UMA CANDIDATURA TRANSVERSAL DAS ESQUERDAS PARA A REAFIRMAÇÃO E APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA !
Por si só, uma candidatura é mais uma candidatura! Até já existem 6 e todos, formalmente, com origem nas esquerdas.
As candidaturas já existentes são candidaturas fechadas e que se afirmam contra (o previsível candidato da direita que ainda não o é!) representando somente os partidos de que são originárias! Há entre elas, uma espécie de competição do tipo “legislativas à esquerda”…
As candidaturas de esquerda que já existem comprometem qualquer tentativa de reafirmação de uma cultura unitária de esquerda que consiga também capacidade de afirmação política alternativa ao liberalismo dominante.
Uma cultura unitária de esquerda com capacidade de afirmação política é a melhor alternativa à direita e às políticas neo-liberais. É também a melhor forma para se conquistar para um projecto alternativo ao liberalismo, todas e todos os que ensaiam críticas às consequências do liberalismo no seu dia-a-dia.
Uma cultura unitária de esquerda é também o melhor caminho para a reafirmação do socialismo – expurgado de todas as suas caricaturas totalitárias e liberais – como a alternativa global ao liberalismo globalizado!
As eleições presidenciais, enquanto eleições que deveriam ter origem no direito e na afirmação de cidadania, são um acontecimento privilegiado para um debate lançado por uma candidatura que saiba afirmar a sua transversalidade política indo para além do(s) espaço(s) partidário(s).
MANUEL ALEGRE como homem de esquerda, como homem de e da cultura, como militante socialista, tem todas as condições políticas para confirmar a transversalidade de esquerda da sua candidatura, conquistando todas e todos os que querem mais e melhor democracia e buscam um projecto de justiça social contra os desmandos e as prepotências do liberalismo e das suas políticas.
TRIBUNA SOCIALISTA está e estará com uma candidatura deste tipo!
Socialismo libertário, eco-socialismo, para uma alternativa democrática, socialista e anti-capitalista com dimensão internacional!
quarta-feira, setembro 28, 2005
segunda-feira, setembro 26, 2005
A URGÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA!
A URGÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA!
As democracias europeias estão ingovernáveis!
Este é o comentário mais ouvido e lido, pronunciado da direita à esquerda. As recentes eleições alemãs vieram acentuar o que os referendos francês e holandês sobre a chamada Constituição europeia já tinham mostrado: as soluções governativas no quadro do liberalismo e dos seus mecanismos de democracia parlamentarista formal são cada vez mais precárias e instáveis. Pura e simplesmente, não são soluções para nada!
Mas, da direita às esquerdas, todos constatam o referido facto, mas todos, também da direita às esquerdas, parecem persistir em soluções baseadas no mesmo quadro de formalismo democrático parlamentar.
O liberalismo, i.e., a democracia servida segundo os ditames da chamada economia de mercado, tende a criar, entre crescentes sectores populares, sentimentos contra a própria democracia, quase sempre, associada aos jogos parlamentaristas de políticos profissionalizados e desligados da realidade social e/ou a partidos que só conseguem sobreviver alimentando jogadas parlamentares.
O liberalismo, como temos repetido, é hoje um sistema muito próximo de um novo totalitarismo, ávido de ocupar a falência do parlamentarismo que foi alimentando, com soluções securitárias, totalmente desligadas da participação social e cidadã, mas ligado a “elites” ou a providenciais iluminados com pretensões a caudilhos.
Dentro do quando democrático do liberalismo vão coexistindo a própria direita (que sustenta o sistema) e as diversas esquerdas. Entre as esquerdas, não só os partidos da chamada “Internacional Socialista” (IS), mas também o que resta dos partidos comunistas e mesmo novos sectores da esquerda, como o Bloco de Esquerda em Portugal.
De um modo geral, as esquerdas têm-se parlamentarizado. Vai faltando, cada vez mais, uma cultura unitária de esquerda. Um deficit que é da responsabilidade quase exclusiva das diversas direcções partidárias das esquerdas. É confrangedor a obsessão que parece existir entre as direcções do PCP e do Bloco de Esquerda para aproveitarem todos os actos parlamentares para verificarem quem tem mais votos que o outro.
No plano das lutas laborais e sociais esse despique – entre PCP e BE – é constantemente alimentado pelos respectivos dirigentes, evitando, muitas vezes, unidades que já se tinham estabelecido de forma espontânea. Já ninguém reivindica o ser “vanguarda revolucionária” (apesar de ainda haver muitos dirigentes desses partidos com esses tiques sectários…), mas, em vez disso, os dirigentes comunistas e bloquistas rapidamente aprenderam e absorveram as disputas cultivadas pelo parlamentarismo.
À esquerda faz muito falta uma cultura unitária de esquerda que respeite e até cultive o pluralismo, mas que saiba, nos momentos decisivos, unir de forma afirmativa todos aqueles que criticam o liberalismo, enquanto sistema global e dominante. Mas é importante que essa unidade na diversidade se faça afirmando também uma alternativa global socialista.
As esquerdas, em geral, têm vindo a perder capacidade de definirem uma alternativa ao mesmo tempo que contestam o sistema dominante. Isso é também um sintoma da referida falta de cultura unitária de esquerda. Por exemplo, a critica ao capitalismo/liberalismo é reduzida sempre às receitas de cada partido ou grupo. Será impossível as esquerdas tentarem uma resposta comum ao capitalismo que se critica?
A forma de organização partidária como instrumento de mobilização anti-capitalista e socialista está condenada. A organização de todos os que buscam uma alternativa à globalização liberal/capitalista precisa de outro desenho para além da organização partidária. Porque as organizações partidárias têm vindo também a minar e a enfraquecer as lutas sociais, laborais e populares. Têm contribuído somente para uma absurda e mortífera parlamentarização da capacidade de resposta popular e socialista.
As próximas eleições presidenciais em Portugal são também um exemplo do que afirmamos. Há já 6 candidaturas à esquerda que se têm apresentado com um único projecto: derrotar um candidato de direita que ainda não se apresentou formalmente! Ou seja, esse candidato da direita poderá ser único para toda a direita, mas isso não impede de à esquerda, já existirem 6 (seis!!) … com o mesmo objectivo!!!
As esquerdas para essas eleições, que só serão em Janeiro de 2006, nunca pararam na sua corrida parlamentarista para pensarem, discutirem, dialogarem para uma candidatura conjunta contra a direita! Cada partido, desde o maior ao mais minúsculo, resolveram apresentar o seu candidato. Até o PS, com as responsabilidades de ser o maior partido e ser governo, arranjou uma solução … contra a direita que, de certeza, faria a mesma política que o PS tem feito no governo!
Todas as candidaturas à esquerda são candidaturas de partido. Todas menos a de Manuel Alegre que pode ter uma dinâmica transversal a todas as esquerda e a todas as estruturas partidárias à esquerda.
A candidatura de Manuel Alegre, se quiser, pode prolongar em Portugal o que se tem vindo a desenvolver na Europa quanto à reorganização do espaço da esquerda socialista em função da critica ao liberalismo e à cedência das direcções dos partidos e governos de partidos da “IS” à direita e a políticas neo-liberais.
A candidatura de Manuel Alegre tem de assumir uma dinâmica transversal à esquerda. Tem de se afirmar como uma candidatura de projecto democrático e socialista. Tem de ter a coragem de lançar debates sobre as políticas do governo PS que atentam contra os direitos democráticos e sociais, e, também, sobre tudo o que interesse a uma cidadania critica, interventiva e exigente. Tem de contribuir para a tal cultura unitária entre a diverdade das esquerdas!
As democracias europeias estão ingovernáveis!
Este é o comentário mais ouvido e lido, pronunciado da direita à esquerda. As recentes eleições alemãs vieram acentuar o que os referendos francês e holandês sobre a chamada Constituição europeia já tinham mostrado: as soluções governativas no quadro do liberalismo e dos seus mecanismos de democracia parlamentarista formal são cada vez mais precárias e instáveis. Pura e simplesmente, não são soluções para nada!
Mas, da direita às esquerdas, todos constatam o referido facto, mas todos, também da direita às esquerdas, parecem persistir em soluções baseadas no mesmo quadro de formalismo democrático parlamentar.
O liberalismo, i.e., a democracia servida segundo os ditames da chamada economia de mercado, tende a criar, entre crescentes sectores populares, sentimentos contra a própria democracia, quase sempre, associada aos jogos parlamentaristas de políticos profissionalizados e desligados da realidade social e/ou a partidos que só conseguem sobreviver alimentando jogadas parlamentares.
O liberalismo, como temos repetido, é hoje um sistema muito próximo de um novo totalitarismo, ávido de ocupar a falência do parlamentarismo que foi alimentando, com soluções securitárias, totalmente desligadas da participação social e cidadã, mas ligado a “elites” ou a providenciais iluminados com pretensões a caudilhos.
Dentro do quando democrático do liberalismo vão coexistindo a própria direita (que sustenta o sistema) e as diversas esquerdas. Entre as esquerdas, não só os partidos da chamada “Internacional Socialista” (IS), mas também o que resta dos partidos comunistas e mesmo novos sectores da esquerda, como o Bloco de Esquerda em Portugal.
De um modo geral, as esquerdas têm-se parlamentarizado. Vai faltando, cada vez mais, uma cultura unitária de esquerda. Um deficit que é da responsabilidade quase exclusiva das diversas direcções partidárias das esquerdas. É confrangedor a obsessão que parece existir entre as direcções do PCP e do Bloco de Esquerda para aproveitarem todos os actos parlamentares para verificarem quem tem mais votos que o outro.
