tribuna socialista

terça-feira, abril 06, 2010

HUELGA DE MASAS: Boletim da REDE LUXEMBURGUISTA INTERNACIONAL

Huelga de Masas (Greve de Massas) N° 2
30 de Março de 2010


Apresentação do segundo número de Huelga de Masas de Dezembro de 2009 (em castelhano):

Boletín N° 2 en PDF

¿Qué es la Red Luxemburguista Internacional? ¿Por qué esta organización ahora ?

Sobre la cuestión de la organización revolucionaria : el caso del NPA en Francia

Crecen las luchas de los trabajadores en Francia: Dos millones en las calles, las universidades en huelga

¡Es la hora de las ocupaciones! ¡Por la socialización de las finanzas!

Como espigas bajo la lluvia: se multiplican las asambleas de parados en España

Suplemento de HDM 2

Abuso sexual a crianças na Igreja: Benedicto não vai a julgamento (*)

En 1992, Sinead O’Connor era la cantante más admirada del mundo. Ese año rompió una foto de Juan Pablo II en la televisión de EEUU, de inmediato su impactante video recorrió el planeta y fue falsamente mostrada como una insolente atea; horas más tarde sus discos fueron quemados. Pocos sabían que ella había sido abusada durante su niñez por sacerdotes de su natal Irlanda, país donde hasta 2007, el 98% de las escuelas eran controladas por la Iglesia Católica.

Al igual que Sinead, millones de niños han sufrido abuso sexual por “representantes de la fe cristiana”, ello se desprende de fuentes como el diario Boston Globe, (04-12-1992), que reveló que la Iglesia había pagado unos 300 millones de dólares, entre 1985 y 1992, en acuerdos con víctimas de curas pedófilos. Asimismo en 2002, el informe “John Jay”, avalado por la propia Conferencia de Obispos de EEUU y el Colegio de Justicia Criminal que lleva su nombre, informó que sólo en ese país, entre 4.000 y 5.000 sacerdotes fueron señalados por abuso contra 14.000 niños y adolescentes durante cuatro décadas. El documento reflejó acusaciones formales contra 4.392 sacerdotes, lo que representaba un 4% del clero nacional.

Este 2010, ante el escándalo mundial donde Benedicto XVI es acusado por las víctimas de ser el responsable último del encubrimiento de los abusos sexuales de sacerdotes a niños; Giuseppe dalla Torre (Jefe del Tribunal del Vaticano) ante el periódico italiano “Corriere della Sera”, ha declarado que Benedicto no irá a testificar en ningún juicio porque goza de inmunidad ante los tribunales del mundo, en su carácter de Jefe de Estado. El Sumo Pontífice se ha circunscrito a lamentar la situación mediante una carta pública.

La pedofilia además de ser pecado, es un grave delito que debe ser castigado. En solidaridad con las víctimas, nos incluimos entre las personas de buena voluntad que esperan de la Santa Sede una conducta responsable frente a la justicia, pues hasta ahora reina la impunidad.

(*) retirado de Kaosnelared.net - Autor: Jesus Manuel Silva Rivas

Estações e Caminhos: um blogue para acompanhar!

"Porque foram muitos anos. Porque somos animaizinhos de hábitos. Porque, há dias, tive o previlégio de ver um dum amigo, muito bonito, novinho em folha, e fiquei com o bichito a roer. Porque o FB tem o defeito de me obrigar a escrever pouco e eu preciso de 5000 caracteres para dizer que hoje faz Sol. Porque me apeteceu....
Vai ter coisas daqui...aqui coisas de lá...e outras que me derem na bolha.
E ainda está em arrumações
. "

É assim que a Isabel Faria explica, no Facebook, o retorno à escrita na blogosfera. A Isabel Faria propõe caminhos com paragens em estações, numa viagem que é dela mas, felizmente, partilhada por muito mais gente ... com ela vamos todos à descoberta, sempre à esquerda!

Da impaciência de mudar o Mundo à serenidade de o construir ... este é o pulsar do coração da Isabel!

ESTAÇÕES E CAMINHOS também está acessível através do TRIBUNA SOCIALISTA!

quarta-feira, março 31, 2010

APOIO A FERNANDO NOBRE: qual o significado que dou? (*)

A minha decisão de apoiar Fernando Nobre é um acto de liberdade, de consciência e de vontade na criação de um movimento social que contribua para mais qualidade para a nossa democracia.

O meu apoio também não se reduz ao facto de ser português. Portugueses afinal são todos os que vivem e trabalham em Portugal, independentemente da sua cor e da sua nacionalidade de origem. O meu apoio a Fernando Nobre decorre também da minha militância na esquerda socialista e de querer para o meu País mudanças que apontem num sentido de mais democracia, de mais Justiça Social, de mais liberdades, de mais Justiça na Economia!

Considero que Fernando Nobre no seu apelo à iniciativa social e cidadã pode abrir caminho para essas mudanças. Porque um Presidente da Republica também é um sujeito activo que pode influenciar uma nova geração de políticas de mudanças social, política, económica e cultural. Esta candidatura tem de se construir com esforço na angariação de assinaturas , mas também, com o sentido de que é preciso, desde já, saber influenciar com ideias, propostas e programas que mobilizem!

O percurso de vida e de homem de Fernando Nobre ilustra a força da sua candidatura. Mas não é um programa! Esse programa começou a ser construído com a sua declaração de candidatura. Mas, daí para a frente, tem de ser completado com a capacidade crítica e de saber influenciar politica e socialmente de cada um dos seus voluntários.

Não ajuda ninguém e muito menos Fernando Nobre, um clima de euforia e de abstracionismo que é visível em alguns apelos e declarações. Saber discutir ideias e propostas, mobiliza mas também fortalece a candidatura, na medida em que clarifica escolhas e apoios!
Há questões que não podem passar sem discussão:

  • a democracia que queremos não se esgota no parlamento! Queremos mais democracia directa, mais democracia participativa, queremos uma cidadania activa, livre, critica e consciente. Esta democracia mais forte, mais activa, mais viva precisa de uma República baseada na intervenção e na vontade popular e cidadã. Um Presidente pode influenciar!

  • somos uma nação de Paz que quer a Paz e que contribuiu para a Paz com o fim da guerra colonial. A Paz constrói-se com Paz e não com sistemáticas correrias aos armamentos nem com subjugação a lógicas de blocos politico-militares, quaisquer que eles sejam. Um Presidente sensível à iniciativa cidadã não pode estar de acordo com o envio de militares portugueses para cenários que só conhecem a guerra e onde a presença de tropas estrangeiras sempre tem significado guerra e nunca Paz. Também aqui um Presidente pode influenciar!

  • uma melhor distribuição do rendimento nacional não pode ser compatível com uma organização económica que fomenta a desigualdade, não consegue estancar o desemprego, é cumplice com o surgimento de mais miséria económica e social. Um Presidente também pode e deve influenciar!
Há uma maioria que está farta de uma democracia afunilada, que está farta de políticas económicas assentes numa lógica de socialização dos prejuízos e de privatização dos lucros, que está farta de facilidades para poucos e de dificuldades para muitos, que está farta de só deveres para muitos e de só direitos para uns quantos!

Fernando Nobre quer, e bem, ser um Presidente que não estará de braços cruzados. Isso quer dizer que terá a necessária coragem para, em nome da maioria, avançar com rupturas urgentes! O combate às consequências desta crise não passa por consensos abstractos e imobilizadores, mas pela capacidade de saber influenciar rupturas que apontem para uma nova geração de políticas sociais e económicas!

Apoio Fernando Nobre, convencido que a minha liberdade de critica ajuda e fortalece. Apoio Fernando Nobre porque estou convencido que como militante da esquerda socialista posso ajudar ainda mais quem quer ser Presidente eleito por um movimento social de iniciativa cidadã.
Apoio Fernando Nobre para qualificar a nossa República, a nossa democracia e voltar a lembrar que os marcos revolucionários do meu País, como o 25 de Abril de 1974 e o 5 de Outubro de 1910, sempre tiveram uma componente decisiva de iniciativa popular e cidadã.


(*) João Pedro Freire

segunda-feira, março 29, 2010

ESQUERDA.NET | O clima está farto de nós?

Aguardam-se por mais excelentes iniciativas como esta ...

HÁ UMA ESQUERDA, HÁ UMA DIREITA, HÁ LUTA DE CLASSES!

A critica que por aqui se tem feito ao excessivo parlamentarismo da vida política, não pode nem deve ser confundido como uma critica abstracta aos partidos políticos e, muito menos, algo que passe por uma constatação de uma pertensa diluição dos conceitos de esquerda e de direita.

Há uma esquerda (com toda a sua pluralidade), há uma direita (também com toda a sua pluralidade), e, estes conceitos têm a ver com o posicionamento político de cada organização, corrente e individuos no processo de luta de classes. Porque há uma luta de classes!

