tribuna socialista

segunda-feira, julho 02, 2007

Memória, onde andas ?

Câmara de Aveiro desiste do Museu da República já pré-inaugurado e devolve importante acervo

25.06.2007, por São José Almeida
Jornal Público

Um importante acervo de material de propaganda da Primeira República (1910-1926) foi devolvido pela Câmara de Aveiro a António Pedro Vicente, que, depois de se dedicar à sua recolha e aquisição, o doou àquele município para que constituísse o esteio principal de um museu sobre a República.

Esta devolução põe fim a 14 anos de negociações entre a câmara e António Pedro Vicente, que com esta doação pretendia ver reconhecida na terra onde nasceu a figura de democrata e lutador antifascista de seu pai, Arlindo Vicente, possível candidato que desistiu e apoiou Humberto Delgado, nas eleições presidenciais de 1958.

António Pedro Vicente não quis prestar declarações ao PÚBLICO sobre estas longas negociações com três presidências de câmara diversas (começou em 1994, com o autarca Girão Pereira). Agora, já sob a presidência de Élio Maia, o vereador responsável pela Cultura, Miguel Capão Filipe, optou por anular as anteriores decisões e devolver o acervo documental.

Surpreendendo os aveirenses, que tinham já assistido a uma pré-inauguração do Museu da República num edifício adquirido pela autarquia para o efeito, a câmara, presidida por Élio Maia, do PSD, voltou ao notário para desfazer o acordo que fora assinado em 2002. E devolveu a António Pedro Vieira um património que é classificado por especialistas como a maior colecção de documentos sobre a vida política e a propaganda partidária da Primeira República, ombreando, segundo uns, superando segundo outros, a colecção do falecido historiador Oliveira Marques.
O museu tinha já como comissário indicado o historiador Luís Reis Torgal.


A falta de tempo tem impedido que dê o devido destaque a esta notícia do Público, já datada de 25 de Junho.

Não posso ficar indiferente ao facto saber que mais uma vez a História foi preterida por um motivo: falta de dinheiro. "Chegámos à conclusão que o museu não seria feito porque o município tem dificuldades financeiras e o museu precisava de tecnologia e de suportes informáticos e virtuais que representavam investimentos impossíveis para a câmara.", disse Capão Félix.

Não posso ficar indiferente ao facto da Memória Histórica da República ter sido tratada não como um grito patriótico, mas como um conjunto de malfeitores para Portugal. O conjunto de ideias que então foi lançada haveria de frutificar e afirmar a cidadania e a legitimidade democrática e popular. A República assistiu aos lamentáveis confrontos entre republicanos divididos (mas também sempre acossados pelos monárquicos e pela Igreja), mas deixou uma herança de importantes raízes que nos importa estudar e compreender, porque ainda hoje nos servem de estímulo e referência.

Ao desistir deste tão importante acervo a Câmara Municipal de Aveiro prestou um mau serviço à cidade, à sua identidade cultural republicana e livre e a uma visão de um Portugal virado para a modernidade, com confiança no futuro e que se reconhece nos ideias generosos, libertadores, fraternos e justos do 5 de Outubro.

Quem, como eu, vibrou com a pré-inauguração e o projecto do Museu da República fica atónito perante esta desistência. Terá sido falta de ambição ? Foram contactados parceiros para o projecto ? Não haveria programas nacionais ou comunitários que apoiassem o projecto ? Alguém se lembrou de saber como Caen conseguiu construir esse fantástico Memorial da Paz e da Memória ?

Como disse Camus : “ Não há vida válida sem projectos para o futuro.”
E Aveiro passou ao lado da Memória Colectiva. Lamentavelmente !

Posted by João Botelho.

domingo, julho 01, 2007

PRESIDENCIA PORTUGUESA NA EUROPA: TEMPOS MAIS EXIGENTES PARA A LUTA POR OUTRAS POLÍTICAS E OUTRA EUROPA!



Começa hoje a presidência portuguesa da União Europeia. Ao que parece estará na "ordem do dia" dos neo-liberais (tonalidades de direita assumida ou de "esquerda" moderna ...) a reabilitação de um Tratado Constitucional simplificado em relação ao que foi chumbado por franceses e holandeses, mas que manterá tudo o que é "caro" à perspectiva que tem mantido a construção europeia à margem da vontade dos europeus.

Na Casa da Música, no Porto, alguns portuenses lembraram a Sócrates a realidade que ele tem vindo a impor em Portugal: lei da rolha, regresso das políticas do medo, destruição do Serviço Nacional de Saúde, continua desvalorização do Trabalho na distribuição da riqueza, ... Lembraram também que, relativamente à Europa, Sócrates prepara-se para deixar cair mais uma promessa eleitoral: a realização de um referendo sobre o "Tratado constitucional" europeu, simplificado ou não!

A Europa precisa da participação directa e democrática de todos os europeus. Qualquer "Constituição" ou "Tratado Constitucional" precisa da eleição de uma Constituinte Europeia e não mais de comissões não eleitas constituídas por eurocratas.

O modelo sustentado por Durão Barroso, por Sócrates, por Zapatero, por Sarkozy, por Merkl, ... , é o mesmo modelo que tem mantido os europeus à margem da construção Europeia, é o mesmo modelo que menospreza a coesão social e valoriza a vertente securitária, monetarista e liberal.

Como Durão Barroso, Sócrates é português, mas isso não é uma boa notícia para os portugueses que não se esquecem do que um e outro fizeram e fazem por cá!

Durão Barroso e Sócrates pertencem ao sector neo-liberal dos que têm medo da democracia como motor da construção europeia e fazem do social uma mera retórica para discursos de ocasião.

Para qualquer portuguesa ou português, a presidência portuguesa da União Europeia terá de representar uma oportunidade para se reforçar a luta por outras políticas e por uma alternativa socialista em Portugal e na Europa!

quarta-feira, junho 27, 2007

Dizem-se socialistas...



TRABALHO

A Comissão do Livro Branco que está a estudar as alterações à legislação laboral defende o fim do limite de horas por dia de trabalho e o fim do bónus de assiduidade relativa a férias.

Num relatório preliminar, esta comissão fala ainda na redução do subsídio de férias.
( 08:42 / 27 de Junho 07 ) TSF

A questão não deveria ser :
COMO exterminar os trabalhadores ?

Posted by João Botelho.

sexta-feira, junho 22, 2007

Que PS ?





Deputados dizem que há "pouco PS no Governo"
Público 22 Jun. 07

Esta frase é uma verdadeira tirado dos Gato Fedorento, Contra Informação ou até tipo Telmo Correia (“António Costa saiu do governo, mas o governo ainda não saiu de António Costa”).

Mais uma vez (pela enésima) os senhores deputados andam distraídos, muito distraídos.
Mas qual Partido Socialista ? Ainda existe ?!
Ou será que um conjunto de senhores , jovens senhores, formados nas escolas das jotas a que se juntaram muitos ex-qualquer coisa , gerem um governo apoiado pelo símbolo do PS ?

Cada dia que passa assistimos a mais um passo na transmutação doutrinária e ideológica que o PS está sofrer. O PS resignou-se e refugiou-se numa falsa unanimidade em torno do chefe que lhe garantiu a maioria absoluta. Sócrates tem muita dificuldade em gerir a mínima opinião contrária e encara sempre mal esses supostos desafios ao seu novo estilo de primeiro ministro técnico e com autoridade e não de um político profissional.

