tribuna socialista

segunda-feira, janeiro 28, 2008

MANIFESTO

O "MANIFESTO" que se divulga é da responsabilidade de Francisco Trindade, o qual apela a que "Se concordas com o MANIFESTO divulga-o o mais possível. Para mais informações usa o seguinte e-mail profsemluta@hotmail.com":

MANIFESTO
Os professores estão a atravessar o momento mais negro da sua vida profissional desde o 25 de Abril.
Com um pacote legislativo concebido em sucessivas fases, começando pelo novo Estatuto da Carreira Docente e culminando com o novo modelo de gestão escolar, passando pelo Decreto Regulamentar da avaliação de desempenho, a actual equipa do Ministério da Educação desferiu um golpe profundo na imagem social dos professores, na sua identidade enquanto grupo profissional e nas condições materiais e simbólicas necessárias para que os mesmos se empenhem na qualidade do ensino.
A um sentimento de enorme frustração soma-se hoje a insegurança quanto ao futuro profissional, uma insegurança decorrente de todos os mecanismos de fragilização da carreira e de instabilidade de emprego que o governo actual tem vindo a introduzir.Torna-se agora cada vez mais evidente que os professores deste país foram as cobaias de um ataque aos direitos laborais, segundo uma receita de efeitos garantidos: uma campanha inicial de difamação orquestrada com a cumplicidade de uma comunicação social subserviente, que visou justificar, no plano retórico e propagandístico, a redução sistemática de direitos no plano jurídico.
Hoje é também óbvio que este programa teve como objectivo essencial a quebra do estatuto salarial dos professores, que passaram a trabalhar mais pelo mesmo dinheiro, que viram a progressão na carreira arbitrariamente interrompida, e que foram, desse modo, uma das principais fontes drenadas pelo governo para satisfazer a sua obsessão de combate ao défice.
Hostilizados por uma opinião pública intoxicada e impreparada para reconhecer aos docentes a relevância da sua profissão, desprovidos dos meios legais e materiais que lhes permitiriam dignificar o seu trabalho, é com fatalismo, entremeado por uma revolta surda, que os professores deste país encaram hoje o futuro mais próximo. Muitos consideram o Estatuto da Carreira Docente como um facto consumado, procurando adaptar-se-lhe o melhor possível.
No entanto, as piores consequências desse Estatuto só agora começarão a revelar-se, e há sinais de que a ofensiva do governo contra os professores e contra a escola pública não chegou ainda ao fim:
Este ano vai ter início o processo de avaliação do desempenho, pautado pela burocratização extrema, por critérios arbitrários e insuficientemente justificados que poderão abrir a porta para acentuar o clima de divisão e a quebra de solidariedade entre os professores, para «ajustes de contas» adiados, para a perseguição aos profissionais que se desviem da ideologia pedagógica dominante, para a subordinação dos resultados dos alunos à demagogia ministerial do sucesso escolar compulsivo.
· O governo prepara-se para aprovar, sem discussão pública que mereça esse nome, um novo modelo de gestão escolar que se traduz pela redução ainda maior da democracia nos estabelecimentos de ensino, já antecipada ao nível do Estatuto da Carreira Docente, pela diminuição drástica da influência dos professores, atirados para uma posição subalterna nos órgãos directivos, pela sua subordinação a instâncias externas, muitas vezes movidas por interesses opostos ao rigor e à exigência do processo educativo.
· Finalmente, o governo tem também a intenção de suprimir as nomeações definitivas para a grande maioria dos funcionários públicos, iniciativa que terá particular incidência numa classe docente cuja garantia de emprego já está, em muitos casos, consideravelmente ameaçada.Tudo isto deveria impor, desde já, a mobilização dos professores e o abandono de uma postura de resignação. Não há processos legislativos irreversíveis. Por outro lado, não podemos esperar por uma simples mudança de ciclo eleitoral ou de legislatura para que o ataque à nossa condição profissional seja invertido. Ninguém, a não sermos nós, poderá lutar pelos nossos direitos.Por tudo isto, e para contrariar a atitude cabisbaixa que impera entre a classe docente, consideramos importante lançar um conjunto de iniciativas, algumas delas faseadas, outras que poderão ser desenvolvidas em paralelo.
Assim, propomos:
- apoiar o movimento, que começa a surgir na blogosfera dedicada à nossa profissão, no sentido de se alargar o prazo de discussão do novo modelo de gestão escolar, e organizar nas escolas espaços de debate desse projecto-lei, tendo o cuidado de o situar no quadro mais geral dos constrangimentos legislativos a que hoje se encontra sujeita a nossa actividade profissional;
- promover, nas diferentes escolas e nos agrupamentos de escolas, a discussão sobre as condições de aplicação do Decreto que regulamenta a avaliação de desempenho dos professores, tendo em conta a necessidade de se fixar critérios mínimos de rigor e de justiça nessa avaliação, e considerando que, se a avaliação dos alunos tem sido objecto de muita elucubração teórica, as escolas se preparam para avaliar os docentes sem ponderarem devidamente as dificuldades científicas e deontológicas que semelhante processo suscita;
- encetar um processo de contestação do Estatuto da Carreira Docente nos tribunais portugueses e nas instâncias judiciais europeias, considerando que esse diploma atinge direitos que não são simplesmente corporativos, mas que constituem a base mínima da dignificação de qualquer actividade profissional.
- pressionar os sindicatos para que estes retomem os canais de comunicação com os professores e efectuem um trabalho de proximidade junto destes, o qual passa pela deslocação regular dos seus representantes às escolas a fim de auscultar directamente os professores e de discutir com eles as iniciativas a desenvolver;
- contactar jornalistas e opinion-makers que, em diferentes órgãos de comunicação, tenham mostrado compreensão pelas razões do descontentamento dos professores e apreensão perante o rumo do sistema de ensino em Portugal, no intuito de os incentivar a prosseguirem com a linha crítica das suas intervenções e de lhes fornecer informação sobre o que se passa nas escolas;
- propor políticas educativas que se possam constituir em defesa de uma escola pública de qualidade, que não seja encarada como simples depósito de crianças e de adolescentes e como fábrica de «sucesso escolar» estatístico, políticas capazes de fornecer alternativas para as orientações globais do Ministério da Educação e para as reformas mais gravosas que o mesmo introduziu na nossa profissão.

EXEMPLOS ATRÁS DE EXEMPLOS: O MERCADO FINANCEIRO ESTÁ SEM CONTROLO?





É absolutamente escandaloso o que se passa em alguns bancos portugueses.

Mas ... será só em alguns ou acendeu-se uma espécie de rastilho que acabará por pegar fogo a todos os bancos?

Primeiro foi o Millennium Bcp, agora é (novamente!!) o BPN ... e enquanto isto, parece que o Banco de Portugal, a autoridade supervisora, lá vai revelando incapacidade e incompetência no cumprimento das funções que lhe estão reservadas!

Entretanto, no meio de tanta crise e tantas trapalhadas na gestão de bancos, o BES anuncia (ainda bem!...) lucros recordes ... aumenta os lucros de um ano para o outro em mais de 44%!

Há qualquer coisa aqui que não bate certo!

E o que não bate mesmo certo, é que parece que, neste Estado dito de "Direito", há leis para a generalidade dos cidadãos e outras (parece que mais ... maleáveis!) que se adaptam ao que as gestões bancárias ... querem! Para depois, passados uns tempos, se descobrirem uma série de podres ...

Parece é que o Banco de Portugal supervisiona só o acessório e não vê o essencial ... e se os trabalhadores bancários pudessem ter algum controlo sobre a gestão dos bancos, através das suas comissões de trabalhadores? Será que não seria um contributo para acabar com esta autentica "républica das bananas"?

domingo, janeiro 27, 2008

FARTOS/AS D'ESTES RECIBOS VERDES: 4800 SOLIDÁRIAS/OS!!

Na próxima quinta-feira, dia 31 de Janeiro, vai ser entregue na Assembleia da República a petição promovida pelo FERVE – Fartos/as d'Estes Recibos Verdes.

Ao longo de dois meses, graças ao meritório esforço de todos/as quantos/as se solidarizaram com esta causa, foram recolhidas cerca de 4800 assinaturas, em papel, provenientes de Portugal e do estrangeiro.

O resultado deste esforço vai agora ser entregue ao Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, numa audiência que contará com a presença do FERVE e também de João Pacheco (jornalista e membro dos Precári@s Inflexíveis) e José Luís Peixoto (escritor).

A todos/as quantos colaboraram na recolha de assinaturas, o nosso sincero agradecimento!
Pelo FERVE;

Cristina Andrade-- FERVEFartos/as d'Estes Recibos Verdeswww.fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com

quinta-feira, janeiro 24, 2008

SAÚDE: UM BEM SEM PREÇO



A petição em defesa do Serviço Nacional de Saúde e pelo fim das taxas moderadoras foi lançada publicamente e conta entre os primeiros signatários o fundador do SNS António Arnaut, os deputados Manuel Alegre e João Semedo, o recém-reeleito bastonário dos médicos Pedro Nunes e o ex-bastonário dos farmacêuticos e antigo presidente do Infarmed, José Aranda da Silva.