Por mais "modernaço" (!) que se possa ser e que possa ser o quadro que se pinta, a luta de classes continua a ser determinada pelo posicionamento quanto às relações de produção. Há uma imensa massa de assalariados (e hoje ainda maior do que noutros tempos devido ao processo de proletarização das chamadas "classes médias") com interesses muito diferentes daqueles que controlam os meios de produção. E essas diferenças são o motor para se conseguirem mudanças sociais e políticas decisivas.

Quando se fala de "nação" não se é de direita, só porque é a direita que habitualmente é nacionalista. Da mesma forma que não se é de esquerda só porque se dizem duas frases simpáticas com preocupações sociais.

À esquerda e à direita, há programas e propostas globais que abordam todos esses conceitos. Pretender iludir estas questões não contribui para nenhum esclarecimento e só pode servir para alimentar discursos populistas.

Vem esta reflexão a propósito de algumas considerações de Fernando Nobre sobre "direita" e "esquerda". Considerações que considero pouco precisas e muito pouco contributivas para qualquer clarificação política e social.

O apelo da candidatura de Fernando Nobre à iniciativa cidadã não pode ser uma espécie de albergue espanhol para tudo e para todos. A iniciativa cidadã pressupõe democracia directa e participativa, para além da democracia representativa. Pressupõe partidos e o reconhecimento de grupos independentes de cidadãos. Mas esses partidos e grupos de cidadãos nunca estarão à margem do processo de luta de classes, por mais "independentes" que se designem e afirmem.

A critica legitima a um excesso de partidocracia que existe na sociedade portuguesa e em todas as sociedades de democracia liberal, tem de ser rigorosa e não pode ceder ao populismo fácil. A partidocracia é uma consequência de uma hiper-parlamentarização da vida política, a qual corta a possibilidade de participação por parte, não só de grupos de cidadãos independentes, mas também de organizações dos trabalhadores (ex.: comissões de trabalhadores) que vão perdendo poder de intervenção e de decisão. O liberalismo económico, assente num determinado modelo de empresas, criou também o seu homólogo social e político!

O apelo à iniciativa cidadã não está acima dos processos sociais, não está à margem da luta de classes, não pode ser o abrir de um imenso guarda-chuva para abrigar um qualquer albergue espanhol ...

quinta-feira, março 25, 2010

A POSIÇÃO DE UM MILITANTE DO BLOCO DE ESQUERDA SOBRE AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

No Bloco de Esquerda decorre o debate possível sobre as eleições presidenciais. Um debate que surgiu por iniciativa de militantes que discordam do modo como a direcção política bloquista apoiou a candidatura presidencial de Manuel Alegre. Para a direcção política do Bloco, a decisão sobre as presidencias está dada como tomada, para os militantes que criticam essa decisão, é necessário levar o apoio a Manuel Alegre ao debate numa Convenção Nacional Extraordinária.

O editor deste blogue é militante do Bloco de Esquerda e também defende a convocação de uma Convenção Nacional Extraordinária.

O texto que agora se publica é da responsabilidade do editor do
Tribuna Socialista, João Pedro Freire, e, foi préviamente divulgado junto de alguns orgãos estatutários do Bloco, no qual está enquadrado enquanto militante.

A sua divulgação neste espaço, que não é do Bloco, nem de qualquer outra organização ou corrente políticas, tem por objectivo, contribuir para um debate que deve ir além das fronteiras de qualquer partido das esquerdas. O debate justifica-se para que a mobilização para a derrota da candidatura presidencial de direita, qualquer que ela seja, Cavaco Silva ou outro, seja crescente!

O autor do texto divulga o seu apoio à candidatura presidencial de Fernando Nobre. Um apoio que não esquece e se subordina a condições socialistas, republicanas e libertárias!

Todos os contributos (favoráveis, desfavoráveis, ...) serão benvindos!


POR UMA CONVENÇÃO EXTRAODINÁRIA DO BLOCO DE ESQUERDA:
EU TENHO UMA PROPOSTA CONCRETA A APRESENTAR!

O camarada Francisco Louçã não esteve bem quando, em Dezembro do ano passado, afirmou à TVI que o “melhor candidato” para uma convergência das esquerdas para as Presidenciais, era Manuel Alegre. Francisco Louçã é o coordenador da Comissão Política, é a “cara” do Bloco, e, uma declaração como aquela que fez, tem um efeito condicionador junto dos militantes e das estruturas bloquistas.


Até ao momento da declaração televisiva de Louçã, não tinha existido qualquer debate sobre este assunto no interior do Bloco. Como não houve, entre essas declarações e a decisão da Mesa Nacional que ratificou as declarações de Louçã.


O debate no interior do Bloco surge somente depois da decisão da Mesa Nacional e muito como consequência de um clima de contestação a essa decisão que foi surgindo um pouco por todo o espaço nacional onde existam militantes bloquistas. A partir daqui, a direcção política do BE sentiu-se obrigada a vir às estruturas distritais e concelhias “explicar” uma decisão que nunca tinha sido anteriormente debatida.


Todo este processo exibe a necessidade do lançamento de um debate conclusivo no interior do Bloco de Esquerda. Um debate ao qual tenham acesso todos os militantes, individualmente considerados. É visível, por exemplo, nos fóruns electrónicos, o nível de descontentamento de muitos militantes e a fome de debate sobre uma matéria que, à falta desse debate, pode provocar graves divisões e tensões no partido-movimento.


É por isto que é urgente encetar um processo de convocação de uma Convenção Nacional Extraordinária. Uma Convenção Nacional é, por excelência, o órgão máximo de representação de todos os militantes. Perante uma decisão do órgão máximo entre Convenções, a Mesa Nacional, que parece contestada por todo o lado, tem forçosamente de ser em sede de Convenção Nacional que se podem tirar conclusões vinculativas por e para todos os militantes.


Na fase da convocação de uma Convenção Nacional, não faz sentido apresentar propostas concretas de apoio a este ou aquele candidato presidencial. É tempo de se reunir o número necessário de militantes para, de acordo com os Estatutos, a Convenção Nacional ser exigível.
Uma vez convocada a Convenção Nacional Extraordinária, fará todo o sentido que surjam propostas, alternativas entre si, apelando a esta e aquela posição do Bloco face às Presidenciais. Sendo certo que, uma das posições que terá de ser discutida e submetida a votação, é a da direcção política de apoio a Manuel Alegre.


Pela minha parte respeitarei a decisão que a Convenção Nacional Extraordinária vier a tomar. Se sentir que essa decisão vai contra a minha posição individual, não perturbarei nunca, pela minha acção pessoal, aquela que é a posição colectiva do Bloco de Esquerda.


Pela minha parte, considero o apoio a Manuel Alegre uma decisão politicamente pouco de acordo com a decisão da última Convenção Nacional e, além do mais, muito pouco diferenciadora, desde um ponto de vista político e social, da acção do Bloco face ao governo do PS de José Sócrates. Manuel Alegre tem perante as próximas presidenciais, um posicionamento que tenderá a assumir-se como o candidato oficial do seu partido. Por exemplo, o actual posicionamento crítico de Alegre em relação ao PEC e ao OGE, tenderá a diluir-se e a desaparecer logo que a direcção do PS o confirme como o candidato oficial do partido do governo. A atitude de Alegre face ao seu partido é visível numa entrevista que deu em Janeiro último ao Expresso, na qual é notória a sua preocupação em recolher o apoio de José Sócrates.


Será dramático ver juntos numa mesma campanha presidencial a direcção do PS e a direcção do Bloco . Se não ao mesmo tempo em campanha, de certeza, então, numa “Comissão Política” e/ou numa “Comissão de Honra” do candidato …


Pela minha parte, contesto a decisão do apoio a Manuel Alegre, mas não fico sem proposta concreta sobre esta matéria. Proposta que submeterei à Convenção Nacional Extraordinária, se vier a ser convocada.


Pela perspectiva que defino, considero que, à esquerda, o pluralismo será a tónica com o aparecimento de várias candidaturas:


• Manuel Alegre
• Fernando Nobre
• Candidato do PCP
• Candidato do PCTP/MRPP
• Outro candidato


Das candidaturas perspectivadas, parece-me que aquela que estará em melhores condições de provocar convergências sociais vencedoras face ao candidato da direita (Cavaco Silva ou outro) é a de Fernando Nobre.


Não considero que Fernando Nobre seja uma “solução soarista”, um “simpatizante monárquico” ou alguém que esteja “contra os partidos”. Isso são suposições e especulações lançadas por quem resolve entrar pelo caminho do “parece que é” como base para a sua acção…


Fernando Nobre ocupa muito do espaço que Manuel Alegre ocupou na última eleição presidencial. Manuel Alegre ocupa agora o espaço que Soares ocupou …


Fernando Nobre dirige-se, e bem, ao apelo a uma cidadania activa e consciente. Apela a uma presidência com opinião e sem estar de “braços cruzados”. Este eixo da sua candidatura é testemunhado pelo seu trajecto humanitário e de permanente contacto com os carenciados, em situações de extremo sofrimento, apoiado sempre por redes de voluntários.