Afirmar o seu desacordo e protesto contra esta governação que está a enterrar o ideário socialista em troca de um ideário neoliberal, a que chamam “esquerda moderna”, custa o ostracismo. O consenso acéfalo dos nossos dias, reforçado com a eleição de Cavaco, levou à construção de um estado de espírito, estilo “União Nacional”, em que quem “não entender e aceitar a missão deste governo”, é logo rotulado de estatista, retrógrado, nostálgico ou bota-abaixo. Qualquer crítica, qualquer voz dissonante é ousadia excessiva.


- Saúde, Segurança Social.....reduzidos a pó e entregues aos privados.

- Demissão pura e simples de promover e garantir o cumprimento das funções nucleares do Estado Democrático.

- Escola Pública e Professores, enxovalhados e sujeitos a todas as arbitrariedades

- Destruição da Função Pública transformando os seus funcionários, perante a opinião pública, num bando de parasitas e incompetentes.

- Desemprego a aumentar diariamente.

- Famílias cada vez mais endividadas e os lucros da Banca a crescerem semestre a semestre

- Numero de pobres e indigentes a aumentar dia a dia.

- Interior a ver crescer a desertificação dia a dia.

- Abandono puro e simples das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo.

- Promoção de metodologias e organização politica, administrativa e judicial de cariz duvidosamente democrático.

- Ataque ao movimento sindical, como nunca nenhum governo ousou, no pós 25 Abril.

Ao colocar uma fotografia do Dr. Fernando Valle, a ilustrar este texto, quisemos prestar homenagem aos Socialistas que «Pela sua acção na política, pela elevação e pelo rigor ético, pelo desinteresse pessoal, pela humildade democrática, se tornaram um símbolo de honradez republicana para sucessivas gerações».

Afinal que PS temos?
Que PS teremos no pós- Sócrates ?


Este debate torna-se ainda mais pertinente, em face do fracasso anunciado de um governo, que esqueceu uma agenda política de esquerda e se entregou à total subordinação dos poderes económicos.

Posted by João Botelho e Jorge Silva.












Música



Ontem, dia 21 de Junho, foi Dia Europeu da Música.

Não me esqueci ! Simplesmente não tive tempo de o registar no blogue.
A ideia foi concebida pelo músico francês Maurice Fleuret e pelo ministro da Cultura Jack Lang, em 1981, e posta em prática pela primeira vez em 1982.

Quem não gosta de música para ouvir, dançar, assobiar e cantar ?
A música é vida !
Defendo uma atitude de abertura a tudo o que possa dignificar e valorizar a música sem quadradismos mentais.
“Desde a música clássica ao heavy metal, desde a erudita à comercial pura, todas, quer queiramos quer não, são sempre compostas pelas mesmas notas que existem no grafismo musical". Vá lá, não seja bota de elástico….

A música e a cultura em geral deveriam ocupar um lugar privilegiado nas opções políticas dos nossos governantes.
Acredito que a cultura, o ensino e a cidadania, são os vectores mais importantes da mudança de mentalidades e de uma evolução segura e consistente.


Como alguém disse: “Não se pode ser poeta só por se juntar metricamente palavras que rimam”.
Não sou poeta e muito menos músico, mas a minha vida seria um vazio sem AMBAS !

Posted by João Botelho.




quinta-feira, junho 21, 2007

Coincidências...


"José Sócrates apresentou uma queixa-crime contra o blogger António Balbino Caldeira devido ao conjunto de textos que este professor de Alcobaça escreveu sobre a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI)".
In Expresso on line

A 21 de Junho de 1527, morre, em Florença, Nicolau Maquiavel, filósofo, historiador e dramaturgo renascentista. Escreveu, entre outros textos, O Príncipe.

Posted by J.B.

segunda-feira, junho 18, 2007

Eu estive lá !


Something
Something in the way she moves Attracts me like no other lover Something in the way she woos me I don't want to leave her now
You know I believe and how
Somewhere in her smile she knows That I don't need no other lover Something in her style that shows me I don't want to leave her now
You know I believe and how
You're asking me will my love grow I don't know, I don't know
You stick around and it may show I don't know, I don't know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her Something in the things she shows me
I don't want to leave her now You know I believe and how

(por acaso esta letra é das poucas do George Harrison, mas fica a saudação e a memória)

Os Beatles cantaram e tocaram quase tudo de uma forma simples, mas inovadora.

A 18 de Junho de 1942, nasce, em Liverpool (Inglaterra), Paul McCartney.
Posted by João Botelho.

Agora É MESMO o pântano …..


Van Zeller admite «entendimento» com Governo sobre estudo

(19:43 / 17 de Junho 07 ) TSF

Notícias sobre acordo do Governo com CIP são «fantasiosas», diz Governo

( 09:07 / 18 de Junho 07 ) TSF

Sócrates desmente negociação com a CIP sobre estudo do novo aeroporto

( 14:35 / 18 de Junho 07 )

E aos costumes, Cavaco disse : assobiemos !

Confuso ??? NÃO !!

Tudo “combinado” a bem dos Otários…..como eu !


Posted by João Botelho.

sábado, junho 16, 2007

Esta noite...



Pouco para dizer ...

Esgotado (?!) de lutar contra quem nos quer vencer…a mediocridade e a mesquinhez !

“Por sinais perdidos, Espero em vão” (já cantavamos os Sétima Legião)

A esta hora, só o refúgio nestes olhos de amor e fogo....


Posted by João Botelho.

segunda-feira, junho 11, 2007

A ECONOMIA DE MERCADO EM FUNCIONAMENTO!...

Na edição de hoje do "JORNAL DE NEGÓCIOS" a principal notícia da primeira página é aquela que reproduzimos. No interior do jornal, onde a notícia se desenvolve, começa da seguinte forma: "Os trabalhadores das empresas do PSI-20 receberam, em média, 26 mil euros cada no ano passado. Um valor 33 vezes inferior à remuneração dos executivos. Em 2006, os salários dos administradores das empresas cotadas cresceram duas vezes mais que os custos associados aos colaboradores"

Os trabalhadores das empresas do PSI-20 não são própriamente os mesmos das empresas que se deslocalizam. Também não são os mesmos nem têm os mesmos problemas dos trabalhadores do sector textil. A notícia também não se refere aos precários com recibos verdes.

Mas a grande questão é que TODOS os que referimos são trabalhadores submetidos a uma lógica de desigualdade provocada pela dinâmica de uma economia de mercado que muita gente teima em fazer crer que se trata de uma economia de desenvolvimento sustentado ou de oportunidades para todos(!).

Com o aumento da precaridade e de um clima de intimidação na generalidade das empresas (públicas e privadas), o poder económico e financeiro, com os seus media aliados, têm fomentado um clima de resignação em muitos sectores de trabalhadores: "mais vale ter um emprego, qualquer que seja, que estar no desemprego" ou "podemos ter salários de miséria, mas temo-los" ...

O objectivo deliberado é acentuar o individualismo entre os trabalhadores impedindo qualquer resposta colectiva por parte dos assalariados (com salário fixo ou com salário variável ...).

O aumento das desigualdades sociais, aquilo de que fala a notícia, tem de ser combatido com imaginação mas de uma forma muito incisiva e objectiva. É um combate que diz respeito a TODAS e TODOS os trabalhadores, do sector público e também do sector privado, com salários fixos ou com salários variáveis, licenciados ou não licenciados. É um combate que tem de redescobrir formas de organização que tornem visível que a acção colectiva é mais eficaz que o desespero individual. E é URGENTE!
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DIREITAS.....


A DIREITA no poder, lá fora !

