tribuna socialista

quinta-feira, março 08, 2007

FUNÇÃO PÚBLICA: REFORMAR É ADOPTAR AS PRÁTICAS DO SECTOR PRIVADO ???

Parece indiscutível que as "reformas" que o governo Sócrates quer impor à Função Pública, representam uma declaração de guerra a todos os que lá trabalham.

É impensável pretender-se reformar um sector com 700.000 trabalhadores, não ouvindo esses trabalhadores e as suas estruturas de classe. Este governo acena com a negociação com os sindicatos (e não são as únicas entidades a envolver numa quadro de negociação ...) mas dá a entender que tudo já estará decidido.

José Sócrates, o seu governo e a actual direcção do seu partido, adoptaram como modelo de gestão aquele que é, hoje em dia, imposto pelas correntes neo-liberais: tudo é gerido como se fosse uma empresa cabendo à sua administração a implementação da matriz de procedimentos, regras e decisões. Aos trabalhadores está reservada a execução e ... nada mais! Ou cumprem ou são dispensados/despedidos/colocados na prateleira!

Os contratos individuais de trabalho, a sujeição a avaliações efectuadas por entidades impostas hierarquicamente, aumento de horas de trabalho diárias e/ou semanais, redução dos períodos de férias ... representam anos e anos de retrocesso e não significarão uma melhor Função Pública nomeadamente no que deveria ser avaliada quanto à prestação do serviço público.

A ideia que é, hoje em dia, imposta pelo pensamento único neo-liberal de que "o privado é bom" e "o público é desperdício" é falsa! Quem trabalha no privado, sabe à custa de quê os patrões conseguem manter níveis de "eficiência", "produtividade" e "sucesso". Muitas vezes, as leis do País ficam à porta das empresas privadas e qualquer trabalhador mais crítico pode ser confrontado com ameaças do tipo "ou te portas como nós queremos ou não terás hipotese de lutar contra a empresa ... ès muito pequenino"!

A Função Pública precisa de ser reformada de alto a baixo! É um facto! Mas reformar num sentido socialista não é o mesmo que reformar num sentido liberal.

Quem tem liderado governamentalmente ou ao nível das diversas direcções intermédias a máquina da Função Pública? Quem a tem liderado numa perspectiva de serviço público? Quando se implementaram programas de formação profissional para a qualificação dos trabalhadores? Quando se avaliou de uma forma independente os níveis de produtividade na Função Pública? Quando se avaliou a eficiência das diversas direcções quanto à sua capacidade de gestão? ...

A reforma da Função Pública precisa do contributo crítico dos seus trabalhadores. Porque será que há tanto trabalhador desmotivado e desalentado? Porque será que a sua opinião, seja ela qual for, não é ouvida, avaliada, pensada?

No sector privado, nomeadamente nas grandes empresas, a gestão lembra muitas vezes uma qualquer realidade totalitária. Tudo está referenciado ao hierárquico. Dito de outra forma, tudo é imposto hierarquicamente . E no hierarquicamente imposto, lá estão também os jogos de influências, os favoritismos, enquanto se submete cada trabalhador a avaliações que não servem para medir o desempenho de cada um, mas servem, isso sim, para enquadrar todos e cada um numa perspectiva de custos ...

Um exemplo. O "Expresso" de Sábado passado, o2 de Março, encartava uma revista sobre "As 25 melhores empresas para trabalhar em Portugal". Ou seja, a nata das empresas a operar em Portugal. Descontando o lado promocional do referido encarte, é curioso verificar que nessas empresas, surgem como "pontos a melhorar" :

  • favoritismo
  • justiça na atribuição de promoções
  • justiça salarial
  • justiça na repartição dos lucros obtidos
  • conciliação entre vida pessoal e profissional

Das 25 empresas citadas, sómente duas é que não tinham "pontos a melhorar". As fotografias exibiam sorridentes "quadros" ... mas quantos seriam trabalhadores não considerados "quadros"??...

