraniano) com as massas trabalhadoras ...

Imparável este Chavez no seu processo de esquizofrenia política ...

quinta-feira, novembro 26, 2009

REFORMA AOS 40 ANOS DE TRABALHO: será que não há mesmo um "bloco central" ?

Depois de já se terem juntado quanto à avaliação dos professores, agora, o PS e o PSD, preparam-se para chumbarem o direito à reforma aos 40 anos de trabalho, que Bloco de Esquerda e o PCP defenderão na Assembleia da Republica.

Perante a posição de apelo a que se faça justiça a quem trabalhou 40 anos, os partidos do "bloco central" acenam novamente com um cenário de "ruptura" da Segurança Social "já para o próximo Orçamento do Estado" se o proposto pelo BE e pelo PCP viesse a ser aprovado.

Perante um cenário de reformas miseráveis, o PS e o PSD fazem uso de argumentos baseados em contas que só eles percebem, quanto à sustentabilidade da Segurança Social pública, evitando tomar medidas que introduzam mais justiça na economia.

O único caminho para a sustentabilidade da Segurança Social pública, não é o aumento da idade de reforma. Isto enquanto persiste um cenário real, por todos conhecido e sentido, de reformas milionárias em paralelo com reformas miseráveis. As segundas , as miseráveis, quase sempre para quem trabalhou uma vida inteira!

É curioso que, por exemplo, a peça do Diário de Notícias sobre este tema, tenha o seu desenvolvimento na secção de "Bolsa"! A culpa não é óbviamente do diário. O que acontece é que a própria direcção do PS, em parceria com os partidos do arco neo-liberal (PSD e CDS), têm tratado da sustentabilidade da Segurança Social olhando para os movimentos especulativos da bolsa.

A sustentabilidade de uma Segurança Social pública tem muito a ver com o exercício do direito a um emprego digno. Direito que tem, progressivamente e como resultado da crise financeira neo-liberal, a ser cada vez menos um direito. O desemprego, a precariedade, os despedimentos, também "justificados" como caminho para a "sustentabilidade financeira" das empresas, são também flagelos sociais com consequências desastrosas para uma Segurança Social pública e para todos.

A sustentabilidade da Segurança Social pública precisa de outras políticas governamentais, de outra vontade política, precisaria de um governo que sentisse o que quer a maioria social de esquerda que este País tem!

quarta-feira, novembro 25, 2009

25 DE NOVEMBRO DE 1975: LIBERALISMO vs SECTARISMO ... E O SOCIALISMO ?

Em 25 de Novembro de 1975 dizem os partidos do arco neo-liberal (direcção do PS incluída) , que a "democracia venceu".

Do lado das esquerdas, essa data marca o triunfo de uma concepção de "democracia" onde o representativismo torna-se incompatível com uma concepção mais participativa e directa.

O 25 de Novembro de 1975 revelou que um processo revolucionário não se pode manter, ad-eternum, num impasse, sem qualquer sentido político definido, com as massas populares e trabalhadoras ao sabor de mil e uma formas de
sectarismos, populismos e esquerdismos. Quando isso acontece, quase sempre, a contra-revolução acaba por triunfar!

O 25 de Novembro de 1975 é uma data que deveria merecer debate à esquerda. Até porque é um debate que é sempre actual: que socialismo se pretende para o século XXI?

Em 1975, a revolução portuguesa esteve polarizada entre uma social-democracia que funcionou como guarda-chuva que albergava reacionários e reformistas convictos, e, correntes à esquerda onde abundava muito lenino-estalinismo, estalinismo e maiosmo, tudo muito "vanguadista" e, como tal, ultra-sectário.

Em muitos momentos, faltou, de facto, um pólo democrático e socialista, claramente anti-capitalista, que desse algum sentido politico ao movimento social, sem o colocar num qualquer colete de forças imposto por uma qualquer "vanguarda".