FRANÇA

Partido de Sarkozy domina primeira volta de legislativasA UMP, do presidente francês Nicolas Sarkozy, ganhou de forma clara a primeira volta das legislativas em França, ao obter pouco mais de 39,5 por cento dos votos.
Os socialistas quedaram-se pelos 24,73 por cento.
( 08:49 / 11 de Junho 07) TSF

BÉLGICA

Democratas-cristãos vencem legislativas na Bélgica.
Os democratas-cristãos flamengos, há oito anos na oposição, são os grandes vencedores das legislativas belgas, devendo liderar o próximo governo federal do país.

Lusa 11 Junho de 07


A DIREITA no poder, cá dentro !

Os grandes bancos nacionais ganharam 8,7 milhões de euros por dia, no primeiro trimestre deste ano, mais 21% que em cada dia do mesmo trimestre de 2006, quando os ganhos diários foram de 7,1 milhões de euros.

DN 10 de Junho de 07

Pensões vão baixar 40 por cento com novas regras da Segurança Social, diz a OCDE

Público 08.06.2007

Posted by J.B.

domingo, junho 10, 2007

Ainda, neste 10 de Junho...



O MEDO

Qualquer coisa está a correr mal neste país.
Que não se diga, como gosta de repetir o primeiro-ministro a propósito dos discursos da oposição, “que só sabem dizer mal, incapazes que são de apontar para o que fazemos de bom”. Se bem que a acção da oposição seja quase nula, aquela frase mostra já o que se pretende: um consenso geral obediente, a adesão apolítica do Governo como condição primeira de crítica. Mas uma coisa é a maledicência outra a crítica ; uma coisa é a obediência passiva, outra a aprovação lúcida.

Receio que a súbita conjugação entre a maneira como (não) foi esclarecida a questão da licenciatura do primeiro-ministro, as investidas contra a liberdade de expressão, e a maneira como certos jornalistas e comentadores reagiram à situação (pelo silêncio ou pela sua defesa ruidosa), venha contribuir para o clima “claustrofóbico” (Paulo Rangel) e de medo que vai progressivamente envolvendo o nosso país.

Estão-se a tomar uma série de medidas que vão no pior sentido da liberdade democrática. É o “guia das boas práticas” incentivando os funcionários públicos à denúncia (considerada como um “dever legal”) das “situações irregulares” dos colegas – uma ignomínia, um incentivo do Ministério da Justiça à corrupção moral, ao envenenamento das regras da cidadania, à delação, só imagináveis em regimes ditatoriais (que fazem do Estado um poder sagrado a que se deve tudo); é a concentração das polícias sob a tutela do primeiro-ministro, a Entidade Reguladora da Comunicação Social, o novo Estatuto do Jornalista, etc,
com disposições que apontam subtilmente numa direcção : criar um clima moralizador da vida pública, substituir os comportamentos cívicos e deontológicos por comportamentos “morais” ou de “bom senso”.

(….) O medo encolhe os cérebros, reduz o espírito, fecha os corpos. Está-se a formar um clima de medo. E o medo tem a particularidade de alastrar. Ao medo social de perder o emprego, de não subir na carreira, de perder as pensões, de não aguentar tanta pressão e constrangimento em tantos domínios, junta-se agora o medo de protestar, de falar, de se exprimir. O medo social está tornar-se político: tem-se medo do Governo, e, talvez, um dia, do primeiro-ministro.


Artigo de José Gil, revista Visão, em 3 de Maio 2007
Posted by J.B.

Andreu Nin y Camillo Berneri: MANIFESTO


MANIFESTO DE 16 DE JUNHO DE 2007

(Promovido pela Fundació Andreu Nin da Catalunha. Enviar as adesões para
poum@fundanin.org)

As diversas entidades sociais, políticas e culturais, assim como as pessoas que dão o seu apoio a este acto que pretende recordar ainda que seja tardiamente o patético significado dos assassinatos de Andreu Nin y Camillo Berneri, os mais conhecidos de entre os muitos que acompanharam as jornadas de Maio de 1937 em Barcelona e outras cidades da Catalunha, assassinados todos eles en nome da República e inclusivamente do socialismo.

É precisamente pela República pelo socialismo que julgamos ser necessário levar a cabo um gesto que já deveria ter sido levado a cabo em 1937 ou em 1938 e que poderia ter-se realizado em qualquer outra data como expressão de uma defesa necessária da memória contra la calúnia y o esquecimento, como expressão de um drama histórico sobre o que queremos projectar o sentimento emancipador que lhe corresponde.

Certamente que já passou muito tempo, muitas vidas, mas a persistência da memoria adquire todo o seu sentido desde o momento em que tanto a de Berneri como a de Nin são duas biografias que condensam em grande parte as virtudes más excelsas do pensamento livre e do movimento operário, duas figuras de projecção universal que más além deste ou daquele debate ou divergência pontual e sempre legitima, deram glória a seu tempo y reforçaram os critérios da convergência e da unidade entre marxistas abertos e anarquistas anti-dogmáticos.

Ainda que seja muito sucintamente, queremos recordar alguns traços históricos que não são tão conhecidos como deveriam se-lo.

Andreu Nin (El Vendrell, 1892-Alcalá de Henares, 1937), professor de profissão, militante abnegado cuja trajectória militante remonta à Semana trágica, que se destacou como republicano federal e logo como socialista internacionalista durante a Grande Guerra, que foi secretário geral da CNT nos anos do pistolerismo patronal, co-fundador do Partido Comunista, secretário da Internacional Sindical Vermelha, comunista anti-estalinista desde mediados dos anos vinte, amigo e tradutor de León Trotsky, co-fundador e líder do POUM com Joaquín Maurín, conselheiro da Justiça da Generalitat, reconhecido tradutor do russo para o castelhano e para o catalão, autor de obras da importancia de Els movimients d´emancipació nacional e Las dictadures del nostre temps. A sua morte insere-se no mesmo episódio da velha guarda bolchevique e foi em boa parte obra dos mesmos que assassinaram Trotsky.

Um pouco mais jovem, Camillo Berneri (Lodi, Italia, 1897-1937) provinha de uma família de intelectuais de esquerda. O seu avô foi companheiro de Garibaldi, sua mãe uma notável escritora feminista (Camillo escreverá também um livro sobre a emancipação da mulher). Sua filha Maria Luisa será a autora de El futuro: viaje a través de la utopía. Camillo militou nas Juventudes Socialistas até à Grande Guerra. Depois tornar-se-á um anarquista "revisionista" muito aberto (Salvemini dirá a seu respeito: "...interessava-se por tudo com uma avidez insaciável. Enquanto que muitos anarquistas são como uma casa cujas janelas para a rua estão tapadas... ele tinha abertas todas as janelas"). Discípulo de Luigi Fabbri, Camillo sacrificará a sua vocação de vida intelectual pela más urgente da acção directa. No exílio, Berneri tornou-se num dos inimigos más activos do fascismo e o ditador nunca lhe perdoou o seu labor de denúncia.

Quando começou a guerra civil mudou-se imediatamente para Espanha e lutou na frente de Huesca. Nomeado comissário da coluna italiana da CNT, publicou em Barcelona a sua revista Guerra de Classe, na qual afirmava que aquela era una guerra internacional, "e portanto são decisivos os factores exteriores e a política internacional», e também una guerra de classes. Este libertário "conselhista" ou "sovietista", que glosa com emoção a recoredação de Gramsci e que defende a honra revolucionaria do POUM, será assassinado na noite de 5 para 6 de Maio juntamente com o seu camarada Barbieri.