No plano das lutas laborais e sociais esse despique – entre PCP e BE – é constantemente alimentado pelos respectivos dirigentes, evitando, muitas vezes, unidades que já se tinham estabelecido de forma espontânea. Já ninguém reivindica o ser “vanguarda revolucionária” (apesar de ainda haver muitos dirigentes desses partidos com esses tiques sectários…), mas, em vez disso, os dirigentes comunistas e bloquistas rapidamente aprenderam e absorveram as disputas cultivadas pelo parlamentarismo.
À esquerda faz muito falta uma cultura unitária de esquerda que respeite e até cultive o pluralismo, mas que saiba, nos momentos decisivos, unir de forma afirmativa todos aqueles que criticam o liberalismo, enquanto sistema global e dominante. Mas é importante que essa unidade na diversidade se faça afirmando também uma alternativa global socialista.
As esquerdas, em geral, têm vindo a perder capacidade de definirem uma alternativa ao mesmo tempo que contestam o sistema dominante. Isso é também um sintoma da referida falta de cultura unitária de esquerda. Por exemplo, a critica ao capitalismo/liberalismo é reduzida sempre às receitas de cada partido ou grupo. Será impossível as esquerdas tentarem uma resposta comum ao capitalismo que se critica?
A forma de organização partidária como instrumento de mobilização anti-capitalista e socialista está condenada. A organização de todos os que buscam uma alternativa à globalização liberal/capitalista precisa de outro desenho para além da organização partidária. Porque as organizações partidárias têm vindo também a minar e a enfraquecer as lutas sociais, laborais e populares. Têm contribuído somente para uma absurda e mortífera parlamentarização da capacidade de resposta popular e socialista.
As próximas eleições presidenciais em Portugal são também um exemplo do que afirmamos. Há já 6 candidaturas à esquerda que se têm apresentado com um único projecto: derrotar um candidato de direita que ainda não se apresentou formalmente! Ou seja, esse candidato da direita poderá ser único para toda a direita, mas isso não impede de à esquerda, já existirem 6 (seis!!) … com o mesmo objectivo!!!
As esquerdas para essas eleições, que só serão em Janeiro de 2006, nunca pararam na sua corrida parlamentarista para pensarem, discutirem, dialogarem para uma candidatura conjunta contra a direita! Cada partido, desde o maior ao mais minúsculo, resolveram apresentar o seu candidato. Até o PS, com as responsabilidades de ser o maior partido e ser governo, arranjou uma solução … contra a direita que, de certeza, faria a mesma política que o PS tem feito no governo!
Todas as candidaturas à esquerda são candidaturas de partido. Todas menos a de Manuel Alegre que pode ter uma dinâmica transversal a todas as esquerda e a todas as estruturas partidárias à esquerda.
A candidatura de Manuel Alegre, se quiser, pode prolongar em Portugal o que se tem vindo a desenvolver na Europa quanto à reorganização do espaço da esquerda socialista em função da critica ao liberalismo e à cedência das direcções dos partidos e governos de partidos da “IS” à direita e a políticas neo-liberais.
A candidatura de Manuel Alegre tem de assumir uma dinâmica transversal à esquerda. Tem de se afirmar como uma candidatura de projecto democrático e socialista. Tem de ter a coragem de lançar debates sobre as políticas do governo PS que atentam contra os direitos democráticos e sociais, e, também, sobre tudo o que interesse a uma cidadania critica, interventiva e exigente. Tem de contribuir para a tal cultura unitária entre a diverdade das esquerdas!
terça-feira, setembro 13, 2005
MAIS UM ANO SOBRE O 11 DE SETEMBRO...
Há um ano atrás quando passou mais um ano sobre o 11 de Setembro, a Administração Bush ainda podia exibir a sua capacidade militar como algo superior perante todo o Planeta ... independentemente dos resultados!!! O que importa para Bush e para os seus aliados é a constante imaginação de uma ameaça para depois se apresentarem como os únicos com capacidade militar de resposta ...
Para os liberais dos dias da globalização, tudo se resume a respostas securitárias ...
Mas ... este ano a imensa capacidade militar norte-americana foi ridicularizada por um acto natural. O furacão Katrina exibiu a todo o Planeta o que são os bastidores da única super-potência mundial com pretensões de gendarme planetário! E perante um acto natural, será que por um instante Bush não terá pensado em associar o furacão que devastou News Orleans a algum terrorista do tipo Bin Laden?!...
Mas muitos neste Planeta terão justamente pensado que as Administrações (no plural!) norte-americanas têm sérias responsabilidades nas alterações climatéricas na Terra ... lembram-se de Quioto?
Sem armas, sem o complexo militar industrial, a Administração Bush fica como que NUA perante os Povos deste Planeta ... E a cada minuto que passa milhares e milhares morrem de fome, enquanto outros morrem às mãos dos terroristas de todas as matizes! É este o Mundo perferido de Bush e dos seus amigos. É este Mundo que milhões e milhões querem e podem mudar!
Para os liberais dos dias da globalização, tudo se resume a respostas securitárias ...
Mas ... este ano a imensa capacidade militar norte-americana foi ridicularizada por um acto natural. O furacão Katrina exibiu a todo o Planeta o que são os bastidores da única super-potência mundial com pretensões de gendarme planetário! E perante um acto natural, será que por um instante Bush não terá pensado em associar o furacão que devastou News Orleans a algum terrorista do tipo Bin Laden?!...
Mas muitos neste Planeta terão justamente pensado que as Administrações (no plural!) norte-americanas têm sérias responsabilidades nas alterações climatéricas na Terra ... lembram-se de Quioto?
Sem armas, sem o complexo militar industrial, a Administração Bush fica como que NUA perante os Povos deste Planeta ... E a cada minuto que passa milhares e milhares morrem de fome, enquanto outros morrem às mãos dos terroristas de todas as matizes! É este o Mundo perferido de Bush e dos seus amigos. É este Mundo que milhões e milhões querem e podem mudar!
sábado, setembro 10, 2005
PRIORIDADES ...
Brevemente acontecerão mais dois actos eleitorais neste espaço chamado Portugal: um para as autarquias e outro para as presidenciais ...
Os dois actos eleitorais ainda terão as respectivas campanhas eleitorais, mas, na prática, as pré-campanhas já iniciadas, têm vindo a exibir o grau máximo de parlamentarização e de partidarite a que chegou a democracia portuguesa. À direita e à esquerda, perante um cenário de crescente desacreditação do acto de participar politicamente, os protagonistas parece que se esquecem daqueles de quem querem o voto. Parece, isso sim, que o mais importante é o jogo partidário, qual partida de futebol ...
Os incêncios são esquecidos com as primeiras chuvas, os direitos democráticos (ex.: de manifestação por parte dos militares, por exemplo) são servidos como arma de arremesso à maneira do 24 de Abril, as consequências do furacão Katrina servem só para notícias bombásticas, para as presidenciais cada candidatura acaba por ser o próprio partido que a sustenta, seja ele de grande ou de minusculo dimensão ...
Os protagonistas do jogo parlamentar e partidário estabeleceram como prioridade esse jogo ...
O apelo à participação cidadã, a proposta de debate sobre temas concretos e do dia-a-dia, o direito de participação e organização a todos os níveis da sociedade ... são assuntos entre parentesis, não são prioridades!
Os dois actos eleitorais ainda terão as respectivas campanhas eleitorais, mas, na prática, as pré-campanhas já iniciadas, têm vindo a exibir o grau máximo de parlamentarização e de partidarite a que chegou a democracia portuguesa. À direita e à esquerda, perante um cenário de crescente desacreditação do acto de participar politicamente, os protagonistas parece que se esquecem daqueles de quem querem o voto. Parece, isso sim, que o mais importante é o jogo partidário, qual partida de futebol ...
Os incêncios são esquecidos com as primeiras chuvas, os direitos democráticos (ex.: de manifestação por parte dos militares, por exemplo) são servidos como arma de arremesso à maneira do 24 de Abril, as consequências do furacão Katrina servem só para notícias bombásticas, para as presidenciais cada candidatura acaba por ser o próprio partido que a sustenta, seja ele de grande ou de minusculo dimensão ...
Os protagonistas do jogo parlamentar e partidário estabeleceram como prioridade esse jogo ...
O apelo à participação cidadã, a proposta de debate sobre temas concretos e do dia-a-dia, o direito de participação e organização a todos os níveis da sociedade ... são assuntos entre parentesis, não são prioridades!
terça-feira, agosto 30, 2005
REORGANIZAÇAO DA ESQUERDA SOCIALISTA (II)
Surgiu na Alemanha, o PARTIDO DE ESQUERDA (PE). Resultou da fusao entre o PDS e os dissidentes do SPD, sendo Oskar Lafontaine o mais conhecido.
Mas mais importante que a criaçao de novos partidos ou grupos, mais importante que a pulverizaçao no espaço das esquerdas, mais importante é a capacidade de se intensificar o debate entre todos os militantes das esquerdas para a definiçao de uma alternativa clara e objectiva de transformaçao democrática e socialista da sociedade FORA do quadro do capitalismo e do liberalismo, perante o qual as direcçoes dos partidos da "Internacional Socialista" há muito capitularam.
Fora do quadro do liberalismo, significa capacidade de se criarem alternativas económicas, mas também quanto à participaçao política. Por exemplo, é urgente repensar a participaçao cidada reduzida ao parlamentarismo e/ou à partidocracia.
A criaçao de novos partidos à esquerda, pode significar rupturas inevitáveis. Mas, repetimos, o importante é o debate entre tod@s e todos à(s) esquerda(s) e o retomar da discussao do socialismo (enriquecido com a discussao quanto ao seu património histórico, depurando-se todas as deformaçoes totalitárias e neo-liberais) como alternativa global ao liberalismo e ao capitalismo.
(NR.: texto escrito no Euzkadi, daí alguns erros...)