Fernando Nobre não está refém do apoio de nenhum partido. Também já o disse que não é contra os partidos, os quais são uma das bases para a própria democracia. Embora não a única e exclusiva base. Há uma democracia participativa e directa que é preciso desenvolver, e, não são menores em relação à democracia representativa.


As suas posições sobre a distribuição da riqueza, sobre o OGE e o PEC estão espelhadas na sua critica a políticas económicas que assentam numa perspectiva de “privatização dos lucros e socialização dos prejuízos”.


Fernando Nobre terá a sua candidatura assente numa rede de voluntários, fora da acção dos partidos, embora muitos voluntários sejam militantes de partidos. Uma rede deste tipo é uma rede próxima do sentir dos movimentos sociais!


Estou convencido que os militantes do Bloco de Esquerda poderiam dar um excelente contributo a uma candidatura como a de Fernando Nobre e, certamente, estariam também a recolocar o nosso partido-movimento junto da acção dos movimentos sociais e das lutas sociais. Este é também um caminho para a construção de uma esquerda grande a partir da reorganização do espaço da esquerda socialista!


João Pedro Freire

terça-feira, março 23, 2010

O CLIMA FARTO DE NÓS ? ... debate internacional promovido pelo Bloco de Esquerda

"O que se passa com o planeta? Porque assistimos cada vez mais a catástrofes naturais?
O aquecimento global provoca Invernos mais frios?
Estas são algumas perguntas mais comuns que as pessoas colocam quando se fala de Alterações Climáticas."
O Bloco de Esquerda e o European Left realizam nos dias 26 e 27 deste mês de Março, um debate internacional para o qual convidaram cientistas portugueses e um dos principais responsáveis das Nações Unidas para as comentarem.
O debate realiza-se na Livraria Ler Devagar + LX Factory, em Lisboa, a partir das 17 horas de sexta-feira, 26 de Março.
"O aquecimento global obriga-nos a "mudar de vida"? É mais que provável. A questão é "mudar como e para onde". Que sociedade queremos construir e colmo reinventar o trabalho e o consumo à luz de uma perspectiva ecológica"
A ciência pode ajudar. Vários cientistas portugueses apresentam os seus projectos de investigação. Os movimentos sociais também.
Porque chegámos a este ponto? Os líderes mundiais não estão a enfrentar com coragem as medidas necessárias para ultrapassar a crise ecológica. Em Copenhaga falharam redondamente. A acção cidadã é, por isso, indispensável. Junta-te ao diálogo com os movimentos ambientalistas, sociais e alterglobais, porque somos nós que temos que fazer a diferença. Contamos contigo!"
(retirado do programa)
Sexta-Feira, 27 de Março
17h - 18h30 - A História das Akterações Climáticas
19h - 20h30 - Ecologia e Sociedade
22h - 24h - Visualização do comentário "Pare, Escute, Olhe"
Sábado, 27 de Março
10h30 - 13h00 - Projectos de Investigação - Apresentação de projectos de investigação em curso sobre energias renováveis e redes de distribuição
15h - 16h30 - Movimentos pela Justiça Climática - Mesa redonda sobre a agenda de acção em 2010
17h - 19h - Encerramento: com Marisa Matias, eurodeputada do BE; Soren Egge Rasmussen, Aliança Verde Vermelha da Dinamarca; Lothar Bisky, Presidente da European Left e do GUEINGL; Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda

segunda-feira, março 22, 2010

PRIMAVERA ... benvinda!

À Primavera ...

ESQUERDAS UNIDAS VENCERAM SARKHOZY ... EM FRANÇA!

"Mas a esquerda, a saborear a sua primeira grande vitória em vários anos, exige que o Governo vá mais longe. “Os franceses rejeitaram a política do Presidente. Ouvi-los significa mudar profundamente de política”, declarou Aubry, que prometeu gerir “com responsabilidade” a confiança dos eleitores.

A líder socialista viu sancionada a sua estratégia de aliança à esquerda e, depois de ter reorganizado o partido, ganha terreno na corrida interna à candidatura presidencial. Pela frente, deverá ter Ségolène Royal, derrotada por Sarkozy em 2008, mas que se reafirmou ontem como um valor para os socialistas, ao reconquistar a presidência da região de Poitou-Charentes, com 61 por cento dos votos
." (in, Público on-line)

É sempre bom ouvir notícias sobre a derrota das políticas neo-liberais e dos partidos que as vão impondo! É também de saudar que essa derrota corresponda à vitória de uma convergência entre vários partidos de esquerda. As esquerdas só têm a ganhar se souberem dialogar e souberem convergir política e socialmente.

Mas valem alguns comentários:

  • o principal partido da esquerda francesa, o Partido Socialista, convergiu com outras forças de esquerda, porque o governo é de direita e, como tal, está na oposição ... como seria se estivesse no governo?

  • a convergência das esquerdas, será que corresponde a alguma convergência política, de propostas concretas e acções concretas, ou não passa de um arranjo eleitoral sem mais consequências? por exemplo, não estará o PSF só a pensar nas próximas eleições presidenciais?

  • por cá, alguns militantes do PS de Sócrates têm saudado esta vitória das esquerdas em França ... mas quais são as semelhanças entre o PS francês e o PS português? quanto ao debate interno em ambos os partidos? quanto à disponibilidade para convergirem com outras forças de esquerda? quanto à existência formal de correntes/tendências organizadas? verdadeiramente alguma semelhança só existe se se poder comparar a acção de ambos os partidos quando estão no governo ... mas, na oposição, continuam a ser muito diferentes.

As esquerdas que convergiram foram o Partido Socialista, o Partido Comunista, o Partido de Esquerda (cisão do PSF) e parte dos ecologistas. Esta convergência, por politicamente pobre e pouco eficaz que o seja, correspondeu à actual vontade popular de oposição às políticas e ao governo de Sarkhozy. Um pouco por todo o lado onde a prática da chamada alternância dita a sucessão de políticas semelhantes praticadas por partidos diferentes, estas convergências têm muito mais a ver com a vontade conjuntural dos partidos dessa alternancia (como o PSF) do que própriamente com a urgência de se definirem políticas verdadeiramente alternativas , de mudança política e social.

Estas vitórias, quanto mais não seja, deverião ser um bom motivo para uma boa reflexão por todas as esquerdas ... as tradicionais, as novas, as mais-ou-menos,...

Os principais resultados, no plano nacional:

União da esquerda: 54,3% ; UMP (partido de Sarkhozy): 36,1% ; FN (extrema-direita): 8,7%

(fonte: Le Monde)

sábado, março 20, 2010

PAGAN: contribuir para uma consciência anti-guerra e anti-NATO!

Hoje participei na primeira Assembleia Pública da PAGAN no Porto. Não tenho participado, por opção, nas reuniões semanais desta plataforma, mas o que vi revela trabalho e persistência por parte de todos os PAGANistas que estão MESMO empenhados em contribuir para uma consciência anti-guerra e anti-NATO na sociedade portuguesa.

A plataforma PAGAN é constítuida por pessoas com uma grande pluralidade de opiniões e de experiências. Mas sabem aproveitar essa pluralidade para construirem caminhos convergentes em prol de um bem comum que é a busca da Paz!

A PAGAN quer falar com as pessoas, mostrar que a PAZ consegue-se sem lógicas assentes em blocos politico-militares, sem corridas armamentistas, com solidariedade internacional, com diálogo universal !

Desde o fim da 2ª guerra mundial, nos anos querenta do século passado, um Mundo assente em bloco político-militares (NATO, Pacto de Varsóvia, pacto dos países asiáticos ...) não deu um único dia de Paz ao nosso Planeta. Entre guerras maiores ou menores, nacionais, regionais ou locais, a Paz só tem feito parte da propaganda dos Estados, mas nunca da realidade do dia-a-dia deste nosso Planeta!
A expressão dessa atitude anti-guerra da PAGAN é dada por um abaixo-assinado que exige a saída das tropas portuguesas do Afeganistão ... Portugal não está em guerra com ninguém e ninguém tem autoridade para por Portugal em guerra com quem quer que seja!
Quando nos forçam a estar em guerra, por mais longe que essa guerra aconteça, teremos, inevitavelmente consequências na nossa terra ... por exemplo, quem paga essa guerra? quem paga as armas que alimentam essa guerra? quantas vidas serão necessárias serem perdidas para se chegar à conclusão que a guerra é o caminho para a guerra enunca para a Paz?

Visitem http://antinatoportugal.wordpress.com/

João Pedro Freire

quinta-feira, março 18, 2010

Sem ti, Inês ... o testemunho de uma Mãe!

Hoje vou estar com a minha Amiga Ana Granja na apresentação do excelente livro que escreveu por causa, por e pela sua Filha Inês!