Em 2009, o mais importante é conseguir debater serenamente tudo o que aconteceu, sem tabus e sem preconceitos. É urgente que o socialismo para o século XXI não volte a incorporar modelos que falharam profundamente !

terça-feira, novembro 24, 2009

Malalai Joya: TODAS AS TROPAS ESTRANGEIRAS DEVEM RETIRAR DO AFEGANISTÃO!

Depois de a ter visto e ouvido no Porto, numa Sessão promovida pelo Bloco de Esquerda, não resisto a publicar mais esta peça retirada do youtube.

Malalai é, de facto, um exemplo de uma mulher de luta e representa um permanente apelo a que a solidariedade internacional com o povo afegão não abrande! A Paz no Afeganistão passa pela retirada das tropas estrangeiras, pela derrota dos senhores da guerra e de todos os funadamentalismos!

ESQUERDA NOVA: corrente do Bloco de Esquerda organiza e promove debate a nível nacional!


A Esquerda Nova - Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda vai iniciar uma série de SESSÕES DE DEBATE subordinadas ao tema "BLOCO: QUE FAZER?".
As Sessões são abertas e a primeira é já nesta Sexta-Feira , 27 de Novembro, em Viseu, na Sede local do Bloco de Esquerda.
É importante debater e a ESQUERDA NOVA já tinha dado um bom exemplo com a última edição do seu boletim aperiódico com textos de diversas opiniões de dentro do Bloco de Esquerda. A diferença e o pluralismo são importantissimos para que o espaço da esquerda socialista ganhe mais força social e política, para ter uma palavra decisiva e de qualidade na definição de uma alternativa socialista de poder.
Se forem de Viseu ou estiverem por lá, apareçam !

segunda-feira, novembro 23, 2009







APRE !


(cliqua e consulta o sítio de cada movimento)

Quatro movimentos CONTRA A PRECARIEDADE juntaram-se para o lançamento da petição




ANTES DA DÍVIDA TEMOS DIREITOS !





Assina a petição! Contamos contigo!

domingo, novembro 22, 2009






Canpanha Internacional 2009 - Cimeira de Copenhaga sobre o clima.

sexta-feira, novembro 20, 2009

FINANCIARIZAÇÃO DA VIDA DE TODOS OS DIAS! - 2ª parte ...

























Um camarada e amigo, o Manuel Monteiro, pegou na posta anterior e resolveu adaptá-la com os seus contributos e ideias. Ficou assim e ficou bem, já que dá para pensar, debater e agir.



João Pedro Freire


Hoje em dia, a exagerada preocupação com a nossa inclusão social faz-nos crer, que a mesma passa pela obrigatoriedade de se possuir/consumir determinados bens. Quem não tem esses bens ou comportamentos de consumo, é olhado como um "excluído". Na generalidade, somos avaliados por aquilo que possuímos/exibimos e não pelos nossos princípios/comportamentos.

Para fazer face a esta necessidade de consumo, muitas vezes incomportável para o rendimento auferido pela generalidade da população, recorre-se ao crédito bancário. Assim a "necessidade" que sentimos de consumir, para nos sentirmos "integrados" na sociedade, leva-nos a recorrer ao crédito bancário, o qual também é uma forma de consumo (pois os bancos estão a vender a possibilidade de consumir hoje, com o rendimento que eventualmente havemos de receber no futuro - aplicando ao empréstmo a sua margem, i.e. os juros).

Mais uma vez, somos avaliados em função do que consumimos, neste caso, o crédito bancário. Os bancos, através das suas imensas bases de dados de risco (de crédito), passam também por ser uma espécie de "termómetro" aceite para se aferir sobre a "idoineidade" e a "respeitabilidade" de cada um.

Esta FINANCIARIZAÇÃO (atenção, não sei se esta palavra existe!) da vida de todos os dias de cada um, é, em si mesmo e nos efeitos que tem, uma espécie de novo totalitarismo dos nossos dias. Acrescento ainda que esta FINANCIARIZAÇÃO é uma peça fundamental desse novo totalitarismo, composto pelas seguintes etapas:

  • As empresas nos entido de realizar o seu objectivo (vender para obter lucro), bombardeiam os consumidores/trabalhadores com publicidade.