Mas mais importante que a criaçao de novos partidos ou grupos, mais importante que a pulverizaçao no espaço das esquerdas, mais importante é a capacidade de se intensificar o debate entre todos os militantes das esquerdas para a definiçao de uma alternativa clara e objectiva de transformaçao democrática e socialista da sociedade FORA do quadro do capitalismo e do liberalismo, perante o qual as direcçoes dos partidos da "Internacional Socialista" há muito capitularam.
Fora do quadro do liberalismo, significa capacidade de se criarem alternativas económicas, mas também quanto à participaçao política. Por exemplo, é urgente repensar a participaçao cidada reduzida ao parlamentarismo e/ou à partidocracia.
A criaçao de novos partidos à esquerda, pode significar rupturas inevitáveis. Mas, repetimos, o importante é o debate entre tod@s e todos à(s) esquerda(s) e o retomar da discussao do socialismo (enriquecido com a discussao quanto ao seu património histórico, depurando-se todas as deformaçoes totalitárias e neo-liberais) como alternativa global ao liberalismo e ao capitalismo.
(NR.: texto escrito no Euzkadi, daí alguns erros...)
sábado, agosto 27, 2005
A ESQUERDA SOCIALISTA EUROPEIA REORGANIZA-SE...
As reorganizações da esquerda socialista acontecem sempre em situações de crise. Crise do capitalismo, mas também crise das soluções propostas pelas direcções da esquerda socialista para a criação de alternativas.
O debate em torno da chamada Constituição Europeia, o posicionamento face à intervenção militar norte-americana no Iraque, a acção de governos ditos de esquerda, formados por partidos da “Internacional Socialista” (IS), mas situados à direita e no quadro do liberalismo … são questões que inevitavelmente produzem crise dentro dos partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas da “IS”.
Como o PS em Portugal, os partidos da “IS” possuem bases sociais que buscam soluções fora do quadro do liberalismo. E o que acontece é que enquanto partidos de oposição, merecem o apoio e a confiança dos sectores sociais que querem mudança e buscam, para isso, alternativas fora do liberalismo. Mas, uma vez no governo, esses partidos em nada se diferenciam da direita a quem fizeram oposição .
Na Alemanha, o antigo líder dos social-democratas, Oskar Lafontaine, saiu do SPD, em ruptura com as políticas do governo de Schroeder. Mais, dá corpo de faz campanha por uma nova alternativa de esquerda, a "ALTERNATIVA ELEITORAL TRABALHO E JUSTIÇA SOCIAL", constituída por social-democratas de esquerda e pelo PDS (partido do socialismo democrático, ex-comunista).
Em Portugal, o PS também não escapará ao debate e à crise provocada pela sua direcção, claramente neo-liberal e afastada de qualquer tradição socialista. Nas Presidenciais ou no debate sobre a Europa, a esquerda socialista também se reorganizará em Portugal.
Em França, na sequência da vitória do “NÃO”, há um debate profundo no PSF. Está em causa também a afirmação do PSF como partido socialista ou como partido preso às políticas neo-liberais.
Uma reorganização necessária e urgente, a reorganização da esquerda socialista à escala europeia!
O debate em torno da chamada Constituição Europeia, o posicionamento face à intervenção militar norte-americana no Iraque, a acção de governos ditos de esquerda, formados por partidos da “Internacional Socialista” (IS), mas situados à direita e no quadro do liberalismo … são questões que inevitavelmente produzem crise dentro dos partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas da “IS”.
Como o PS em Portugal, os partidos da “IS” possuem bases sociais que buscam soluções fora do quadro do liberalismo. E o que acontece é que enquanto partidos de oposição, merecem o apoio e a confiança dos sectores sociais que querem mudança e buscam, para isso, alternativas fora do liberalismo. Mas, uma vez no governo, esses partidos em nada se diferenciam da direita a quem fizeram oposição .
Na Alemanha, o antigo líder dos social-democratas, Oskar Lafontaine, saiu do SPD, em ruptura com as políticas do governo de Schroeder. Mais, dá corpo de faz campanha por uma nova alternativa de esquerda, a "ALTERNATIVA ELEITORAL TRABALHO E JUSTIÇA SOCIAL", constituída por social-democratas de esquerda e pelo PDS (partido do socialismo democrático, ex-comunista).
Em Portugal, o PS também não escapará ao debate e à crise provocada pela sua direcção, claramente neo-liberal e afastada de qualquer tradição socialista. Nas Presidenciais ou no debate sobre a Europa, a esquerda socialista também se reorganizará em Portugal.
Em França, na sequência da vitória do “NÃO”, há um debate profundo no PSF. Está em causa também a afirmação do PSF como partido socialista ou como partido preso às políticas neo-liberais.
Uma reorganização necessária e urgente, a reorganização da esquerda socialista à escala europeia!
sexta-feira, agosto 26, 2005
MÁRIO SOARES: uma candidatura das esquerdas?
Parece que Mário Soares vai anunciar a sua candidatura no final de Agosto, mas antes da chamada “rentré” dos partidos, incluindo a do PS.
Quer, deste modo, afirmar-se “independente” e “acima” dos partidos.
A direcção do PS tem tentado passar a ideia de que Soares é o “melhor candidato” para “convergir as esquerdas” nas Presidenciais.
Mas, as seguintes questões, são legítimas:
Um candidato das esquerdas não tem de ser um “operário sindicalista” … mas tem de emergir do movimento popular, tem de estar em contacto com ele, tem de saber criar espaços de diálogo, pontes, com e entre os partidos e grupos das esquerdas … tem de se afirmar como uma candidatura que apela à participação popular e cidadã em ruptura com as práticas e as políticas do liberalismo.
Mário Soares não tem sido nada disto!
Quer, deste modo, afirmar-se “independente” e “acima” dos partidos.
A direcção do PS tem tentado passar a ideia de que Soares é o “melhor candidato” para “convergir as esquerdas” nas Presidenciais.
Mas, as seguintes questões, são legítimas:
- O aparecimento de Soares como candidato teve por detrás, algum movimento popular e cidadão? Ou foi antes uma decisão que envolveu exclusivamente a direcção do PS e o próprio Soares?
- Houve algum debate interno no Partido Socialista sobre qual o melhor candidato na opinião dos socialistas? Ou bastou, tão-só, uma declaração do secretário-geral do PS e depois, tipo reacção em cadeia, declarações de apoio das direcções de algumas Federações Distritais?
- Antes de Sócrates decretar (!) o apoio do (!) PS a Soares, quantas tinham sido as vezes que Mário Soares manifestou a sua indisponibilidade para ser candidato?
- Se Soares é um “candidato das esquerdas”, porque razão prepara a sua candidatura (tal como o previsível candidato da direita, Cavaco Silva) em segredo, fora da participação popular e cidadã e à margem dos outros partidos e movimentos das esquerdas?
Um candidato das esquerdas não tem de ser um “operário sindicalista” … mas tem de emergir do movimento popular, tem de estar em contacto com ele, tem de saber criar espaços de diálogo, pontes, com e entre os partidos e grupos das esquerdas … tem de se afirmar como uma candidatura que apela à participação popular e cidadã em ruptura com as práticas e as políticas do liberalismo.
Mário Soares não tem sido nada disto!
sábado, agosto 20, 2005
INCENDIOS & PRESIDENCIAIS: e o debate? e a participação cidadã?
Presidenciais e incêncios ... o que será que isto tem em comum? ...
Tem muito mais do que poderemos pensar, num primeiro momento! São temas que exibem a fragilidade/qualidade da democracia portuguesa, ou seja, são um termómetro do debate que não há e da participação cidadã que vai sendo, cada vez mais, subtraída.
Por vontade das direcções partidárias (principalmente das que têm deputados...) e/ou por vontade do governo (do de Sócrates ou de qualquer outro assegurado pela chamada alternância...), há temas - como os dois que elegemos - que parece que só devem ser debatidos por "quem sabe", pelas chamadas "elites" (tão do agrado de Sócrates) e/ou pelos "estados-maiores" dos partidos ...
Trata-se de um caminho de formalização/desqualificação da democracia, de afunilamento da participação cidadã, de deliberado esquecimento/branqueamento da História relativamente ao que foi e para que serviu o 25 de Abril de 1974 e os ventos de mudança e de participação social que se lhe seguiram!
Quanto aos incêndios: ano após ano, seja qual for o governo da hiper-repetida alternância, sucede-se a "receita" das prevenções que acabam por nunca prevenir nada de nada! As populações, aquelas e aqueles que vivem onde os incêndios se sucedem e martirizam, nunca são ouvidas quanto à sua opinião, quanto à sua proposta, quanto à sua vontade! Por entre o discurso e a lógica neo-liberal dominantes, o Estado (também dominado por liberais de todas as matrizes) vai-se demitindo das suas responsabilidades, nomeadamente quanto à necessidade de se criar uma força anti e de prevenção aos incêndios, capaz de responder ao concreto com total independência face aos interesses e lobbies privados (não só nacionais como já internacionais) ...
Quanto às presidências: a direita parece que chegou à conclusão que só tem de aguardar pela formalização da candidatura do seu Cavaco Silva! Nas esquerdas, o debate é nulo. Completamente nulo. Tanto no plano inter-partidário ou social, como no plano intra-partidário. O PS, como partido maioritário nas esquerdas, vai fazendo valer (impondo!) a visão e a lógica da sua direcção liberal: debate não há, e, parece que nem é preciso. Tudo é decidido, sem debate e sem participação dos militantes, pela direcção nacional e pelas direcções distritais (espécies de filtros da vontade democrática das bases!). Sócrates está a aproveitar as presidenciais para acabar, de vez, com Manuel Alegre. Ao ponto, de antigos apoiantes de Alegre, entretanto colocados em lugares de direcção (ex.: Augusto Santos Silva), já defenderem , sem pestanejarem , as posições da direcção liberal sócratica.