A Ana, no livro "Sem ti, Inês", que hoje apresenta na Quinta da Bonjóia, partilha com todos este imenso poema de Chico Buarque:

"Oh, pedaço de mim

Oh, metade afastada de mim

Leva o teu olhar

Que a saudade... é o pior tormento

É pior do que o esquecimento

É pior do que se entrevar (...)".

A Ana é uma excelente Mãe, uma excelente Mulher, uma excelente Amiga ...

Quando o vazio branco destas noites
Se gastar, quando a névoa deste instante
Sem forma, sem imagem, sem caminhos,
Se dissolver, cumprindo o seu tormento,
A terra emergirá pura do mar
De lágrimas sem fim me invento.


Sophia de Melo Breyner, citada por Ana Granja, no seu livro "Sem ti, Inês".

João Pedro Freire

quarta-feira, março 17, 2010

PAGAN - ASSEMBLEIA PÚBLICA NO PORTO - 20 de Março, Sábado.

A propósito da Cimeira da NATO em Lisboa, em Novembro

A PAGAN – Plataforma Anti-Guerra, Anti-Nato realiza uma Assembleia Pública no Porto, no próximo sábado, dia 20. Objectivo: alargar o espectro de um movimento de pessoas empenhadas em lutar contra a NATO, em denunciar junto da opinião pública a política agressiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte, desmistificando-lhe a coroa de exército da paz.

Portugal, país fundador da NATO, acolhe pela primeira vez uma cimeira da Aliança Atlântica, da qual sairá o seu novo conceito estratégico. Foi a pensar na contestação à cimeira anunciada para Novembro, em Lisboa, e com o objectivo de manifestar pública e pacificamente o desagrado com as políticas belicistas da NATO, que a PAGAN foi criada em Setembro passado, em Lisboa.

Entretanto, a PAGAN estendeu-se a norte (notícia, a propósito, em http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/696). Chegou agora o momento de se apresentar publicamente em assembleia, sábado, dia 20 de Março, das 15h às 19h, no Círculo Católico de Operários do Porto (Rua Duque de Loulé, 202).

PROGRAMA
15h00 Superpower, de Barbara Anne-Steegmuller [119']
Documentário que faz perguntas difíceis e percorre os bastidores do aparelho de segurança nacional norte-americano e das suas acções militares. EUA, 2008.
16h00 O que é a NATO – apresentação
16h15 Apresentação da petição para retirar do Afeganistão as tropas portuguesas da NATO
16h30 intervalo (petição disponível para assinaturas)
17h00 O que é a PAGAN – apresentação
17h15 Abertura da assembleia: apresentação das metodologias da PAGAN e dos grupos de trabalho; discussão
19h00 Fim dos trabalhos

Contamos com a tua presença e colaboração na divulgação.

PAGAN – Plataforma Anti Guerra, Anti-Nato
antinatoportugal.wordpress.com
antinatoportugal@gmail.com
paganorte@gmail.com


Flyer sobre a assembleia pública em:
https://docs.google.com/leaf?id=0Bzpx9cy5Tpe2Yzg2ODA3ODUtMGJkZC00ZjRhLTk0ODEtMjE3MWZjMjk3MjFm&hl=en
https://docs.google.com/leaf?id=0Bzpx9cy5Tpe2ZDY2YWQ5NDMtOGVjYi00YjYwLTllNzAtODk3NDI5YzMyNDll&hl=en

terça-feira, março 16, 2010

PARTIDOS À IMAGEM E SEMELHANÇA DO PARLAMENTARISMO LIBERAL ...

























A vida dos e nos partidos à esquerda, deveria ser transparente, democrática e discutida sádiamente por todas e todos que querem uma alternativa socialista de poder.

Isto porque, pelo menos na teoria (!), as esquerdas estão comprometidas com as lutas e os movimentos sociais em busca por uma alternativa política. Não estão, ou melhor, não deveriam condicionar a sua acção às chamadas agendas do parlamentarismo, por mais favorável que a composição parlamentar fosse para as esquerdas.



É dificil, é mesmo dificil, pretender-se que um socialista (dos que ainda o são, dentro do PS), um bloquista, um comunista e um anarquista aceitem discutir entre si, as perspectivas quanto à tal alternativa política. Antes que isso acontecesse, já cada um desses activistas estaria alerta à defesa das "fronteiras" para que o seu "espaço partidário" não fosse "violado" ... a consciência de classe, a percepção de que a luta política da esquerda está, teria de estar, enquadrada no processo de luta de classes, há muito que parece ter passado à História ... mesmo à esquerda, o que todos acabam por desenvolver é luta partidária com vista a um "bom score" nas próximas eleições!

A luta partidária em vez da luta política enquadrada no processo de luta de classes, tem tornado os partidos de esquerda muito semelhantes, quanto ao seu funcionamento e ao relacionamento inter-militantes, aos partidos defensores da chamada democracia liberal parlamentar. O partidarismo é comparável a um qualquer clubismo, e, a partir daí, os militantes passam a ser aderentes configurados para a defesa tendencialmente acrítica dos "líderes" e das "direcções" ... uma espécie de estalinismo misturado com clubismo parlamentar!!

No último Congresso do PSD, Santana Lopes propôs e os congressistas aprovaram uma monumental "lei da rolha" para este partido. Alguns chamaram-lhe "estalinismo", mas como estamos à direita, o que aconteceu foi uma espécie de aplicação a um partido das leis securitárias que o liberalismo tem produzido, planeta fora, na sua fase de globalização ... isso, o liberalismo do século XXI é também, nomeadamente nas suas expressões políticas, uma nova forma de totalitarismo! Tudo é controlado, tudo é penalizável ...

Santana Lopes tornou mais claro o que às vezes já parece acontecer em todos os partidos, da esquerda à direita, do espectro parlamentar: no seu interior o clubismo partidário gerou medos, subordinações cegas às direcções e, como nesta sociedade, regras aparentemente democráticas, mas sem qualquer expressão prática no dia-a-dia!

Todos os actuais partidos parlamentares têm no seu historial, registos de sanções administrativas, as quais, no momento em que acontecem, são sempre "justificadas", mas que, passado algum tempo, começam logo a ser relativizadas e questionadas, até por quem as aplicou!

Nos partidos à esquerda, por exemplo, no PCP e no Bloco de Esquerda, o tal clubismo também vai ganhando peso e forma. São partidos que gostam de situar a sua acção no plano das lutas sociais (às vezes nem se percebe se luta social é o mesmo que luta de classes ...), mas que no seu seio reproduzem os tiques e as restrições politicas da democracia liberal parlamentar.

Um comunista e um bloquista, infelizmente só se toleram no plano político, apesar de, no campo social, serem aliados em muitas e muitas lutas. É muito dificil passar das acções sociais para as acções politicas mantendo uma mesma postura unitária!

No interior do Bloco de Esquerda, definido como partido-movimento, fundado pela convergência de correntes com património muito diferente, o que deveria ser um exemplo de construção de um novo tipo de organização, corre o risco de se tornar muito parecido com o que já existe.

No interior do BE, o excelente crescimento eleitoral e parlamentar, tem levado a um certo esquecimento da intervenção no processo de luta de classes, tem subordinado a acção aos objectivos eleitorais e, como consequência, tem mantido uma mesma direcção política, pressupondo que sem ela e para além dela, não haverá mais nada. Ora, a actual direcção política não é homogénea, mas representa, as três correntes fundadoras do Bloco, as quais souberam, ao longo de anos, manter um controlo apertado sobre a estrutura bloquista, sabendo, cada corrente, com que se ocupar (entre as estruturas, a acção parlamentar e o contacto com os media),para não deixar escapar o controlo de todo o BE.

As três correntes fundadoras - o PSR, a UDP e a Política XXI - até se dissolveram enquanto "partidos". Passaram a "Associações". Dizem que não são "correntes". Mas (e este mas é tramado!) continuam a ter militantes, continuam a ter orgãos escritos e na net, continuam a ter congressos/encontros. E, através deste é-mas-não-é, as três correntes conseguem manter o tal controlo sobre toda a estrutura partidária.

Qualquer nova corrente que surja, terá, como é costume numa sociedade dita "de mercado", muita dificuldade em singrar, já que o "mercado" está muito bem controlado pelos que já lá estão! Mas, atenção, continua a existir "democracia", "liberdade", etc e etc...

Este cenário, que acaba por ser uma expressão do funcionamento do parlamentarismo burguês no interior de qualquer partido, cria muitas condicionantes na acção individual dos militantes. Uma dessas condicionantes é a sensação de só conseguir fazer alguma coisa visível desde que acompanhando as acções das maiorias. Caso contrário, entre declarações formais de "respeito" por parte da maioria, avoluma-se uma sensação de receio, de inutilidade ... até ao ponto de os militantes com acções "minoritárias" serem psicológicamente empurradas para fora!