A petição também pode ser assinada em http://www.snsparatodos.net/ .


Nos próximos meses, a campanha em defesa do Serviço Nacional de Saúde vai percorrer o país com bancas de assinaturas e sessões públicas com a presença dos primeiros subscritores. A petição, que tem como objectivo recolher 100 mil assinaturas, quer obrigar o parlamento a tomar as "decisões políticas necessárias ao reforço da responsabilidade do Estado no financiamento, na gestão e na prestação de cuidados de saúde, através do SNS geral, universal e gratuito".

Assina a petição em http://www.snsparatodos.net/!

PETIÇÃO PARA QUE O CANCRO DO COLO DO ÚTERO SUBA AO PARLAMENTO EUROPEU

Mensagem do Dr. Daniel Pereira da Silva director do serviço de Ginecologia doInstituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra... 2 minutos...

Caros Amigos e Amigas

Preciso da vossa ajuda.

Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu ,
para que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu, de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países, nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.

(clicar sobre a bandeira do País para efectuar a petição.Basta inscrever o apelido, nome, País e email )

ESQUERDA.NET: mero acidente informático ou ataque premeditado?

O Esquerda.net, um espaço de informação do Bloco de Esquerda, foi objecto ontem de um ataque informático.
Não é a primeira vez que espaços de informação e de acção associados às esquerdas e a movimentos anti-capitalistas são objecto de "estranhos" problemas informáticos.
Os ditos problemas acabam por ser resolvidos, mas fica sempre a dúvida se não terão sido ataques premeditados por parte de quem se sente social e/ou politicamente incomodado.
TRIBUNA SOCIALISTA é um espaço socialista libertário que se solidariza com a Bloco de Esquerda!

terça-feira, janeiro 22, 2008

EM DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE!


O texto que se segue é retirado de ESQUERDA.NET do Bloco de Esquerda:




Começou este domingo, no Hospital Amadora Sintra, a recolha de assinaturas da petição Saúde, um bem sem preço. Para assinalar o início desta campanha pela defesa e reforço do Serviço Nacional de Saúde, um conjunto de activistas do Bloco de Esquerda esteve à porta de um dos hospitais mais movimentados da grande Lisboa, tendo conseguido juntar perto de 300 assinaturas em 2 horas.
Presentes no local, estiveram os deputados Francisco Louçã e João Semedo. Comentando a decisão de levar a cabo esta petição, Louçã aludiu à sua capacidade mobilizadora, uma vez que se trata de uma temática que diz respeito a toda a população, que poderá, desta forma, dizer ao governo "que quer uma alternativa responsável aos negócios que estão a torpedear a saúde em Portugal".
O objectivo final é chegar às 100 mil assinaturas. Estas serão recolhidas em iniciativas públicas por todo o país e na Internet, e terão, segundo o Bloco, a força de dizer ao parlamento do descontentamento da população com os caminhos que o SNS está a tomar, abeirando-se de forma perigosa da sua desarticulação e privatização.
A escolha do local para a iniciativa não foi ocasional: estes hospital foi o primeiro que, no serviço Nacional de Saúde, foi entregue à gestão privada. Embora existam sinais de que esta opção não foi a melhor, não se conhecem ao certo os seus resultados, uma vez que os relatórios de contas desta unidade se encontram por aprovar desde 2002, apesar do imperativo contratual que determina a sua apresentação anual. Este incumprimento foi uma das razões que levaram o grupo parlamentar do Bloco a propor, no passado mês de Novembro, uma comissão de inquérito ao Amadora-Sintra, prontamente recusada pelo Partido Socialista.
A campanha prossegue amanhã, com a realização de uma sessão pública em Coimbra, que contará com a presença de António Arnaut, João Semedo e Pedro Ferreira (investigador e docente na FEUC).


sexta-feira, janeiro 18, 2008

PETIÇÃO CONTRA A COBRANÇA DE EUR 1,50 POR CADA LEVANTAMENTO NAS ATM

Os bancos preparam-se para cobrarem 1,50 Eur por cada levantamento nas caixas ATM .

Este "imposto" (é mesmo uma imposição, e unilateral) aumenta exponencialmente os lucros dos bancos, que continuam a subir na razão directa da perda de poder de compra dos Portugueses.

Quem não estiver de acordo e quiser protestar, assine a petição e reencaminhe a mensagem para o maior número de pessoas conhecidas.

Já vai para cima de 145 000 assinaturas !!!

http://www.petitiononline.com/bancatms/


DIVULGUEM , PF.

terça-feira, janeiro 15, 2008

BCP: qual a diferença com as votações norte-coreanas?

Com quase 98% dos votos dos accionistas, o ex-Presidente do maior banco "público" português foi eleito Presidente do maior banco privado português ...

98% é das tais votações que indiciam que os problemas que levaram à crise do BCP, quase de certeza, se manterão, parecendo uma votação resultado de alianças entre familias de accionistas que administrativamente querem por água na fervura ...

Os accionistas parecem uma espécie de entidades planantes que gerem o seu dinheiro, estando nas tintas com os trabalhadores e os clientes do BCP, a quem nunca deram uma palavra de esclarecimento sobre o que aconteceu e sobre as orientações do banco ...

O maior banco privado português deu um exemplo do tipo de democracia que o capitalismo neo-liberal é capaz de produzir ... e a solução (!) encontrada mostra também a promiscuidade que existe entre os interesses privados e o interesses "públicos" que não são nada "públicos", mas antes, são dominados pelos interesses privados ... nas barbas e com a benção do governo sócratico!

terça-feira, janeiro 08, 2008

JOSÉ SÓCRATES: PROMETER PARA NÃO CUMPRIR! ... MAIS UMA PROMESSA QUE CAI!

José Sócrates aliado a Durão Barroso, com a pressão e a benção de Aníbal Cavaco Silva, prepara(m)-se para deixar cair mais uma promessa eleitoral: o referendo ao tratado constitucional europeu, agora apelidado de "Tratado de Lisboa".

José Sócrates vai ainda representar um papel dramático perante a comissão nacional do seu adormecido e sonambulo partido "S" (quanto mais tempo permanecerá esse "s" a dizer "socialista"?): deverá dizer aos dirigentes sócraticos que uma europa democrática e com os cidadãos activos é ... muito cara e desiquilibra as finanças !!! ...

O trio maravilha Sócrates x Barroso x Cavaco esquecem na Europa uma das principais conquistas do 25 de Abril de 1974 em Portugal: a eleição por voto secreto e universal de uma Constituinte que elaborou uma Constituição democrática!

MENOR PLURALISMO PARTIDÁRIO, DEMOCRACIA MAIS POBRE E MAIS FROUXA.


De acordo com a EXPOSIÇÃO & APELO aos Presidente da Republica e Presidente da Assembleia da Republica apresentada pela Associação Cívica Republica e Laicidade, a propósito do ataque à existência de partidos políticos com menos de 5000 inscritos/filiados.


TRIBUNA SOCIALISTA considera que a intervenção democrática, política e social, não se esgota na existência de partidos políticos. Mas essa intervenção passa também pelos partidos políticos, os quais devem ter total liberdade para se organizarem, rejeitando-se, no entanto, todos aqueles que expressamente defendam ideologias de cariz racista, fascista, nazi. Consideramos que a imposição administrativa de comunicação dos nomes dos inscritos nos partidos políticos é uma medida de carácter repressivo e policial que não tem nada a ver com a democracia, mas só com as concepções securitárias e anti-liberdades dos guardiões da (des)ordem neo-liberal.


REPÚBLICA PORTUGUESA:
MENOR PLURALISMO PARTIDÁRIO, DEMOCRACIA MAIS POBRE E MAIS FROUXA
.


Em Portugal, desde 22 de Agosto de 2003, temos uma nova «Lei dos Partidos Políticos»: a
Lei Orgânica n.º2/2003.