Mas no PCP e no BE, a discussão também é nula ou só para entreter os respectivos dirigentes. No BE, parece que, não obstante as decisões da última Convenção Nacional, ainda (!) não há consenso quanto ao apoio ou não apoio, na 1ª volta, a Mário Soares (se este for o candidato do PS imposto às esquerdas!). No PCP, parece que todos estão à espera da indicação pela direcção do seu candidato "mártir" (já que irá sempre desistir...)
Confrangedor é as esquerdas não discutirem entre si. Não só discussão entre as suas direcções partidárias, mas discussão entre os seus militantes, de uma forma livre, não sectária, sem clubismos e profundamente democrática.
TRIBUNA SOCIALISTA tem defendido e continuaremos a defender a bondade, numa lógica democrática, de esquerda e socialista, da candidatura de Manuel Alegre. Uma defesa para o debate, mas também para a afirmação de uma candidatura de esquerda que emerge de um sentir e de uma vontade sociais.
Incêndios & Presidenciais ... era isso que estavamos a abordar! Vejam como temas tão distintos exibem a desqualificação crescente de uma democracia que se afirmou através de rupturas e particapação social!
Tem muito mais do que poderemos pensar, num primeiro momento! São temas que exibem a fragilidade/qualidade da democracia portuguesa, ou seja, são um termómetro do debate que não há e da participação cidadã que vai sendo, cada vez mais, subtraída.
Por vontade das direcções partidárias (principalmente das que têm deputados...) e/ou por vontade do governo (do de Sócrates ou de qualquer outro assegurado pela chamada alternância...), há temas - como os dois que elegemos - que parece que só devem ser debatidos por "quem sabe", pelas chamadas "elites" (tão do agrado de Sócrates) e/ou pelos "estados-maiores" dos partidos ...
Trata-se de um caminho de formalização/desqualificação da democracia, de afunilamento da participação cidadã, de deliberado esquecimento/branqueamento da História relativamente ao que foi e para que serviu o 25 de Abril de 1974 e os ventos de mudança e de participação social que se lhe seguiram!
Quanto aos incêndios: ano após ano, seja qual for o governo da hiper-repetida alternância, sucede-se a "receita" das prevenções que acabam por nunca prevenir nada de nada! As populações, aquelas e aqueles que vivem onde os incêndios se sucedem e martirizam, nunca são ouvidas quanto à sua opinião, quanto à sua proposta, quanto à sua vontade! Por entre o discurso e a lógica neo-liberal dominantes, o Estado (também dominado por liberais de todas as matrizes) vai-se demitindo das suas responsabilidades, nomeadamente quanto à necessidade de se criar uma força anti e de prevenção aos incêndios, capaz de responder ao concreto com total independência face aos interesses e lobbies privados (não só nacionais como já internacionais) ...
Quanto às presidências: a direita parece que chegou à conclusão que só tem de aguardar pela formalização da candidatura do seu Cavaco Silva! Nas esquerdas, o debate é nulo. Completamente nulo. Tanto no plano inter-partidário ou social, como no plano intra-partidário. O PS, como partido maioritário nas esquerdas, vai fazendo valer (impondo!) a visão e a lógica da sua direcção liberal: debate não há, e, parece que nem é preciso. Tudo é decidido, sem debate e sem participação dos militantes, pela direcção nacional e pelas direcções distritais (espécies de filtros da vontade democrática das bases!). Sócrates está a aproveitar as presidenciais para acabar, de vez, com Manuel Alegre. Ao ponto, de antigos apoiantes de Alegre, entretanto colocados em lugares de direcção (ex.: Augusto Santos Silva), já defenderem , sem pestanejarem , as posições da direcção liberal sócratica.
Mas no PCP e no BE, a discussão também é nula ou só para entreter os respectivos dirigentes. No BE, parece que, não obstante as decisões da última Convenção Nacional, ainda (!) não há consenso quanto ao apoio ou não apoio, na 1ª volta, a Mário Soares (se este for o candidato do PS imposto às esquerdas!). No PCP, parece que todos estão à espera da indicação pela direcção do seu candidato "mártir" (já que irá sempre desistir...)
Confrangedor é as esquerdas não discutirem entre si. Não só discussão entre as suas direcções partidárias, mas discussão entre os seus militantes, de uma forma livre, não sectária, sem clubismos e profundamente democrática.
TRIBUNA SOCIALISTA tem defendido e continuaremos a defender a bondade, numa lógica democrática, de esquerda e socialista, da candidatura de Manuel Alegre. Uma defesa para o debate, mas também para a afirmação de uma candidatura de esquerda que emerge de um sentir e de uma vontade sociais.
Incêndios & Presidenciais ... era isso que estavamos a abordar! Vejam como temas tão distintos exibem a desqualificação crescente de uma democracia que se afirmou através de rupturas e particapação social!
domingo, agosto 07, 2005
A LÓGICA LIBERAL É CONTRÁRIA A UM SISTEMA DE LIBERDADES!
Há hoje, neste Planeta, um sistema que tem vindo a ser imposto: a ditadura do que é rentável!
Quando é rentável (seja lá o que isso for...) os poderes apoiam, quando não é rentável destroem, suprimem, acabam!
Um sistema de liberdades e de direitos é incompatível com o sistema do ser rentável...
Ser rentável tem um significado que é determinado por uns quantos em nome dos seus próprios interesses. O mais espantoso é que esses quantos que se regem pela mesma bitola e pelos mesmos conceitos, encontram-se à direita mas também nas esquerdas ...
O ser rentável acaba por se tornar, políticamente falando, numa espécie de dominação ideológica. Económicamente falando, ser rentável é o reino das empresas e dos empresários e o ignorar sistemático do trabalho e dos trabalhadores. Mas também dos consumidores.
Do lado da dominação política e ideológica, temos, como exemplo recente, as nomeações dos amigos de Sócrates para a Administração da CGD. Um exemplo que também se pode descobrir em todas as alternâncias que o parlamentarismo produz...
O fim de títulos como O COMÉRCIO DO PORTO e A CAPITAL determinado por um grupo espanhol, é outro exemplo da incompatibilidade do ser rentável com uma liberdade concreta, a liberdade de expressão e de comunicação. Foi determinado por um grupo espanhol, mas poderia também ter sido por um grupo português. Como já aconteceu!
O fim do BALLET GULBENKIAN determinado por um tipo de gestão baseado no ser rentável, é mais um exemplo da incompatibilidade desse sistema com uma outra liberdade concreta, a da criação artística!
É claro que um governo como o de Sócrates, também ele sujeito/subjugado ao sistema do ser rentável, limitou-se a gerir o silêncio para ... não perturbar o mercado!!!
No plano internacional, o que se passa com a luta anti-terrorista é outro exemplo que se poderia apontar: não tem prevenido e muito menos evitado o terrorismo. No entanto, perturba, restringe, atrofia as liberdades e os direitos civis!
O liberalismo dos dias da globalização capitalista assenta neste sistema do ser rentável e na ditadura dos interesses de uns quantos ... É uma nova forma de totalitarismo à escala planetária!
Quando é rentável (seja lá o que isso for...) os poderes apoiam, quando não é rentável destroem, suprimem, acabam!
Um sistema de liberdades e de direitos é incompatível com o sistema do ser rentável...
Ser rentável tem um significado que é determinado por uns quantos em nome dos seus próprios interesses. O mais espantoso é que esses quantos que se regem pela mesma bitola e pelos mesmos conceitos, encontram-se à direita mas também nas esquerdas ...
O ser rentável acaba por se tornar, políticamente falando, numa espécie de dominação ideológica. Económicamente falando, ser rentável é o reino das empresas e dos empresários e o ignorar sistemático do trabalho e dos trabalhadores. Mas também dos consumidores.
Do lado da dominação política e ideológica, temos, como exemplo recente, as nomeações dos amigos de Sócrates para a Administração da CGD. Um exemplo que também se pode descobrir em todas as alternâncias que o parlamentarismo produz...
O fim de títulos como O COMÉRCIO DO PORTO e A CAPITAL determinado por um grupo espanhol, é outro exemplo da incompatibilidade do ser rentável com uma liberdade concreta, a liberdade de expressão e de comunicação. Foi determinado por um grupo espanhol, mas poderia também ter sido por um grupo português. Como já aconteceu!
O fim do BALLET GULBENKIAN determinado por um tipo de gestão baseado no ser rentável, é mais um exemplo da incompatibilidade desse sistema com uma outra liberdade concreta, a da criação artística!
É claro que um governo como o de Sócrates, também ele sujeito/subjugado ao sistema do ser rentável, limitou-se a gerir o silêncio para ... não perturbar o mercado!!!
No plano internacional, o que se passa com a luta anti-terrorista é outro exemplo que se poderia apontar: não tem prevenido e muito menos evitado o terrorismo. No entanto, perturba, restringe, atrofia as liberdades e os direitos civis!
O liberalismo dos dias da globalização capitalista assenta neste sistema do ser rentável e na ditadura dos interesses de uns quantos ... É uma nova forma de totalitarismo à escala planetária!
sábado, julho 30, 2005
MANUEL ALEGRE: não está sózinho!
Mário Soares (que se diz amigo de Manuel Alegre) planeou com Sócrates (que por sua vez também já teria sondado Alegre para candidato presidencial) uma candidatura presidencial de um homem de esquerda (como é Mário Soares) que não perturbasse a governação do PS e que conseguisse, para já, "unir a esquerda" e calar a contestação social ...
É claro que Sócrates nunca poderia (nem conseguiria!) pôr o PS a apoiar o homem de quem gostaria para candidato da actual política governamental: Cavaco Silva! Também não se sentiria bem a apoiar quem lhe fez frente (com um claro programa socialista de esquerda!) na última eleição para secretário geral do PS: Manuel Alegre.