Quando o Bloco surgiu, costumava declarar que queria "correr por fora"! Provavelmente a solução para a democratização, para o combate ao tal clubismo imposto pelo parlamentarismo burguês, passa pelo voltar a "correr por fora", o que quer dizer, integrar a luta partidária numa luta politica subordinada ao processo da luta de classes!



João Pedro Freire
Nota: sou aderente do Bloco de Esquerda

segunda-feira, março 08, 2010

CLARA ZETKIN: a propósito do DIA MUNDIAL DA MULHER


Retirado de Esquerda.net a propósito do DIA MUNDIAL DA MULHER

Clara Zetkin (1857-1933), na foto com Rosa Luxemburgo.

Figura de destaque do movimento operário alemão e internacional, marcou notavelmente as lutas do movimento feminista. No SPD, Clara Zetkin, juntamente com Rosa Luxemburgo, foi uma das principais figuras da esquerda revolucionária do partido.

Clara Zetkin nasceu em Eissner Wiederau, uma aldeia camponesa na região da Saxónia, Alemanha. O seu pai, Gottfried Eissner, mestre e organista da igreja, foi um protestante devoto, enquanto a sua mãe, Josephine Vitale Eissner, veio de uma família burguesa de Leipzig e tinha formação superior.

Tendo estudado para se tornar professora, Zetkin desenvolveu ligações com o movimento das mulheres e com movimento operário na Alemanha de 1874. Em 1878, entrou para o Partido Socialista dos Trabalhadores (Sozialistische Arbeiterpartei, SAP).

Este partido foi fundado em 1875 pela fusão de duas partes anteriores: o ADAV formado por Ferdinand Lassalle e SDAP de August Bebel e Wilhelm Liebknecht. Em 1890 o seu nome foi mudado para o que se tornou a sua versão moderna - Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

Por causa da proibição por Bismarck, em 1878, instituída à actividade socialista na Alemanha, Zetkin partiu para Zurique em 1882, e em seguida partiu para o exílio em Paris. Durante o tempo passado em Paris, ela desempenhou um papel importante na fundação do grupo socialista da Internacional Socialista.

Na altura adoptou o nome do seu amante, o revolucionário russo Ossip Zetkin, com quem teve dois filhos, Kostja e Maxim. Ossip Zetkin morreu em 1889. Mais tarde, Zetkin foi casada com o artista Georg Friedrich Zundel, dezoito anos mais novo que ela, de 1899 a 1928.

No SPD, Clara Zetkin, juntamente com Rosa Luxemburgo, sua amiga íntima e confidente, foi uma das principais figuras da esquerda revolucionária do partido. No debate sobre o revisionismo na virada do século XX, ela, juntamente com Luxemburgo, atacou as teses reformistas de Eduard Bernstein.

Zetkin estava muito interessada na política feminista, incluindo a luta pela igualdade de oportunidades e o direito de voto das mulheres. Ela desenvolveu o movimento social-democrata de mulheres, na Alemanha; entre 1891-1917 editou o jornal de mulheres do SPD “Die Gleichheit” (Igualdade). Em 1907 Zetkin tornou-se líder do recém-fundado "Instituto da Mulher" no SPD.

Clara Zetkin lançou as bases para o primeiro "Dia Internacional da Mulher", a 8 de Março de 1911, tendo proposto a ideia no ano anterior, em Copenhaga, aquando da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, no sítio que mais tarde se tornou o Ungdomshuset (uma espécie de casa cultural e ponto de encontro para grupos autónomos e de esquerda).

Durante a I Guerra Mundial, Zetkin, juntamente com Karl Liebknecht, Rosa Luxemburgo e outros políticos influentes do SPD, rejeitou a política do partido de Burgfrieden (uma trégua com o governo, prometendo abster-se da marcação de greves durante a guerra).

Entre outras actividades anti-guerra, em 1915 Zetkin organizou uma Conferência Socialista Internacional de Mulheres Anti-Guerra, em Berlim. Por causa da sua postura anti-guerra, foi presa várias vezes durante a guerra.

Em 1916, Zetkin foi uma dos co-fundadores da Liga Spartaquista e do Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD), que se separou em 1917 do seu partido mãe, o SPD, em protesto contra a sua posição pró-guerra.

Em Janeiro de 1919, depois da Revolução alemã em Novembro do ano anterior, o KPD (Partido Comunista da Alemanha) foi fundado e Zetkin também se juntou a este e representou o partido entre 1920-1933 no Reichstag.

Em 192, Clara Zetkin entrevista Lenine sobre "A Questão da Mulher".

Até 1924, Zetkin foi membro do escritório central do KPD. De 1927 a 1929, foi membro do comité central do partido, tendo também integrado o Comité Executivo da Internacional Comunista (Comintern) de 1921 a 1933. Em 1925 foi eleita presidente da organização de solidariedade alemã de esquerda, a Rote Hilfe.

Em Agosto de 1932, como presidente do Reichstag por antiguidade, Zetkin convocou todos a lutar contra o nacional-socialismo.

Quando Adolf Hitler e o seu partido Nacional-Socialista Alemão chegaram ao poder, o Partido Comunista da Alemanha foi banido do Reichstag, após o incêndio do Reichstag, em 1933.

Clara Zetkin exilou-se pela última vez, desta vez na União Soviética. Aí morreu, no Archangelskoye, perto de Moscovo, em 1933, com quase 76 anos. Foi enterrada junto ao muro do Kremlin, em Moscovo.

domingo, março 07, 2010

GRITAM OS ISLANDESES: "Parem com o casino financeiro!"

A Islandia ... lembram-se! Aquela ilha, aquele pequeno país que a actual crise atirou para a bancarrota financeira? Lembram-se ?

Pois os islandeses parece que aprenderam com as brincadeiras do sector financeiro e, agora, não querem voltar a deixar esse sector repetir essas mesmas brinacadeiras ...

Lutam nas ruas e gritam: "PAREM COM O CASINO FINANCEIRO!"

Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias "os islandeses terão recusado a lei Icesave, que prevê indemnizar os investidores estrangeiros, designadamente holandeses e britânicos, lesados pela falência do banco Icesave, no referendo que decorreu ontem naquele país, segundo uma sondagem.

Cerca de 230 mil eleitores islandeses - dos 320 mil habitantes daquele país membro da União Europeia - foram chamados ontem às urnas para se pronunciarem sobre a lei que visa o reembolso de 3,8 milhões de euros, avançados pelo Reino Unido e pela Holanda, para indemnizar os milhares de islandeses lesados pela falência do banco "on-line" islandês."

Segundo uma sondagem, três quartos dos eleitores (74%) votarão contra o reembolso (considerado como o resultado de um acordo rubricado sob coacção e com termos abusivos), enquanto sómente 19% votarão a favor. Este possível resultado no referendo, segue-se à aprovação do reembolso pelo Parlamento!

A notícia do JN termina assim "A crise financeira mundial devastou a economia daquele país insular que, em 2007, foi dado como o mais desenvolvido do Mundo pelo Índice de Desenvolvimento Humano da ONU e com o quarto maior PIB per capita do planeta".

A luta dos islandeses dá que pensar !!!!

P E C : mais uma declaração de guerra aos trabalhadores e à democracia !

O Governo Sócrates aprovou ontem o "Programa de Estabilidade e Crescimento" (PEC). Mais um passo na linha das receitas neo-liberais protagonizadas pela Europa de Durão Barroso e, no plano nacional, correspondentes ao que preconizam os partidos do dito "arco governamental", o PS, o PSD e o CDS.
Contenção salarial, cortes no investimento público, ataques às medidas de incidência social, aumento da idade de reforma, mais privatizações, ... , são alguns dos vectores que Sócrates pretende impor no plano nacional, à semelhança do que os seus congéneres políticos fazem, por exemplo, na Grécia.

Neste sentido, a recente greve da Função Pública é um exemplo de mobilização que deveria ser estendido a outros sectores dos trabalhadores, quer do sector público, quer do sector privado.

O PEC é simultaneamente um ataque à democracia e aos trabalhadores. O governo aprova medidas com o impacto de um PEC, como se o seu partido apoiante tivesse ainda maioria absoluta na Assembleia da Republica, e, mais uma vez, pretende impor a ideia de que a resolução da actual crise tem de passar sempre pela penalização dos salários e das medidas de apoio social.
A resposta social e política aos mentores das politicas neo-liberais tem de ser firme e inequívoca por parte de todo o movimento dos trabalhadores - sindicatos, comissões de trabalhadores - e também por parte dos partidos de esquerda representados no Parlamento.

Da Grécia chegam diáriamente exemplos de resistência a políticas do mesmo tipo daquelas que, por cá, Sócrates quer impor. Esses exemplos merecem ser divulgados e explicados. Deveriam também merecer, da parte do movimento sindical europeu e dos grupos de esquerda no Parlamento Europeu, interligação, divulgação com esclarecimento. É absolutamente urgente que por toda a Europa, o movimento de resistência dos trabalhadores sirva para criar consciência e mobilização para a construção de outra Europa com outras políticas e com a participação dos trabalhadores!

sexta-feira, março 05, 2010

A PROPÓSITO DA GREVE DA FUNÇÃO PÚBLICA ...