Essa legislação parte do (bom) entendimento de que “os partidos políticos concorrem para a livre formação e o pluralismo de expressão da vontade popular e para a organização do poder político” (art.1º) e de que, no cumprimento desse objectivo, lhes cabe: “contribuir para o esclarecimento plural e para o exercício das liberdades e direitos políticos dos cidadãos; estudar e debater os problemas da vida política, económica, social e cultural, (…); apresentar programas políticos e preparar programas eleitorais de governo e de administração; apresentar candidaturas para os órgãos electivos de representação democrática; fazer a crítica, designadamente de oposição, à actividade dos órgãos do Estado (…); participar no esclarecimento das questões submetidas a referendo nacional, regional ou local; promover a formação e a preparação política de cidadãos para uma participação directa e activa na vida pública democrática e, em geral, contribuir para a promoção dos direitos e liberdades fundamentais e o desenvolvimento das instituições democráticas” (art.2º).
No entanto, embora reconhecendo que a constituição de um partido político é “livre e sem dependência de autorização” e que eles “prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas (…)” (art.4), a nova «Lei dos Partidos Políticos» exige para a sua constituição um requerimento formal subscrito por 7500 cidadãos eleitores (art.15º) – a anterior legislação só exigia 5000 – e faz depender a continuidade da sua existência da manutenção de um número de militantes filiados superior a 5000 (art.18º) – a legislação anterior só exigia 4000…
Desse modo, foi no estrito cumprimento daquele normativo de 2003 que, muito recentemente, o Tribunal Constitucional (TC) notificou todos os partidos existentes em Portugal exigindo-lhes prova do facto de, actualmente, cada qual poder contar com o número mínimo de 5.000 militantes filiados previsto na Lei.
Mas, se é verdade que aquela intervenção do TC decorre no estrito cumprimento da Lei vigente, verdade também é que, actualmente, o quadro partidário nacional se encontra fortemente – excessivamente – bipolarizado, manifestamente carecido da pluralidade, da diversidade e das dinâmicas necessárias a uma saudável vivência democrática representativa e que, por força da implementação conjunta daquele normativo e da «lei do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais» (
lei 56/98, de 18 de Agosto), essa situação tenderá a agravar-se a curto prazo, já que levará ao imediato desaparecimento da maioria dos pequenos partidos surgidos nos últimos 30 anos – previsivelmente, 9 dos 14 partidos actualmente existentes acabarão – e, por força dos quase inultrapassáveis entraves processuais desse modo criados à constituição de novas formações partidárias, impedirá a renovação do leque político partidário e contribuirá para o anquilosamento do regime.
Efectivamente, exigir de um movimento cívico nascente e que aspire a tornar-se em partido a apresentação de 7500 assinaturas de proponentes, a fidelização de 5000 militantes e respectiva certificação periódica e ainda a apresentação regular de candidaturas às eleições gerais e/ou a grande número de autarquias locais, recusando-lhe, simultaneamente, quaisquer subsídios de funcionamento enquanto ele não conseguir alcançar 50.000 votos em processo eleitoral, restringindo fortemente as suas possibilidades de recurso ao financiamento privado e exigindo-lhe, ainda, sob pena de aplicação de multas exorbitantes (fortemente superiores aos seus orçamentos anuais), o cumprimento de apertadíssimas regras de transparência contabilística – que os grandes partidos, aliás, não acatam…! –, equivale objectivamente, como é muito fácil de perceber, a inviabilizar a sua constituição e a impedir o seu aparecimento na cena política.
É este quadro problemático para a Democracia da República Portuguesa que a Associação Cívica República e Laicidade vem agora denunciar publicamente, apelando ao Presidente da República e, muito especialmente, à Assembleia da República, ou seja, aos partidos políticos a quem se deve – e a quem, numa visão acanhada, pode aproveitar – a actual legislação, para que, com a brevidade possível, procedam à revisão do quadro jurídico que enforma a vida partidária no país, garantido uma efectiva e democraticamente animada pluralidade do nosso sistema político.


Braga, 6 de Janeiro de 2008


A bem da República
Luis Mateus

(presidente da direcção da associação cívica R&L)

domingo, janeiro 06, 2008

CONSELHO DE MINISTROS REUNIU PARA ... FICAR TUDO NA MESMA!

Informalmente, ao que parece, entre champanhe e leitão, o Conselho de Ministros reuniu hoje, Domingo, para mostrar "trabalho", mas, afinal, tanto trabalho deu ... em nada!

Foi mais para continuar tudo e todos na onda algo esquizofrénica do discurso de Natal do primeiro-ministro José Sócrates ... graças (!) à política do governo, 2008 vai ser melhor (!...) que 2007! Dito por outras palavras, isso do fecho de empresas, do desemprego, dos ataques ao SNS, de aumentos acima da inflação, de rebaldaria total na área financeira, isso ... vai continuar a ser classificado pelo governo como invenções de conspirativos comunistas ... a realidade só pode ser aquela que o governo determine que seja!!

Parece que, à sua maneira, o que sobra do PS no governo, continuará a insinuar que as promessas eleitorais são as actuais medidas do governo e não o que as pessoas ouviram da boca dos dirigentes sócraticos durante a última campanha eleitoral ... por exemplo, relativamente ao referendo ao chamado "Tratado de Lisboa" (o up-grade do anterior Tratado Constitucional ...), o governo ainda não sabe se o convocará ou não ...

Não estivessemos nós a falar do governo deste País, liderado por um partido que ainda se diz "socialista", e , isto daria assunto para muito riso e muita galhofa ...

sábado, janeiro 05, 2008

SEMANÁRIO "SOL" É O PORTA-VOZ DO BLOCO?


Ana Drago líder parlamentar do Bloco de Esquerda, e, Luís Fazenda responsável pela organização, são duas notícias que o semanário SOL traz na sua primeira página da edição de hoje.

Trata-se de duas informações que são dadas, citando fontes do Bloco, mas as duas com um estranho ponto em comum: ainda não houve nenhuma eleição dos dois bloquitas para os cargos citados, mas já são apresentados como futuros ....

Mais outra questão intrigante: porquê priveligiar um jornal como o SOL com este tipo de informação (i.e.baseada em fontes do próprio Bloco) , mesmo antes das referidas notícias serem editadas na imprensa do partido?

A notícia do SOL obriga a citar uma outra saída no EXPRESSO, também de hoje, a propósito dos hábitos da geração dos nascidos no 25 de Abril de 1974, quando um desses jovens, afirma ter estado muito próximo de se filiar no Bloco de Esquerda, mas ... "Hoje reconhece sentir-se de alguma forma ludibriado. O Bloco ficou um partido igual aos outros".

A PROPÓSITO DO CANCELAMENTO DO "LISBOA X DAKAR" ...

Sobre o cancelamento do "Lisboa x Dakar", importamos de LUTA SOCIAL a seguinte posta:

LISBOA-DAKAR: O rali mais estúpido e criminoso do mundo acabará de vez

As razões concretas pelas quais foi cancelado o Rali*, talvez sejam ligeiramente diferentes das que foram anunciadas pelos organizadores.

Com efeito, os governos do «Sul» que iriam ser cenário do rali, sabem perfeitamente que estão numa situação muito instável e que nem a brutal repressão pode já esmorecer as dissidências.

A luta operária destas zonas é ignorada pela média, mas existe e desenvolve-se: o operariado e campesinato é super explorado. Não tem sequer uma «solidariedade» nominal dos sindicatos burocráticos do Norte, como se viu na reunião à porta cerrada realizada em finais de Outubro em Lisboa, na qual apenas houve uma preocupação de colagem às teses neoliberais dos líderes políticos da EU.

Na Europa, só alguns sindicatos alternativos e anarco-sindicalistas (por exemplo, a CGT de Espanha ou a CNT- França) ou redes de solidariedade com imigrantes, têm levado a cabo acções concretas de apoio às lutas do Magreb, contra a repressão sobre os militantes políticos e sindicais.

O facto de ter havido ataques e mortes na Mauritânia está correlacionado com a situação muito instável no Magreb, da qual os salafitas se têm aproveitado. Quer na Argélia, em Marrocos ou na Mauritânia, a influência desta versão fundamentalista do islamismo tem progredido, pois os governos desses países são odiados, como castas governantes, corruptas, mantendo uma ordem social medieval para benefício das corporações europeias e norte-americanas, que aí têm instalado as fábricas (Nike, Adidas, Coca-Cola, etc., etc. ...)

O «ocidente» hipócrita e egoísta, queria continuar a percorrer esses países, a pretexto de rali, com a arrogante e despreocupada irresponsabilidade dos «senhores». Todos os anos, havia um certo número de acidentes mortais, envolvendo público assistente, sobretudo crianças. Mas isso não demovia os organizadores, nem escandalizava, por aí além, os aficionados deste «desporto».

Nesta questão do «Dakar», vejo todo um símbolo da época que estamos a atravessar. A situação no «Sul» chegou a um ponto de não-retorno, onde mais e mais pessoas se negam a creditar qualquer «superioridade» à «civilização» ocidental.

Com efeito, o que é o «Dakar», senão a afirmação arrogante de superioridade tecnológica, com desprezo pelos seres humanos do subdesenvolvimento, «promovido» pelas corporações e governos europeus?

Há que boicotar activamente todas as manifestações de «desporto automóvel» pois, além de autênticos atentados ecológicos, promovem uma série de valores e comportamentos totalmente negativos.

O «Lisboa – Dakar» resume tudo o que de negativo se pode apontar a eventos «desportivos» desta natureza.

Manuel Baptista

*Nota: O «Paris-Dakar», passou a «Lisboa-Dakar».

Em França, houve durante anos, uma campanha desenvolvida por múltiplos grupos «altermundistas»: http://www.monde-solidaire.org/spip/article.php3?id_article=1055

quarta-feira, janeiro 02, 2008

MENSAGENS DE NATAL E DE ANO NOVO: UMA ESPÉCIE DE JOGOS DE MÁSCARAS ...