Mário Soares é, neste momento, para Sócrates o seu (muito diferente de Partido Socialista!) melhor candidato. Só que o Mário Soares candidato será, não o Mário Soares entusiasta do movimento anti-globalização capitalista ou o Mário Soares defensor da "unidade das esquerdas", mas o Mário Soares institucional, o Mário Soares do aparelho de Estado e dos compromissos que se fazem nessa qualidade, ou seja, um Mário Soares pronto a defender as políticas liberais de Sócrates em "nome do interesse nacional"! Mário Soares será um candidato escolhido por um aparelho partidário, só ....
Manuel Alegre não é isso. É importante e sintomático que prefira uma candidatura de afirmação poética em vez de afirmação política. É a assumpção de independencia de um homem de esquerda e socialista perante os jogos politiqueiros.
Manuel Alegre tem, neste momento, milhares de portuguesas e portugueses que esperam dele um passo de afirmação para uma candidatura socialista, de esquerda, e de esperança de uma presidencia que não vire a cara aos dramas sociais que o liberalismo continua a criar e a impor.
Manuel Alegre NÃO ESTÁ SÓZINHO!
Registamos o que escreve hoje no Expresso:
"Sei muito bem que estou sózinho. Mas enquanto me bater a guerra não está perdida, ainda que se me perguntassem que guerra é eu não soubesse ao certo responder. Diria talvez que é a guerra de um homem no meio do seu quadrado. Um homem que se bate, talvez em sonho, porque tudo se calhar é sonho. Sonho de um sonho, lembro-me de ter lido algures. Que importa? Sonho ou não, eles aí estão, tenho de defender o meu quadrado, não há outro sentido senão este, lutar até ao fim, um homem não se rende, não seria bonito, seria, aliás, se me permitem, uma falta de educação, uma grande falta de educação."
É claro que Sócrates nunca poderia (nem conseguiria!) pôr o PS a apoiar o homem de quem gostaria para candidato da actual política governamental: Cavaco Silva! Também não se sentiria bem a apoiar quem lhe fez frente (com um claro programa socialista de esquerda!) na última eleição para secretário geral do PS: Manuel Alegre.
Mário Soares é, neste momento, para Sócrates o seu (muito diferente de Partido Socialista!) melhor candidato. Só que o Mário Soares candidato será, não o Mário Soares entusiasta do movimento anti-globalização capitalista ou o Mário Soares defensor da "unidade das esquerdas", mas o Mário Soares institucional, o Mário Soares do aparelho de Estado e dos compromissos que se fazem nessa qualidade, ou seja, um Mário Soares pronto a defender as políticas liberais de Sócrates em "nome do interesse nacional"! Mário Soares será um candidato escolhido por um aparelho partidário, só ....
Manuel Alegre não é isso. É importante e sintomático que prefira uma candidatura de afirmação poética em vez de afirmação política. É a assumpção de independencia de um homem de esquerda e socialista perante os jogos politiqueiros.
Manuel Alegre tem, neste momento, milhares de portuguesas e portugueses que esperam dele um passo de afirmação para uma candidatura socialista, de esquerda, e de esperança de uma presidencia que não vire a cara aos dramas sociais que o liberalismo continua a criar e a impor.
Manuel Alegre NÃO ESTÁ SÓZINHO!
Registamos o que escreve hoje no Expresso:
"Sei muito bem que estou sózinho. Mas enquanto me bater a guerra não está perdida, ainda que se me perguntassem que guerra é eu não soubesse ao certo responder. Diria talvez que é a guerra de um homem no meio do seu quadrado. Um homem que se bate, talvez em sonho, porque tudo se calhar é sonho. Sonho de um sonho, lembro-me de ter lido algures. Que importa? Sonho ou não, eles aí estão, tenho de defender o meu quadrado, não há outro sentido senão este, lutar até ao fim, um homem não se rende, não seria bonito, seria, aliás, se me permitem, uma falta de educação, uma grande falta de educação."
REINO UNIDO: THE BIG BROTHER ... EXISTE!
Cada dia que passa, a Polícia britânica anuncia a detenção de mais e mais suspeitos ... suspeitos, entenda-se! Cada dia que passa, estamos todos à espera que haja mais um suspeito (suspeito, entenda-se!!) baleado na cabeça por uma mão cheia de balas ...
Para a detenção de suspeitos, a Polícia britânica entrou no caminho das chamadas estratégias de tensão, para obrigar meio mundo a denunciar o outro meio mundo! Depois, no entanto, a Polícia suspeita quer do meio mundo que denunciou, quer do meio mundo que foi denunciado!
Para já, o que fica da acção dos terroristas e da reacção das policias democráticas, são restrições e mais restrições às liberdades, aos direitos democráticos e sociais. É devido a isto, que dizemos e reafirmamos que terroristas e neo-liberais (como Blair & Bush) são gémeos na situação de tensão e de terror que criam e impõem a milhões de cidadãos inocentes.
A militarização das democracias ocidentais com supressão ou arrepio das liberdades não contribui EM NADA para a erradicação do terror e das acções terroristas. Será que não é exactamente isto que os terroristas islâmicos pretendem? Será que não é uma situação a que estão habituados em todos os cenários do Médio Oriente onde a guerra e a instabilidade têm sido criadas, mantidas e aumentadas com a intervenção desastrosa dos governos ocidentais?
Aquilo a que Blair & Bush nos obrigam com o seu tipo de acções, é a generalização a todo o Planeta (e principalmente no continente europeu) de uma situação crescentemente parecida à que tem vigorado há dezenas de anos no Médio Oriente e, nos últimos anos, no Iraque ou no Afeganistão.
Estamos plenamente de acordo com o que afirma SOCIALISMO LIBERTARIO (www.socialismolibertario.org/) : "Revoltarmo-nos e defendermo-nos dos monstros gémeos, o terrorismo sistémico e as democracias terroristas, significa afastarmo-nos e separarmo-nos radicamente de ambos, afirmando um princípio de revolução global e humanista contra a lógica da morte dos opressores. Sómente no seio de sociedades onde se possam criar e fazer nascer pontes de inter-etnicidade, de solidariedade e de paz é que se conseguirá isolar ambos os monstros, afirmando-se valores de justiça e de irmandade em vez do ódio que germina dos terroristas e dos Estados. Por isso, temos uma enorme responsabilidade, aqui e agora. Deter a espiral endiabrada guerra/terrorismo é uma tarefa de todos. Que requer uma afirmação radical de valores e de principios humanistas, pacifistas e anti-estatistas. Que requer a preparação de uma revolução socialista e himanista que nos auto-liberte e desvie do caminho que os monstros nos querem impor. Este é o compromisso dos socialistas libertários".

quarta-feira, julho 27, 2005
HOMENAGEM A PIERRE BROUÉ, HISTORIADOR E MILITANTE PELO SOCIALISMO
Associo-me à homenagem a Pierre Broué, historiador e militante pelo socialismo!
João Pedro Freire
Segue texto em francês enviado por Gerard Filoche, da revista socialista francesa "Democratie & Socialisme", que reproduzimos na íntegra:
Mort de Pierre Broué, historien du communisme et militant trotskiste
LEMONDE.FR 27.07.05 11h27 • Mis à jour le 27.07.05 11h38 A 8 heures par e-mail, recevez la Check-list, votre quotidien du matin.Abonnez-vous au Monde.fr L'historien et militant révolutionnaire Pierre Broué, spécialiste du communisme, est décédé, mardi 26 juillet dans la nuit, à l'âge de 79 ans, informe la Ligue communiste révolutionnaire (LCR).Docteur ès lettres établi dans la région de Grenoble, Pierre Broué a été dans la deuxième moitié du XXe siècle l'un des dirigeants de l'Organisation communiste internationaliste (devenue Parti communiste internationaliste), l'une des branches du trotskisme en France. Il en avait été exclu de fait en mai 1989. Son nom reste aussi attaché aux innombrables travaux qu'il consacra à l'histoire du communisme. Pierre Broué est notamment l'auteur d'une biographie monumentale (1 100 pages) de Léon Trotski (Fayard, 1988), qu'il rencontra trois fois."UN DES BIOGRAPHES DE TROTSKI LES PLUS ÉRUDITS"Il est également l'auteur, parmi une quinzaine d'ouvrages, d'une Histoire de l'Internationale communiste, 1919-1943 ( Fayard) et d'une Histoire du Parti bolchévique (Ed. de Minuit). Il avait aussi consacré des travaux aux mouvements ouvriers allemand des années 1920 et espagnol des années 1930. En mai 2005, il avait fait paraître ses Mémoires politiques, qu'il définissait comme un recueil de souvenirs et de portraits de militants et militantes qu'il avait côtoyés.Directeur de l'Institut Léon-Trotski, Pierre Broué dirigeait aussi la revue Le Marxisme aujourd'hui. C'était "l'un des historiens certainement les plus remarquables du mouvement ouvrier révolutionnaire européen et l'un des biographes de Trotski les plus érudits", selon Christian Picquet, membre de la direction politique de la LCR, qui lui "rend hommage" dans un communiqué. On ignore encore les causes de sa mort et la date de ses obsèques. Avec ReutersUn grand hommage doit être rendu au remarquable historien, au militant, à l'homme Pierre Broué qui vient de disparaître, dans la nuit du lundi au mardi 26 juillet 200550 petites lignes dans Libé tirées de la dépêche Afp, un seul article d’actualité sur Google reprenant les sites Bellaciao et Le Grand soir, rien sur France inter (où l’on parle uniquement du décès de Thierry Jean-Pierre) et encore moins dans le Monde du 27/07 ou il y a 22 lignes qui reprennent reutersMais cette presse est elle en vacances ou inculte, au point de ne pas traiter comme il convient l’événement considérable pour l’histoire qu’est la disparition de Pierre Broué ? N’y a t il que des stagiaires dans les journaux qui ne savent rien de l’histoire et de ce grand historien du 20 ° siècle ?