Quem o matou? Sabe-se que foi detido por uma patrulha que se identificou com as siglas de da UGT e que sua morte foi celebrada pelo estalinismo.

Sendo assim, com esta homenagem pretende-se realçar através de duas personagens tão nossas e tão especialmente emblemáticos, mais pelas suas vidas do que pelas suas mortes, a vigência dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que compreendem –inequivocamente - os da natural pluralidade nos métodos e as vias para avançar por este caminho, de proclamar bem alto um "NUNCA MAIS" a métodos que foram tanto más ignominiosos quanto que foram perpetrados em nome da República e do socialismo.

Neste 10 de Junho....


“Operação Furacão” : muitas perguntas à procura de resposta.



Em causa está uma alegada ligação do português Licínio Soares Bastos – detido no Brasil por suposto envolvimento na “máfia dos bingos”, uma rede de jogo ilegal, compra de sentenças judiciais e lavagem de dinheiro – ao Partido Socialista, ao seu protagonista no financiamento da candidatura de Aníbal Araújo pelo círculo da emigração nas legislativas de 2005 e a sua nomeação pelo actual Governo para cônsul honorário de Portugal numa cidade daquele país.

Os órgãos oficiais do PS, José Lello, responsável do partido pelas comunidades portuguesas, e António Braga, secretário de Estado das Comunidade, têm sido interpelados com regularidade. Mas ou se remetem ao silêncio ou as respostas que dão são manifestamente curtas.

Em vez de se esconderem não silêncio, os responsáveis políticos deviam prestar todos os esclarecimentos.

Aqui ficam os factos que procuram resposta.

1. Porque é que a direcção nacional do PS anulou a decisão das estruturas do PS no Brasil sobre os candidatos de fora da Europa nas legislativas de 2005 e impôs o nome de Aníbal Araújo ?

2. Que seguimento deram José Sócrates e José Lello aos alertas feitos por carta por militantes socialistas no Brasil sobre os propósitos que levaram à elaboração dessa lista de deputados ?

3. Quanto gastou o PS na campanha eleitoral desse círculo e quem financiou essas verbas ?

4. Uma vez que liderou essa campanha, como pode José Lello desconhecer esses dados, como afirma ?

5. Quem tratou, então, das questões financeiras dessa campanha ?

6. Que ligações tem ao PS Licínio Soares Bastos, apontado como principal financiador dessa campanha ?

7. É verdade que Licínio Bastos é o proprietário do edifício onde funciona a secção do PS no Rio de Janeiro ?

8. O partido paga renda dessa utilização ?

9. Que critérios levaram à nomeação de Licínio Bastos cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio (Brasil) pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga ?

10. Que lógica levou à decisão de abrir um consulado numa cidade brasileira de terceira linha, com uma escassa comunidade portuguesa, numa altura em que se encerram consulados em cidades importantes ?

11. Que critérios levaram o Governo a propor Aníbal Araújo para uma condecoração no último 10 de Junho ?

12. Em que condições aceitou a candidatura presidencial de Cavaco Silva utilizar um imóvel em Oliveira de Azeméis cedido por Licínio Bastos ?

13. Sabendo-se que a imprensa regional não é rica, como é que a União Portuguesa de Imprensa Regional (UNIR), presidida por Aníbal Araújo, suporta o seu congresso em Salvador da Bahia, levando de Portugal dezenas de convidados , entre governantes e ex-governantes de vários partidos e jornalistas.

14. Que subsídios do Estado, nomeadamente do Instituto de Comunicação Social, da Secretaria de Estado das Comunidades ou de câmaras Municipais, são entregues à UNIR para estes e outros fins ?

15. Que apoios do Estado recebem os jornais de Aníbal Araújo, nomeadamente o Tribuna Press de Ovar, que fundou juntamente com Licínio Bastos, entre outros ?

Prestar esclarecimentos decentes e afastar as legítimas suspeitas é o mínimo que se espera de instituições e protagonistas políticos. Sobretudo numa altura em que a transparência e as boas práticas democráticas são valores em saldo.

Editorial do Jornal Público,
de 11 de Maio 07,
da autoria do jornalista Paulo Ferreira.

Posted by João Botelho.

SOCIALISMO LIBERTARIO, Junho 2007

Saiu mais um número de SOCIALISMO LIBERTARIO.

Destaca-se o tema chamado à primeira página: FORA DA POLÍTICA, POR UM COMPROMISSO HUMANO E REVOLUCIONÁRIO.

Vale a pena ler o Editorial e pensar no que se passa na generalidade das democracias liberais ocidentais. Ou então em casos concretos como Portugal, com a dita popularidade (nas sondagens...) do governo Sócrates, ou agora em França, com o efeito Sarkozy ... Como é que as democracias do hiper-parlamentarismo medem a contestação social? Como é que estas democracias do hiper-mediatismo acolhem os movimentos sociais de oposição? Ou como é que os partidos tradicionais (con)vivem no seu seio com correntes de oposição?

Anabel Cubero escreve no editorial:

É óbvio que a política não é somente o momento eleitoral, mas as eleições são um espelho cada vez mais distorcido - senão falso - da realidade, ainda que nos possa oferecer alguns dados parciais para se conhecer o ânimo, as aspirações momentâneas que levam as pessoas a votar e a não votar.

É natural e aceite que todas as pessoas que tenham votado mais contra a direita do que convencidos sobre alguma formação das esquerdas, se sintam decepcionados - muito mais em Madrid e Valência, por exemplo - e desolados pelo aparente crescimento do que é mais conservador. Ou que outros - como na Catalunha, por exemplo - se tenham alegrado com a perda de formações conservadoras, como a CiU, nas principais cidades. (...)

Terminados os recentes comícios, começa agora a sibilina batalha pelas eleições gerais, sendo estes os debates que iremos ouvir. Mas não podemos medir tudo com os parametros políticos, os quais são, por essência, superficiais e tendenciosos.

Outro dado de que não se fala é o fenónemo da abstenção. É significativo que quase metade dos eleitores se tenham abstido de votar e que juntamente com os votos nulos e embranco, tenham engrossado uma percentagem elevada de desconfiança e de desinteresse, ainda mais nas últimas eleições autonómicas e municipais. É significativo que 3 em cada 4 pessoas declarem que nada lhes interessa na política e a considerem sinónimo de corruupção, mentiras, manobras, irascibilidade, polarização mediática e artificial. No entanto, tudo isto não tem subjacente uma consciência concreta do que estamos a enfrentar. Indica o nível da crise da política, da sua falta de respostas perante os problemas humanos mais acutilantes, da falsidade das suas propostas, embora apareça como algo insuperável, como o menos mal, como o veículo para delegar nos aparelhos, no Estado, nas autarquias ou nos governos autonómos, assuntos que nos dizem directamente respeito, ou seja, partilha-se uma mesma lógica política que consideramos ter de a superar para se poder afirmar algo diferente.

Por outro lado, aos políticos e à política em geral, não lhes interessa o nível de abstenção, sempre e qaundo alcançam o quorum. Isto é algo de novo nos nossos dias. São as regras da democracia representativa. Além do mais, consideram sempre que "quem não vota, não pode falar". (...)