No Natal falou o primeiro-ministro ... pelo Ano Novo foi a vez do Presidente da Republica ...

O Presidente já foi primeiro-ministro ... lembram-se, todas e todos, do que ele fez pela saúde, contra os altos rendimentos dos altos quadros das empresas, na luta contra as desigualdades sociais ... também se devem lembrar de que o seu reinado terminou, porque ... precisamente porque os que sofrem as consequências sociais, já não o aguentavam mais!... Lembram-se?

O primeiro-ministro já foi secretário-geral de um partido cujo "S" queria dizer socialista ... lembram-se? Lembram-se também do que prometeu em matéria de criação de novos postos de trabalho, de defesa do Serviço Nacional de Saúde, de luta contra os privilégios ... mas também se devem lembrar que este primeiro-ministro, construi-se nas televisões, ou seja, em algo que já o distanciava das multidões ... que agora prefere identificar com "comunistas conspirativos" ... é claro, antes de entrar em novo teatro circense eleitoral!

Presidente e primeiro-ministro falam com solenidade as datas festivas ... Hoje o Presidente chama-se Cavaco Silva e o primeiro-ministro José Sócrates ... mas se fosse ao contrário provavelmente diriam a mesma coisa que disseram, cada um na sua função. Parece um jogo de máscaras!

Reparem também noutro pormenor: no governo tem-se sucedido a rotação em torno do chamado "bloco central". Rotação que agora já chegou à Presidência ... Não obstante, todos falam como se nunca tivessem tido qualquer responsabilidade sobre a realidade de que agora falam ...

É ou não é ... um autêntico jogo de máscaras! Por detrás delas, para infelicidade deste Povo, estão sempre os mesmos ... que já não têm vergonha na cara!

João Pedro Freire

Companheir@ dentro do sistema educativo público: UM APELO!


Companheir@,

Com esta reflexão queria pedir-te ajuda, pois me encontro, junto contigo e com muitas outras pessoas,dentro dum sistema de gestão cada vez mais totalitário e oligárquico, mas esse sistema não é 'coisa qualquer' é o sistema educativo, ou seja, aquele que irá, numa grande parte, moldar -para o bem a para o mal - a mentalidade das futuras gerações.

Com o decreto-lei «em discussão», sobre autonomia e gestão escolar, não teremos nós uma boa oportunidade de desmascarar a farsa do poder, que -quando clama«autonomia»- está a retirá-la, a acentuar a subordinação hierárquica, quando clama por«eficiência» está apenas a afirmar a eficácia de reprimir, coagir, disciplinar?

A esta vertente, chamaria a resistência «número um» ou seja a crítica ao sistema, ao seu mecanismo de subordinação. Mas, para além do «número um» temos de pôr em prática, reflectindo e debatendo colectivamente, o tipo de resistência «número 2», ou seja, aquele que implica uma não colaboração, no fundo, uma modalidade de acção directa:

A dissociação, a negação de colaboração, o distanciamento, a «sabotagem inteligente» ou seja, a que não se deixa «apanhar». Uma das primeiras questões, é que a resistência número um não poderá ser efectuada de maneira ingénua, pois, ao darmos demasiadas pistas para identificação das pessoas, elas ficam logo sob suspeita, não podendo participar, sem risco pessoal e para o próprio sucesso das acções, na resistência «número dois». Mas, por outro lado, não podemos chamar para a luta, para a resistência número 2, as pessoas se não tivermos um discurso mais ou menos público, se não houver algumas pessoas a fazer críticas públicas, dentro e fora dos estabelecimentos de ensino.

Estou muito preocupado, pois verifico que um número significativo de pessoas nas escolas, pelo que me é dado ver, se assume como agentes do sistema, por vezes, «desculpando-se» de que se não fossem eles/elas a «ascenderem» aos cargos, seriam outros/as... Porque há tanta gente assim, também, o PS não teve dificuldade em fazer as suas «reformas» (= contra -reformas), subvertendo a carreira docente e a gestão escolar, impondo uma municipalização como caminho para a privatização dos sectores rentáveis e agora nas universidades, também e sobretudo!

Que podemos fazer, neste contexto?
Que atitudes tomar publicamente?
Que medidas teremos de tomar internamente?
Que colaborações suscitar?

É um debate sobre estratégia, para o qual te convido...

Solidariedade.
Manuel Baptista (Colectivo Luta Social)

Escrevam-me para:http://w18.mail.sapo.pt/dimp/?no_newmail_popup=1#

sábado, dezembro 29, 2007

PS e PSD DIVIDEM O ESTADO ... COMO QUEREM!


Parece que é, mas não é: o PS não é "a" alternativa ao PSD, nem o PSD e "a" alternativa ao PS ... é certo que se não está um no governo, está o outro, e, assim sucessivamente! ...

Querem fazer crer que aquilo a que chamam "regime" tem de passar por acordos, claros ou não, entre o PS e o PSD ... costumam apelidar esses "acordos" de ... medidas "com grande sentido de Estado" ...

É assim que "com grande sentido de Estado", acabam por dividir entre si, o aparelho de Estado ... dividem o controlo do poder judicial, discutem os bancos que ficam para um e para outro, a imprensa, escrita, falada ou televisionada, também não escapa ...

O Estado que vamos tendo, é algo que nunca foi reformado/revolucionado desde o 25 de Abril de 1974, é algo que vai sendo dominado pelo poder económico-financeiro, é algo que escapa completamente a qualquer controlo democrático por parte dos cidadãos.

Agora, os que dominam políticamente o aparelho de Estado, aliados aos que o dominam económica e financeiramente, preparam-se para consolidarem o seu poder, restringindo, ainda mais, o exercício da democracia: pretendem que os partidos políticos, para o serem, têm de provar que possuem 5.000 militantes!

Trata-se de uma medida de cariz totalitário e policial, que vem demonstrar que os simpatizantes do neo-liberalismo são incapazes de respeitar o pluralismo político e social e nunca perdem a oportunidade para aumentar os controlos securitários sobre a sociedade.

PS e PSD parece quererem demonstrar que a "democracia" são eles e ... mais nada!

PS e PSD são duas faces de uma mesma moeda ... é mesmo urgente uma alternativa de democracia, de iniciativa popular, de profunda mudança económica, de sentido socialista na abordagem da reforma do aparelho de Estado, ou seja, aumentar o controlo democrático do Estado, desburocratizando-o, passando o poder de burocratas para o poder das cidadãs e dos cidadãos.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

EM LOUSADA: MAIS UMA EMPRESA QUE FECHA!

A fábrica de confecções "Irskens Portuguesa" fechou. 90 trabalhadoras tiveram o desemprego, como prenda de Natal, dada por um patrão alemão que resolveu deslocalizar, sem aviso prévio!

As operárias reclamam direitos. Fazem piquetes para evitarem que o patrão retire a maquinaria da empresa ...

Da parte do governo, pouco se espera ... anda muito ocupado com os espectáculos mediáticos de elogio de uma Europa onde parece que só há Estados, governos e eurocratas!

O exemplo da "Irskens Portuguesa" é mais um exemplo que demonstra que os trabalhadores devem criar, para além dos sindicatos, as suas próprias organizações que assegurem, em cada empresa, uma activa vigilância sobre a gestão dessas empresas. Organizações que comuniquem entre si, criando redes activas na prevenção das deslocalizações, na defesa dos direitos laborais e do património produtivo de cada empresa!

domingo, dezembro 16, 2007

O REFERENDO É NECESSÁRIO! MAS FUNDAMENTAL É A ELEIÇÃO DEMOCRÁTICA DE UMA CONSTITUINTE EUROPEIA!

O referendo ao chamado Tratado de Lisboa é uma exigência democrática!

Não se trata de defender qualquer ideia de "soberania nacional", como pretendem a direcção do PCP e algumas correntes de direita, mas antes, de colocar todas e todas os europeus como sujeitos activos da construção de uma Europa democrática e social.

Até este momento, inclusivé tudo o que culminou com a assinatura do dito Tratado de Lisboa, temos assistido a um processo no qual a participação democrática e directa dos povos europeus tem sido substituida por espectáculos mediáticos organizados por Estados, por governos e por eurocratas.

José Sócrates deveria ter vergonha do que tem dito e desdito em matéria de convocação de um referendo nacional sobre o Tratado europeu. José Sócrates deveria lembrar-se que a Constituição Portuguesa não foi obra de comissões de técnicos e/ou de políticos, mas a consequência da conquista da democracia que levou à eleição de uma Constituinte. O exemplo português poderia e deveria ser seguido na Europa, num momento em que é liderada por dois portugueses ... só que dois portugueses que não têm memória democrática, nem estão habituados a práticas democráticas quando chegam a poder, nos planos nacional e internacional!