Independentemente dos números de adesão, a Greve da Função Pública teve impacto social. E sempre que uma greve tem impacto, surgem logo alguns tipos de comentários/constatações que acabam por estar "na moda":
  • uns têm a ver com a leitura dos números de adesão. Governo e sindicatos, de tão díspares serem os números, parece que falam de realidades diferentes em planetas diferentes. Sempre foi assim, seja qual for o governo ... poder-se-ia dizer que um governo é sempre "o" governo !

  • outros comentários resolvem passear à volta do "ser" sector público ou sector privado da economia. No sector público, os trabalhadores fazem greve porque "não perdem" o posto de trabalho. No sector privado, os trabalhadores não fazem greve porque têm um vínculo profissional menos garantido ...

É claro que os governos nunca estão interessados em greves, e, a maior parte dos comentadores sobre o público e o privado também estão-se nas tintas para a maior ou menor capacidade dos trabalhadores para fazerem valer os seus direitos e reinvidicações.

Provavelmente o movimento sindical tem muito que mudar, adaptando-se, não às exigências do neo-liberalismo, não às dinâmicas ditadas pelas empresas, não a concertações que enchem noticiários mas que não resolvem nada na perspectiva dos que trabalham, mas partindo da actual realidade para conseguir encontrar uma organização mais dinâmica, mais abrangente a todos os trabalhadores (privados, públicos, precários, a prazo, desempregados, em lay-off ...) e que dite uma acção com mais resultados concretos!

A realidade que hoje temos é já muito parecida, quanto às condições concretas do dia-a-dia de cada trabalhador, aos tempos que deram origem às comemorações do 1º de Maio. Experimentem comparar o número de horas de trabalho diárias e semanais de cada trabalhador, comparem a percentagem de trabalhadores precários e a prazo versus os que não o são, comparem a percentagem de trabalhadores sindicalizados, comparem .... Esta é uma constatação importante para se denunciar o estádio social a que o capitalismo neo-liberal conduziu, em geral, todas as sociedades ...

No século XIX, quando se organizava uma luta operária não se estava à espera de saber quem era do "sector público" ou do "sector privado". Provavelmente seria toda a gente do sector privado, seria quase toda a gente precária, ... , mas as lutas começaram-se a organizar e com os resultados dessas lutas, o movimento dos trabalhadores conseguiu assegurar direitos e conquistas que têm durado até, pelo menos, aos dias do neo-liberalismo!

Possívelmente, em pleno século XXI teremos seria de voltar a rever, analisar, estudar como se organizou e triunfou o movimento dos trabalhadores - sindical, de comités/comissões nas empresas, ... - para voltarmos a fazer triunfar direitos e conquistas sociais!

quarta-feira, março 03, 2010

MAIS UM EXEMPLO DAS CONSEQUÊNCIAS DA DITA "ECONOMIA DE MERCADO" ...

"Num ano de crise como 2009, o número de trabalhadores com remunerações em atraso disparou 40%, passando de menos de nove mil para mais de 12 mil. O mesmo aconteceu ao valor da dívida, que subiu de 11,2 milhões para 15,4 milhões de euros, dos quais seis milhões já foram pagos (...) No ano passado, em média, cada trabalhador tinha a receber 1259 euros. (...)" in Jornal de Notícias, 03 de Março de 2010.

Isto é DRAMA SOCIAL ! Para isto, as respostas são, quase sempre, condicionadas ao discurso da contenção orçamental e do défice público ... no entanto, quando a crise toca o sector financeiro, o défice público e a contenção orçamental podem esperar ... e logo surgem milhões e milhões de euros/dólares para apagar o fogo ateado pelos srs. banqueiros!

Esta DUPLICIDADE de critérios é, de facto e na realidade, uma das imagens de marca dessa aberração que dá pelo nome de "economia de mercado" ...

Tem de existir, de certeza, um outro tipo de economia ...

A SOCIALIZAÇÃO DA SOCIEDADE

UMA PROPOSTA DE LEITURA, A PROPÓSITO DA BUSCA DE UMA ALTERNATIVA À CHAMADA "ECONOMIA DE MERCADO" ...

A "Socialização da Sociedade", em Rosa Luxemburgo. Um texto de Dezembro de 1918.

http://www.marxists.org/portugues/luxemburgo/1918/12/socializacao.htm

terça-feira, março 02, 2010

MADEIRA: unanimismo para consumo governamental ...

Já me pronunciei CONTRA este unanimismo falsamente solidário em relação à Madeira. E volto, agora, a repeti-lo!

Porque até parece que a tragédia na Madeira serviu para unir Sócrates e Alberto Jardim para se esquecer a Lei das Finanças Regionais e, vai daí, dar muitos mais milhões ao Governo Regional para ... reconstruir, sem discussão do que estava mal construído anteriormente, para ... como diz o "reizinho" da Madeira ... ficar tudo um brinquinho! ... Nós já sabemos o que é que ele entende por "brinquinho"!!!

Os governantes aparecem unidos, fazem-se festas, angariam-se milhões, mas ... onde, quando, como e com quem é que os madeirenses intervêm a dizer o que pensam? Onde, quando, como e com quem é que se discute o que estava mal construído, mal ordenado, mal perspectivado, e, onde é que entram os madeirenses?

Tudo está a parecer muito unanime ... mas o silêncio sobre o que se deveria estar a discutir é ENSURDECEDOR!!!!!

domingo, fevereiro 28, 2010

CUBA, CHE, ... , UMA REFLEXÃO !

A propósito de alguns comentários / debate que decorre, por estes dias, no Facebook, a propósito da morte de um dissidente cubano...

Sobre o Che já escrevi que é uma personalidade complexa, numa época complexa e sujeita a reacções contraditórias.
Tal como a Cuba libertada de Baptista, também Che viveu ensanduichado pelas consequências do bloqueio imperialista e da (ainda hoje estranha) sedução de alguma esquerda por uma União Soviética que já era, nessa altura, estaliniana, totalitária e com ímpetos imperiais.
A própria figura do Che chegou ao ponto de hoje ser fácil e "olimpicamente" aproveitada por todos os instrumentos desta execrável economia de mercado (uma das máscaras do capitalismo puro e duro): em prontos a vestir, em papelarias, em sex-shop (!!), em guloseimas ... estranha forma esta de tornar "soft", comestível, a figura de alguém que era suposto ser revolucionário ...

Mas, a partir de determinado momento (a sua saída de Cuba, marcará alguma desilusão com a evolução politica do processo revolucionário???), o trajecto de Che parece a fuga para não se sabe o quê, à procura de não se sabe também o quê, ... , até que é morto ...

Relativamente a Cuba, a sua evolução tudo aponta para a repetição do que já vimos nos países do Leste europeu, quando caiu o Muro de Berlim ... a incapacidade do tal "homem novo" (produzido pelo estalinismo) saber resistir aos apelos do capitalismo/liberalismo ...
Pelo meio, fica essa incapacidade de todos os totalitarismos (nestes incluo também o neo-liberalismo globalizado) saberem conviver com todas as liberdades (individuais, colectivas,...), aproveitando-se sempre delas, naquilo que a cada um deles aproveita como mais conveniente. Sempre em desfavor das grandes maiorias sociais a quem só acabam por ser reservados deveres ...

Em Cuba, o mais grave, é se essa nação (no sentido de conjunto definido de pessoas com anos e anos de cultura, de afirmação, de História) saberá resistir e não se extinguirá com o fim do actual totalitarismo e o retorno a dias do capitalismo selvagem e desenfreado ...

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

A PAZ MUNDIAL NÃO SE CONSTRÓI NEM COM ARMAS, NEM COM BLOCOS MILITARES, NEM COM ESTADOS ...

O fim da chamada "guerra fria" e a derrota das concepções intervencionistas e securitárias de George W Bush, obrigaria a uma outra concepção para se conseguir uma Paz Mundial duradoura. Continua, no entanto, a prevalecer uma concepção muito securitária, apologética das fronteiras e do reforço do papel do Estado (que pode ser nacional ou até supra-nacional), instigadora de desconfianças geradoras de conflitos entre povos. A NATO é a expressão dessas concepções que, em nada, contribuem para uma nova era de politicas de solidariedade, de justiça, de inter-acção entre civilizações diferentes, de Paz Mundial.

Muitas vezes a força da razão não substitui a razão da força ... é certo! Mas nos dias da globalização liberal que tem fomentado intervencionismo militarista também global, seria também urgente a criação de um movimento internacional, planetário, plural, inter-civilizacional, com toda a força social e humana necessária para provar e realizar a aplicação da força da razão!

