tribuna socialista

domingo, junho 18, 2006

SOLIDARIEDADE COM OS ESTUDANTES CHILENOS

O texto que se publica é a posição de SOCIALISMO LIBERTARIO, na Argentina, sobre a luta dos estudantes chilenos do ensino secundário. Uma luta que surgiu de baixo para cima, rejeitando qualquer tutela política e um modelo de ensino que permanece quase intacto desde os tempos da ditadura de Pinochet e que as políticas dos governos democráticos pouco acrescentaram quanto a qualquer ruptura. Tal como em França (imagem no lado direito desta posta), há uma nova geração de jovens que quer afirmar o seu protagonismo na afirmação de novas alternativas.
Para reflexão dos estudantes portugueses ...

Hoje não estamos a estudar história, estamos a fazê-la!”, “Queremos dar uma lição de como elevar a voz”, dizem alguuns dos cartazes das e dos estudantes das escolas do ensino secundário do Chile que têm estado a protagonizar uma extraodinária e singular luta, a maior dos últimos 30 anos. Reclamam uma escola gratuita, exigem que o exame para ingresso na Universidade seja também gratuito e questionam a nefasta Lei Organica Constitucional de Educação (LOCE): a última que foi imposta por Pinochet e que foi muito bem assimilada por quatro governos democráticos nos últimos 17 anos.

A revolta dos estudantes chilenos, surgida a partir de baixo e recusando qualquer controlo político, é a expressão concreta e contundente de um novo protagonismo directo que tem ido mais além com as novas gerações e tem despertado a simpatia e o apoio de diversos sectores sociais.

Estando isto a acontecer no Chile, onde a “obra” da ditadura foi “normalizada” por uma democracia autoritária e repressiva, é um sinal de uma vitalidade imensa e renovada. Trata-se de um verdadeiro movimento estudantil que convocou 800.000 estudantes secundários durante o último mês, ocupando 500 escolas, ganhando ruas e praças, enfrentando a brutalidade dos Carabineros (a polícia) e desafiando o poder político “progressista” e “socialista” de Michelle Bachelet.

A greve estudantil de 30 de Maio, que não foi criticada pela imprensa nem por todos os que procuram “agitadores”, foi reconhecida pela sua real dimensão, foi mais do que a expressão da magnitude deste movimento, transversal , que envolve escolas públicas e privadas.

A revolta juvenil chilena mostra-nos vontade de afirmação, a busca de uma educação igualitária para ricos e pobres, a recusa do autoritarismo, a procura de uma educação diferente que supere a brecha crescentemente classista imposta pela lei pinochetista-democrática. A greve de 5 de Junho, apoiada activamente por diversos sectores sociais, é uma nova amostra em como esta vontade firme pretende ir mais além que as ofertas parciais e defensivas de Bachelet. E por isto mesmo, perante uma luta que expressa um presente/futuro que recusa o passado, apelamos à juventude argentina para manifestar a sua solidariedade activa, procurando relacionar-se com as suas formas e os seus conteúdos, fazendo nossa essa luta ao mesmo tempo que aprendemos com ela.


Apoio activo à luta das e dos estudantes chilenos!
Basta de repressão! Basta de autoritarismo “progressista”!
Viva a revolta estudantil chilena sem tutelas políticas!


SOCIALISMO LIBERTARIO, Buenos Aires, 05/06/2006

Sem comentários: