tribuna socialista

sábado, fevereiro 03, 2007

SOCRATES: O ARTISTA QUE TENTA QUADRAR O CIRCULO ...

Manuel Pinho é Ministro do governo de José Sócrates. Antes de ser ministro era quadro superior de um banco. Não há registo que tenha estado, alguma vez, sindicalizado ou participado nalguma greve. Também não há registo de alguma intervenção pró-transformação socialista da sociedade. Para entidades como o Ministro Pinho, o desenvolvimento de um País é só obra de empresários capazes de manter trabalhadores dóceis. Dóceis porque pouco reinvidicativos. Dóceis porque submissos aos seus patrões ...

Paradoxalmente, a própria Europa parece que não reunirá as simpatias de Pinho quanto ao modelo social que adopta para favorecer os empresários e submeter os trabalhadores ... ainda por cima, existem grandes estruturas sindicais que passam a vida a reinvidicar ...

O que realmente mexe com as simpatias de Pinho é a actual China ... diz-se "socialista" (como se diz Sócrates e até Pinho!) mas não se vêm sindicatos e os trabalhadores trabalham dócilmente 70 horas por semana por uma bagatela ... E ai do trabalhador que resolva levantar a garimpa ...

Manuel Pinho já veio dizer que ninguém percebeu o que ele quiz dizer com o que realmente disse ... ou melhor, disse efectivamente o que disse, mas ... só para consumo "out of country", i.e. fora do país !

Por cá, parece que não se aplica o que disse ... lá! Por cá, para consumo interno, o que fica é a discrepância entre os discursos e os programas e a prática diária da acção governativa!

Após uns dias de reflexão (!), o primeiro-ministro resolveu falar do que o seu Ministro Pinho disse: E falou para lhe dar razão ... revelando, fora do País, a mesma mestria que vai revelando internamente para ... quadrar o círculo! Digno da conhecida série "Yes, Minister".

Um Primeiro-Ministro que é também secretário-geral de um Partido que se (ainda...) diz socialista, dar cobertura política a um Ministro que defende políticas de baixos salários para atrair investimento externo ou que ataca sindicatos com o mesmo argumentário da direita mais retrógrada, é, de facto, uma pessoa que tem tanto de socialista como os dirigentes chineses têm de socialista ou até de comunista ... E este é mais um sinal do sentido das políticas do actual governo e da actual direcção liberalzita do PS !

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