É preciso um esforço maior, mais decidido e afirmativo, para transformar uma desconformidade, uma inércia, um cansaço dos afazeres da política, independentemente do facto de se votar ou não votar. Um compromisso protagonista, individual e social, um esforço para afirmar e inventar novas regras e formas de conviver em sociedade, em comunidade. Aprender a governar-se, aprender a rebelar-se, a trabalhar por uma autodeterminação pessoal e social que nos torne melhores, que combata a delegação, que nos alimente a empatia face aos nossos semelhantes, aos seus problemas, aos seus sonhos. Implica um esforço maior, mas um esforço para algo melhor, mais humano, mais consciente, mais protagonista que nos dignifica e nos realiza. Pode ser um compromisso afirmativo de autodeterminação e revolução quotidiana de outros critérios, de outros valores que coloque as possibilidades de emancipação humana, nas pessoas e não nos poderes intermediários opressivos que governam "em nosso nome".

Outros temas abordados neste número de SL:

  • Líbano e Palestina: uma emergência humana;
  • Mulheres em luta: na Argentina e no Irão;
  • Ao lado das comunidades em luta, meeting internacional: 1º de Maio de comunhão humana;
  • Experiências de comunidade, o nosso projecto de comunhão humana. Dario Renzi, director de Utopia Socialista.
  • Aqui e agora: política urbanística e de Delphi a Vigo.
  • Maio de 1937: revolução e contra-revolução na Cataluna.

Pedidos de Socialismo Libertário, para periodicosl@yahoo.es
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sábado, junho 09, 2007

Pearl Jam and U2 - Rockin' In The Free World 111706

Os inesgotáveis PEARL JAM estiveram ontem a fechar o primeiro dia do Oeiras Alive. A banda de Seattle relembrou os melhores momentos da sua já longa vida de criação e poesia musical ... É bom ouver (!) os Pearl, a melhor banda da terra onde as ruas acolheram os protestos contra a globalização liberal ... e não faltou a lembrança de que Bush e o diabo andam muito próximos! Este "Rock'in in the free world" também esteve lá ... sem os U2 que não fizeram falta!

sexta-feira, junho 08, 2007

GENERAL SEM MEDO


8 de Junho de 1958, o Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, candidato pela União Nacional, é eleito Presidente da República, derrotando o General Humberto Delgado.

O mote da campanha eleitoral, de Humberto Delgado, foi lançado pela célebre frase "Obviamente demito-o", numa conferência de imprensa no Café Chave D´Ouro em Lisboa, a 10 de Maio de 1958, em resposta a um jornalista da France Press que lhe pergunta qual o destino que daria a Salazar no caso de ganhar as eleições.

A vasta movimentação popular que se seguiu permitiu criar pela primeira vez em três décadas de ditadura uma dinâmica de unidade da oposição contra o regime salazarista. O carisma do "General sem medo" surgiu como um fenómeno inesperado, bem como a erupção de massas no processo eleitoral.

O facto da oposição estar proibida de inspeccionar o funcionamento das assembleia de voto, reforçou a acusação de ter havido fraude eleitoral.Os números oficiais deram quase 25% dos votos a Humberto Delgado, contra 75% do candidato oficial, Américo Tomás, não sendo possível ainda hoje apurar os resultados reais dada a amplitude da fraude.


SEM MEMÓRIA, NÃO HÁ FUTURO !

Posted by João Botelho.

quinta-feira, junho 07, 2007

terça-feira, junho 05, 2007

É ESTA A EUROPA DO NEO-LIBERALISMO ....

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerou, por entre um encolher de ombros, que os portugueses "terão" de fazer mais uns sacrificios, nomeadamente quanto ao que já pagam com o crédito à habitação, com mais um aumento das taxas de juro provocada pelo Banco Central europeu. Considera o ministro que aquele banco é uma instituição independente do poder político e, como tal, não há volta a dar e os governos nacionais não se podem meter ...

Ao mesmo tempo que o Banco Central europeu aumenta, mais uma vez, as taxas de juro, o FMI considera também que as taxas devem subir ... se um diz mata o outro diz esfola!...

Este exemplo que é real, espelha bem a Europa dos liberais, a Europa do neo-liberalismo: primeiro as instituições, depois as instituições, ... , muito depois as pessoas! Mas só na perspectiva de que os deveres (transformados em obrigações!) suplantem sempre os direitos ...

Porque é que o Banco Central europeu tem de ser "independente" do poder político? Quem o controla? Os liberais dirão ... o mercado! As pessoas sabem quem manda no mercado ... as empresas!

Veja-se bem com este exemplo, onde e quando é que os europeus controlam democráticamente as políticas da União Europeia ... não controlam nem elegem!

DIA INTERNACIONAL DE ACÇÃO DIRECTA PELA JUSTIÇA CLIMÁTICA (8 DE JUNHO)




Dia Internacional de Acção Directa pela Justiça Climática
( 8 de Junho).
Participem!








Contra as Alterações do Clima e o G8O espectro antagonista percorre a Europa: já começaram as mobilizações contra a elite mundial do G8Para acompanhar os protestos, as acções, os concertos, os debates e workshops, etc:

Em Portugal estão previstas várias acções.

A tua participação é importante e podes colaborar de várias formas - pintura, filmagem, representação, distribuição do nosso manifesto, interacção com a população, bicicletada e o mais que queiras sugerir!

No Porto:
O que vamos fazer?

Vamos simular um mercado de direitos de emissão («Outlet do Carbono») onde haverá figurantes a representar cada um dos líderes do G8 a tentar comprar direitos a outros países, ou seja, a «oferecer» gases de efeito de estufa (simbolizados por balões negros «negociados» com quem vai a passar na rua...).

Denunciar-se-á localmente um dos aspectos que mais gravemente está a contribuir para esta situação na zona do Porto : o abuso e favorecimento do automóvel privado a par com o desprezo e crescente mau trato dado aos transportes colectivos e aos seus utentes.
Onde o vamos fazer?

Entre o Castelo do Queijo e a marginal de Matosinhos. Quando? dia 8, sexta-feira, a partir das 15.00h Para colaborares e para mais informações contacta:

ou contacta os tls

936333332
966060499
919053035

Em Lisboa:
Entre a Rua Augusta e a Av. da Liberdade teremos no mesmo dia ( 8 de Junho) várias acções, de performance ou instalação de rua:

Na Rua Augusta vamos ter uma batalha pela justiça climática contra os líderes do G8:

um mapa mundo em que todas as pessoas impedem que o G8 encha o Mundo de gases poluentes, emissões que afectam sobretudo os países do hemisfério Sul.

Salvar o clima com justiça social contra a poluição dos mais ricos!

Aparece às 17h30 no início da R. Augusta (lado Rossio)

Não faltes!E não deixes de participar nos preparativos!

Passa palavra!

Para colaborares e para mais informações contacta: justica.climatica@gmail.com

Para acompanhares todos estes preparativos vai a:http://www.geoito2007.blogspot.com/
(mail enviado por Emilia Cerqueira)

Ainda há boas notícias....











A grelha de programas do RCP (Rádio Clube Português), tem uma excelente novidade : o regresso do programa Íntima Fracção, de Francisco Amaral.

Transmitido aos domingos das 24h às 2 da manhã.

Um dos mais antigos programas da rádio portuguesa volta assim a uma emissora grande, depois de ter sido transmitido na Antena 1, TSF e, ultimamente, na Rádio Universidade de Coimbra (RUC).
É possível fazer-se o download integral dos programas em formato mp3, no blogue próprio do programa.

Músicas, vozes e sons únicos !