  • Os consumidores/trabalhadores, iludidos na necessidade de possuir bens/serviços de que muitas vezes não precisam, adquirem os mesmos, com recurso ao crédito bancário.

  • Os consumidores/trabalhadores na sua generalidade (já bastante endividados), por medo de perder o seu posto de trabalho (o que impossibilitava o pagamento das suas dívidas) não se atrevem a reclamar juntos dos seus empregadores (as empresas em setido lato, que os incentivaram a consumir) por melhores condições de trabalho/salariais ou não se atrevem a bater com a porta à procura de melhor.

Assim se completa o ciclo totalitário que se vive na actualidade. Ao observar este ciclo, vem à cabeça aquela imagem dos trabalhadores de uma fazenda qualquer (isolada no meio do nada), obrigados a gastar a migalha de rendimento que lhes é pago na loja da própria fazenda (propriedade do fazendeiro), para comprar bens essenciais a preços exagerados. A filosofia é a mesma, só que agora, o fazendeiro (neste caso o banco) adianta o dinheiro quando o trabalhador quer comsumir mais.

Como nos libertar deste ciclo?

Existem alguns caminhos possíveis.


  1. Embora inconveniente para a maioria dos interesses instalados, uma medida possível seria a sensibilização para um consumo mais cuidado.

  2. Tentativa de alterar os valores sociais atribuídos ao acto de consumir e/ou possuir. Ensinar a valorizar as pessoas pelas suas qualidades.

O caminho mais simples e eficaz, foi o escolhido por muitos americanos, os NINJA.

3. A presente crise económica/financeira mundial foi desencadeada pelos NINJA. NINJA é uma classificação dada pelos bancos americanos a uma faixa da população americana (a quem esses bancos na sua ânsia de obter lucro) concederam crédito para adquirirem casa própria. Os NINJA ao repararem que nunca teriam hipótese de pagar os seus empréstimos, não se ralaram com mais nada e sem qualquer sentido de culpa (ou vergonha), entregaram as suas casas às instituições de crédito. Assim, com esta acção, deu-se o quase colapso do sistema financeiro mundial (não fosse o apoio dado pelos governos). Afinal, o simples cidadão (quando unido em grandes números) ainda consegue lutar e derrubar o novo totalitarismo em que vivemos. Para aqueles que acreditam na mudança, este simples exemplo é um tremendo sinal de esperança no futuro e um grande incentivo para continuar a lutar.

Já agora para animar, o significado de NINJA aqui utilizado é: NO INCOME, NO JOBS, NO ASSETS.

Assim, estes cidadãos ao virarem as costas aos conceitos estabelecidos pelos bancos, quase derrubaram todo o sistema financeiro.

Sim, é possível viver sem uma conta bancária e sem os bancos. É possível viver em liberdade!

Manuel Monteiro

FINANCIARIZAÇÃO DA VIDA DE TODOS OS DIAS!

Hoje em dia, a inclusão social passa pela obrigatoriedade de se possuir uma
conta aberta num banco. Quem não tem conta é olhado como um "excluido".
Os bancos, através das suas imensas bases de dados de risco (de crédito), passam também por ser uma espécie de "termómetro" aceite para se aferir sobre a "idoneidade" e a "respeitabilidade" de cada um.
Esta FINANCIARIZAÇÃO (atenção, não sei se esta palavra existe! ) da vida de todos os dias de cada um, é, em sim mesmo e nos efeitos que tem, uma espécie de novo totalitarismo dos nossos dias.
Ninguém é obrigado a ter uma conta num banco. Como ninguém mede a sua respeitabilidade e seriedade por indicadores que sómente medem o risco de crédito financeiro, como são as bases de dados bancárias. Mas tudo parece passar por aí!
Parece que, para se ultrapassar estas "obrigatoriedades" financeiras, até existe uma espécie de "serviços bancários minimos" ... mas estes "minimos" confirmam uma mesma tendência de FINANCIARIZAÇÃO da vida de todos os dias. A questão passa por saber: como se pode viver sem uma conta bancária? como se garante a idoneidade de cada um sem a necessidade de se recorrer a um conceito bancário? será que a cidadania só o é com uma conta num banco e um "bom" conceito financeiro?