As pessoas, os povos, as regiões por todo este Planeta não precisam de armas, não precisam de blocos politico-militares, não precisam de exércitos armados até aos dentes ... isso não contribui para nenhuma Paz. Contribui, isso sim, para a continuação da alimentação desse monstro bicéfalo, que faz coexistir simultanea e eternamente os terrorismos de Estado e de seitas de toda a espécie e feitio ...

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Fernando Nobre : algumas reflexões sobre o "apelo cidadão" ...

A declaração de candidatura de Fernando Nobre soou bem, a quem quer que a iniciativa pertença aos cidadãos e não se fique só pelos partidos.
Soaram bem também as palavras que se dirigiu aos que nunca lhes é permitida iniciativa ....
Mas o sentido destas palavras, tem de ser afinado para que, com o tempo, não se torne difuso, deslexico e excessivamente abrangente ...
Isso ... o populismo está ávido de poder, e, não olha a meios e a companhias para se erguer! É preciso cuidado com o sentido das palavras. Como é preciso cuidado com os apoios que se geram ... pode-se dizer, os apoios conquistam-se, não se escolhem! ... não é bem assim, às vezes a abstração das palavras e das atitudes geram unanimismos absolutamente dispensáveis ...
Alguns apoiantes de Fernando Nobre, resolveram lançar uma petição "contra a partidocracia" ... cai bem, o chamado "senso comum" adere de imediato, mas ... o conteúdo dessa petição é abstracto, impreciso, muito populista ... até porque apela, a uma difusa "verdadeira democracia representativa" , nunca a definindo, numa a precisando!
A nossa democracia está, de facto, excessivamente parlamentarizada. Parece um funil! O mediatismo ganha sempre à cidadania ... Mas a "culpa" não são dos partidos, tomados abstractamente. Isso, o abstracto, é no que costumam pegar todos aqueles que, resolvem a doença (!), com o "remédio" que receitam sempre: supressão do pluripartidarismo, porque, além do mais, dizem que "é caro" ...
A nossa democracia para se tratar precisa de muito mais democracia. Precisa de dispensar funis! Precisa de muita, muita mesmo, auto-iniciativa, auto-organização dos cidadãos, nomeadamente dos que sendo trabalhadores têm visto o seu peso social e politico diminuido em todos os cantos da sociedade!
A nossa democracia precisa de participação, de acção directa ... até para se vencer algum medo, que a política construída à imagem das empresas, tem criado nas pessoas!
A candidatura de Fernando Nobre porque despertou muita esperança em muitas vontades sinceras, precisa de ser mais precisa, rigorosa e certeira nos objectivos e das acções que lança!

Tragédia na Madeira: Um desastre já anunciado há dois anos (Versão 5 Minutos)

Sim ... o que aconteceu na Madeira tem também um lado politico, muito claro! Há um lado que tem a ver com um desastre natural. É verdade! Mas há também o lado da teimosia dos governantes regionais que NUNCA ouviram os avisos, as chamadas de atenção, os atropelos arquitectónicos, ..., este exemplo de um programa passado HÁ DOIS ANOS na RTP2, demonstra esse lado político de denúncia que não pode ser ignorado.
Alberto João Jardim, o Presidente do Governo Regional da Madeira, já disse que não se arrepende de nada ... é teimoso, é autoritário ... mas desta vez, não pode ficar impune! Tem de ser chamado às suas responsabilidades pelo que fez e, pelos vistos, pelo que pretende continuar a fazer!
A necessária e urgente solidariedade humana e social com o povo da Madeira não tem nada a ver com o chamar à responsabilidade dos governantes regionais madeirenses pelas consequências do que aconteceu.
São duas acções urgentes e inadiáveis!

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

CUBA: SEMPRE NOTÍCIA PELOS PIORES MOTIVOS ...

Não adianta lembrar que Cuba se libertou corajosamente de uma ditadura financiada pelo imperialismo norte-americano ... que Che até teve um papel impar nessa libertação. Só que essa memória de liberdade, já não passa disso mesmo: só memória!

Orlando Zapata Tamayo morreu depois de mais de 85 dias em grave de fome. Morreu lutando por liberdade ...

Orlando Tamayo pertencia aquele grupo de pessoas que é classificada como DISSIDENTE na sua própria terra! É uma classificação especial e exclusiva dos totalitarismos que continuam a moer muita gente e muita liberdade por esse Mundo fora.

Os dirigentes cubanos já demonstraram, em cada repressão, em cada "dissidente", que não conseguem, não sabem, não poder mudar ... muito menos conseguirão mudar para algo que ficasse próximo dos dias de liberdade a seguir à queda do regime de Baptista!

sábado, fevereiro 20, 2010

ATÉ SEMPRE DANIEL : UMA HOMENAGEM !

Gravemente doente, depois de meses de angústia e de sofrimento, morreu o nosso camarada Daniel Bensaid: um revolucionário militante desde a sua adolescência, foi um dos fundadores da Juventude Comunista Revolucionária em 1966.

Daniel – Bensaid foi um protagonista essencial no Maio de 68, tendo sido uns mais representativos dirigentes da IV Internacional e um dos dirigentes mais influentes da Liga Comunista Revolucionária.

Foi, enquanto intelectual, um dos mais criativos filósofos do marxismo contemporâneo, tendo elaborado a este título toda uma original construção teórica que permitiu relançar o debate do marxismo para além das suas fronteiras dogmáticas.

Neste sentido, realçamos, entre muitas, duas obras de reflexão teórica fundamentais: "Walter Benjamin: Sentinela messiânica" e "Hieróglifos da Modernidade: Karl Marx" . A sua heterodoxia revela – se de um modo fundamental nos debates criativos que travou com outros intelectuais distantes do pensamento de Marx, tais como Jacques Derrida, mas que inevitavelmente lhe reconheciam criatividade e uma capacidade infinita na reelaboração intelectual do marxismo.

Fica aqui a minha homenagem sincera a um lutador sem tréguas pelas causas e pelos valores mais nobres que a humanidade tem vindo incessantemente a travar: a possibilidade de sermos solidários e a expectativa de uma sociedade realmente livre e igualitária. Obrigado!

Até sempre Daniel

Jorge Caetano

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

FERNANDO NOBRE : uma candidatura a "correr por fora" ?

Fernando Nobre, o fundador da Assistência Médica Interncional, vai ser candidato à Presidência da Republica.

Não se conhecendo ainda o seu programa de candidatura nem os apoios que esse programa originará, Fernando Nobre aparece, para já, com algumas mensagens politica e socialmente interessantes de apelo à cidadania e a "correr por fora" em relação ao politiquês português.

Nas primeiras declarações de Fernando Nobre, há muita semelhança com a última candidatura presidencial de Manuel Alegre. Alegre também apelou à cidadania, também se apresentou para além dos partidos, e, isso, como é sabido, motivou a tal adesão de um milhão de votos.

A sociedade portuguesa precisa, de facto, de muitas lufadas de ar fresco que tragam mais participação popular e cidadã e que questionem o afunilamento, a opacidade, o culto do "chefe", a transformação em agências de emprego para amigos, em que os partidos têm caído, contribuindo para uma democracia crescentemente formal e hiper-parlamentarizada.

Mas a sociedade portuguesa precisa de muito mais. Precisa também de uma nova dinâmica social e politica que ponha em causa um período longo de politicas neo-liberais, de ataque aos serviços públicos , de resregulamentação de tudo, de desvalorização permanente do factor Trabalho.

Um Presidente da Republica não é eleito para governar. Mas pode influenciar e muito uma governação. E, neste momento, um Presidente com aquelas preocupações poderia ter um outro tipo de intervenção, de influência, sobre um governo de um partido formalmente de esquerda, mas que vive sistemáticamente alinhado/aninhado à direita, tendo um Parlamento com espaço para se situar à esquerda!

Para isto, os apoios que uma candidatura presidencial consegue reunir, também são um sinal sobre o que poderá fazer no futuro próximo se vier a ser vitoriosa. Esta é a expectativa relativamente a qualquer candidatura que critique os mecanismos económicos, sociais e politicos do neo-liberalismo dominante!

sábado, fevereiro 13, 2010

O QUE FARÁ UM GOVERNO DE ESQUERDA SOCIALISTA ?


Nos próximos dias 27 e 28 de Fevereiro de 2010, no Anfiteatro do Liceu Camões, em Lisboa, vai decorrer um Colóquio subordinado ao tema:

O que fará um Governo de Esquerda Socialista…?

O que significa esta acção?

Muito simplesmente pediu-se a um conjunto de pessoas
com reconhecida intervenção especializada em
várias áreas nucleares da vida pública, para que
apresentem as suas ideias programáticas, à luz do que seja para cada um deles
uma perspectiva de esquerda socialista. Um debate fundamental num momento
em que o país enfrenta uma
crise económica, social, financeira e política de
grandes e talvez inéditas dimensões; em pleno
debate orçamental onde se confrontam perspectivas
estratégicas e de modelo frontalmente opostas para
o futuro de Portugal em todos os domínios. A CULTRA vai ouvir propostas e debater à esquerda, na perspectiva do socialismo. O programa completo está disponível em «Cursos».