As frequências:
Aveiro 94.4 - Beja 106.4 - Braga 92.9 - Coimbra 98.4 - Faro 106.1 - Leiria 96.4 - Lisboa 104.3 - Portalegre 106.7 - Portimão 107.1 - Porto 90.0 - Sabugal 94.8 - Santiago do Cacém 107.5 - Vila Real 97.4



Posted by João Botelho.

sexta-feira, junho 01, 2007

quarta-feira, maio 30, 2007

UMA POSIÇÃO SOBRE A GREVE GERAL



Divulga-se a posição da Associação de Classe Interprofissional sobre a Greve Geral de hoje. Trata-se de uma posição que merece reflexão e atenção.





Apenas uma greve activa, ou seja organizada desde abase, pode ser instrumento eficaz de luta contra opoder do governo e patronato.
Vem isto a propósito da greve geral decretada pela cúpula da CGTP para o próximo 30 de Maio.
Com efeito,esta estrutura limitou-se a decidir, mais uma vez nas costas dos trabalhadores que diz representar, que se devia fazer greve em tal dia, como resposta a determinadas políticas do governo.
A primeira coisa a perguntar é se essas mesmas cúpulas estão convencidas de que é assim que se mobiliza para a luta difícil e dura, os trabalhadores deste país. É evidente que não. É evidente que eles não são ingénuos ao ponto de pensarem que assim conseguirão mais do que um fracasso. Mas se for um fracasso camuflado, isso irá dar-lhes a aparência de adesão de que necessitam para depois reivindicarem a <> desses trabalhadores que aderiramà greve.
Dessa maneira, terão maior capacidade de se manterem nas cúpulas - como têm feito, ao longo de vinte e mais anos, alguns deles - dando o recado ao governo de que ela (cúpula da CGTP) tem de ser ouvida para fazer passar a <> das medidas anti-sociais. É basicamente por isso que, lá do alto dos seus <> sindicais, eles decretam a <> ... e os trabalhadores que obedeçam!
O conceito anti-autoritário e sindicalista revolucionário de greve é o oposto. São os próprios,susceptíveis de fazer (ou não) greve, que têm dedecidir.
Assembleias de trabalhadores realizam-se nos locais detrabalho e todas as pessoas se pronunciam, sobre asformas de luta e sobre as suas modalidades de aplicação. Com esta luta decidida desde as bases, não apenas a greve terá muito mais adesão, como haverá uma mobilização constante, durante um período, o que em si mesmo já é um factor de pressão sobre o governo e o patronato.
Então, a greve será um culminar, será realmente uma ruptura assumida conscientemente pelos seus protagonistas. A ameaça de continuação do movimento grevista, caso não haja um recuo do governo e da entidade patronal, em pontos muito concretos, tem de pairar no ar, tem de ser uma ameaça séria e credível. Os burocratas, que dominam o movimento sindical, quase nunca fazem reuniões nos locais de trabalho. Porém, é este um direito sindical, que corresponde a um dos direitos sociais conquistados logo a seguir ao 25 de Abril de 74.
Seriam reuniões nas empresas, nos serviços ou nas zonas próximas, os locais mais próprios da tomada de decisão para greves ou outras formas de luta. Só assim haverá uma adesão plenamente consciente e só assim terá o trabalhador a convicção de que esta greve, por muito sacrifício que lhe traga no imediato, lhe trará vantagens no longo prazo. Porém, uma greve assim, como as estruturas burocráticas costumam decidir, decretada desde o alto, nunca irá alterar, sequer um pouco, a correlação de forças a favor dos trabalhadores: Os do governo ficarão a rir, pois os grevistas lhes farão poupar milhões no orçamento. Os capitalistas não irão também sofrer qualquer perda significativa. Mesmo que a greve fosse muito bem sucedida, seria somente como um dia suplementar de feriado. Sendo esta greve destinada a mostrar que os chefes da CGTP ainda conseguem ser obedecidos por umas dezenas de milhares de grevistas... vai haver -como habitualmente - contradição total entre as estatísticas apresentadas pela central sindical e pelo governo, incluindo a comunicação social, submissa ao poder político e aos grandes grupos económicos.
A única forma revolucionária de responder perante greves decretadas do alto, é dizermos que nós - trabalhadoras e trabalhadores deste país - não somos reféns de ninguém, nem do governo, nem dos <>das centrais sindicais. A nossa vontade é apenas dependente das tomadas de decisão colectivas, em assembleias onde possamos, em igualdade de circunstâncias, expor os nossos pontos devista. Aí sim, se tal for a vontade das assembleias de trabalhadores, estaremos de acordo em apelar à greve e em implementar as condições para efectuá-la.
Nós, AC-Interpro, Associação de base, de trabalhadores anti-autoritários e anti-capitalistas, não iremos pois apelar à greve nestas circunstâncias, salvaguardando no entanto a decisão individual dos nossos militantes, visto se admitir a hipótese de circunstâncias locais onde se possa realizar uma greve activa. Não apelamos à greve geral no dia 30 de Maio pois estaríamos a participar no engano, estaríamos a canalizar os trabalhadores para um beco sem saída, para mais uma derrota...
Temos - antes de mais - que devolver os sindicatos aos seus associados e transformar profundamente o modo de funcionamento dos mesmos. Só assim os sindicatos poderão voltar a ser, de novo,instrumentos da luta de classes.
22-05-2007
A Comissão Administrativa da AC-Interpro--Associação de Classe Interprofissional
http://www.acinterpro/. orgacinterpro@gmail. com http://groups/. google.com/ group/AC- Interpro

GREVE GERAL




Posted by João Botelho.

terça-feira, maio 29, 2007




"Não fui eu quem criou este movimento de cidadania, foi ele que me obrigou a candidatar e fez da minha candidatura um facto novo e pioneiro. É essa a história contada neste livro por alguns daqueles que a viveram e a quem agradeço com um fraterno e comovido abraço."

Manuel Alegre, In "Conseguir o Impossível"

Foi uma aventura inolvidável de liberdade, fraternidade e de cidadania.


Este grupo de Viseu ( que já tinha estado com Alegre na luta para Sec Geral do PS) não desiste, pois quem luta por uma causa até ao fim nunca perde !

Posted by João Botelho, Jorge Silva, Alexandre Pinto, Carlos Paiva, José Miranda, Fátima Carvalho, e tantos amigos....

LISTAS



A Comissão Nacional de Protecção de Dados proibiu, esta terça-feira, o Ministério da Finanças de identificar os funcionários públicos que aderirem à greve geral de quarta-feira, por considerar esse procedimento ilegal e discriminatório.

( 16:37 / 29 de Maio 07 ) TSF

Alguma vez passou pela vossa cabeça que a Comissão Nacional de Dados tivesse que vir publicamente afirmar que listas de grevistas são ilegais ?

Alguma vez passou pela vossa cabeça que ISTO sucedesse com um governo do Partido Socialista ?

Para onde caminha o Partido Socialista ?

Posted by João Botelho.

domingo, maio 27, 2007

NÃO se esqueçam de MIM !



O regime militar birmanês voltou a prorrogar por um ano a prisão domiciliária da dirigente da oposição, AUNG SAN SUU KYI



Posted by João Botelho.


sábado, maio 26, 2007

HOMENAGEM



Miles Dewey Davis Jr

(Alton, Illinois;
Posted by João Botelho.

quinta-feira, maio 24, 2007

E não vai ser o último....


Nova Maternidade


Uma menina nasceu numa ambulância estacionada na A14, quando a mãe era trassportada daFigueira da Foz para uma maternidade de Coimbra.

É o quinto caso de um bebé nascido num contexto extra-hospitalar desde que encerrou o bloco de partos figueirense, há menos de sete meses.