O Tratado de Lisboa é uma espécie de up-grade da anterior versão do chamado Tratado Constitucional elaborado por uma comissão não-eleita dirigida pelo liberal francês Giscard D'Estaing. Num e noutro documento, o que está em causa é a imposição aos povos europeus de um processo não democrático, que os mantém à margem e sem qualquer possibilidade de controlarem ou mostrarem as suas vontades.

A Europa, enquanto espaço único, onde convivem diversas nacionalidades, diversos povos, é necessária e urgente. Mas essa Europa precisa de ser construída no reconhecimento e prática permanentes que os povos são os sujeitos dessa construção e não sómente meros utilizados do que os Estados e os governos resolvem impor!

Para isso, continuará a ser fundamental a eleição universal e democrática de uma Constituinte europeia, onde sejam discutidas todas as propostas para a construção europeia. Entre elas, existe uma que continua a pugnar pelos Estados Unidos Socialistas da Europa!

quinta-feira, dezembro 06, 2007

CIMEIRA UE/AFRICA: AS HIPOCRISIAS DOS JOGOS DIPLOMÁTICOS ...

Depois da cimeira UE/África, o continente africano continuará a ser o que é: um continente dominado por ditadores, por corruptos ... um continente onde a miséria, a fome, a exploração, as epidemias significam que os povos africanos continuarão a (sobre)viver sem possibilidade de iniciativa, sem direito a possuírem vontade própria ...

África está refém dos diversos passados coloniais, está atrofiada por décadas de exploração e saque imperialistas, está prisioneira de regimes autoritários. Dos governos europeus o que é que se pode esperar? Dos mesmos governos que sistemática e hipocritamente usam dois pesos e duas medidas para falar de "direitos humanos" ou até de "democracia" quando as razões comerciais falam mais alto ... veja-se, por exemplo, o que se passa com a China!

Os povos africanos precisariam de ter a capacidade de tomar a iniciativa, de mostrar a sua vontade, de encontrarem novos caminhos para um Continente desfigurado. Da iniciativa dos governos (europeus e africanos) há muito pouco ou nada a esperar!

terça-feira, dezembro 04, 2007

CHAVEZ PERDEU ... PERDEU UMA VISÃO AUTORITÁRIA E ANTI-SOCIALISTA!

A derrota do projecto pessoal de Hugo Chaves para se perpetuar no poder, como uma espécie de bonaparte, perdeu no referendo de Domingo passado na Venezuela. Não perdeu o socialismo! Ganhou a democracia!

Acabaram também por ganhar as manifestações estudantis que sofreram uma violenta repressão policial. Por exemplo, no passado dia 7 de Novembro, Na Universidade Central da Venezuela, os estudantes foram alvo de tiroteio perpetrado por um grupo de 60 pistoleiros favoráveis ao regime chavista que irromperam no campus universitário (citando a última edição jornal "Socialismo Libertario" ).

O direito de manifestação, a independência do movimento sindical face ao Estado, ao governo e aos partidos, o pluralismo político a todos os níveis da sociedade, a possibilidade de destituição do presidente e do governo por imposição da vontade democrática popular livremente expressa ... são inquestionáveis para qualquer socialista que lute consequentemente por uma alternativa socialista ao liberalismo/capitalismo e também às versões totalitárias de um socialismo (!)meramente estatal ...

domingo, dezembro 02, 2007

A CGTP TAMBÉM TEM TRABALHADORES A RECIBOS VERDES ...

A praga dos falsos recibos verdes também invade o próprio movimento sindical que fala "contra a precariedade" ... a edição de ontem do EXPRESSO dava conta disso numa Escola profissional ligada à CGTP.

O movimento FERVE (Fartos/as d'estes Recibos Verdes) cita a notícia do EXPRESSO: "Dez dos doze professores de um estabelecimento de ensino criado em 1990 por protocolo entre o Ministério da Educação e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) têm vínculo precário. "Em casa de ferreiro, espeto de pau" - o comentário é de um funcionário da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça em Pedome, uma freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão, e ajusta-se bem à situação laboral da maioria dos trabalhadores daquele estabelecimento de ensino criado na sequência da celebração de um contrato-programa entre o Ministério da Educação e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) em 1990. Dez dos doze professores, têm os mesmos deveres que os do quadro mas têm vínculo precário e por isso não têm subsídio de Natal e pagam a Segurança Social do seu bolso. Maria Emília Leite, directora-geral da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, admite que o pólo de Pedome, por "ter estado para fechar há dois anos", é aquele que "merece mais atenção". Esclarece, todavia, que o estabelecimento "respeita integralmente as regras do ensino particular e cooperativo", estando ainda subordinado ao Ministério da Educação e ao PRODEP III, que financiam os cursos. "(In Expresso).

Será que este exemplo é só exclusivo da CGTP ? O que se passará com a UGT ? Ou com o o chamado movimento dos sindicatos "independentes"? E o que se passará no interior dos partidos políticos, quaisquer que eles sejam e onde quer que se situem?

Em causa parece estar um modelo de organização de defesa dos trabalhadores ... com capacidade para organizar manifestações, com capacidade para intervir junto de trabalhadores do sector público, com capacidade para chegar até aos governos ... mas com uma muito reduzida capacidade para intervir junto dos trabalhadores do sector privado e com uma total falta de sensibilidade para chegar até ao crescente número de trabalhadores aprisionados na teia dos falsos recibos verdes.

O que faz o movimento sindical - todo ele! - para organizar e defender os trabalhadores sujeitos aos falsos recibos verdes? O que fazem os partidos representados na Assembleia da Republica? O que faz o Presidente da Republica, o governo e o primeiro-ministro? Será que consideram os recibos verdes, falsos ou não, como uma inevitabilidade dos sacrificios que pedem aos portugueses e/ou uma forma de iludirem estatísticas sobre o desemprego e a criação de postos de trabalho?

Há também o lado do chamado empresariado que se diz "atento" à chamada "inserção social" ... como contratam os trabalhadores nas suas empresas: com contratos e com direitos ou com falsos recibos verdes e totalmente descartáveis?

Este é, sem dúvida, uma das consequências da dita "economia de mercado" em ambiente de globalização liberal, em que os deveres são citados porque favorecem as mais-valias, mas os direitos (de quem trabalha) são considerados um impecilho ao ... progresso neo-liberal!

Para quando a capacidade do movimento sindical organizar uma acção contra a proliferação dos falsos recibos verdes? Ou será que essa capacidade terá de pertencer exclusivamente aos mil-e-um movimentos e grupos que já existem contra essa monstruosidade violenta?

sexta-feira, novembro 30, 2007

GREVE GERAL DA FUNÇÃO PÚBLICA!

A prepotência do Governo Sócrates, só por si, justifica que a Função Pública diga BASTA!

José Sócrates afirma-se de "esquerda moderna" (ou lá o que isso é ...) sempre que organiza reuniões com os militantes do seu partido. Mas, no dia-a-dia da governação, esses militantes são esquecidos e o movimento sindical é tratado como um qualquer governo de direita e/ou neo-liberal trataria: com desprezo, com arrogância e como se não existisse!

Os interlocutores do "moderno" Sócrates são, sistemáticamente, alguns empresários, um exército de chamados "especialistas" ou "técnicos" ou "elites", no plano nacional, e, Durão Barroso e qualquer governo, no plano internacional.

Sócrates, como primeiro-ministro, ficará conhecido como o "campeão" do desemprego e da precariedade, como secretário-geral de um partido que ainda (!) ostenta o "S" de "socialismo" ficará para a História como um dos piores coveiros dos principios e das práticas socialistas.

domingo, novembro 25, 2007

25 DE NOVEMBRO DE 1975: A DEMOCRACIA LIBERAL NÃO É ALTERNATIVA AO ESQUERDISMO E AO SECTARISMO!

Em 1975, o 25 de Novembro representou o triunfo da democracia liberal e parlamentarista sobre o impasse revolucionário a que conduziu o esquerdismo e o sectarismo.

Trinta e dois anos depois, as assimetrias sociais em crescendo, o liberalismo económico e financeiro que repôs o poder de meia dúzia de grandes grupos , a quase inexistência de direitos por parte de quem trabalha num quase onde domina a precariedade nas suas diversas facetas (contratos a prazo, falsos recibos verdes, sub-emprego ...), os ataques ao Serviço Nacional de Saúde mesmo que tendencialmente gratuito, ... , tudo isto são consequências do triunfo da democracia liberal e parlamentarista.

O 25 de Novembro de 1975 veio também provar que não é possível manter um processo revolucionário numa espécie de meio-termo, de impasse, no qual se vão degladiando correntes sectárias e esquerdistas, com acções que ignoram crescentemente o sentir e a vontade populares, dando-as, de mão-beijada, às correntes contra-revolucionárias que procuram sempre a reposição de velhas ordens.

Em 25 de Novembro de 1975 não havia o perigo de uma contra-revolução fascista, como queriam fazer crer as correntes esquerdistas dominantes. Mas o triunfo do parlamentarismo burguês rápidamente criou condições para a reposição de uma sociedade onde o poder económico e financeiro condiciona o poder político e, na onda do securitarismo norte-americano, passa também a condicionar o exercício das liberdades democrática e dos direitos sociais.