quarta-feira, novembro 11, 2009

POR UMA BANCA SOCIALIZADA E DEMOCRÁTICA: um excelente trabalho para reflexão!

Não é todos os dias que surgem análises sobre o sistema financeiro, numa perspectiva que aponta para uma socialização democrática.
Em POR UNA BANCA SOCIALIZADA y DEMOCRATICA, Robert Pollin, parte para uma análise com essa perspectiva.
É possível ou não, organizar e perspectivar um sistema financeiro diferente do actual ?

Aconselha-se uma leitura atenta (o texto está em castelhano) , sendo benvindos todos os contributos criticos !

segunda-feira, novembro 09, 2009

UM DOSSIER, SOBRE A QUEDA DO MURO, A VISITAR!

Vale a pena visitar o ESQUERDA.NET sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim.

Na apresentação do dossier preparado, consta o seguinte:

"Há vinte anos, o mundo assistia à queda do Muro de Berlim e à explosão de alegria de um povo em busca da liberdade. Veja neste dossier os factos e as cronologias, vídeos e fotogalerias de Berlim e dos grafittis no Muro; as histórias de repressão e espionagem; a opinião e as memórias de António Avelãs, Natércia Coimbra, Mário Tomé e Francisco Louçã; o relato de dez meses que abalaram o Leste, por Carlos Santos Pereira; e saiba onde estão os outros muros que falta derrubar."

A VISITAR QUE VALE MESMO A PENA!

Earth Song - Michael Jackson : tudo é importante para uma consciência ambiental ACTIVA!

Não gosto do intérprete mas o tema e o filme valem a pena.
Até porque nos EUA nunca foi editado
O Detalhe: "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clip.
Filmado na Africa, Amazonia, Croácia e New York.
Emocionante!
(Este foi o texto do mail que foi recebido!)

O MURO DE BERLIM: RELATOS ...


" Torsten conhecia, claro, pessoas de Leste - tinha lá familia. Mas lembra quando contactou pela primeira vez com ossis (alemães de Leste) da sua idade. "Houve um jogo de voleibol entre pessoas de Oeste e de Leste. Eles eram da nossa idade, mas nós eramos todos estudantes, e eles já estavam todos a trabalhar. Nós estávamos à procura do nosso grande amor, e eles já estavam casados, já tinham filhos. Tínhamos todos a mesma idade, mas vidas completamente diferentes." Algo que se pode explicar porque na Alemanha de Leste havia grandes apoios a jovens casais especialmente com filhos: recebiam casa, tinham infantário, etc. "
(in, Pública, 08.11.09)

Adeus, Lenine - Um filme a (re)ver a propósito dos 20 anos da queda do Muro

Um filme cheio de humanidade e sensibilidade que deve ser visto e/ou revisto. Também tem a ver com a queda do Muro de Berlim!

MURO DE BERLIM: 20 ANOS DEPOIS ...

Há mais de 20 anos, os boletins da oposição socialista aos regimes estalinistas do Leste Europeu, conhecidos por SAMIZDAT, incluiam diversas análises que concluiam que a alternativa ao que existia a Leste não poderia ser o capitalismo.

Os oposicionistas ao regimes burocráticos e totalitários do Leste, não eram, todos eles, apologistas do sistema capitalista. Muitos, em número muito significativo, definiam-se como socialistas, alguns como comunistas. Para o dito "socialismo" do Leste, pediam democracia, pediam liberdade, pediam direito ao pluralismo e à liberdade de imprensa. Pediam também que a planificação económica deixasse de ser decidida pela nomenclatura e voltasse ao poder democrático dos trabalhadores.

