tribuna socialista

domingo, março 29, 2009

SOCIALISMO: reflexões interessantes feitas de uma forma interessante ...



Esta reflexão surge no seguimento de uma reflexão iniciada aqui com o título the 'S' word

Assim também se pode pensar o socialismo. Que deve continuar a ser utopia, mesmo quando é urgente que seja alternativa!
E não é nada fácil ser alternativa, quando o "socialismo" continua a servir para muita caricatura, para muito palavreado, para muitos falarem dele e em nome dele com uma espécie de trela de um cão que se domina, mas que só serve para o guardar numa gaiola ...
Gostaria que o socialismo não precisasse de mais nada para ser socialismo mesmo. Mas, hoje em dia, também me defino como socialista libertário de inspiração marxista. Como considero que, por exemplo, o contributo dos libertários bakuninistas e kropotkinianos é insubstituivel. Como considero que qualquer socialismo para o seculo da globalização capitalista tem de asseentar numa critica feroz do estatismo de Estados nacionais que se tornaram autenticos monstros acima de qualquer realidade social.
Qualquer socialista que luta verdadeiramente pelo socialismo, tem, terá, sempre, de o pensar, voltar a pensar, confrontá-lo com a realidade social onde cabe também o direito à felicidade individual e colectiva!

1 comentário:

Nuno Cardoso da Silva disse...

Enviei para "o blog ou a vida" este meu comentário:

"Esta discussão é eterna. Deixem-me no entanto introduzir uma pequenina provocação.

A santa trilogia da esquerda é Liberdade - Igualdade - Fraternidade. Mas raramente a esquerda se aproximou, na prática, desse ideal.

A santa (mas camuflada) trilogia da direita é Liberdade - Desigualdade - Caridade.

A direita, tal como a esquerda, quer a Liberdade, mas é a liberdade para utilizar a desigualdade em proveito próprio. Os espertos, os qualificados, os bem relacionados, os abastados, utilizam a Liberdade de forma Darwinesca. O predomínio dos mais aptos, sendo que a aptidão é apenas a aptidão para ganhar dinheiro. Depois, quando isso resulta em muita pobreza, a direita recorre à caridade - que é sempre uma benesse e não um direito - para aliviar a carência de muitos e a má consciência de alguns.

A esquerda - a libertária, que é a de que eu gosto - luta pela Liberdade, mas essa liberdade integra o ser-se livre da fome, livre da doença que pode ser tratada, livre da ignorância por falta de meios para poder estudar, livre da arbitrariedade dos que controlam os meios de produção, livre da exclusão social. A sua Igualdade não é nem pode ser absoluta, mas é a igualdade da dignidade de todos os seres humanos, qualquer que seja o seu grau de prosperidade. A Fraternidade é o reconhecimento dos direitos humanos, que são imperativos e não sujeitos à melhor ou pior consciência dos outros.

Objectivamente, esta Esquerda é melhor do que aquela Direita. Não são ambas igualmente más ou igualmente boas, embora ambas possam ser muito más. Só que a Esquerda não tem de ser má, e a Direita não pode deixar de o ser.

Nuno Cardoso da Silva"