O Partido Socialista representou toda a contradição desse período e reeditou o papel contra-revolucionário que a social-democracia já havia representado noutros processos revolucionários. O PS reuniu efectivamente uma forte vontade popular para uma mudança socialista, mas essa vontade sempre foi desfigurada pelas sucessivas direcções "socialistas" que, uma vez no governo, foram abrindo todas as portas ao domínio do poder económico e financeiro reconstruído com uma onda sem precedentes de privatizações.

Em Novembro de 1975, como aliás desde o 25 de Abril de 1974, sempre faltou ao e no processo revolucionário português uma alternativa socialista que não reeditasse velhos desvios esquerdistas, sectários e até totalitários. Esquerdistas (uma incrível amalgama de grupos e microscópicos partidos) , estalinistas (o PCP) e social-democratas (mal designados de PS e/ou de "socialistas") foram reproduzindo receitas, modelos e teorias, nas quais, as massas populares, foram meros joguetes ... A sede de controlo burocrático do movimento sindical, das comissões de trabalhadores e de moradores, ... , rápidamente colocou o processo revolucionário num impasse com a contra-revolução neo-liberal à espreita ...

As revoluções não precisam de iluminados, nem precisam de "vanguardas" ... precisam, isso sim, de deixar crescer livremente a iniciativa social, sendo esta a que tem de buscar e criar novas formas de organização que consolidem e orientem o processo revolucionário!

Tal não aconteceu com a revolução portuguesa e o resultado foi o triunfo da democracia liberal, significando esse triunfo a reposição de um modelo de sociedade onde a democracia é formal, o parlamentarismo é uma rolha sobre a iniciativa popular e o poder político é refém de uma realidade que configura uma autentica ditadura económica e financeira!

sábado, novembro 17, 2007

FERVE promoção petição à AR


Retirado do blogue OBJECTIVO:SOCIALISMO! da corrente da Esquerda Nova do Bloco de Esquerda:


O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes promove um abaixo-assinado, para apresentação à Assembleia da República.

Apelamos a todos/as quantos/as se identifiquem com esta causa para que assinem esta petição!

De modo a não inviabilizar assinaturas solicitamos que:

1) façam o download do documento da petição;

2) imprimam o documento, frente e verso, sem efectuar qualquer alteração;

3) assinem a petição apenas uma vez;

4) preencham os campos todos (assinatura, número do Bilhete de Identidade e nome completo legível).

IMPORTANTE:- A petição tem que ser impressa obrigatoriamente numa folha frente e verso, tal como o documento em anexo.

- Não são válidas as assinaturas recolhidas em folhas soltas, folhas só com linhas, etc…

- O texto da petição tem que estar presente em todas as folhas assinadas!

- Os/As assinantes da petição tem que ser maiores de idade.

Tenham 1 ou 100 assinaturas, enviem-nas, por favor, até 3 de Dezembro, para o seguinte endereço:

Petição FERVE
Apartado 7049
E. C. Augusto Luso
4051-909 Porto

domingo, novembro 11, 2007

HUGO CHAVEZ vs JUAN CARLOS / ZAPATERO ...

O incidente ocorrido no decurso da XVII Cimeira Ibero-Americana entre Hugo Chavez e os representantes espanhóis, Jose Zapatero e Juan Carlos, revela aspectos que vão muito para além das tricas diplomáticas entre Estados.
O incidente foi provocado porque Hugo Chavez, insistentemente, apelidou de "fascista", o ex-primeiro-ministro do Estado Espanhol, Jose Aznar. Zapatero, o actual primeiro-ministro espanhol, eleito na sequência da mentira de Aznar a propósito dos atentados de 11 de Março de 2004, ripostou a Hugo Chavez num tom nacionalista e patrioteiro. Pediu "respeito" porque Aznar tinha sido eleito pelo povo ... Mas será que Zapatero também não foi eleito pelo mesmo povo? Será que Aznar, que até pode não ser "fascista", não será um mentiroso da pior espécie, ele que disse o que disse em 11 de Março de 2004 e foi um dos participantes na cimeira dos Açores que marcou o ínicio dessa mentira violenta que tem sido a guerra/invasão do Iraque?
Será que pelo facto de ser português, nós portugueses teríamos de subscrever as posições neo-liberais, pró-guerra no Iraque, ..., de Durão Barroso se porventura viesse a ser criticado por uma qualquer personalidade não portuguesa?
Zapatero, Sócrates, Gordon Brown, ... , pertencem a uma "família" (!!) política internacional que há muito abandonou posições internacionalistas para passarem a alinhar por critérios diplomáticos e de arranjos entre Estados. A reacção de Zapatero de dar uma maõzinha ao monarca espanhol e ao seu ex-rival (?) Aznar, exibe até onde pode ir a "vontade de mudança" dos dirigentes da dita "Internacional Socialista" ... Zapatero fez com Aznar e Juan Carlos o que Sócrates também já fez com Durão Barroso ...
Zapatero, tal como Sócrates, só são socialistas quando estão na oposição ou quando estão em campanha eleitoral nos seus países. Uma vez no poder, reduzem o seu "socialismo" à mera participação em cimeiras onde a retórica se substitui à capacidade de agir pela mudança ou então perdem-se nos meandros dos acordos diplomáticos que tanta mudança (!?!?) tem dado a este planeta ...
Sobre Hugo Chavez e as suas concepções de "socialismo", já por diversas vezes mostrámos o que nos separa dele. Mas Hugo Chávez, desta vez, teve mais razão que Zapatero e Juan Carlos!
Tem razão quando afirma “Será rei, mas não me pode mandar calar” !

terça-feira, outubro 30, 2007

MILLENNIUM BPI ???

Qual o melhor caminho para grandes empresas aumentarem os seus lucros sem terem que despedir ninguém ... directamente, mas antes, dispensar centenas de trabalhadores?

Qual o melhor caminho para arranjos entre grandes accionistas evitando-se a opinião dos pequenos accionistas?

Qual o melhor caminho de se conseguirem mais-valias nesse produtivo (!!) mercado que dá pelo nome de Bolsa ?

O que é que, de facto, tem a ganhar a economia portuguesa com operações de concentração de empresas que já são quase que estratégicamente e indirectamente dominadas por accionistas estrangeiros?

Quantos postos de trabalho já ganhou a economia portuguesa com operações de concentração de grandes empresas?

OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS DA OPERAÇÃO DE FUSÃO "BCP x BPI" DARÃO RESPOSTAS A TODAS ESTAS E OUTRAS QUESTÕES!!!.............

BCP: EIS A GESTÃO DE UM MODELO DE SUCESSO DA ECONOMIA DE MERCADO!

Num momento em que a direita vai fazendo propaganda ao "êxito" das escolas privadas no ranking criado por alguma imprensa, é bom que se olhe também para o modelo de gestão de um banco que foi apontado durante anos e anos como um "case study"e como um "modelo de sucesso".

Falar de BCP e/ou de Jardim Gonçalves parecia ser sinónimo de exemplos de sucesso da própria economia de mercado. Era a "gestão privada" apontada sempre como "muito melhor" que a coisa pública igual a Estado!

Pois analise-se agora, à luz dos escandalos mais ou menos grandes, esse modelo de gestão: quanto à transparência, quanto ao respeito pelas leis em vigor, quanto ao dever de informação perante os próprios accionistas grandes e pequenos, quanto às "cunhas" que sempre se aponta como quase endémica da coisa pública ...

O exemplo da crise do BCP exibe até onde vai a seriedade (!) no ambito de uma economia de mercado. O que, no ambito de uma economia de mercado, acaba por não ser exclusivo do privado. O público quando gerido na economia de mercado também sofre dos mesmos problemas ... afinal quem lá manda é quem gostaria de tudo ver privado ou privatizado!

A economia de mercado e o sistema político que sustenta não permitem qualquer ideia de transparência, de controlo democrático, de direito à informação, sem restrições, por parte dos cidadãos. A economia de mercado e o seu sistema político só formalmente é que reconhece a cidadania, porque, na prática, só vê empresas e depois accionistas das empresas ...

terça-feira, outubro 23, 2007

ONDE ESTÃO OS SOCIALISTAS DO P.S. ?


É impressionante o que o actual governo faz e diz sempre que comenta manifestações populares ou greves. O discurso é igualzissimo ao pior discurso de direita, identificando tudo com "jogos políticos da oposição" ou com um PCP que passou a ter uma influência notável, a avaliar por aquilo que cada ministro diz ...
Será que as 200.000 pessoas que se manifestaram, convocadas pela CGTP, são todas elas "comunistas" ?
Será que uma greve com uma adesão de quase 100%, independentemente do sector em que se realiza, pode também ser apelidada de "manobra com fins políticos"? Serão os trabalhadores em greve, todos eles, manipulados ou até estúpidos?
Será que não há militantes do PS presentes nessas manifestações ou aderentes dessas greves? E se há, como é possível que não se indignem e manifestem contra os disparates pronunciados e executados pelos ministros do governo do seu partido? Será que o PS virou partido com funcionamento interno totalitário e policial ?
É caso para perguntar: onde estão os socialistas do PS? será que ainda existem?