Message transféréDe :
"informations democratie-socialisme.org"
Objet : hommage à Pierre Broué par Gérard Filoche
Un grand hommage doit être rendu au remarquable historien, au militant, à l'homme Pierre Broué qui vient de disparaître, dans la nuit du lundi au mardi 26 juillet 2005, à l'âge de 79 ans. Militant engagé, syndicaliste et politique, depuis la seconde guerre mondiale, longtemps membre de l'organisation communiste internationaliste, l'une des branches de la Quatrième internationale, exclu de fait en mai 1989, il avait alors travaillé, entre autres, avec les militants qui ont créé "démocratie et socialisme" revue à laquelle il a longtemps collaboré (de 1992 à 1999) et qui était, dés les origines jumelée à la sienne : "Le marxisme aujourd'hui". Tout en ne cessant de travailler sur toutes les périodes noires et les crimes monstrueux du stalinisme, il suivait tous les événements actuels de la politique mondiale. Il écrivit des ouvrages sur le "putsch de Moscou" en 1991 - édité par D&S - sur “le Brésil de Collor” et du Parti des travailleurs, sur l'ex-Urss, sur l'ex-mouvement communiste international, tel "Meurtres au maquis", livre sur l’assassinat de trotskistes dans les maquis de Haute Loire, par les staliniens français, écrit en collaboration avec notre camarade Raymond Vacheron, mais aussi au jour le jour sur la vie politique et sociale, du 21 avril 2002 au 29 mai 2005, sur la gauche, en France). Ses contributions à l'histoire du mouvement ouvrier et socialiste compteront parmi les plus importantes de la seconde partie du 20° siècle. Sa mémoire, ses connaissances formidables, son opiniâtreté a faire éclater toujours la vérité, la précision historique, à redresser clichés, à détruire les calomnies, à rétablir les faits, son immense capacité de travail n'en faisaient pas seulement un militant précieux pour tout le mouvement social, mais aussi un homme, un compagnon extrêmement séduisant, tonifiant, vigilant, avec un sens permanent de l'enseignement de l'éducation, de la discussion théorique, historique, toujours lié à des expériences pratiques. D'ailleurs toute son oeuvre est là pour en témoigner, à commencer par sa magnifique biographie de Léon Trotski éditée chez Fayard en 1988. Nous sommes tous profondément affecté par cette disparition, que nous venons à peine d’apprendre, brutalement, nous, tous, les animateurs et rédacteurs de la revue D&S qui était aussi un peu la sienne, nous qui l'avons côtoyé, notamment depuis la chute de mur de Berlin, car il nous a beaucoup appris, et nous l'avons beaucoup aimé. Nous travaillerons à lui rendre hommage et à faire connaître son oeuvre car elle le mérite : on n’est rien sans histoire, sans mémoire, sans apprendre des expériences du mouvement social des 150 dernières années. Des générations nouvelles sauront, en lisant ses livres, apprendre ce qu’il leur faut savoir pour changer le monde, la vie, et construire vraiment le socialisme.
Gérard Filoche, le 26 juillet 2005 à 19 h.

A LUTA ANTI-TERRORISTA JUSTIFICA TUDO???
A polícia londrina abateu por engano e com 8 tiros um cidadão brasileiro ...
Tony Blair e o chefe da polícia apresentaram desculpas, mas também afirmaram que enganos (!) como este podem vir a repetir-se ... em nome da luta anti-terrorista!
A morte do cidadão brasileiro em Londres é uma consequência da espiral de violência planetária que as lutas anti-terroristas de Blair & Bush e o terrorismo da Al-Qaeda e dos fundamentalistas religiosos islâmicos têm provocado!
Blair & Bush de um lado e a Al-Qaeda e os fundamentalistas islâmicos do outro, revelam uma total incapacidade para a construção de uma realidade de Paz Mundial.
Já o dissemos e mantemos: os dois lados em confronto parecem gémeos de uma violência e de um terror que acaba por ser igual nas consequências para milhares e milhares de inocentes que morrem.
No Ocidente, os islâmicos são apresentados como a origem de todos os terrorismos. No Médio e no Extremo Oriente, o Ocidente tem apresentação similar. Pelo meio, milhares de mulheres e homens anónimos continuam a ser vítimas em Nova Iorque, em Bagadade, em Londres ou no Afeganistão ...
O terrorismo não se combate com terrorismo. A Paz no Mundo, a urgente Paz Mundial, constrói-se com a vontade política de quem acredita na possibilidade prática e real de outro Mundo. Essa construção faz-se precisamente com a vontade e o esforço de todas e todos aqueles que acabam por ser as vítimas inocentes dos terrorismos gémeos que massacram o Planeta.
segunda-feira, julho 25, 2005
PRESIDENCIAIS: SOARES ÀS ORDENS DE SÓCRATES?
Defendemos uma candidatura presidencial convergente das esquerdas. Afinal foi sempre essa convergência SOCIAL das esquerdas que tem barrado o caminho aos candidatos da direita. Não obstante, não consideramos dramático ou perigoso que o percurso até essa candidatura passe pelo debate e pelo confronto democrático entre o pluralismo que caracteriza as esquerdas. Esse debate pode ser útil, esclarecedor e de modo a contribuir para o reforço de um sentir e de um sentido convergentes.
Nas próximas eleições presidenciais estará também em causa a manutenção ou não do orgão Presidência da Républica fora do espaço político da direita.
É um desafio muito importante para as esquerdas. É um desafio que tem de ser vencido! Mas vencido de forma politicamente clara. Sem ambiguidades, sem alianças que comprometem/comprometerão o exercício político da presidencia à esquerda.
A direita, toda ela, está empenhada em criar um novo ciclo com uma vitória de Cavaco Silva. Sentem, tipo predadores, que chegou o momento...
Manuel Alegre declarou-se disponível para avançar contra Cavaco Silva, enquanto candidato único da direita. Tomou essa iniciativa, não esperando por qualquer declaração formal da direcção do PS. Foi, como o afirmámos, um acto de grande coragem e de afirmação política que contribuem para uma convergência das esquerdas.
Mário Soares mostrou-se disponível para uma candidatura só depois de José Sócrates ter mostrado abertura para o PS o apoiar. Mário Soares tem-se pronunciado por uma candidatura comum das esquerdas. No entanto, pensamos que o modo como passou a admitir a sua candidatura, não contribui para se assumir como o "candidato das esquerdas". Corre o risco de se tornar excessivamente o candidato da direcção liberal do PS e do governo de José Sócrates. Mário Soares, até à véspera de se admitir como candidato, sempre pôs de lado essa hipotese. Muda de posição (até parece!...) por sujeição a alguma disciplina partidária imposta pelo aparelho do PS.
Um Presidente da Républica tem de se pronunciar sobre a confiança política que dá ou não dá ao governo que estiver em funções. Em função disto, qualquer candidato que se afirme de esquerda, à esquerda e socialista deverá dizer muito claramente o que pensa das politicas desenvolvidas pelo governo Sócrates. Se considera que essas políticas foram as votadas em 21 de Fevereiro ou, pelo contrário, estão nos antípodas daquilo que deveriam ser políticas de esquerda e socialistas aplicadas por um governo que se diz socialista...
A direcção do PS parece que, de facto, não está interessada numa candidatura convergente das esquerdas. Estará, pelo que demonstra com a sua prática, interessada numa candidatura e num candidato que não questione as actuais políticas governamentais, que não questione as opções europeias através de um debate democrático e nacional, que se sujeite à disciplina partidária. Neste sentido, José Sócrates, mais uma vez, tramou politicamente Manuel Alegre.
Continuamos a considerar que Manuel Alegre pela sua militância, pelo seu empenho cultural, pela sua coragem cívica e política é o candiadato que melhor pode protagonizar um projecto presidencial convergente das esquerdas e mobilizador de todas e todos os que se reveem na urgência de uma alternativa democrática e social ao liberalismo!
Nas próximas eleições presidenciais estará também em causa a manutenção ou não do orgão Presidência da Républica fora do espaço político da direita.
É um desafio muito importante para as esquerdas. É um desafio que tem de ser vencido! Mas vencido de forma politicamente clara. Sem ambiguidades, sem alianças que comprometem/comprometerão o exercício político da presidencia à esquerda.
A direita, toda ela, está empenhada em criar um novo ciclo com uma vitória de Cavaco Silva. Sentem, tipo predadores, que chegou o momento...
Manuel Alegre declarou-se disponível para avançar contra Cavaco Silva, enquanto candidato único da direita. Tomou essa iniciativa, não esperando por qualquer declaração formal da direcção do PS. Foi, como o afirmámos, um acto de grande coragem e de afirmação política que contribuem para uma convergência das esquerdas.
Mário Soares mostrou-se disponível para uma candidatura só depois de José Sócrates ter mostrado abertura para o PS o apoiar. Mário Soares tem-se pronunciado por uma candidatura comum das esquerdas. No entanto, pensamos que o modo como passou a admitir a sua candidatura, não contribui para se assumir como o "candidato das esquerdas". Corre o risco de se tornar excessivamente o candidato da direcção liberal do PS e do governo de José Sócrates. Mário Soares, até à véspera de se admitir como candidato, sempre pôs de lado essa hipotese. Muda de posição (até parece!...) por sujeição a alguma disciplina partidária imposta pelo aparelho do PS.
Um Presidente da Républica tem de se pronunciar sobre a confiança política que dá ou não dá ao governo que estiver em funções. Em função disto, qualquer candidato que se afirme de esquerda, à esquerda e socialista deverá dizer muito claramente o que pensa das politicas desenvolvidas pelo governo Sócrates. Se considera que essas políticas foram as votadas em 21 de Fevereiro ou, pelo contrário, estão nos antípodas daquilo que deveriam ser políticas de esquerda e socialistas aplicadas por um governo que se diz socialista...