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

NELSON MANDELA : FOI HÁ 20 ANOS ! ...


A libertação de Nelson Mandela há 20 anos é também a libertação da Africa do Sul do regime do apartheid.
A vida de Mandela é, nesse aspecto da luta contra o apartheid, um verdadeiro exemplo de resistência e de afirmação de humanidade!
É também uma referência, não se ter perpetuado no poder. Retirou-se por sua livre e espontanea vontade. Outros deveriam olhar mais este gesto de Mandela como um exemplo ...
No entanto, o seu partido de sempre, o ANC, que continua como o principal partido no Poder, já não é exemplo para muita coisa ... o apartheid económico generalizou-se na África do Sul!
A África do Sul, que até vai acolher este ano o Mundial de futebol, está em crise. Uma crise igual à de muitos outros países por esse mundo.
O ANC tem demonstrado que não tem soluções para responder à crise económica, não tem soluções para responder no plano da saúde (relembramos a posição miserável sobre o combate à sida), não tem soluções para responder ao problema tribal, ... , o ANC comporta-se como outros partidos do continente africano que, depois de terem lutado pela independencia dos seus países, passaram a preocupar-se só com o umbigo dos seus dirigentes!
Como vencer o actual apartheid económico ?

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Nós somos um rio que não vai parar (*)

A propósito da manifestação que diz ser "pela liberdade" ...
outros assuntos que deveriam ser abordados pela dita:
  • direito ao trabalho ;
  • direito à segurança no emprego: precários, desempregados, contratados a prazo ...
  • direito a uma retribuição digna;
  • direito à constituição de Familia (sem discriminações);
  • direito a contrair casamento (sem discriminaçãoes);

(...)

MANIFESTAÇÃO "PELA LIBERDADE" .... ??????























Para quinta-feira, 11 de Fevereiro, em frente à Assembleia da Republica está convocada uma manifestação "pela liberdade" .

Quem a convoca são bloggers que se apresentam como "da direita à esquerda" ...



A defesa das liberdades é um assunto demasiadamente sério para ser tomado por uma espécie de albergue espanhol onde tudo entra: a direita, a esquerda e os que esperam por nova oportunidade, para voltarem novamente ao poder e repetirem o que já fizeram, igual ou pior que Sócrates.



A defesa das liberdades, hoje em dia, é sobretudo a defesa de um direito que tem sido progressivamente subtraído a pessoas e a movimentos sociais.



A liberdade de opinião e de expressão nas empresas, incluíndo as de comunicação social, é usada selectivamente pelas Administrações dessas empresas ou então até fica à porta ...



A liberdade das empresas é sobretudo a liberdade das administrações dessas empresas poderem fazer à vontade o negócio que mais lhes convém, nem que para isso os trabalhadores fiquem sem nenhuns direitos ...



Para isso, dá muito jeito ás administrações das empresas ter um poder político com quem possa negociar, já que esse poder também se esquece muito depressa da vontade popular expressa democráticamente em eleições.



O poder político e o poder económico têm andado, desde há anos, escandalosamente, de mãos-dadas. É uma realidade que não é só de hoje!

Os promotores da referida Manifestação não estão interessados em denunciar a aliança que existe entre o poder económico e o poder político, porque, alguns desses promotores, também beneficiam dos proveitos daquela aliança ...



Alguns dos promotores utilizam a "liberdade" como alguns partidos da extrema-direita utilizam a palavra "liberdade" nas suas siglas ... só serve para isso, mais nada!



Os ataques que hoje em dia se repetem sobre as liberdades e a democracia tem a ver como uma consequência do quadro politico e económico neo-liberal que tem vindo a criar uma nova forma de totalitarismo nas sociedades ocidentais: os Estados e as empresas exercem um controlo imenso sobre a iniciativa social e politica das pessoas e dos movimentos sociais, e, as leis passaram a ter uma aplicação selectiva baseada em critérios de classe e políticos!



As liberdades precisam de ser defendidas! Precisam todos os dias! Mas essa é uma parte da luta pelo socialismo como alternativa ás consequências sociais, económicas e politicas do capitalismo na vida concreta das pessoas.



Os promotores da Manifestação criticam José Sócrates, mas o seu objectivo é, tão só, favorecer uma espécie de presidencialização do regime, já que Cavaco Silva é identificado como politicamente afecto à área politica de muitos dos promotores.



Cavaco Silva não é alternativa a José Sócrates, tal como José Sócrates não é alternativa a Cavaco Silva ... até porque AMBOS têm culpas sérias nos ataques que têm sido feitos às liberdades e à democracia.



A defesa das liberdades e da democracia precisa de clarificação social e política! E para começar seria importante, vital, urgente que liberdade e democracia entrassem em todo o lado da sociedade! Nunca ficassem à porta, nem fossem vistas como obstáculos, entraves, aborrecimento para o que quer que seja ...



Participar na manifestação de quinta-feira seria como pedir à raposa que tomasse conta do galinheiro ... isso NÃO!

domingo, fevereiro 07, 2010

AS NOTÍCIAS QUE A COMUNICAÇÃO SOCIAL NÃO DÁ!... (*)

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"

Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".

"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.

"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.

O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".

No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

(*) enviado por grazia.tanta@gmail.com

LIBERDADES & PODERES POLITICOS E ECONÓMICOS ...

Toda a gente se indigna com o controlo que o governo tenta exercer sobre a imprensa. E a indignação é justificada, há razões para que aconteça!

Mas porque será que já nem tanta gente se indigna com o controlo que o poder económico exerce sobre uma imprensa (jornais, rádio e televisão) que é, afinal, sua propriedade ?

Será mesmo possível haver liberdades de imprensa, de expressão e de opinião quando a imprensa é propriedade de grupos económicos ? Será que essas liberdades se podem consolidar e desenvolver quando as pressões económicas e políticas acontecem diáriamente ?

SERÁ QUE A REALIDADE CONTADA PELAS IMPRENSAS EXISTE OU É A QUE MAIS CONVÉM (aos poderes económico e político) QUE SEJA CONTADA ?

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

CONSELHO DE ESTADO: para que serve ?

Para que serve o Conselho de Estado ?

Um orgão não eleito, talvez pior que um Senado, opaco, mas com um poder que, parece, extravasa o da Assembleia da Republica ... e parece que é só um "orgão de consulta" do Presidente!

Ontem reuniu mais uma vez, só se conhece o comunicado final (redondo como tudo o que é parido por orgãos pouco democráticos!), nada se sabe sobre o conteúdo de cinco - 5 - horas (!!!) de reunião, mas o que não se sabe dá para grande especulação nos jornais de hoje ... sim, para que serve um orgão destes numa sociedade que se quer democrática, aberta, transparente???

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Electricidade: faça você mesmo com vento e sol, pela sustentabilidade do PLANETA!

Um pequeno exemplo explicativo sobre algumas das energias renováveis.
Por convicção e por profissão dou o meu contributo para a sustentabilidade do único Planeta que temos!

João Pedro Freire

A propósito das eleições presidenciais - uma posição da ESQUERDA NOVA, corrente de opinião no BE

A Esquerda Nova é uma corrente de opinião no Bloco de Esquerda. Sobre as Presidenciais tomou posição no seu portal. Uma posição diferente da da maioria do BE, expressa na última reunião da Mesa Nacional.

É mais uma posição que contribui para um debate construtivo e sereno sobre as Presidenciais.

Visite a página da Esquerda Nova e leia na íntegra a posição desta corrente bloquista.

Já agora podem também consultar a posição oficial do Bloco de Esquerda, aqui.

O debate faz-se com a opinião de todas e de todos, individual e colectivamente.

Participe no debate!

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

MANUEL SERRA, SOCIALISTA, FALECEU ONTEM


Manuel Serra morreu ontem. Socialista, sem ser modernaço, liderou no primeiro Congresso do PS, a seguir ao 25 de Abril de 1974, uma corrente de esquerda que defendia a aproximação do PS à esquerda.
Nessa altura, o PS era liderado por Mário Soares e Manuel Alegre foi um dos mais destacados (senão mesmo o mais!) na defesa de uma certa social-democratização do partido.

Manuel Serra acabou por abandonar o PS e fundar a Frente Socialista Popular (FSP), a qual nunca chegou a ter grande protagonismo político. Manuel Serra foi uma das primeiras correntes de esquerda que o PS teve ... outras se seguiram, as quais acabaram sempre por sair!
Nesses tempos, militava na Juventude Socialista. Tempos de grandes e bons debates à esquerda ...
João Pedro Freire

(Para recordar, o símbolo do PS, quando o "S" ainda era socialista ..., e também o da FSP)