2007-05-23 Correio da Manhã

Depois deste “pequeno incidente”, o Governo da Nação decidiu abrir uma área de serviço, com especialidade de partos a meio da auto-estrada Coimbra / Figueira da Foz !!!!!!

(Escrevi este texto em 21 de Março 2007)

(Recupero o texto em 24 de Maio de 2007)


A culpa deve continuar a ser das mães……..!!

Posted by João Botelho.

quarta-feira, maio 23, 2007

GOSTO !





Assim, SIM !

Nada de punhos no ar, violentos, agressivos, quase….. brutais !

A nova saudação do Partido Socrático (PS) está na linha moderna, leve e solta do “Socialismo Moderno”.

Leve e solta de ideologia ; leve e solta de justiça social; leve e solta de preocupações culturais ……

Assim, SIM !




Posted by João Botelho.


domingo, maio 20, 2007

DECLARAÇÃO



Comunico a todo o Bom Povo Português que NUNCA ouvi, disse ou reproduzi qualquer graçola sobre o currículo académico do Sr. Eng.

Reina a Paz e a Ordem em todo o País.

A Bem da Nação.


Posted by João Botelho.

sábado, maio 19, 2007

PIADA PROVOCA SUSPENSÃO DE PROFESSOR

O título vem hoje na primeira página do PÚBLICO. A notícia refere um professor de inglês, colocado na DREN (Direcção Regional de Educação do Norte), que terá sido suspenso por ordem da respectiva Directora Regional, Margarida Elisa Moreira, por ter pronunciado um comentário jocoso, vulgo piada, sobre José Sócrates.

A Directora Regional instarou um processo disciplinar ao professor por considerar que "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. o sr.primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal".

Margarida Elisa Moreira, a directora regional, ex-apoiante de Manuel Alegre no interior do PS, mas agora algo convertida em sócratica militante (para não se escrever outra coisa), parece querer instaurar a lei da rolha e/ou assumir-se como uma espécie de "policia de bons costumes".

Dá vontade também de perguntar quem são e onde estão os funcionários públicos "que não prestam serviços públicos" ... e o que é que tem a ver o cú com as calças!!

Todas e todos sem execepção, professores ou não, deveriamos enviar ou fazer chegar à sra.directora-regional um comentário jocoso ou mesmo uma piada sobre a situação que o próprio primeiro-ministro de Portugal criou ... contra ele ... e que AINDA não soube ou não quis resolver!

João Pedro Freire

JORNADAS PELA ESCOLA PÚBLICA ... pela CGT (Espanha).


Um tema importantíssimo. Um debate urgente ...

sexta-feira, maio 18, 2007

Áreas Ardidas



O Governo alterou a lei que impunha a proibição de construir, num prazo de dez anos, em áreas florestais atingidas por incêndios. A partir de agora vai ser possível construir alegando interesse público ou empreendimentos com relevante interesse geral.


Passou muito despercebido a publicação do Decreto-lei n.º 55/2007, no passado dia 12 de Março, em que Governo alterou a lei que impunha a proibição de construir, num prazo de dez anos, em áreas florestais atingidas por incêndios e veio criar excepções à restrição de construção em povoamentos florestais, permitindo projectos de “interesse público” ou “empreendimentos com relevante interesse geral”.
Esse reconhecimento que pode ser pedido, e concedido, a qualquer momento através de um despacho conjunto dos governantes do Ambiente, da Agricultura e eventualmente do membro do Governo envolvido no projecto. O documento comprovativo de que os interessados são alheios ao incêndio “ será emitido pelo responsável máximo do posto da GNR da área territorialmente competente”.


Uma nova ordem vai surgir, a ordem dos empreendimentos turísticos com campos de golfe e respectivos hotéis e condomínios fechados.

Num Pais onde o ordenamento do território é inexistente, onde os planos directores são feitos por empreiteiros, onde a construção civil movimenta largos milhões, os "EMPREENDIMENTOS COM RELEVANTE INTERESSE GERAL" vão nascer como cogumelos.


Pode ser que assim façam de Portugal todo um Algarve, como exemplo do desrespeito pela natureza.

Não é preciso ser um especialista em protecção civil para já ter percebido que este ano se vai haver uma grande percentagem de "causas naturais" nos incêndios. A tudo isto juntemos o (habitual) negócio dos equipamentos, dos helicópteros, etc, etc……


Ao escrever estas linhas tenho na memória a magnífica SERRA DA BOA VIAGEM (Figueira da Foz), e o paraíso de verde, calma, beleza, que tantas passeios nos proporcionou .

Com o terrível incêndio de 1993, vieram as inúmeras promessas de reflorestação, mas a realidade é a paulatina, eficaz e notória invasão do betão.


É o Portugal da construção civil no seu melhor !


Posted by João Botelho.

terça-feira, maio 15, 2007

CIDADÃOS !



António Costa terá tentado negociar desistência da candidatura de Roseta à Câmara de Lisboa

“Público” 15.05.2007


Quando o PS estiver a atravessar o deserto (certo e inevitável) ouvirá a voz do socialismo:
- Negaste-me três vezes...

Fica a pergunta: povo socialista vês alguém que guie as tropas entre as dunas da Direita Escaldante para levar alguma água que salve o PS da... extinção!

O CENTRÃO odeia as ideias, a livre discussão e sobretudo a PARTICIPAÇÃO CÍVICA !

Não desistas, Helena !


“Só os peixes mortos nadam com a corrente.”

Posted by João Botelho.



segunda-feira, maio 14, 2007

Linkin Park - What I've Done

Música nova sensível a montes de problemas planetários ... Continua a existir muitas e boas formas de intervenção!

domingo, maio 13, 2007

RITORNELLO


Sabe que é Jorge Rodrigues ?

Já ouviu o programa "Ritornello" na Antena 2 ?

Fique a saber que Jorge Rodrigues foi o autor e apresentador do programa Ritornello durante 12 anos na Antena 2. Um excelente comunicador, um conhecedor do seu ofício e que de uma forma didáctica conseguiu cativar cada vez mais ouvintes durante os anos de emissão.

Pois o Ritornelllo ACABOU !!

Não por vontade do seu autor, mas porque ao fim de 12 anos como colaborador da Antena 2, se recusou a assinar mais contratos trimestrais e, naturalmente, queria que as leis do trabalho fossem cumpridas. Como resposta, a direcção da Antena 2 decidiu suspender unilateralmente a emissão do Ritornello.

Para todos os que gostam de música clássica (e não só) ; para todos os que apreciam o esforço de renovação que João Almeida está a fazer na Antena 2, esta é uma notícia muito, muito triste.

RITORNELLO espero pelo teu retorno !


Posted by João Botelho.

25 Abril Produzido por Sugabril

O Video foi enviado pela Emilia Cerqueira:
A Sugai não conseguiu patentear a revolução nem os cravos, mas não
quis deixar de marcar a sua capacidade de inovação, fundamental para a
sobrevivência no mercado actual, e editou um vídeo com um conjunto de
palavras que, essas sim, são agora propriedade da Sugabril, empresa do
universo Sugai.

O vídeo está em http://www.youtube.com/watch?v=ZUh_ewkYJiY

Bem hajam todos os que permitiram que Abril se tornasse neste paraíso
para o Capital..

quinta-feira, maio 10, 2007

Agora é o Porte Pago !!!???