O que existia a Leste, mostrava que o socialismo não pode existir como se fosse uma fortaleza fechada do resto do Planeta. O socialismo precisa de influenciar, precisa de confrontar em liberdade e em democracia!

O que existia a Leste também convinha às democracias liberais do Ocidente. Identificar o Leste com o "papão comunista" dava muito jeito a quem precisa também desse "argumento" para perpetuar um sistema que oferece desemprego em liberdade, exploração em liberdade, miséria em liberdade, e, um conceito de liberdade que acaba sempre por beneficiar os que mais possuem em detrimento dos que precisam de trabalhar, muitas vezes, para sobreviver!

O socialismo precisa de liberdade e de democracia como o corpo humano precisa de oxigénio. Tal como é sempre vital que a liberdade seja sempre a liberdade de pensar e agir de maneira diferente!

20 anos depois da queda do Muro, os que viveram a imposição do Muro a Leste e a Oeste, sabem, sentem, que a conquista da liberdade não chegou, só por si! Talvez faça todo o sentido lembrar slogans, cheios de sentido, que clamavam por "nem socialismo sem liberdade, nem liberdade sem socialismo".

Só por si, a liberdade não dá justiça, embora seja vital para se poder lutar por mais justiça social e mais justiça na economia!

20 anos depois da queda de um Muro injusto, totalitário, repressivo, inumano, vivemos, em liberdade, uma terrível crise económica e financeira com consequências desastrosas no plano social, mas também, no exercício das próprias liberdades democráticas. Os episódios sucedem-se quanto a exemplos que evidenciam que o capitalismo aprendeu muito com as práticas totalitárias dos antigos regimes de Leste!

20 anos depois da queda do Muro em Berlim é urgente defendermos a liberdade, defendermos a democracia para podermos prosseguir com uma luta internacional pelo socialismo, enquanto sociedade de justiça social, de liberdades, de democracia, de participação livre e generalizada!

segunda-feira, novembro 02, 2009

UM ANO DEPOIS DO INICIO DO CASO BPN: TUDO NA MESMA E ASSIM SERÁ ...

Faz hoje um ano que começou, pelo menos à luz do dia, o caso BPN. Embora já em 2000 alguma imprensa tivesse dado conta das suspeitas relativamente às contas do BPN ...

O caso BPN exibe bem as diferenças entre os sistemas assentes no exercício das supervisões/regulações bancárias e os sistemas assentes no controlo democrático e transparente por parte dos trabalhadores dos sectores económico-financeiros envolvidos. Propositadamente incluímos as "nacionalizações" nas supervisões. Porquê? Porque as "nacionalizações", quase sempre, convertem-se em estatizações que aplicam ao que é nacionalizado, a qualidade de quem nacionaliza e/ou supervisiona. Por exemplo: o que é que aconteceu com a "nacionalização" do BPN? Quais as garantias de transparencia e de luta contra a corrupção que pode dar um aparelho de Estado, todo ele, dominado pela influência de lobbies, de jogos de interesse, de inexistência de controlo democrático?

O caso BPN foi a expressão nacional da crise que invadiu o sistema financeiro capitalista internacional. No entanto, passado um ano e depois de uma quase mão cheia de casos levados à justiça (!), o que é que mudou ? Ou melhor, será que alguma coisa poderia ter mudado, quando os protagonistas da "justiça" acabam por ser os mesmos a quem era aplicada a "justiça"? E outra questão também é pertinente: que "justiça" é esta que existe à margem das democracias, que não é controlada por ninguém e que vai sobrevivendo numa total opacidade ?

