tribuna socialista

segunda-feira, maio 30, 2005

(in, Diário de Notícias de hoje, 30.05.2005)


A vontade popular francesa pelo "Não" tem, de facto, um efeito esclarecedor sobre a concepção de democracia dos burocratas liberais europeus.

Escolhemos declarações do representante português desses burocratas, Durão Barroso. Citando o Diário de Notícias de hoje, "O presidente da Comissão Europeia defendeu a continuação do processo de ratificação do tratado constitucional, sublinhando que "nove Estados membros representado metade da população da UE já ratificaram a constituição europeia".

Deveras interessante esta concepção de democracia de Durão Barroso:
  • É um facto que consulta parlamentar e consulta referendária são dois exemplos de consultas democráticas. Mas será que estarão ao mesmo nível de representatividade? Quem ele o parlamento, em condições democráticas? Mas será que alguéwm elege um povo?
  • Quem redigiu esta Constituição europeia, estabeleceu que para ser ratificada teria de merecer a aprovação de todos os Estados membros. Bastaria o voto negativo de um deles para a ratificação da Constituição ficar em causa. Pelos vistos, nem as regras definidas pelos burocratas interessam aos burocratas, quando as suas previsões falham! Veremos o que dirá depois do referendo na Holanda...
  • Os burocratas liberais, como Durão Barroso, ignoram a vontade popular e assumem uma posição de intransigência anti-democrática e totalitária quando tentam impor que esta Constituição não pode ser revista ou mudada!

Continuam a ser exibições do modelo de Europa que tem vigorado, imposto por governos, Estados, chefes de estado e partidos do "arco" liberal, e, que foi agora claramente chumbado pela vontade popular em França.

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