Em todas essas 25 empresas, a gestão pertence a accionistas, a quadros, aos patrões, ... , não consta que os trabalhadores "não-quadros" tenham voto na matéria!

É este modelo de gestão que o governo Sócrates quer impor na Função Pública. Um modelo que assentará em previsíveis climas intimidatórios e onde o exercício dos direitos laborais estão ao nível de qualquer empresa privado: nível zero!

Para os trabalhadores, os tempos são de luta, de resistência!

Posted by Picasa

1 comentário:

marinero disse...

MIGUEL MARTINEZ DEVESA
MILAGRO11-VALENCIA-46003-ESPAÑA

SOY UN EXTRABAJADOR DEL GRUPO "SONAE-TAFISA"EL CUAL AL TERMINO DE MI ESCRITO "VDS JUZGUEN"
1. EL 8% DE TAFISA , QUE AUN NO
CREO QUE SEA DEL SR BELMIRO DE AZEVEDO ESTABAN "QUEMADOS" POR LA "MISERIA" QUE LE OFRECIA EL SR BELMIRO DE ACEVEDO EN LA "OPA" ME DA VERGUENZA QUE ESTOS SRS SEAN TAN MAL TRATADOS CUANDO,ANTERIOR A LA "OPA DE TAFISA" ESTA ERA ORGULLO DE TODOS LOS ESPAÑOLES Y EJEMPLO DE TODOS LOS TRABAJADORES,
POR EL TRATO TAN "DIGNO" QUE TENIAMOS.
YO TRABAJABA EN "INDUSTRIAS QUIMICAS DEL CARBONO" VALENCIA-ESPAÑA COMO "ENCARGADO DE MANTENIMIENTO" MAS DE 30 AÑOS.
EL SR BELMIRO DE AZEVEDO "ORDENO"
SU "VENTA" "ANTES" QUE "ORDENARA" MI "DESPIDO".
EL SR BELMIRO DE AZEVEDO "COBRO"
120.000 EUROS POR MI "DESPIDO" DINERO PAGADO POR LA EMPRESA COMPRADORA, COMO CONDICION PARA MI DESPIDO.
EL SR BELMIRO DE AZEVEDO "ORDENO" Y "MANDO" UNA PERSONA A MI FABRICA
PARA QUE ENCERRADOS EN UN DESPACHO
O "MAZMORRA" "FIRMARA" MI "DESPIDO"
Y "RENUNCIA" A 120.000 EUROS.
"COSA QUE CONSIGUIO"

"CLARO QUE PARA ELLO TUVE QUE:

SER "CHANTAGEADO,EXTORSIONADO,AMENAZADO Y ENGAÑADO CON TRAMPAS Y MENTIRAS, PROPIO DE "MAFIAS Y GENTE SIN ESCRUPULOS.

RECURRI A LA "JUSTICIA" PERO "NO"
PUEDE HACER NADA, PORQUE "FIRME"
¿VOLUNTARIO? Y MAS CON LOS ABOGADOS DEL SR BELMIRO QUE SON LOS MEJORES DE ESPAÑA.
ESTE SR HACE COMO HACIA "FRANCO"
TENERLO "TODO BIEN ATADO"PARA QUE UNO "NO" PUEDA RESPIRAR

SI LAS PRACTICAS DEL SECTOR PRIVADO SON COMO LAS DEL SR BELMIRO DE AZEVEDO "TEMO LO PEOR" PORQUE UN SR QUE EMPEZO DE "0" Y ES HOY EL HOMBRE MAS RICO DE PORTUGAL, PARA MI TIENE UN "CORAZON DE HIELO" Y ME LO A DEMOSTRADO CON LO QUE ME A HECHO.
NO IMPORTANDOLE COMO VIENE EL DINERO, LO IMPORTANTE ES CONSEGUIRLO.
ATENTAMENTE
MIGUEL MARTINEZ DEVESA