tribuna socialista

sexta-feira, outubro 06, 2006

PS: um partido de governo com militantes adormecidos ou silenciados?

O PS (Partido Socialista para os militantes, mas só PS para a direcção...) vai ter mais um Congresso Nacional.

Dois anos de governo Sócrates (o secretário-geral e primeiro-ministro) dão para o próximo Congresso, um candidato à (re)eleição de secretário-geral e três moções globais: uma que é do secretário-geral, outra afecta a Manuel Alegre (mas que não aparece!) e Helena Roseta e outra afecta a um grupo chamado "Margem Esquerda".

A moção apresentada por Helena Roseta tem estado a contestar a falta de debate existente no PS e os obstáculos administrativos para impedirem a sua discussão no Congressso. Mas, se é assim, porque razão não vão mais além, apresentando candidato alternativo a secretário-geral e listas alternativas para os orgãos dirigentes?

O que ressalta para quem vê a preparação deste Congresso de fora, é o aparente adormecimento dos militantes socialistas. Será que não há socialistas que se opõem ao que se passa na Educação, ou na Saúde? Será que a acção do governo não merece nenhum reparo da parte dos socialistas? Será que (já) não há espaço para uma discussão ideológica, bastando a posição dos sócraticos de que tudo está bem nessa matéria?

O PS parece um partido normalizado, burocratizado e feito à imagem do seu actual líder. Parece mais um partido de apoio ao governo (ou uma correia de transmissão do governo, como se caricaturizavam outras forças noutros tempos ...) do que um partido de militantes criticos e conscientes do seu posicionamento democrático e socialista. Diriamos que também no PS a orientação totalitária do liberalismo está a colher os seus frutos ... o que é muito mau para a definição de uma alternativa socialista!

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