O caso BPN exibe e bem a qualidade da nossa democracia: o que sucederia se os cidadãos pudessem participar democrática e espontaneamente em todos os níveis da sociedade? O que sucederia se os trabalhadores em cada empresa (pública, privada e social) tivessem acesso e voto na matéria, quanto à gestão e aos actos de gestão? É aqui que está a verdadeira questão e não em "nacionalizações" que significam dar de novo à raposa, armas para voltar a guardar o galinheiro de onde tinha sido expulsa ....

sexta-feira, outubro 23, 2009

Menina dos meus Olhos - José Mario Branco

Enviado por um Amigo e Camarada, esta peça está plena de actualidade ... é melhor ouvir!

quarta-feira, outubro 21, 2009

DESCOBRIR O CAMINHO DA ALTERNATIVA SOCIALISTA DE PODER - uma reflexão da Esquerda Nova, corrente de opinião no Bloco de Esquerda

A Esquerda Nova é uma corrente de opinião no Bloco de Esquerda. É uma corrente que tem uma acção independente das correntes tradicionalmente citadas como "fundadoras" do Bloco de Esquerda. O que não invalida que no seio da Esquerda Nova não existam militantes que são também fundadores do BE.

A Esquerda Nova assume-se como uma corrente com opinião própria dentro do Bloco. Tem um portal, edita um boletim aperiódico "Objectivo: Socialismo!" e apresentou listas candidatas à Mesa Nacional do BE, nas duas últimas convenções nacionais. É uma corrente que se afirma claramente da esquerda socialista.

Na sequência dos últimos três actos eleitorais - europeias, legislativas e autarquias - apresentou uma reflexão escrita "DESCOBRIR O CAMINHO DA ALTERNATIVA SOCIALISTA DE PODER". É uma reflexão que merece chegar a todas e a todos os que procuram uma esquerda socialista que tenha a ambição política de querer contribuir para uma alternativa de poder com políticas e programas socialistas, a partir da intervenção nas lutas sociais ! Uma alternativa que dê corpo à maioria social de esquerda que existe, mas que nunca teve expressão política!

quarta-feira, outubro 14, 2009

DEPOIS DAS AUTARQUICAS: AFINAL O QUE É ISSO DE ESQUERDAS ?

Depois das eleições autarquicas, como é que se responde a esta pergunta simples:


afinal o que vale uma maioria social de esquerda se essa maioria nunca tem expressão política ?

Nas autarquias, as esquerdas continuam em maioria em relação à direita! Mas porque as direcções partidárias continuam com os seus problemazinhos subjectivos, a maioria dos eleitores de esquerda têm de recorrer ao chamado "voto útil" para evitar que a direita e/ou o populismo triunfe.

Continuou a ser assim, nos principais centros urbanos do País. Por isto, o Bloco de Esquerda e a CDU foram fortemente penalizados!

Quem vota à esquerda - e aqui considera-se esquerda, o PS, o BE, a CDU e o PCTP, por exemplo! - tem sempre um sentido político muito mais apurado e muito mais prático que os meandros dos raciocinios dos dirigentes dos principais partidos de esquerda!

A gente das esquerdas sabe o que tem de fazer quando está em causa a sua própria vida: no dia-a-dia unem-se nas lutas sociais, na altura de votar, não esperam que as direcções partidárias resolvam ou não unir-se, unem-se eles mesmo, concentrando o voto na esquerda que mais depressa garante que a direita não chega ao poder!

Este sentido prático (que nem sempre resulta, infelizmente!) deveria estar presente em todas as estruturas partidárias das esquerdas, para que algo mudasse! E mudasse com a criação de condições para dar expressão política à maioria social de esquerda!

É completamente absurdo, como algumas mentes sectárias teimam em repetir à esquerda, que a unidade das esquerdas não se concretize porque uns entendem que só pertence a outros o monopólio das "cedências à direita" ou das políticas que "não são verdadeiramente de esquerda"!

Não há nenhuma corrente de esquerda que esteja, em pleno século XXI, "pura" ou "limpa" quanto a erros, maiores ou menores, cometidos. Este também seria um bom ponto de partida para se mudar a cultura de diálogo à esquerda!