A EUROPA DOS GOVERNOS E DOS ESTADOS ... A EUROPA DE SÓCRATES & BARROSO!

Grande alarde - ao ponto de o considerar como "porreiro"... - quis dar José Sócrates, na companhia de Durão Barroso, à assinatura do chamado "Tratado de Lisboa", apresentado como "um grande passo" para a afirmação da Europa.

O "Tratado de Lisboa" mantém, no essencial, a pinta neo-liberal do anterior Tratado "Constitucional" rejeitado, pelo voto, por franceses e holandeses. A assinatura deste up-grade do Tratado "Constitucional" reforça o alheamento dos povos europeus quanto à construção europeia, tornando os governos que o assinaram - todos !!! ... - algo que existe à margem da vontade popular europeia, absolutamente desconhecida e nunca auscultada sobre esta matéria.

José Sócrates, formalmente "socialista", e, Durão Barroso, liberal dos quatro costados, uniram-se, com grande alarde e fervor nacional-luso, para evitarem que os povos europeus tenham o direito de eleger uma Constituinte Europeia que discutisse e aprovasse uma Constituição, tal como os portugueses o fizeram a seguir ao 25 de Abril de 1974, depois de quase 50 anos em que nunca tiveram o direito de se pronunciar ou eleger uma Assembleia Constituinte democrática e representativa.

José Sócrates, como já fez com outras promessas eleitorais (afinal o que é isso para um político moldado nas jogatanas parlamentares?!...), esquece também agora ostensivamente a que fez sobre a realização de um referendo nacional sobre o Tratado europeu. Todos os argumentos lhe parecem bons (!!) para virar as costas aos portugueses ...

Na nossa opinião, a Europa precisa urgentemente de uma refundação democrática baseada na participação dos povos e na construção de instituições que resultem desse participação e da sua vontade directa e democrática. Neste sentido, os referendos nacionais medem a vontade popular europeia, e por isso são urgentes, mas não são o caminho para essa refundação europeia.

A base da refundação europeia começa com a eleição de uma Assembleia Constituinte Europeia eleita directa e universalmente por todas as cidadãs e por todos os cidadãos que residem no espaço europeu. Este pode ser um caminho para a construção de um conceito de cidadania europeia que se afirme na diversidade cultural e nacional, reforçando caminhos de paz onde neste momento ela não existe.

A Europa precisa de um amplo debate sobre a organização que os europeus pretendem. É tempo de acabar, da esquerda à direita, com a hipocrisia que invade qualquer timido debate que surge: rejeita-se "federalismo" sem se saber o que se entende por federalismo, o apelo a uma "Europa Social" é feito da esquerda à direita sem se especificar o que é isso de "social", ...

José Sócrates & Durão Barroso , assumem-se como uma espécie da ponta do icebergue que são os governos e os Estados europeus que impedem qualquer avanço da Europa de encontro à vontade dos europeus.

terça-feira, outubro 16, 2007

CONGRESSO DO PC CHINÊS: O TOTALITARISMO NUM SÓ PAÍS!

A realização de mais um Congresso do chamado "Partido Comunista Chinês" é só mais uma oportunidade para olhar para um país que nunca foi socialista apesar de se afirmar como tal ... nem no tempo de Mao, nem no tempo de Deng, nem hoje!

Repressão quanto baste, selvajaria capitalista confundida com "sucesso" e "desenvolvimento económico", partido único mais parecido a uma espécie de seita, abandalhamento ambiental, ... , tudo o mais se poderia acrescentar para caraterizar um regime que não tem definição possível ...

Descendente das teorias do "socialismo num só país", a China é, no século XXI, a imagem de um verdadeiro totalitarismo num só pais, identificado por muitos liberais, capitalistas e magnates como um paraíso para enriquecerem, ainda mais, à custa da mão-de-obra escrava das chinesas e dos chineses.

Por cá, gostaríamos de ver os dirigentes do PCP pronunciarem-se sobre a aberração que é o regime chinês. Até podia ser depois de regressarem da China a convite do PCC ... será?

domingo, outubro 14, 2007

PSD : à direita nada de novo ... tudo na mesma!

Com um governo como o de Sócrates é dificil falar do PSD ... assemelham-se cada vez mais! ...

Diferenças só nos interpretes da execução das políticas, quer as que são executadas pelo governo, quer as que são prometidas pelo PSD !!!

Tudo muito igual: nas questões europeias, na flexibilidade das leis laborais, nas privatizações a torto e a direito. O PSD de Menezes agora também quer outra Constituição. Quer uma Constituição mesmo, mesmo, mesmo modelo liberal!

Menezes é diferente de Marques Mendes ... lá isso é! É mais alto e mais para o populista. Uma espécie de Santana Lopes em "up-grade" ... mas com Santana Lopes pronto a ajudá-los, como fez com Durão Barroso, i.e. à espreita de ser novamente primeiro-ministro sem esforço eleitoral!

No jogo da alternancia parlamentar, também temos o mesmo de sempre: na oposição o PSD é sempre mais "social" que o PS no governo. O contrário também é verdade ...

Tudo muito igual na área do "centrão" ...

terça-feira, outubro 09, 2007

PARA ONDE VAI ESTA DEMOCRACIA ... À SOCRATES!?!...

A Polícia já (re)começou uma prática usual há mais de 30 anos ... vasculhar sedes sindicais! E, por coincidência, antes do 1ºministro iniciar mais uma visita, por essa zona, a promover o sucesso (!!) que esta governação está a ser e, concerteza (!!), será ...

Mas parece que a iniciativa policial pertence a algum comandante local mais zeloso ... o Ministro da Administração Interna até já ordenou mais um inquérito!...

Vendo bem, a situação é estranha e perigosa: fica o País a saber que há, por aí, esquadras de Polícia que agem por sua iniciativa sem qualquer controlo do respectivo Ministério governamental!

José Sócrates lá vai continuando a barafustar contra tudo e contra todos os que o criticam e opõe, porque, de lingua sempre afiada, a culpa de tudo, volta a ser do PCP. Que força não terá este partido?!?!....

A democracia e as liberdades democráticas, essas, terão de esperar um pouco enquanto o nosso primeiro lá vai anunciando sucessos atrás de sucessos ... mesmo com o aumento do desemprego, uma "inevitabilidade" de qualquer socratico e/ou neo-liberal!

domingo, outubro 07, 2007

SÓCRATES REEDITA DISCURSO SALAZARENTO ...

José Sócrates reeeditou em Montemor um velho discurso salazarento e de alguma direita mais bafienta, quando identificou oposição a este governo com o PCP.

Deu uma ajuda ao PCP, dando-lhe uma implantação e uma capacidade de mobilização que não tem. Mas revelou sobretudo a actual posição autista de um governo que parece ouvir sómente os que lhe dizem "amen", ignorando até as vozes discordantes que surgem no seu partido apoiante.

Entretanto as estatísticas vão mostrando um País em 2ºlugar no ranking do desemprego europeu, com níveis altissimos no chamado desemprego duradouro, i.e. aquele que tem mais de um ano.

De inauguração em inauguração, José Sócrates ignora o que as pessoas sentem, ignora as carências reais do País e torna-se um primeiro-ministro novo na idade mas muito velho e anti-socialista nas apreciações que teima em fazer ...

domingo, setembro 30, 2007

300.000 manifestantes contra la Junta Militar birmana

Um exemplo nos nossos dias da DIFICIL luta pelas mais elementares liberdades e direitos democráticos e humanos!

quarta-feira, setembro 19, 2007

AQUILINO RIBEIRO, COM OU SEM PANTEÃO, O SEU NOME É SINÓNIMO DE GRANDE LITERATURA E DE VERTICALIDADE (*)

Com a devida vénia, publica-se um bom texto de (*) MANUEL BAPTISTA, de Luta Social, sobre Aquilino Ribeiro:


"A homenagem realizada pelos altos dignatários deste país ao grande romancista e resistente anti-fascista Aquilino Ribeiro, está sendo manchada por uma propaganda reles, suja e cobarde, de quem quer mostrar-se <>.


Neste caso, querendo fazer com que se repudie o homem e o escritor, indissociáveis, ainda mais neste grande vulto da literatura portuguesa do século XX, pelo facto de ter pertencido na sua juventude ao ramo anarquista da carbonária, ao qual se atribui a autoria do regicídio que matou o rei D. Carlos I e seu filho, herdeiro do trono.Porém, a estupidez dessas aves de mau agoiro é dupla: ele - Aquilino - pode ter ou não pactuado /concordado com o regicídio.