Celebrou-se no passado dia 3 (Maio) o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Nesse dia, Adelino Gomes e José Manuel Fernandes, no “Público”, alertavam para o facto da liberdade de imprensa ser um valor cada vez mais em risco. Escreviam estes jornalistas que “matar o jornalista tornou-se, em algumas partes do mundo, a forma mais fácil, mais barata e mais eficaz de silenciar notícias inoportunas.” e que “há dez anos, doze anos, acreditava-se que a liberdade – e a liberdade de imprensa em particular – conhecia uma expansão irreversível. Hoje verificamos que não. “

Vem esta introdução a propósito da intenção do governo de José Sócrates de acabar com a política de subvenção do Porte Pago às revistas e jornais. Como rapidamente se constatará serão, mais uma vez, as comunidades portuguesas no mundo as mais afectadas, pois os custos irão disparar em flecha. O governo prevê que até 2009, o actual apoio de 70 % para território nacional e 90 % para o estrangeiro se vá reduzindo até aos 40 % !!!?? Como se já não fosse suficiente a política de encerramento de Consulados, temos agora esta fortíssima penalização no porte pago. A previsão é de que uma assinatura anual de um “jornal de província” passará a custar na ordem dos 60 euros, para a Europa, e para o resto do mundo o número será mais gordo…
O papel insubstituível da Imprensa regional está a ser asfixiado em nome de argumentos economicistas e nunca os imaginámos vindos do ministro socialista Augusto Santos Silva. Afinal que política de apoio às comunidades portuguesas é esta que trata os nossos compatriotas com beijinhos a abraços, quando são precisos os votos, mas com desprezo e indiferença quando se trata de promover a sua ligação à Mãe-Pátria ? Que política de promoção e defesa da Língua Portuguesa é esta que penaliza jornais e revistas portugueses ?
A maioria que nos governa, revela um autismo e um assumir de práticas neoliberais que diariamente vai destruindo as funções sociais do Estado, a um ritmo tal que a própria direita tem dificuldade em fazer oposição.

Como temos o “mau hábito” de não ficar indiferentes à realidade e tomar partido sobre as coisas; como o direito à informação é um dos direitos elementares da sociedade democrática; como nos recusamos a ter proprietários de consciência e sempre defendemos a liberdade de pensamento (em voz alta); como julgamos que não é possível viver sem ideias e sobretudo como consideramos que se está a praticar uma enorme injustiça aos nossos compatriotas que vivem no estrangeiro, aqui e agora fica registada a nossa discordância e oposição face a esta política, do governo Sócrates, em relação ao Porte Pago.



Jorge Silva e João Botelho.

Militantes do Partido Socialista / Viseu
Posted by João Botelho.

Dar VOZ aos CIDADÃOS (*)


Expresso a minha solidariedade a Helena Roseta.

Esta mulher é uma referência democrática, um símbolo do inconformismo contra as injustiças e uma VOZ LIVRE.

Aqui afirmo o meu apoio a Roseta, apesar de não viver em Lisboa.
Tenho amizade e estima pessoal pela Helena, e estou certo que a sua candidatura será um espaço cívico, de cidadania e PLURAL.


Vamos dar voz aos CIDADÃOS !

(*) Por João Botelho

sexta-feira, maio 04, 2007

FRANÇA e PORTUGAL: ALGUMAS REFLEXÕES!

A campanha em França merece algumas reflexões que interessam a Portugal. O que se passa em França também se passa em Portugal.

Acontece uma realidade que condiciona qualquer perspectiva de mudança: os partidos parlamentares são tendencialmente clones uns dos outros; o discurso dos que emergem das tricas parlamentares são tendencialmente sem diferença; as oposições são diferentes na oposição, mas iguais(issimas!) no governo (seja qual o governo, seja qual a sua composição)!

As democracias liberais parlamentares, tal como as conhecemos na Europa, estão crescentemente desfasadas da expressão da vontade popular que dizem representar. As próprias eleições gerais/parlamentares são antecidadas de períodos de campanha eleitoral onde qualquer tipo de "esclarecimento" é substituído ou sufocado pelas novas formas de dominação, chamem-se elas de sondagens, pressão dos ditos "opinion-makers" (sempre os mesmos) nas colunas de "opinião" nos media (jornais, rádio e televisão), criação de estratégias de tensão na opinião pública para a fazer aceitar a eternização de políticas securitárias, ...

As esquerdas parlamentares estão, cada vez mais, presas a compromissos parlamentares que as impede de desenvolver qualquer acção social ou descer ao nível da intervenção social, fomentando-a, incentivando-a ...

As esquerdas parlamentares adoptam no relacionamento entre si, acções tipícamente clubísticas, de cazulo. Descobrem (qual prolongamento das tricas parlamentares) diferenças onde não existem porque semelhanças ou convergências só para consumo eleitoral!

No plano social - das empresas (públicas e privadas!), das escolas, dos locais de residência, das ruas ... - se não forem os militantes ou activistas, os representantes das direcções partidárias comportam-se como filiados em clubes de futebol rivais!!...

As democracias liberais parlamentares e o tipo de sociedade em que assentam estão PODRES de representação e de securitismos que IMPEDEM qualquer participação directa, popular e cidadã!

É óbvio que existem alternativas para esta situação pantanosa! O arco parlamentar das representações parlamentares terá sempre a tendência de apelidar de "utópicas", "radicais", ... , as alternativas que possam escapar ao seu controlo! Mas no desenvolvimento das iniciativas das pessoas, trabalhadores, precários, imigrantes e emigrantes, jovens e menos jovens, mulheres e homens, contribuintes e consumidores, ... , alternativas que merecem ser desenvolvidas pelos próprios e pela sua capacidade de criação de redes livres e sem controleirismos de qualquer espécie.

As alianças partidárias à esquerda e/ou à direita não têm capacidade de influênciar e incentivar o movimento popular. São efemeras, localizadas no tempo e nas conveniências conjunturais! Há muito que as alianças à esquerda deixaram de falar em socialismo (explicando-o!), abdicaram da criação de formas de auto-organização das pessoas onde elas estão, atrapalham-se quando falam de luta contra a corrupção, baralham-se quando falam ou não falam de reformas no monstro Estado, ...

É urgente descobrir e dar forma e capacidade de intervenção ao que vai brotando do movimento social e da iniciativa das pessoas.

Em França como em Portugal as alternativas à esquerda são de conveniência, são localizadas no tempo ... porque no pós-eleições a podridão parlamentar soterrará a iniciativa popular! É pois consequência disto que a direita e os guardiões do liberalismo continuarão a dominar!

terça-feira, maio 01, 2007

DIGAM ALGUMA COISA DE ESQUERDA! (*)


Entrevista a Otelo Saraiva de Carvalho

Diário de Notícias, Sábado, 28 de Abril de 2007

"Aprecio muito Cavaco Silva"

Como classifica o desempenho de Cavaco Silva e José Sócrates?

Aprecio muito Cavaco Silva. É um homem de grande honestidade e grande rigor.
Como cidadão, conforta-me ter um presidente que - além da figura atlética que tem, como ex-corredor dos 400 metros barreiras - demonstra competência técnica e rigor. Estuda os problemas e tem uma forma sensata de ir colocando os seus recados quando deseja fazê-lo. Em relação ao Governo Sócrates, se continua a ter valores elevados nas sondagens, significa que a generalidade do povo está satisfeita. Por mim, nada tenho a reclamar.

Na voragem dos dias e das notícias recupero a leitura de uma entrevista do DN, a Otelo, do passado sábado.
Lê-se e não se acredita !
Neste dia do Trabalhador bem precisámos de um Moretti a gritar: "
Digam alguma coisa de esquerda !"
(*) Por João Botelho