A direcção do PS parece que, de facto, não está interessada numa candidatura convergente das esquerdas. Estará, pelo que demonstra com a sua prática, interessada numa candidatura e num candidato que não questione as actuais políticas governamentais, que não questione as opções europeias através de um debate democrático e nacional, que se sujeite à disciplina partidária. Neste sentido, José Sócrates, mais uma vez, tramou politicamente Manuel Alegre.
Continuamos a considerar que Manuel Alegre pela sua militância, pelo seu empenho cultural, pela sua coragem cívica e política é o candiadato que melhor pode protagonizar um projecto presidencial convergente das esquerdas e mobilizador de todas e todos os que se reveem na urgência de uma alternativa democrática e social ao liberalismo!
sábado, julho 23, 2005
MANUEL ALEGRE: AFIRMAÇÃO DE CORAGEM E DE MOBILIZAÇÃO CONTRA A DIREITA!
"A única coisa que posso dizer, neste momento, é que estou disponível para enfrentar Cavaco Silva", afirmou Manuel Alegre segundo a edição de hoje do Público.
É uma declaração importante e que deveria merecer uma reflexão profunda da parte das esquerdas. É a primeira vez que um dirigente com as responsabilidades de Manuel Alegre, assume tão claramente o desafio de mobilização para a derrota de Cavaco Silva, o mais do que previsivel candidato de toda a direita.
Manuel Alegre, pelo seu percurso político, pelo seu protagonismo cultural, é, neste momento, um candidato capaz de unir as esquerdas, de mobilizar portuguesas e portugueses que querem manter a Presidência da República afastada da direita, que querem afirmar um claro NÃO ao liberalismo e reafirmar uma opção de liberdade, de democracia e de justiça social.
TRIBUNA SOCIALISTA está com Manuel Alegre para uma candidatura de convergência das esquerdas, de afirmação democrática e social, de ruptura com o liberalismo, de reafirmação de tudo o que o 25 de Abril tem de continuar a representar!

quarta-feira, julho 20, 2005
CRISE NO GOVERNO SOCRATES: CRISE DA DIRECÇÃO LIBERAL DO PS!
Comentando a entrevista de Freitas do Amaral ao Diário de Notícias, Jorge Coelho, o coordenador da Comissão Permanente do PS, afirmava ontem que o governo estava "coeso" e que nem Freitas do Amaral, com a referida entrevista, nem Campos e Cunha, com um artigo publicado no Público, estavam em risco no governo ou punham em causa a unidade do governo.
A exoneração/demissão de Campos e Cunha do governo, anunciada hoje ao ínicio da noite depois de encerrados os telejornais (!!), vem demonstrar que a direcção do PS e o governo Sócrates entraram decididamente dentro das dinâmicas mostradas pela célebre série britânica "Yes Minister", ou seja, o que dizem não é para ser levado a sério...
Sócrates e a sua direcção no PS demonstram que não têm a política alternativa aos governos Barroso e Santana Lopes que tinham prometido durante a campanha eleitoral e que motivou a conquista de uma maioria absoluta histórica por parte do PS em 21 de Fevereiro último. Sócrates e o seu governo têm-se limitado, com outro estilo (mas só isto!), a aplicar as mesmissimas políticas dos governos de direita. À inexistência de políticas alternativas juntam, também agora, instabilidade e descoordenação governativas.
A direcção do PS, liderada por Jorge Coelho, limita-se políticamente a tentar baralhar os eleitores e militantes socialistas com afirmações que querem fazer passar a ideia de que políticas liberais desenvolvidas por um governo PS são "boas" e que essas mesmas medidas desenvolvidas por um governo de direita são "más". Pelo meio surge sempre a evocação dessa abstração chamada "interesse nacional", no qual cabem trabalhadores, empresários, jovens, desempregados e reformados. Não há, óbviamente, um "interesse nacional" abstracto para um socialista. Um socialista, em nome do interesse nacional, deve ter coragem política para desenvolver rupturas com lógicas, políticas e interesses liberais e de direita. Isso, a actual direcção do PS nunca teve nem terá. Porque de socialistas não têm nada. Até o "s" de PS já nem conseguem pronunciar por extenso...
O actual governo PS se fosse um qualquer produto de supermercado, deveria merecer uma queixa dos consumidores à DECO por ... terem sido enganados: o rótulo (i.e.o programa eleitoral) do produto não tem nada a ver com o conteúdo!!!
O governo Sócrates precisa urgentemente da definição de uma ALTERNATIVA DE ESQUERDA E SOCIALISTA . Uma alternativa para a qual os militantes do Partido Socialista são parte decisiva e integrante! Uma alternativa que possa mobilizar os trabalhadores, os cidadãos, por um programa e políticas que marquem uma clara ruptura com o liberalismo e as políticas liberais de Durão Barroso, de Santana Lopes e também de José Sócrates.
Quem é o próximo ministro das finanças: mais um nome que repetirá as mesmas políticas!
A exoneração/demissão de Campos e Cunha do governo, anunciada hoje ao ínicio da noite depois de encerrados os telejornais (!!), vem demonstrar que a direcção do PS e o governo Sócrates entraram decididamente dentro das dinâmicas mostradas pela célebre série britânica "Yes Minister", ou seja, o que dizem não é para ser levado a sério...
Sócrates e a sua direcção no PS demonstram que não têm a política alternativa aos governos Barroso e Santana Lopes que tinham prometido durante a campanha eleitoral e que motivou a conquista de uma maioria absoluta histórica por parte do PS em 21 de Fevereiro último. Sócrates e o seu governo têm-se limitado, com outro estilo (mas só isto!), a aplicar as mesmissimas políticas dos governos de direita. À inexistência de políticas alternativas juntam, também agora, instabilidade e descoordenação governativas.
A direcção do PS, liderada por Jorge Coelho, limita-se políticamente a tentar baralhar os eleitores e militantes socialistas com afirmações que querem fazer passar a ideia de que políticas liberais desenvolvidas por um governo PS são "boas" e que essas mesmas medidas desenvolvidas por um governo de direita são "más". Pelo meio surge sempre a evocação dessa abstração chamada "interesse nacional", no qual cabem trabalhadores, empresários, jovens, desempregados e reformados. Não há, óbviamente, um "interesse nacional" abstracto para um socialista. Um socialista, em nome do interesse nacional, deve ter coragem política para desenvolver rupturas com lógicas, políticas e interesses liberais e de direita. Isso, a actual direcção do PS nunca teve nem terá. Porque de socialistas não têm nada. Até o "s" de PS já nem conseguem pronunciar por extenso...
O actual governo PS se fosse um qualquer produto de supermercado, deveria merecer uma queixa dos consumidores à DECO por ... terem sido enganados: o rótulo (i.e.o programa eleitoral) do produto não tem nada a ver com o conteúdo!!!
O governo Sócrates precisa urgentemente da definição de uma ALTERNATIVA DE ESQUERDA E SOCIALISTA . Uma alternativa para a qual os militantes do Partido Socialista são parte decisiva e integrante! Uma alternativa que possa mobilizar os trabalhadores, os cidadãos, por um programa e políticas que marquem uma clara ruptura com o liberalismo e as políticas liberais de Durão Barroso, de Santana Lopes e também de José Sócrates.
Quem é o próximo ministro das finanças: mais um nome que repetirá as mesmas políticas!
quinta-feira, julho 14, 2005
PS LISBOA E PORTO: CANDIDATURAS DA BUROCRACIA LIBERAL DO PARTIDO!
Carrilho em Lisboa e Assis no Porto são dois exemplos de candidaturas da burocracia liberal do aparelho do PS. Podem ter alguma influência no aparelho partidário, mas não são candidaturas que provoquem qualquer onda popular (entre os próprios militantes socialistas e muito menos fora do PS!) que possa prolongar a vontade de mudança expressa em 21 de Fevereiro último.
Carrilho e Assis não emergem como candidaturas que representem a vontade democrática dos militantes socialistas. Se assim fosse, poderiam ter aspirações populares fora do PS. Mas não! São candidaturas que, mais não são, que o resultado de jogos de somar e de subtrair entre os diversos lobbies (não confundir com correntes ou tendências políticas...) do aparelho e da burocracia do PS de Sócrates.
O alarme que suou no PS Porto a propósito de uma sondagem que atribuia uns míseros 29% aos socialistas contra 55% da coligação de direita de Rui Rio, teve, da parte da direcção da Federação Distrital do Porto, uma resposta digna de uma candidatura de burocratas: convocaram uma reunião de dirigentes federativos e de dirigentes das secções ... Ora, são dirigentes que já só se representam a si, visto que Jorge Coelho e a direcção do PS resolveram adiar as eleições das estruturas de base para depois das eleições autarquicas (ou será só para depois das presidenciais?). Mais uma vez, os militantes não são ouvidos ... só terão o direito de votar nas autárquicas em qualquer solução cozinhada pela actual direcção! Porque é que Assis não convocou uma reunião distrital de militantes ou até um comício?
E sobre decisões à revelia dos militantes e das bases socialistas, convém não esquecer o que se continua a passar em Matosinhos. O PS é o partido que ainda não tem candidato ... os militantes como que estão obrigados a esperar pela decisão de Jorge Coelho ... qualquer que ela seja!!
A direcção do PS sabe muito bem qual a opinião de um número crescente de militantes sobre a política liberal e de direita do governo Sócrates e também sobre a vida anti-democrática que se vive no interior do Partido. Daí o receio, o medo, que têm dos militantes.
A direcção Sócrates do PS continua a dar tiros não só nos pés, como também nas mãos!!! ... E o que é pior, continua o desfiguramento político e ideológico de um Partido com uma direcção que tem medo da palavra "socialista" da sigla partidária ...
Carrilho e Assis não emergem como candidaturas que representem a vontade democrática dos militantes socialistas. Se assim fosse, poderiam ter aspirações populares fora do PS. Mas não! São candidaturas que, mais não são, que o resultado de jogos de somar e de subtrair entre os diversos lobbies (não confundir com correntes ou tendências políticas...) do aparelho e da burocracia do PS de Sócrates.
