tribuna socialista

terça-feira, fevereiro 20, 2007

PORTUGUESES ENTRE OS MAIS POBRES DA U.E. ...

Existem muitos caminhos para se ler e interpretar uma notícia. Mesmo quando se trata de uma como aquela que está no Público de hoje com o título: "Portugueses entre os mais pobres da UE".
Não é novidade, apesar dos anunciados "Planos Tecnológicos" ou dos novos "Códigos Laborais" ou até do combate à evasão fiscal.
José Sócrates certamente que encontrará as suas razões para continuar com a mesma política. Marques Mendes apontará o dedo ao governo como o "grande responsável" por esta situação.
Num ou noutro caso, daria para pensar: porque razão falam ambos assim, se são, com os seus partidos, os únicos (com o apendice CDS) que foram governo neste País?
Esses governos do "centrão" foram também os responsáveis pela crescente desvalorização do factor Trabalho na economia nacional. Para além da sucessiva perda de direitos e do caminho aberto para a total obstrução a qualquer forma de participação dos trabalhadores em qualquer matéria que lhes diga repeito.
Os trabalhadores, em qualquer sector de actividade, público ou privado, são hoje olhados pelos governos e pelas empresas como um custo que para ser rentabilizado tem de ser sempre menorizado quanto ao seu valor ou até quanto à sua valorização (por exemplo, formação profissional).
O estudo da Comissão Europeia chama a atenção para o seguinte: "Mas Portugal tem o pior resultado da UE num outro indicador, o dos trabalhadores pobres, o que significa que o salário não protege contra a precariedade: segundo os mesmos dados, 14 por cento dos portugueses com um emprego vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8 por cento no conjunto dos Vinte e Sete".
Enquanto este cenário de pobreza se vai acentuando, as empresas, os empresários e a banca vão batendo recordes de lucros. Ou até conquistando, por parte do governo, alguma tolerância no ambito do dito combate (apanha primeiro os mesmos de sempre ...) à evasão fiscal ...
Perante estas duas realidades opostos e contraditórias, bem pode o governo continuar a pedir confiança para a retoma económica aos portugueses ...

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