Porém, quer isso seja verdade ou não, não fará sentido a conotação de <> que lhe querem atribuir. Mas fazem-no, pois através dele, pretendem atingir um sector da sociedade dessa época - e por tabela - os seus herdeiros espirituais, o republicanismo radical e o anarquismo.


Que foi um crime, sem dúvida o foi, mas que se deve compreender no contexto de uma situação bem particular. Quem não estudou de perto a história conturbada dessa época, não pode compreender e portanto valorar o que esteve na origem do regicídio.


É que a maior parte das pessoas que clamam contra Aquilino, passam sob silêncio que o rei, pouco antes de ser assassinado, decretou e permitiu que o seu primeiro ministro, João Franco, instaurasse um regime de arbítrio, de ditadura, com nenhuma hipótese de evolução para uma transição pacífica para a república. Nessa época, uma vasta maioria da opinião pública repudiava o regime caduco da monarquia bragantina, os republicanos eram maioritários no pais, mas impedidos de aceder ao poder.


Alguns anarquistas, ingenuamente, acreditavam que a república seria uma etapa indispensável para atingir mais tarde a anarquia,o socialismo libertário. Entre estes, estava o jovem Aquilino. Por isso, essa corrente anarquista (apenas um sector que tinha muitas e diverdsas correntes, na época, não a totalidade) aliou-se aos republicanos em várias ocasiões, tendo participado numa organização secreta chamada Carbonária, a qual preparava o derrube da monarquia por meios armados.


Não se deve esquecer que era uma monarquia corrupta, decadente e, nos últimos tempos, governando pelos métodos autoritários que vieram ensombrar a história de Portugal no século XX.


Quanto a ele ser anarquista, na 1ª metade do século XX, um conjunto impressionante de vultos da cultura portuguesa o foram, alguns tendo permanecido fiéis à ideia acrata até à morte, outros sendo atraídos para outras ideologias ou teorias políticas... basta citar alguns, sem pretenção de fazer inventário:


- Na literatura: Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio e Miguel Torga.

- Na poesia: José Gomes Ferreira

- No desenho: Stuart Carvalhais

- Na ciência: Aurélio Quintanilha




É neste contexto, nesta atmosfera intelectual, não apenas receptiva, mas participante de uma ou outra expressão revolucionária, anti-capitalista e anti-estatal, que se desenvolveu o pensamento e se firmaram os dotes de escrita desta figura maior da nossa literatura que foi Aquilino.


Omitir isso, tal como o fez o presidente da república, torna a homenagem envergonhada, mostra que os actuais dirigentes políticos, nem sequer têm a visão ampla dos homens da república de 1910, pois "esquivam" nos seus discursos as importantíssimas facetas de Aquilino Ribeiro, nomeadamente as de militante libertário e anti-fascista."


(*) Manuel Baptista

domingo, agosto 19, 2007

TRANSGENICOS NÃO!

É claro que dizemos NÃO aos transgénicos!
Porque destroem, porque minam, porque servem os interesses dos que dominam a sociedade do lucro mantendo o planeta no caminho do suícidio.

A luta contra a transgenia é uma luta que tem de ser colectiva e abrangendo de uma forma crescente toda a sociedade. Não é uma luta de uns quantos com actos desesperados a lembrar cenas de "terrorismo" individualizado.

É dificil lutar por outra sociedade radicalmente diferente da liberal/capitalista. É dificil, mas qualquer revolucionário se olhar para o património de luta secular pelo socialismo, afirma-se como um optimista: é possível furar o cerco, destruir muros, conquistar uma maioria social para tornar possível a esperança!

Por isto, não concordamos com os métodos do movimento chamado "Verde Eufémia". Somos de opinião que os métodos desse movimento atrasam o esclarecimento social, dificultam a formação de uma maioria social favorável a um projecto alternativo de sociedade!

quinta-feira, agosto 16, 2007

A UNIÃO FAZ A FORÇA ... um exemplo da natureza!

A união faz mesmo a força! ...
Sigam o exmplo dos bufalos ... NOTÁVEL!!

COERÊNCIAS ...

Caro A.Pacheco, (* o comentário está mais abaixo, nesta posta)

Em Fevereiro de 2005 apelei ao voto PS CONTRA um governo de direita. Nunca tive muitas ilusões com o José Sócrates. Mas confesso que tive algumas com o PS e com os seus militantes que sempre quiseram políticas bem diferentes daquelas que agora o actual governo implementa.

Relativamente ao Bloco de Esquerda, do qual sou militante, não me esquivo de manifestar críticas ao que penso estar errado.

Como é o caso do Acordo para a vereação da CML. E estou em desacordo tendo em conta a actual orientação neo-liberal do PS, tendo em conta as políticas governamentais (António Costa era o nr.2 do governo)e, sobretudo, o facto desse acordo NUNCA ter sido discutido internamente no BE e até ter sido recusado no decurso da última Convenção do Bloco.

No entanto, defendo que a tal alternativa socialista (de que passo a vida a falar !...) precisa do Bloco, como precisa dos militantes socialistas do PS, como precisa até de militantes comunistas e de militantes anarco-sindicalistas e pessoas independentes que não querem a sociedade que o liberalismo/capitalismo nos impõe.

Mas o que a alternativa socialista NÃO PODE SER é uma espécie de resultado aritmético das lógicas parlamentares ou o congeminar das direcções partidárias. Na minha opinião, é possível organizar as pessoas, para além dos partidos (sem se ser contra eles!), na base de um programa com políticas discutidas por elas, alternativas ao liberalismo/capitalismo e a qualquer forma de totalitarismo.A minha coerência não é medida por métrica partidária, mas por posicionamento no quadro de uma militância que sempre foi de esquerda socialista. Admitindo que possa estar agora mais atento e sensível a posições libertárias.

Obrigado pelo seu comentário,

João Freire

* o comentário de A.Pacheco:

Em Fevereiro de 2005 o amigo apelava ao voto no PS , e dizia que o Socrates é que era o tal...Agora até o Bloco não lhe dá garantias, por causa de um acordo , para a Camara de Lisboa.Tão grande reviravolta, denota uma grande coerencia, mas enfim....Para alternativa socialista não está nada mal....

A. Pacheco

quinta-feira, agosto 09, 2007

COMO SE CONSTRÓI UMA ALTERNATIVA?


Perguntem aos iluminados dirigentes dos partidos à esquerda, como é que se constrói uma ALTERNATIVA?
Que ALTERNATIVA? ... isso, uma com sentido de ESQUERDA, com capacidade de AFIRMAÇÃO SOCIALISTA, de CORTE/RUPTURA com a pasmaceira que nos domina!
A mesma pasmaceira e a mesma ilusão que leva TANTA gente de esquerda e à esquerda a embebedarem-se com a vitória do PS em Lisboa ... em ambiente reduzido, ice, minoritario ...
Joao Freire

terça-feira, agosto 07, 2007

A DEMOCRACIA DA FINANÇA ...

A assembleia geral do BCP foi uma excelente oportunidade para se ver o que é a "democracia" da grande finança: os votantes/accionistas são representados por escritórios de advogados, a assembleia própriamente dita é só uma representação, já que tudo é decidido ou atropelado nos bastidores, e, se não houver sistema informático, parece que ninguém sabe contar votos ...

Há semanas que a imprensa tem vindo a dar cobertura a um evento que até parece que vai/ia decidir o futuro do País ... ou, às tantas, até decide já que a nossa democracia (!) está cada vez mais dominada pelos lobbies económicos e financeiros!

Mas, ao fim e ao cabo, os que se mobilizam em viaturas de gama alta, vestem fato-e-gravata do bom e do melhor e controlam o sector financeiro (o tal que não para de dar lucros e lucros cada vez amis altos!...) não conseguem comportar-se numa assembleia por eles mesmo organizada e ... tudo acabou com "Accionistas do BCP suspeitam de sabotagem na falha informática" (título do Público na primeira página de hoje)!!!

Triste espectáculo oferecido por aquele que é considerado como o maior banco português!

quinta-feira, agosto 02, 2007

LISBOA: PARA ONDE VAI O BLOCO?




O Bloco de Esquerda é oposição ao governo PS? É ...
O Bloco de Esquerda é aliado do PS na Câmara de Lisboa? É ...

O Bloco de Esquerda pode vir a fazer para o governo da Republica o que acabou de fazer em Lisboa? Pode ...

Mas será que a direcção do Bloco não tem desmentido esse tipo de acordos e tem reafirmado que é oposição ao governo Sócrates? Tem ...

É assim que um partido que se dizia "novo" e "diferente" dos outros ... pode iniciar o percurso de se tornar igual aos outros partidos!

As negociatas, os desmentidos conjunturais logo desditos pelos factos, a cara-de-pau dos dirigentes com várias faces ... tudo isto é o que arrepia, mete nojo, nesta democracia burguesa a que agora a direcção do BE parece ter aderido a ... troco do pelouro dos jardins e das coisas verdes da capital!

A propósito ... lembram-se do que a CDU fez no Porto de ... igual?
João Pedro Freire