O alarme que suou no PS Porto a propósito de uma sondagem que atribuia uns míseros 29% aos socialistas contra 55% da coligação de direita de Rui Rio, teve, da parte da direcção da Federação Distrital do Porto, uma resposta digna de uma candidatura de burocratas: convocaram uma reunião de dirigentes federativos e de dirigentes das secções ... Ora, são dirigentes que já só se representam a si, visto que Jorge Coelho e a direcção do PS resolveram adiar as eleições das estruturas de base para depois das eleições autarquicas (ou será só para depois das presidenciais?). Mais uma vez, os militantes não são ouvidos ... só terão o direito de votar nas autárquicas em qualquer solução cozinhada pela actual direcção! Porque é que Assis não convocou uma reunião distrital de militantes ou até um comício?
E sobre decisões à revelia dos militantes e das bases socialistas, convém não esquecer o que se continua a passar em Matosinhos. O PS é o partido que ainda não tem candidato ... os militantes como que estão obrigados a esperar pela decisão de Jorge Coelho ... qualquer que ela seja!!
A direcção do PS sabe muito bem qual a opinião de um número crescente de militantes sobre a política liberal e de direita do governo Sócrates e também sobre a vida anti-democrática que se vive no interior do Partido. Daí o receio, o medo, que têm dos militantes.
A direcção Sócrates do PS continua a dar tiros não só nos pés, como também nas mãos!!! ... E o que é pior, continua o desfiguramento político e ideológico de um Partido com uma direcção que tem medo da palavra "socialista" da sigla partidária ...
quinta-feira, julho 07, 2005
LONDRES: MAIS UMA ATROCIDADE TERRORISTA
As bombas/engenhos explosivos que deflagraram hoje em Londres é mais um atentado terrorista perpetrado por quem não tem nenhum objectivo que interesse a qualquer parte ou ao todo da Humanidade.
Nova Iorque, Bali, Madrid e agora Londres são exemplos de acções terroristas que tiveram como efeito imediato, o despoletar de acções por parte dos Estados e dos governos que comprometeram, comprometem e compremeterão qualquer sistema de liberdades democráticas e de direitos plenos para todas as pessoas. O atentado de hoje em Londres virá agravar ainda mais a onda securitária liderada planetáriamente pelos EUA de Bush, com resultados que têm comprometido qualquer lógica de paz e de tolerância, acentuando, isso sim, o terror, a instabilidade, a corrida armamentista.
O terrorismo de grupos ou seitas, tal como o terrorismo de Estado vestido de lógicas aparentemente "legais", são INDEFENSÁVEIS e merecem ser condenados e repudiados. Este ínicio do século XXI tem sido dominado por uma lógica que pretende impor ao Mundo uma aparente dicotomia entre esses dois tipos de terrorismo. No plano das relações internacionais entre os Estados, a "guerra fria" tinha forçosamente de dar lugar a uma outro tipo de "guerra" e deu lugar à guerra entre aquelas duas formas de terrorismo. Nesta "guerra" as democracias ocidentais não estão inocentes, históricamente falando. Há responsabilidades na pilhagem (o termo é este: pilhagem!) ao chamado Terceiro Mundo. Há responsabilidades na falta de vontade para a resolução de questões que se arrastam, quase eternamente, sem solução. Há responsabilidades também, no interior dessas democracias, num deficite crescente quanto às liberdades e à participação cidadã. Há responsabilidades também na perseguição/discriminação ao emigrantes/imigrantes, aos refugiados, como se tivessem alguma responsabilidade em actos terroristas...
Do lado das seitas ou do lado dos Estados, quem fica sempre marginalizado, acabando por ser quem se torna nas verdadeiras vítimas dessa guerra entre terrorismos gémeos, são os trabalhadores, são os cidadãos inocentes.
Os terrorismos de todas as formas devem ser implacávelmente condenados. Não tomando-se o partido por qualquer um dos gémeos responsáveis por esta guerra planetária, mas exigindo-se, com a mobilização cidadã e popular uma outra sociedade baseada em valores democráticos, libertários, de tolerância, de paz. Para nós, uma sociedade democrática e socialista!
João Pedro Freire
Nova Iorque, Bali, Madrid e agora Londres são exemplos de acções terroristas que tiveram como efeito imediato, o despoletar de acções por parte dos Estados e dos governos que comprometeram, comprometem e compremeterão qualquer sistema de liberdades democráticas e de direitos plenos para todas as pessoas. O atentado de hoje em Londres virá agravar ainda mais a onda securitária liderada planetáriamente pelos EUA de Bush, com resultados que têm comprometido qualquer lógica de paz e de tolerância, acentuando, isso sim, o terror, a instabilidade, a corrida armamentista.
O terrorismo de grupos ou seitas, tal como o terrorismo de Estado vestido de lógicas aparentemente "legais", são INDEFENSÁVEIS e merecem ser condenados e repudiados. Este ínicio do século XXI tem sido dominado por uma lógica que pretende impor ao Mundo uma aparente dicotomia entre esses dois tipos de terrorismo. No plano das relações internacionais entre os Estados, a "guerra fria" tinha forçosamente de dar lugar a uma outro tipo de "guerra" e deu lugar à guerra entre aquelas duas formas de terrorismo. Nesta "guerra" as democracias ocidentais não estão inocentes, históricamente falando. Há responsabilidades na pilhagem (o termo é este: pilhagem!) ao chamado Terceiro Mundo. Há responsabilidades na falta de vontade para a resolução de questões que se arrastam, quase eternamente, sem solução. Há responsabilidades também, no interior dessas democracias, num deficite crescente quanto às liberdades e à participação cidadã. Há responsabilidades também na perseguição/discriminação ao emigrantes/imigrantes, aos refugiados, como se tivessem alguma responsabilidade em actos terroristas...
Do lado das seitas ou do lado dos Estados, quem fica sempre marginalizado, acabando por ser quem se torna nas verdadeiras vítimas dessa guerra entre terrorismos gémeos, são os trabalhadores, são os cidadãos inocentes.
Os terrorismos de todas as formas devem ser implacávelmente condenados. Não tomando-se o partido por qualquer um dos gémeos responsáveis por esta guerra planetária, mas exigindo-se, com a mobilização cidadã e popular uma outra sociedade baseada em valores democráticos, libertários, de tolerância, de paz. Para nós, uma sociedade democrática e socialista!
João Pedro Freire
domingo, julho 03, 2005
LIVE 8: é possível uma raposa guardar um galinheiro???
Há 20 anos o Live Aid já tinha sido espantoso quanto à mobilização! Com mais milhões e com a ajuda dos novos meios de comunicação, o Live 8 realizou-se para, mais uma vez, alertar os 8 mais poderosos deste Mundo para os problemas da fome e da miséria. Falou-se mais em África, mas o problema é mais vasto, é planetário.
No entanto, em 20 anos os mais poderosos deste Mundo não souberam, com actos práticos e concretos, acabar com a fome, com a miséria, com as guerras, com a SIDA. Nos últimos 20 anos, as imagens televisivas que mostraram a miséria extrema em África durante o último Live Aid, não só mantiveram actualidade como até tornaram-se muito benevolentes perante um problema que se tem vindo a agravar!
O Live Aid de 1985 e o Live 8 de 2005 são, sem dúvida, momentos importantes para a mobilização das pessoas por todo este Planeta para a erradicação da miséria e da fome. É importante que milhões exijam aos governos mais poderosos e também ao poder de meia dúzia de multinacionais/transnacionais o fim da dívida que massacra África, a Ásia e até a América do Sul.
Mas muitas questões se levantam quanto ao êxito do apelo mundial ao G8. Não nos esqueçamos que, por exemplo, o tsunami de 26 de Dezembro último que provocou miséria e destruição, está hoje práticamente esquecido das páginas dos principais media (controlados por grandes grupos económicos) ou das preocupações dos tais 8 mais poderosos governos deste Mundo!
Qual o significado da presença de Bill Gates no palco londrino do Live 8? Será que vai abdicar dos seus impressionantes lucros contribuindo para a erradicação da fome e da miséria?
Será que algum governo dos G8 vai obrigar a coligação Banco Mundial/OMC/FMI/complexo industrial-militar internacional que impõe no Planeta o sistema que é a origem da miséria e da fome galopantes a alterarem um bocado que seja as suas orientações?
É importante, muito importante, que se mobilizem milhões para objectivos de justiça. Mas será frustante se essa mobilização se resumir a periódicos "dar música" ao liberalismo global sem consequências práticas que os milhões mobilizados vejam no concreto.
Nos últimos 20 anos, preferimos realçar a mobilização popular internacional conseguida pelo Forúm Social Mundial por outro Mundo. Consideramos que a luta contra a miséria, contra a pobreza, contra as guerras, tem de corresponder à mobilização por uma alternativa internacional de paz, democracia e socialismo ao liberalismo! A justiça não se consegue com o recurso à caridade.
Será que Bob Geldof estará já a pensar no próximo Live Aid daqui por 20 anos? O que dirá aos milhões que se mobilizaram se o G8 responder ao apelo feito com ... palavras, com intenções ... a mesma resposta que deu em nada nos últimos 20 anos?
Passar a miséria à história? ... SIM SENHOR! Mas para ser eficaz é preciso acabar com o sistema que provoca e fomenta essa miséria, sem se cair no rídiculo de pedir a 8 raposas que guardem o galinheiro...

TRIBUNA SOCIALISTA no O Comércio do Porto
O TRIBUNA SOCIALISTA foi considerado pelo "O Comércio do Porto" como o "blogue da semana". Está na edição de 01 de Julho do diário portuense.
Fica uma rectificação: o endereço do TRIBUNA SOCIALISTA é http://militantesocialista.blogspot.com e não o que vem no artigo.

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